Bula do Ofloxacino produzido pelo laboratorio Ems S/a
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
ofloxacino
EMS S/A
Solução oftálmica
3 mg/mL
I – IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
“Medicamento Genérico, Lei nº 9.787, de 1999”
APRESENTAÇÕES
Solução Oftálmica 3 mg/mL.
Frasco plástico conta-gotas contendo 5 mL, 10 mL, 15 mL ou 20 mL.
USO TÓPICO OCULAR
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
Cada mL da solução oftálmica (equivalente a 25 gotas) contém:
ofloxacino ................................................................................................................... 3,0 mg (0,12 mg/gota)
veículo* q.s.p. ............................................................................................................. 1,0 mL
*veículo: cloreto de sódio, cloreto de benzalcônio, hidróxido de sódio, ácido clorídrico e água para
injetáveis.
II – INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Este medicamento é indicado para os processos de blefarite, dacriocistite, conjuntivite, meibomite,
ceratite, úlcera de córnea, infecção pós-operatória e profilaxia de infecção no pós-operatório, cujo agente
etiológico seja um micro-organismo sensível ao ofloxacino.
Em um estudo clínico randomizado, duplo-mascarado, multicêntrico, ofloxacino solução oftálmica foi
superior ao seu veículo após 2 dias de tratamento em pacientes com conjuntivite e culturas conjuntivais
positivas. Os resultados clínicos do estudo demonstraram um índice de melhora clínica de 86% (54/63)
para o grupo tratado com ofloxacino versus 72% (48/67) para o grupo tratado com placebo após 2 dias de
tratamento. Os resultados microbiológicos nesse estudo demonstraram um índice de erradicação para os
micro-organismos causais de 65% (41/63) para o grupo tratado com ofloxacino versus 25% (17/67) para o
grupo tratado com o veículo após 2 dias de tratamento. Entretanto, é importante notar que a erradicação
microbiológica nem sempre se correlaciona com os resultados clínicos em estudos com anti-infecciosos.1
Em outro estudo clínico randomizado, duplo-mascarado, multicêntrico, de 140 indivíduos com culturas
positivas portadores de úlceras de córnea, os indivíduos tratados com ofloxacino solução oftálmica
apresentaram um índice global de sucesso clínico (reepitelização completa e ausência de progressão do
infiltrado por duas consultas consecutivas) de 82% (61/74) comparado com 80% (53/66) para o grupo
tratado com antibióticos associados, consistindo de soluções de tobramicina 1,5% e cefazolina 10%. O
tempo médio para atingir o sucesso clínico foi de 11 dias para o grupo tratado com ofloxacino e 10 dias
para o grupo de comparação.2
1
Allergan Inc. A two-day, 12 dose, double-masked, parallel comparison of six-times daily 0.3%
ofloxacin and placebo. QUIN-120-7651. 1988. Ref Type: Data File
2
Allergan Inc. QUIN-110-7651. Ref Type: Data File
Farmacodinâmica
O ofloxacino, potente fluoroquinolona de terceira geração, é um agente bactericida cujo mecanismo de
ação pode ser explicado pela inibição da DNA-girase, principalmente em bactérias Gram-negativas e pela
inibição da Topisomerase IV em Gram-positivas. Estas são enzimas bacterianas essenciais na duplicação,
transcrição e reparação do DNA. Com o ofloxacino observa-se lise bacteriana, quando se usam as
concentrações iguais ou um pouco superiores às concentrações inibitórias mínimas (MIC). Os estudos
disponíveis mostram que o ofloxacino tem amplo espectro de ação contra a maioria dos seguintes micro-
organismos:
– aeróbios Gram-positivos mais comuns [Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis e
Streptococcus pneumoniae];
– aeróbios Gram-negativos [Enterobacter cloacae, Haemophilus influenzae, Proteus mirabilis,
P.aeruginosa e Serratia marcescens];
– anaeróbios [Propionibacterum acnes].
A segurança e eficácia de ofloxacino no tratamento de infecções causadas pelos seguintes micro-
organismos não foi estabelecida em estudos clínicos controlados, mas foi demonstrado que ofloxacino é
ativo in vitro contra a maior parte das cepas desses micro-organismos, embora o significado clínico para
infecções oftalmológicas seja desconhecido:
– aeróbicos Gram-positivos: Enterococcus faecalis, Listeria monocytogenes, Staphylococcus capitis,
Staphylococcus hominus, Staphylococcus simulans, Streptococcus pyogenes;
– aeróbicos Gram-negativos: Acinetobacter calcoaceticus var. anitratus, Acinetobacter calcoaceticus
var./wolfii, Citrobacter diversus, Citrobacter freundii, Enterobacter aerogenes, Enterobacter
agglomerans, Escherichia coli, Haemophilus parainfluenzae, Klebsiella oxytoca, Klebsiella pneumoniae,
Moraxella (Branhamella) catarrhalis, Moraxella lacunata, Morganella morganii, Neisseria gonorrhoeae,
Pseudomonas acidovorans, Pseudomonas fluorescens, Shigella sonnei;
– outros: Chlamydia trachomatis.
Farmacocinética
Os estudos em animais mostraram que a aplicação de ofloxacino solução oftálmica na quantidade de mais
ou menos 40 ng em olho normal de coelho era seguida de absorção com nível máximo de 9,27 µg/g na
conjuntiva bulbar e 1,61 µg/g na esclerótica após 5 minutos, caindo depois gradualmente. O nível
máximo no humor aquoso e na córnea foi de 0,69 µg/mL e 4,87 µg/g, respectivamente, detectado após 1
hora, seguindo-se rapidamente uma diminuição. Também nos estudos em animais, não se observaram
sinais de irritação ocular ou lesão após aplicação tópica de ofloxacino solução oftálmica. Em 30
voluntárias sadias, foram medidas as concentrações do ofloxacino no plasma, urina e lágrimas, em vários
momentos durante um curso de tratamento de dez dias com ofloxacino solução oftálmica. A concentração
plasmática média do ofloxacino variou de 0,4 ng/mL a 1,9 ng/mL. A concentração máxima do ofloxacino
aumentou de 1,1 ng/mL no primeiro dia para 1,9 ng/mL no 11º dia após administração uma vez ao dia
durante 10½ dias. A Cmax plasmática do ofloxacino após dez dias de administração tópica oftálmica foi
mais de 1000 vezes mais baixa do que aquelas relatadas após administração oral padrão de ofloxacino. As
concentrações de ofloxacino na lágrima variaram de 5,7 a 31 µg/g durante o período de 40 minutos após a
última dose no 11º dia. A concentração média na lágrima medida 4 horas após a administração tópica
oftálmica foi de 9,2 µg/g. Após 4 horas do início da aplicação tópica ocular de duas gotas de ofloxacino
solução oftálmica a cada 30 minutos, foram observadas concentrações no tecido da córnea de 4,4 µg/mL.
O ofloxacino foi excretado na urina principalmente sob a forma inalterada.
Este medicamento é contraindicado em pacientes com história de hipersensibilidade a qualquer um dos
componentes da fórmula do produto.
Este medicamento deve ser utilizado somente por via tópica oftálmica. Não deve ser injetado.
Os pacientes devem ser orientados a não encostar a ponta do frasco nos olhos, nos dedos e nem em outra
superfície qualquer, para evitar a contaminação do frasco e do colírio.
Em pacientes que receberam quinolonas sistêmicas, incluindo ofloxacino, foram relatadas reações sérias e
ocasionalmente fatais de hipersensibilidade (anafiláticas / anafilactoides), algumas inclusive após a
primeira dose. Algumas reações foram acompanhadas de colapso cardiovascular, perda de consciência,
angioedema (incluindo edema de laringe, faringe ou facial), obstrução das vias aéreas, dispneia, urticária
e prurido.
Em pacientes que receberam ofloxacino por via tópica oftálmica, foram reportados a ocorrência de
Síndrome de Stevens-Johnson; precipitados corneanos e perfuração da córnea em pacientes com úlcera do
epitélio da córnea pré-existente. Entretanto, não foi estabelecida uma relação causal.
Reações de hipersensibilidade, incluindo angioedema, dispneia, reações/choque anafilático, inchaço da
orofaringe e inchaço da língua foram reportados com o uso de ofloxacino. Descontinue o uso do
medicamento em casos de reação alérgica ao ofloxacino e utilize com cautela em pacientes que
apresentam sensibilidade a outros agentes antibacterianos de quinolona.
Assim como acontece com outros agentes anti-infecciosos, o uso prolongado pode resultar em uma
proliferação de organismos não suscetíveis. Caso ocorra superinfecção, ou se não for observada melhora
clínica, interromper o uso do medicamento e reavaliar a terapia.
O uso a longo prazo de doses altas de outras fluoroquinolonas em animais experimentais ocasionou
opacificação do cristalino. Entretanto, este efeito não foi reportado em pacientes humanos, e também não
foi observado após o tratamento oftálmico tópico com ofloxacino por até 6 meses em estudos com
animais, inclusive com macacos.
Gravidez e Lactação
Categoria de risco na gravidez: C (FDA – USA).
Gravidez
Não foram realizados estudos adequados e bem controlados com mulheres grávidas. Considerando que o
uso de quinolonas sistêmicas demonstraram artropatia em animais imaturos, não é recomendado o uso de
ofloxacino em mulheres grávidas.
Lactação
Considerando que o ofloxacino e outras quinolonas administradas sistemicamente são excretadas no leite,
e que existe possibilidade de danos para as lactentes, o médico deve decidir sobre a interrupção do
aleitamento ou a descontinuação do tratamento com ofloxacino, levando em consideração a importância
do medicamento para a mãe.
Este medicamento não deve ser utilizado durante a gravidez sem orientação médica ou do
cirurgião-dentista.
Pacientes pediátricos
A segurança e eficácia de produtos oftálmicos não foi determinada em crianças menores de 1 ano de
idade. Foi observado que as quinolonas, incluindo o ofloxacino, causam artropatia em animais imaturos
após administração oral, contudo a administração tópica oftálmica do ofloxacino a animais imaturos não
causou qualquer artropatia. Não há evidências de que a administração oftálmica do ofloxacino apresenta
qualquer efeito sobre as articulações que suportam o peso do corpo.
Pacientes Idosos
Não existem restrições de uso em pacientes idosos. A posologia é a mesma que a recomendada para as
outras faixas etárias.
Pacientes que utilizam lentes de contato
Este medicamento não deve ser administrado durante o uso de lentes de contato gelatinosas. O
conservante cloreto de benzalcônio presente neste medicamento pode ser absorvido pelas lentes de
contato e pode ocasionar descoloração das mesmas.
Interferência na capacidade de dirigir veículos e operar máquinas
Assim como qualquer tratamento tópico ocular, se houver borramento transitório da visão pela instilação,
Foi observado que a administração sistêmica de algumas quinolonas pode inibir o metabolismo da cafeína
e teofilina, contudo estudos de interações medicamentosas demonstraram que o metabolismo de cafeína e
teofilina não são significativamente afetados pelo ofloxacino.
Apesar de existir relatos de aumento na prevalência de toxicidade do sistema nervoso central com o uso
concomitante de anti-inflamatórios não-esteroidais sistêmicos e fluoroquinolonas, este evento não foi
reportado com o uso concomitante destes anti-inflamatórios com ofloxacino.
Este medicamento deve ser armazenado em temperatura ambiente (entre 15 °C e 30 °C), em local seco e
protegido da luz.
O prazo de validade é de 24 meses.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Após aberto, válido por 28 dias.
Este medicamento apresenta-se na forma de líquido límpido, amarelo, inodoro, isento de partículas e
materiais estranhos.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
A solução já vem pronta para uso. Este medicamento é de uso tópico ocular. Não encoste a ponta do
frasco nos olhos, nos dedos e nem em outra superfície qualquer, para evitar a contaminação do frasco e do
colírio.
A dose usual é de 1 a 2 gotas, no(s) olho(s) afetado(s), a cada 2 a 4 horas, nos primeiros dois dias de
tratamento. Em seguida, utilizar a dose de 1 a 2 gotas, quatro vezes ao dia, pelo período de até dez dias. A
dose pode ser aumentada ou diminuída, de acordo com a intensidade do caso e a critério médico.
As reações adversas que ocorreram após o uso sistêmico de ofloxacino são raras e a maioria dos sintomas
são reversíveis. Considerando que uma pequena quantidade de ofloxacino é absorvida sistemicamente
após administração tópica de ofloxacino solução oftálmica, podem ocorrer as reações adversas reportadas
com o uso sistêmico deste medicamento.
Reação comum (> 1/100 e ≤ 1/10): irritação ocular e desconforto ocular.
Outras reações foram identificadas, como: conjuntivite, olho seco, edema ocular, dor ocular, sensação de
corpo estranho nos olhos, hipersensibilidade (incluindo prurido ocular, prurido palpebral, angioedema,
dispneia, reação anafilática, inchaço da orofaringe e inchaço da língua), ceratite, aumento do
lacrimejamento, hiperemia ocular, fotofobia, visão borrada, perfuração da córnea; náusea; edema facial;
tontura; edema periorbital.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária -
NOTIVISA, disponível em http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a
Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.