Bula do Paracetamol produzido pelo laboratorio Brainfarma Indústria Química e Farmacêutica S.a
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
PARACETAMOL
Brainfarma Indústria Química e Farmacêutica S.A.
Solução Oral
200mg/mL
paracetamol – solução oral – Bula para o profissional da saúde 1
I - IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO:
paracetamol
Medicamento genérico Lei nº 9.787, de 1999
APRESENTAÇÃO
Solução oral gotas 200mg/mL: Embalagem com 1 frasco contendo 15mL.
VIA DE ADMINISTRAÇÃO: USO ORAL
USO ADULTO E PEDIÁTRICO
COMPOSIÇÃO
Cada mL (14 a 16 gotas) contém 200mg de paracetamol (13,3mg/gota).
paracetamol..........................................................................................................................................200mg
veículo q.s.p.............................................................................................................................................1mL
(macrogol, ciclamato de sódio, sacarina sódica, benzoato de sódio, metabissulfito de sódio,
propilenoglicol, sucralose, ácido cítrico, corante amarelo FD&C (nº 06), aroma de cereja, aroma de
caramelo, aroma de anis e água).
paracetamol – solução oral – Bula para o profissional da saúde 2
II - INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE:
Este medicamento é indicado, em adultos, para a redução da febre e o alívio temporário de dores leves a
moderadas, tais como: dores associadas a resfriados comuns, dor de cabeça, dor no corpo, dor de dente,
dor nas costas, dores musculares, dores leves associadas a artrites e dismenorreia.
Em bebês e crianças é indicado para a redução da febre e para o alívio temporário de dores leves a
moderadas, tais como: dores associadas a gripes e resfriados comuns, dor de cabeça, dor de dente, dor de
garganta.
Um estudo duplo-cego, randomizado, controlado com placebo avaliou a eficácia do efeito analgésico do
paracetamol (1000mg) e um comparativo em 162 pacientes sofrendo de dor moderada a muito intensa,
devido a uma cirurgia dentária. A intensidade e o alívio da dor foram avaliados em 30 minutos, uma hora
e a cada hora subsequente durante 6 horas após a administração dos fármacos. O paracetamol foi
significativamente melhor que o comparativo na diferença máxima de intensidade da dor (p < 0,05), no
máximo alívio da dor obtida (p < 0,03) e de acordo com uma avaliação global (p < 0,02).1
Em um estudo duplo-cego, multicêntrico, randomizado, foi avaliada a atividade antipirética do
paracetamol e um comparativo. 116 crianças de ambos os sexos, com idade de 4,1 ± 2,6 anos, com febre
relacionada a uma doença infecciosa e com temperatura média de 39 °C ± 0,5 °C, foram tratadas com
dose única de 9,8 ± 1,9mg/kg de paracetamol ou do comparativo. A temperatura retal foi monitorada
durante 6 horas. As análises estatísticas dos resultados confirmaram que ambas as drogas foram
equivalentes nos seguintes critérios: (1) tempo decorrido entre a administração e a menor temperatura
obtida: 3,65 ± 1,47 horas para o paracetamol e 3,61 ± 1,34 horas para o comparativo (IC 95% na
diferença: -0,48; +0,56); (2) grau de diminuição da temperatura: 1,50 °C ± 0,61°C para o paracetamol e
1,65 °C ± 0,80°C para o comparativo (IC 95% na diferença: -0,41; +0,11) ; (3) taxa da diminuição da
temperatura: 0,51 °C ± 0,38°C/h para o paracetamol e 0,52 ± 0,32°C/h para o comparativo (IC 95% na
diferença: -0,45; +0,55); (4) permanência da temperatura abaixo de 38,5°C: 3,84 ± 1,22 horas para o
paracetamol e 3,79 ± 1,33 horas para o comparativo (IC 95% na diferença: -0,14; +0,12).2
Referências Bibliográficas
1. Mehlisch D.R., Frakes L.A. A Controlled Comparative Evaluation of Acetaminophen and Aspirin in
the Treatment of Postoperative Pain. Clin. Ther. 1984; 7 (1): 89-97.
2. Vauzelle-Kervroedan F., et al. Equivalent Antipyretic Activity of Ibuprofen and Paracetamol in Febrile
Children. J. Pediatri. 1997; 131 (5): 683 - 687.
Propriedades farmacodinâmicas
O paracetamol é um analgésico e antitérmico clinicamente comprovado, que promove analgesia pela
elevação do limiar da dor e antipirese através de ação no centro hipotalâmico que regula a temperatura.
Seu efeito tem início 15 a 30 minutos após a administração oral e permanece por um período de 4 a 6
horas. O paracetamol é um analgésico de ação central, não pertencente aos grupos dos opiáceos e
salicilatos.
Propriedades farmacocinéticas
Absorção: o paracetamol de liberação imediata é rápido e quase completamente absorvido no trato
gastrintestinal, principalmente no intestino delgado. A absorção ocorre por transporte passivo. A
biodisponibilidade relativa varia de 85% a 98%. Em indivíduos adultos as concentrações plasmáticas
máximas ocorrem dentro de uma hora após a ingestão e variam de 7,7 a 17,6mcg/mL para uma dose única
de 1000mg.
As concentrações plasmáticas máximas no estado de equilíbrio após administração de doses de 1000mg a
cada 6 horas, variam de 7,9 a 27,0mcg/mL.
Efeito dos alimentos: embora as concentrações de pico sejam atrasadas quando o paracetamol é
administrado com alimentos, a extensão da absorção não é afetada. O paracetamol pode ser administrado
independentemente das refeições.
Distribuição: o paracetamol parece ser amplamente distribuído aos tecidos orgânicos, exceto ao tecido
gorduroso. Seu volume de distribuição aparente é de 0,7 a 1 litro/kg em crianças e adultos. Uma
proporção relativamente pequena (10% a 25%) do paracetamol se liga às proteínas plasmáticas.
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Metabolismo: o paracetamol é metabolizado principalmente no fígado e envolve três principais vias:
conjugação com glucoronídeo, conjugação com sulfato e oxidação através da via enzimática do sistema
citocromo P450. A via oxidativa forma um intermediário reativo que é detoxificado por conjugação com
glutationa para formar cisteína inerte e metabólitos mercaptopúricos. A principal isoenzima do sistema
citocromo P450 envolvida in vivo parece ser a CYP2E1, embora a CYP1A2 e CYP3A4 tenham sido
consideradas vias menos importantes com base nos dados microssomais in vitro. Subsequentemente
verificou-se que tanto a via CYP1A2 quanto a CYP3A4 apresentam contribuição desprezível in vivo. Em
adultos, a maior parte do paracetamol é conjugada com ácido glucorônico e em menor extensão com
sulfato. Os metabólitos derivados do glucoronídeo, sulfato e glutationa são desprovidos de atividade
biológica. Em recém-nascidos prematuros e a termo, e, em crianças de baixa idade, predomina o
conjugado sulfato. Em adultos com disfunção hepática de diferentes graus de intensidade e etiologia,
vários estudos sobre metabolismo demonstraram que a biotransformação do paracetamol é semelhante
àquela de adultos sadios, mas um pouco mais lenta. A administração diária consecutiva de doses de 4g
por dia induz glucoronidação (uma via não tóxica) em adultos sadios e com disfunção hepática,
resultando essencialmente em depuração total aumentada do paracetamol no decorrer do tempo e acúmulo
plasmático limitado.
Eliminação: em adultos a meia vida de eliminação do paracetamol é cerca de 2 a 3 horas e em crianças é
cerca de 1,5 a 3 horas. Ela é aproximadamente uma hora mais longa em recém-nascidos e em pacientes
cirróticos. O paracetamol é eliminado do organismo sob a forma de conjugado glucoronídeo (45% a 60%)
e conjugado sulfato (25% a 35%), tióis (5% a 10%), como metabólitos de cisteína e mercaptopurato e
catecóis (3% a 6%), que são excretados na urina. A depuração renal do paracetamol inalterado é cerca de
3,5% da dose.
O paracetamol não deve ser administrado a pacientes com hipersensibilidade ao paracetamol ou a
qualquer outro componente de sua fórmula.
A dose recomendada de paracetamol não deve ser ultrapassada.
Uso com álcool: Usuários crônicos de bebidas alcoólicas podem apresentar um risco aumentado de
doenças hepáticas caso seja ingerida uma dose maior que a dose recomendada (superdose) de paracetamol
embora relatos deste evento sejam raros. Os relatos geralmente envolvem casos de alcoolistas crônicos
graves e as doses de paracetamol mais frequentemente foram maiores do que as doses recomendadas,
envolvendo superdose substancial. Os profissionais de saúde devem alertar todos os seus pacientes,
inclusive aqueles que regularmente consomem grandes quantidades de álcool a não excederem as doses
recomendadas de paracetamol. O álcool (etanol) tanto induz quanto inibe competitivamente a CYP2E1,
resultando em indução e inibição simultânea quando o álcool está presente. Atividade catalítica mais
elevada apenas é observada uma vez que o etanol é eliminado do organismo, de modo que a ativação do
paracetamol em seu intermediário tóxico geralmente é limitada pelo álcool. A partir de estudos duplo-
cegos, randomizados, controlados com placebo, nos quais consumidores assíduos de bebidas alcoólicas,
que descontinuaram o consumo no início do estudo e que foram tratados com a dose diária máxima
recomendada de paracetamol (4000mg por dia) durante 2 a 5 dias, foi demonstrado que não houve
evidência de efeitos hepáticos. Um estudo recente, duplo-cego, randomizado, controlado com placebo em
consumidores assíduos de bebidas alcoólicas que ingeriam entre uma e três bebidas alcoólicas por dia,
demonstrou que a administração de paracetamol na dose de 4000mg por dia durante 10 dias não resultou
em hepatotoxicidade, em disfunção hepática, nem em insuficiência hepática.
NÃO administrar este medicamento diretamente na boca do paciente.
Gravidez e Lactação
Em casos de uso por mulheres grávidas ou amamentando, a administração deve ser feita por períodos
curtos.
O paracetamol pertence à Categoria B de Risco de fármacos destinados às mulheres grávidas, uma vez
que os estudos em animais demonstraram ou não risco fetal, porém não há estudos controlados em
mulheres grávidas.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do
cirurgião-dentista.
Não foram realizados estudos clínicos bem controlados em mulheres durante a gestação ou lactação. Os
resultados de estudos epidemiológicos são compatíveis com os dados de segurança de pós-
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comercialização da empresa e indicam que o paracetamol, quando administrado conforme recomendações
de prescrição, não afeta adversamente a gestante ou o feto. A análise de amostras de urina de recém-
nascidos demonstrou a passagem do paracetamol não conjugado através da placenta. Quando
administrado à mãe em doses terapêuticas, o paracetamol atravessa a placenta passando para a circulação
fetal em 30 minutos após a ingestão. No feto, o paracetamol é efetivamente metabolizado por conjugação
com sulfato.
A ingestão materna de paracetamol nas doses analgésicas recomendadas não representa risco para o
lactente. O paracetamol é excretado no leite materno em baixas concentrações (0,1% a 1,85% da dose
materna ingerida). A Academia Americana de Pediatria classifica o paracetamol como compatível com o
aleitamento.
Uso em pacientes com hepatopatias: O paracetamol pode ser empregado em pacientes com doenças
hepáticas.
Estudos prospectivos de segurança em adultos com hepatopatias demonstraram que doses terapêuticas
múltiplas de paracetamol durante vários dias são bem toleradas. A administração repetida de paracetamol
na dose de 4g por dia foi estudada durante quatro, cinco e 13 dias em adultos com hepatopatias crônicas.
Doses repetidas de 4g durante cinco dias também foram avaliadas em estudo controlado com placebo em
indivíduos que faziam uso crônico abusivo de álcool e que apresentavam reação positiva de anticorpos
para o vírus da hepatite C. Além disso, dois estudos clínicos avaliaram a dose de 3g por dia, durante 5
dias, em adultos portadores de cirrose, e, durante 7 dias, em adultos com infecção crônica por vírus da
hepatite C. As doses cumulativas variaram entre os estudos, de 15g a 56g de paracetamol. Não houve
aumentos nos valores dos testes de função hepática, incluindo a alanina transaminase (ALT), o
coeficiente internacional normalizado (INR), e bilirrubinas, não houve alteração na carga viral em adultos
com hepatite e não foram detectados eventos adversos clinicamente relacionados ao fígado. Após
administração de dose única oral de paracetamol (10mg/kg) em pacientes pediátricos com hepatopatias
leves, moderadas ou graves, o perfil farmacocinético não foi significativamente diferente daquele de
crianças sadias. Outro estudo comparou a eliminação do paracetamol após a administração de 30mg/kg
por via oral em crianças com cirrose, com a eliminação do paracetamol em crianças sadias. Os
pesquisadores concluíram que a glucoronidação e outras vias de conjugação, provavelmente, não são
alteradas em crianças com cirrose. Um estudo de controle pareado do paracetamol em pacientes com
cirrose hepatocelular secundária à hepatite C e/ou abuso de álcool, demonstrou que a biotransformação do
paracetamol pelo fígado lesado não é diferente daquela do fígado normal, mas apenas mais lenta. A
quantidade de metabólitos tióis derivados da glutationa é semelhante em adultos com e sem hepatopatia,
após administração de dose única ou múltipla (4g por dia). A administração diária consecutiva,
essencialmente induz glucoronidação (uma via não tóxica), resultando em depuração total aumentada de
paracetamol no decorrer do tempo e em acúmulo plasmático limitado.
Uso em pacientes com nefropatias: Não há evidências de que pacientes com nefropatias apresentam
metabolismo hepático alterado. Embora haja aumento das concentrações plasmáticas de metabólitos
excretados pelos rins devido à depuração renal mais baixa, todos esses metabólitos são inativos e não
tóxicos. Portanto esses aumentos não são clinicamente relevantes. O intermediário tóxico, a imina N-
acetil-p-benzo-quinona, formado pela oxidação hepática, não pode sair do fígado, pois ele é
imediatamente desintoxicado com glutationa ou se liga às proteínas locais. Dados prospectivos, bem
controlados, indicam que o paracetamol pode ser utilizado em pacientes com insuficiência renal
moderada a grave sem ajuste de doses. Os dados clínicos também sugerem que o paracetamol pode ser
utilizado em pacientes com nefropatias crônicas sem ajuste de doses.
Uso em idosos: Até o momento não são conhecidas restrições específicas ao uso de paracetamol por
pacientes idosos. Não existe necessidade de ajuste da dose neste grupo etário.
A interferência do paracetamol na metabolização de outros medicamentos e a influência destes
medicamentos na ação e na toxicidade do paracetamol, em geral, não é relevante.
7. CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO
Conservar em temperatura ambiente (entre 15 e 30°C). Proteger da luz.
O paracetamol é uma solução límpida e de cor amarelada.
Número de lote, data de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Antes de usar, observar o aspecto do medicamento.
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Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Uso oral. O paracetamol pode ser administrado independentemente das refeições.
1. Retire a tampa do frasco.
2. Incline o frasco a 90° (posição vertical), conforme a ilustração abaixo.
3. Goteje a quantidade recomendada e feche o frasco após o uso.
NÃO administrar este medicamento diretamente na boca do paciente.
A dose diária total de paracetamol não deve exceder tanto a dose de 75mg/kg quanto 4000mg em um
período de 24 horas.
Criança abaixo de 12 anos: 1 gota/kg até a dosagem máxima de 35 gotas. Para crianças abaixo de 11kg
ou 2 anos, você deve consultar seu médico antes de usar.
A dose recomendada de paracetamol varia de 10 a 15mg/kg/dose, com intervalos de 4 a 6 horas entre
cada administração. Não exceda 5 administrações (aproximadamente 50-75mg/kg), em um período de 24
horas. Para crianças abaixo de 11kg ou 2 anos, consultar o médico antes do uso.
Adultos e crianças acima de 12 anos: 35 a 55 gotas, 3 a 5 vezes ao dia.
A dose diária máxima de paracetamol é de 4000 mg (275 gotas) administrados em doses fracionadas, não
excedendo a dose de 1000 mg/dose (55 gotas) com intervalos de 4 a 6 horas, no período de 24 horas.
Duração do tratamento: depende da remissão dos sintomas.
Podem ocorrer algumas reações adversas inesperadas. Caso ocorra uma rara reação de sensibilidade, o
medicamento deve ser descontinuado.
As reações adversas identificadas após o início da comercialização de paracetamol, com doses
terapêuticas de paracetamol são:
Reações muito raras (ocorre em menos de 0,01% dos pacientes que utilizam este medicamento): urticária,
coceira e vermelhidão no corpo, reações alérgicas a este medicamento e aumento das transaminases.
Em casos de eventos adversos, notifique ao sistema de Notificação em Vigilância Sanitária
NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm ou para a Vigilância
Sanitária Estadual ou Municipal.