Bula do Opthaac 40 produzido pelo laboratorio Ophthalmos S/a
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
OPHTAAC®
40
triancinolona acetonida
Suspensão ocular injetável estéril
Intravítrea / Subtenoniana
Apresentações:
Embalagem estéril contendo 1 frasco-ampola com 1 mL (40 mg de triancinolona acetonida)
Embalagem estéril contendo 1 frasco-ampola com 0,5 mL (20 mg de triancinolona acetonida)
USO ADULTO
Composição:
Cada frasco-ampola de 1 mL contém: princípio ativo - triancinolona acetonida 40 mg,
excipientes: polissorbato 80, cloreto de sódio, fosfato monossódico monoidratado, fosfato
dissódico diidratado e água para injetáveis q.s.p. 1 mL.
Cada frasco-ampola de 0,5 mL contém: princípio ativo - triancinolona acetonida 20 mg,
dissódico diidratado e água para injetáveis q.s.p. 0,5 mL.
Cada 11 mg de triancinolona acetonida correspondem a 10 mg de triancinolona base.
INFOMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE
Indicado no tratamento de uveítes, vasculites retinianas apresentando baixa acuidade visual
associada à inflamação intraocular crônica ou presença de edema macular de diversas
etiologias.
Injeção local de triancinolona para o tratamento de uveíte posterior proporcionou melhora de
visão em 84% dos pacientes em 12 semanas. Antes de receber o fármaco, 14 pacientes foram
tratados com imunossupressores sistêmicos. Em 12 semanas a dose de imunossupressores foi
diminuída em 8 pacientes e seu uso foi interrompido em 6 pacientes. A melhora ocorreu em
cerca de 2 semanas, com duração de cerca de 4 meses. Vinte e cinco pacientes (28 olhos)
foram submetidos à utilização de triancinolona acetonida 40 mg/mL, através de injeção
subtenoniana posterior. Efeitos adversos menores transitórios incluíram edema conjuntival e
hemorragia subconjuntival. Duas mulheres desenvolveram ptose moderada permanente. Dois
dos 4 pacientes com pressão intraocular elevada (maior do que 25 mm Hg) requereram
tratamento temporário com agentes bloqueadores beta-adrenérgicos (Tanner et al., 1998).
Injeções de triancinolona (40 mg) ou metilprednisolona (20 mg ou 40 mg) para o tratamento de
uveíte produziram resposta positiva em 48% dos casos, com uma duração média de resposta
de 9 semanas Dezenove injeções (40%) culminaram em melhora na acuidade visual (Riordan-
Eva e Lightman, 1994). Stephanie Young, et al (2001) verificaram que injeção intravítrea de
dose de 4 mg/0,1 mL de acetonida de triancinolona induziu à resolução clínica e angiográfica
de edema macular cistóide em todos os pacientes por até 6 meses. A acuidade visual desses
pacientes evoluiu de uma média de 20/80 para 20/30 em três meses.
Análogos sintéticos de glicocorticóides, como a triancinolona, são primariamente utilizados por
sua potente ação antiinflamatória em desordens de muitos órgãos sistêmicos.
Corticosteróides controlam a cascata inflamatória através de inibição não específica da via do
ácido araquidônico. Evidências sugerem que os corticosteróides possuem efeito
antiinflamatório através de muitos mecanismos. A triancinolona é um derivado do fluorinato de
prednisolona, com menor atividade mineralocorticóide que a prednisolona. Sua ação
antiinflamatória diminui a formação, liberação e atividade de mediadores da inflamação
(histamina, enzimas lipossomais, prostaglandinas e leucotrienos), o que diminui a manifestação
inicial do processo inflamatório. Corticosteróides, como a triancinolona, inibem a marginação e
conseqüentemente a migração de células na área inflamada, além de reverter a dilatação e
aumentar a permeabilidade vascular nesse local. Isso resulta em diminuição do acesso de
células ao local afetado.
As propriedades imunossupressoras diminuem a resposta a reações de hipersensibilidade
imediatas e tardias. Isto ocorre como resultado da inibição do efeito tóxico do complexo
antígeno-anticorpo, que precipita nas paredes dos vasos, originando vasculites. Outro
mecanismo importante é a inibição de linfocinas, células alvo e macrófagos, que juntos
produzem reações de dermatites de contato. Adicionalmente, o acesso de linfócitos T
sensibilizados e de macrófagos até a célula alvo, também é prevenido pelo uso de
corticosteróides. Glicocorticóides são capazes de diminuir a inflamação por estabilizarem os
lisossomos nos neutrófilos, prevenindo a degranulação e a conseqüente resposta inflamatória.
Estudos demonstraram que glicocorticóides também são indutores de proteínas
antiinflamatórias. Essas proteínas inibem a enzima fosfolipase A2, inibindo a síntese de
prostaglandinas e lipoxigenases. Corticosteróides ligam-se aos receptores de glicocorticóides
no citoplasma celular. Depois que a ligação ocorre, o receptor ativado migra do citoplasma para
o núcleo, onde ocorre regulação da inflamação por genes (por exemplo, inibidor da ativação do
plasminogênio, endopeptidase, etc).
Os glicocorticóides diminuem a estabilidade da molécula de RNA mensageiro, que controla a
transcrição gênica. Os genes afetados por essa ação incluem aqueles envolvidos na síntese de
colagenase, elastase, ativador de plasminogênio, síntese de óxido nítrico, ciclooxigenase tipo II
e quimocinas. Ocorre também a regulação da inflamação pela modulação do gene do fator de
crescimento endotelial, cujo antigene está presente no epitélio da retina. Além disso, a
triancinolona induz a proliferação desse epitélio, estabilizando sua função.
Corticosteróides são também efetivos inibidores de citocinas, reduzindo assim a resposta
inflamatória por elas induzidas. A triancinolona tem um efeito de duração estendido, que pode
ser permanente ou sustentado por um período de algumas semanas. Esse dado correlaciona-
se diretamente com a duração estendida da ação terapêutica atingida com o fármaco. Seus
efeitos têm início logo após a aplicação. Quando administrada por via sistêmica, a meia-vida
plasmática da triancinolona é de aproximadamente 200 minutos, e a meia-vida biológica é de
12 a 36 horas, sendo similar àquela apresentada pela metilprednisolona. A farmacocinética do
triancinolona acetonida administrado por via intravítrea segue modelo bicompartimental.
Após administração de 4 mg de triancinolona acetonida, picos de concentração no humor
aquoso variaram de 2.151 a 7.202 ng/mL, com área sob a curva variando entre 231 e 1.911
ng.h/mL. Seus efeitos têm início logo após a aplicação. O clearance total é de 48,2 a 61,6 L/h.
As meias-vidas variaram de 76 a 635 horas, sendo a média correspondente a 18,6 dias, em
pacientes não vitrectomizados. A meia-vida em pacientes vitrectomizados mostrou-se inferior a
3,2 dias. A triancinolona é excretada, em sua maior parte, por via renal. Sua excreção ocorre
predominantemente na forma de metabólitos (acetonida de 6-beta-hidroxitriancinolona,
acetonida de 21-carboxi-6-beta-hidroxitriancinolona e acetonida de 21-carboxitriancinolona) e
apenas 15% do fármaco é excretado de forma inalterada. Uma outra parte do fármaco é ainda
excretada nas fezes, através da bile.
Corticosteróides são contra-indicados em pacientes com infecções sistêmicas. O medicamento
é também contra-indicado em pacientes com hipersensibilidade a triancinolona acetonida ou
qualquer componente da fórmula.
Devido ao fato de ser uma suspensão, o medicamento é uma preparação de longa ação e não
é indicado para uso em casos agudos.
Este medicamento é destinado exclusivamente à administração intraocular (intravítrea ou
subtenoniana). O medicamento não deve ser administrado por via intravenosa, por se tratar de
uma suspensão. A via subcutânea também não deve ser utilizada devido ao risco de uma
atrofia local. Devido ao fato de constituir uma suspensão, o medicamento é uma preparação de
longa ação e não é indicado para usos em casos agudos.
O uso prolongado de corticosteróides pode produzir catarata subcapsular ou glaucoma, com
possível dano no nervo óptico. O uso prolongado também aumenta a probabilidade de
infecções oculares secundárias. Corticosteróides podem mascarar alguns sinais de infecções
enovas infecções podem aparecer durante sua utilização. Com o uso de corticosteróides pode
haver a diminuição da resistência do organismo e a localização de infecções pode ser
inviabilizada. Além disso, pacientes em tratamento com medicamentos imunossupressores,
inclusive corticóides, são mais suscetíveis a infecções do que aqueles que não estão em
tratamento com esse tipo de medicamento.
Apesar de OPHTAAC® 40 ser uma suspensão intraocular, é importante considerar que
catapora e sarampo podem sofrer complicações ou até mesmo serem fatais em pacientes
utilizando corticosteróides de uso sistêmico. Sendo assim, em se tratando de crianças ou
adultos que estejam recebendo corticosteróides e não tenham tido essas doenças, deve-se
cautelosamente evitar exposição. Caso haja a exposição, poderá haver necessidade de
indicação de terapia com a imunoglobulina varicella zoster (VZIG) ou o pool intravenoso de
imunoglobulina (IVIG). Se a catapora ou o herpes zoster se desenvolverem, o tratamento com
um agente antiviral deverá ser considerado. Da mesma forma, corticosteróides deverão ser
utilizados com grande cautela em pacientes com infestação por Strongyloides, pois a ação
imunossupressora dos corticóides pode induzir hiper-infestação.
Tratamento prolongado com corticosteróides pode resultar em supressão da função adrenal,
que pode retornar ao normal lentamente. A interrupção brusca de tratamentos com
corticosteróides pode resultar em insuficiência adrenal aguda. Apesar do exposto,
considerando se tratar de uma suspensão intraocular, a ocorrência é pouco provável para
OPHTAAC® 40.
Medidas de precaução apropriadas devem ser consideradas previamente à administração,
especialmente quando o paciente tem um histórico de alergias a qualquer medicamento.
Sensibilidade aumentada ao uso de corticóide é encontrada principalmente em pacientes com
glaucoma primário de ângulo aberto, mas outras condições como diabetes, alta miopia, história
familiar e algumas doenças do tecido conectivo representam fatores de risco para o
desenvolvimento de glaucoma corticogênico. O medicamento não deve ser utilizado em
crianças sob risco de desenvolvimento de glaucoma. Complementarmente, doses terapêuticas
de glicocorticóides podem retardar ou interromper o crescimento de crianças, indicando efeitos
adversos na cartilagem epifisária. O produto é de uso adulto.
A triancinolona acetonida está enquadrada na categoria “C” de risco na gravidez.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica
Apesar de não se tratar de produto de uso sistêmico, algumas interações reportadas merecem
atenção: Foi observado, em estudos com animais, um aumento marcante dos níveis
plasmáticos de dicumarol, em relação ao grupo controle. Existem relatos de anulação do efeito
de cicatrização produzido pelo corticosteróide, após a aplicação tópica de vitamina A.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido.
Guarde-o em sua embalagem original.
Este medicamento tem validade até 24 meses após a data de fabricação gravada na
embalagem. Armazenar em temperatura ambiente (15º a 30ºC), proteger da luz e umidade.
OPHTAAC® 40 é uma suspensão injetável de uso intraocular. Apresenta-se sob a forma
líquida, com a presença de partículas brancas que são suspensas no meio após a agitação.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
OPHTAAC® 40 deve ser administrado por via subtenoniana, injetando-se 1mL da suspensão
(40 mg de triancinolona acetonida). Em se tratando da utilização por via intravítrea, deve-se
utilizar 0,1 mL (4 mg de triancinolona acetonida). Outras dosagens podem ser utilizadas a
critério médico.
Uma vez aberto, utilizar o volume suficiente para a dose prescrita e descartar a
quantidade restante.
Agite antes de usar.
O medicamento não deve ser administrado por via intravenosa, por se tratar de uma
suspensão. A via subcutânea também não deve ser utilizada devido ao risco de atrofia local.
Este medicamento pode causar algumas reações indesejáveis, dentre as quais é possível
destacar as seguintes:
Reações muito comuns (ocorrem em mais de 10% dos pacientes que utilizam este
medicamento): aumento de pressão intraocular, o que pode causar glaucoma.
Reações comuns (ocorrem entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medicamento):
catarata. Todavia, frisa-se que em alguns pacientes a catarata pode regredir após interromper
o tratamento com corticosteróide, mas em outros casos intervenções cirúrgicas podem ser
necessárias. A probabilidade de desenvolvimento de catarata em adultos e em crianças é a
mesma. Todavia, existem mais relatos do problema em crianças, devido ao fato de que a
maioria dos estudos realizados envolve essa população. Esse aumento de pressão ocular pode
ou não ser revertido após a interrupção do tratamento.
Reações incomuns (ocorrem entre 0,1% e 1% dos pacientes que utilizam este medicamento):
ptose
Reações raras (ocorrem entre 0,01 e 0,1% dos pacientes que utilizam este medicamento):
endoftalmite (infecciosa ou não); úlcera; hemorragia vítrea e descolamento da retina.
Além dessas reações, existem outras para as quais a incidência ainda não esta bem definida,
tais como reações anafiláticas (reações alérgicas intensas), infecções agravadas ou
mascaradas e complicações intravítreas atribuídas ao próprio procedimento de injeção.
Atenção: Este produto é um medicamento que possui nova via de administração no país
e, embora as pesquisas tenham indicado eficácia e segurança aceitáveis, mesmo que
indicado e utilizado corretamente, podem ocorrer eventos adversos imprevisíveis ou
desconhecidos. Neste caso, notifique os eventos adversos pelo Sistema de Notificações
em Vigilância Sanitária – NOTIVISA, disponível em
http://www.anvisa. gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou Vigilância Sanitária Estadual ou
Municipal.