Bula do Paracetamol produzido pelo laboratorio Geolab Indústria Farmacêutica S/a
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
V.03_02/2015
PARACETAMOL
Geolab Indústria Farmacêutica S/A
Solução gotas
200mg/mL
MODELO DE BULA PARA O PROFISSIONAL DA SAÚDE
Esta bula é continuamente atualizada. Favor proceder a sua leitura antes de utilizar o medicamento.
paracetamol
Medicamento genérico, Lei n° 9.787 de 1999
FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO:
Solução gotas de 200mg/mL: Embalagem contendo 1 frasco gotejador com 15mL.
USO ORAL
USO ADULTO E PEDIÁTRICO
COMPOSIÇÃO
Cada mL (14 a 16 gotas) da solução contém:
paracetamol..................................................................................................................................................................200mg
Excipientes: sacarina sódica, ciclamato de sódio, metabissulfito de sódio, benzoato de sódio, ácido cítrico, macrogol,
glicerol, corante amarelo crepúsculo FD&C n° 06, povidona, essência de laranja e água purificada.
Este medicamento é indicado, em adultos, para a redução da febre e o alívio temporário de dores leves a moderadas, tais
como: dores associadas a resfriados comuns, dor de cabeça, dor no corpo, dor de dente, dor nas costas, dores
musculares, dores leves associadas a artrites e dismenorreia.
Em bebês e crianças é indicado para a redução da febre e para o alívio temporário de dores leves a moderadas, tais
como: dores associadas a gripes e resfriados comuns, dor de cabeça, dor de dente, dor de garganta.
Um estudo duplo-cego, randomizado, controlado com placebo avaliou a eficácia do efeito analgésico do paracetamol
(1000mg) e um comparativo em 162 pacientes sofrendo de dor moderada a muito intensa, devido a uma cirurgia
dentária. A intensidade e o alívio da dor foram avaliados em 30 minutos, uma hora e a cada hora subsequente durante 6
horas após a administração dos fármacos. O paracetamol foi significativamente melhor que o comparativo na diferença
máxima de intensidade da dor (p < 0,05), no máximo alívio da dor obtida (p < 0,03) e de acordo com uma avaliação
global (p < 0,02).¹
Em um estudo duplo-cego, multicêntrico, randomizado, foi avaliada a atividade antipirética do paracetamol e um
comparativo. 116 crianças de ambos os sexos, com idade de 4,1 ± 2,6 anos, com febre relacionada a uma doença
infecciosa e com temperatura média de 39°C ± 0,5°C, foram tratadas com dose única de 9,8 ± 1,9mg/kg de paracetamol
ou do comparativo. A temperatura retal foi monitorada durante 6 horas. As análises estatísticas dos resultados
confirmaram que ambas as drogas foram equivalentes nos seguintes critérios: (1) tempo decorrido entre a administração
e a menor temperatura obtida: 3,65 ± 1,47 horas para o paracetamol e 3,61 ± 1,34 horas para o comparativo (IC 95% na
diferença: -0,48; +0,56); (2) grau de diminuição da temperatura: 1,50°C ± 0,61°C para o paracetamol e 1,65°C ± 0,80°C
para o comparativo (IC 95% na diferença: -0,41; +0,11); (3) taxa da diminuição da temperatura: 0,51°C ± 0,38°C/h para
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o paracetamol e 0,52 ± 0,32°C/h para o comparativo (IC 95% na diferença: -0,45; +0,55); (4) permanência da
temperatura abaixo de 38,5°C: 3,84 ± 1,22 horas para o paracetamol e 3,79 ± 1,33 horas para o comparativo (IC 95% na
diferença: -0,14; + 0,12).²
ReferênciasBibliográficas
1. Mehlisch D.R., Frakes L.A. A Controlled Comparative Evaluation of Acetaminophen and Aspirin in the Treatment of
Postoperative Pain.Clin.Ther. 1984; 7 (1): 89-97.
2. Vauzelle-Kervroedan F., et al. Equivalent Antipyretic Activity of Ibuprofen and Paracetamol in Febrile Children. J.
Pediatri. 1997; 131 (5): 683 - 687.
Propriedades Farmacodinâmicas
O paracetamol é um analgésico e antitérmico clinicamente comprovado, que promove analgesia pela elevação do limiar
da dor e antipirese através de ação no centro hipotalâmico que regula a temperatura. Seu efeito tem início 15 a 30
minutos após a administração oral e permanece por um período de 4 a 6 horas. O paracetamol é um analgésico de ação
central, não pertencente aos grupos dos opiáceos e salicilatos.
Propriedades Farmacocinéticas
Absorção: o paracetamol de liberação imediata é rápido e quase completamente absorvido no trato gastrintestinal,
principalmente no intestino delgado. A absorção ocorre por transporte passivo. A biodisponibilidade relativa varia de 85%
a 98%. Em indivíduos adultos as concentrações plasmáticas máximas ocorrem dentro de uma hora após a ingestão e
variam de 7,7 a 17,6mcg/mL para uma dose única de 1000mg. As concentrações plasmáticas máximas no estado de
equilíbrio após administração de doses de 1000mg a cada 6 horas, variam de 7,9 a 27,0mcg/mL.
Efeito dos alimentos: embora as concentrações de pico sejam atrasadas quando o paracetamol é administrado com
alimentos, a extensão da absorção não é afetada. O paracetamol pode ser administrado independentemente das refeições.
Distribuição: o paracetamol parece ser amplamente distribuído aos tecidos orgânicos, exceto ao tecido gorduroso. Seu
volume de distribuição aparente é de 0,7 a 1 litro/kg em crianças e adultos. Uma proporção relativamente pequena (10%
a 25%) do paracetamol se liga às proteínas plasmáticas.
Metabolismo: o paracetamol é metabolizado principalmente no fígado e envolve três principais vias: conjugação com
glucoronídeo, conjugação com sulfato e oxidação através da via enzimática do sistema citocromo P450. A via oxidativa
forma um intermediário reativo que é detoxificado por conjugação com glutationa para formar cisteína inerte e
metabólitos mercaptopúricos. A principal isoenzima do sistema citocromo P450 envolvida in vivo parece ser a CYP2E1,
embora a CYP1A2 e CYP3A4 tenham sido consideradas vias menos importantes com base nos dados microssomais in
vitro. Subsequentemente verificou-se que tanto a via CYP1A2 quanto a CYP3A4 apresentam contribuição desprezível
in vivo. Em adultos, a maior parte do paracetamol é conjugada com ácido glucorônico e em menor extensão com sulfato.
Os metabólitos derivados do glucoronídeo, sulfato e glutationa são desprovidos de atividade biológica. Em recém-
nascidos prematuros e a termo, e, em crianças de baixa idade, predomina o conjugado sulfato. Em adultos com
disfunção hepática de diferentes graus de intensidade e etiologia, vários estudos sobre metabolismo demonstraram que a
biotransformação do paracetamol é semelhante àquela de adultos sadios, mas um pouco mais lenta. A administração
diária consecutiva de doses de 4g por dia induz glucoronidação (uma via não tóxica) em adultos sadios e com disfunção
hepática, resultando essencialmente em depuração total aumentada do paracetamol no decorrer do tempo e acúmulo
plasmático limitado.
Eliminação: em adultos a meia vida de eliminação do paracetamol é cerca de 2 a 3 horas e em crianças é cerca de 1,5 a
3 horas. Ela é aproximadamente uma hora mais longa em recém-nascidos e em pacientes cirróticos. O paracetamol é
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eliminado do organismo sob a forma de conjugado glucoronídeo (45% a 60%) e conjugado sulfato (25% a 35%), tióis
(5% a 10%), como metabólitos de cisteína e mercaptopurato e catecóis (3% a 6%), que são excretados na urina. A
depuração renal do paracetamol inalterado é cerca de 3,5% da dose.
O paracetamol não deve ser administrado a pacientes com hipersensibilidade ao paracetamol ou a qualquer outro
componente de sua fórmula.
A dose recomendada de paracetamol não deve ser ultrapassada.
Muito raramente, foram relatadas sérias reações cutâneas, tais como pustulose generalizada exantemática aguda,
síndrome de Stevens Johnson e necrólise epidérmica tóxica em pacientes que receberam tratamento com paracetamol.
Os pacientes devem ser informados sobre os sinais de reações cutâneas sérias e o uso do medicamento deve ser
descontinuado no primeiro aparecimento de erupção cutânea ou qualquer outro sinal de hipersensitividade.
NÃO administrar este medicamento diretamente na boca do paciente.
Uso com álcool: Usuários crônicos de bebidas alcoólicas podem apresentar um risco aumentado de doenças hepáticas
caso seja ingerida uma dose maior que a dose recomendada (superdose) de paracetamol embora relatos deste evento
sejam raros. Os relatos geralmente envolvem casos de alcoolistas crônicos graves e as doses de paracetamol mais
frequentemente foram maiores do que as doses recomendadas, envolvendo superdose substancial. Os profissionais de
saúde devem alertar todos os seus pacientes, inclusive aqueles que regularmente consomem grandes quantidades de
álcool a não excederem as doses recomendadas de paracetamol. O álcool (etanol) tanto induz quanto inibe
competitivamente a CYP2E1, resultando em indução e inibição simultânea quando o álcool está presente. Atividade
catalítica mais elevada apenas é observada uma vez que o etanol é eliminado do organismo, de modo que a ativação do
paracetamol em seu intermediário tóxico geralmente é limitada pelo álcool. A partir de estudos duplo-cegos,
randomizados, controlados com placebo, nos quais consumidores assíduos de bebidas alcoólicas, que descontinuaram o
consumo no início do estudo e que foram tratados com a dose diária máxima recomendada de paracetamol (4000mg por
dia) durante 2 a 5 dias, foi demonstrado que não houve evidência de efeitos hepáticos. Um estudo recente, duplo-cego,
randomizado, controlado com placebo em consumidores assíduos de bebidas alcoólicas que ingeriam entre uma e três
bebidas alcoólicas por dia, demonstrou que a administração de paracetamol na dose de 4000mg por dia durante 10 dias
não resultou em hepatotoxicidade, em disfunção hepática, nem em insuficiência hepática.
Gravidez e Lactação
Em casos de uso por mulheres grávidas ou amamentando, a administração deve ser feita por períodos curtos.
O paracetamol pertence à Categoria B de Risco de fármacos destinados às mulheres grávidas, uma vez que os estudos
em animais demonstraram ou não risco fetal, porém não há estudos controlados em mulheres grávidas.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Não foram realizados estudos clínicos bem controlados em mulheres durante a gestação ou lactação. Os resultados de
estudos epidemiológicos são compatíveis com os dados de segurança de pós-comercialização da empresa e indicam que
o paracetamol, quando administrado conforme recomendações de prescrição, não afeta adversamente a gestante ou o
feto. A análise de amostras de urina de recém-nascidos demonstrou a passagem do paracetamol não conjugado através
da placenta. Quando administrado à mãe em doses terapêuticas, o paracetamol atravessa a placenta passando para a
circulação fetal em 30 minutos após a ingestão. No feto, o paracetamol é efetivamente metabolizado por conjugação
com sulfato.
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A ingestão materna de paracetamol nas doses analgésicas recomendadas não representa risco para o lactente. O
paracetamol é excretado no leite materno em baixas concentrações (0,1% a 1,85% da dose materna ingerida). A
Academia Americana de Pediatria classifica o paracetamol como compatível com o aleitamento.
Uso em pacientes com hepatopatias: O paracetamol pode ser empregado em pacientes com doenças hepáticas.
Estudos prospectivos de segurança em adultos com hepatopatias demonstraram que doses terapêuticas múltiplas de
paracetamol durante vários dias são bem toleradas. A administração repetida de paracetamol na dose de 4g por dia foi
estudada durante quatro, cinco e 13 dias em adultos com hepatopatias crônicas. Doses repetidas de 4g durante cinco
dias também foram avaliadas em estudo controlado com placebo em indivíduos que faziam uso crônico abusivo de
álcool e que apresentavam reação positiva de anticorpos para o vírus da hepatite C. Além disso, dois estudos clínicos
avaliaram a dose de 3g por dia, durante 5 dias, em adultos portadores de cirrose, e, durante 7 dias, em adultos com
infecção crônica por vírus da hepatite C. As doses cumulativas variaram entre os estudos, de 15g a 56g de paracetamol.
Não houve aumentos nos valores dos testes de função hepática, incluindo a alanina transaminase (ALT), o coeficiente
internacional normalizado (INR), e bilirrubinas, não houve alteração na carga viral em adultos com hepatite e não foram
detectados eventos adversos clinicamente relacionados ao fígado. Após administração de dose única oral de
paracetamol (10mg/kg) em pacientes pediátricos com hepatopatias leves, moderadas ou graves, o perfil farmacocinético
não foi significativamente diferente daquele de crianças sadias. Outro estudo comparou a eliminação do paracetamol
após a administração de 30mg/kg por via oral em crianças com cirrose, com a eliminação do paracetamol em crianças
sadias. Os pesquisadores concluíram que a glucoronidação e outras vias de conjugação, provavelmente, não são
alteradas em crianças com cirrose. Um estudo de controle pareado do paracetamol em pacientes com cirrose
hepatocelular secundária à hepatite C e/ou abuso de álcool, demonstrou que a biotransformação do paracetamol pelo
fígado lesado não é diferente daquela do fígado normal, mas apenas mais lenta. A quantidade de metabólitos tióis
derivados da glutationa é semelhante em adultos com e sem hepatopatia, após administração de dose única ou múltipla
(4g por dia). A administração diária consecutiva, essencialmente induz glucoronidação (uma via não tóxica), resultando
em depuração total aumentada de paracetamol no decorrer do tempo e em acúmulo plasmático limitado.
Uso em pacientes com nefropatias: Não há evidências de que pacientes com nefropatias apresentam metabolismo
hepático alterado. Embora haja aumento das concentrações plasmáticas de metabólitos excretados pelos rins devido à
depuração renal mais baixa, todos esses metabólitos são inativos e não tóxicos. Portanto esses aumentos não são
clinicamente relevantes. O intermediário tóxico, a imina N-acetil-p-benzo-quinona, formado pela oxidação hepática,
não pode sair do fígado, pois ele é imediatamente desintoxicado com glutationa ou se liga às proteínas locais. Dados
prospectivos, bem controlados, indicam que o paracetamol pode ser utilizado em pacientes com insuficiência renal
moderada a grave sem ajuste de doses. Os dados clínicos também sugerem que o paracetamol pode ser utilizado em
pacientes com nefropatias crônicas sem ajuste de doses.
Uso em idosos: Até o momento não são conhecidas restrições específicas ao uso de paracetamol por pacientes idosos.
Não existe necessidade de ajuste da dose neste grupo etário.
A interferência do paracetamol na metabolização de outros medicamentos e a influência destes medicamentos na ação e
na toxicidade do paracetamol, em geral, não é relevante.
O paracetamol deve ser mantido em temperatura ambiente (15ºC a 30°C), protegido da luz e umidade.
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Válido por 24 meses a partir da data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características físicas e organolépticas:
O paracetamol apresenta-se como uma solução límpida de coloração alaranjada e odor de laranja.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.
Uso oral. O paracetamol pode ser administrado independentemente das refeições.
1. Retirar a tampa do frasco.
2. Inclinar o frasco a 90° (posição vertical), conforme a ilustração abaixo.
3. Gotejar a quantidade recomendada e fechar o frasco após o uso.
NÃO administrar este medicamento diretamente na boca do paciente.
Criança abaixo de 12 anos: 1 gota/kg até a dosagem máxima de 35 gotas. Para crianças abaixo de 11kg ou 2 anos,
você deve consultar seu médico antes de usar.
A dose recomendada de paracetamol varia de 10 a 15mg/kg/dose, com intervalos de 4 a 6 horas entre cada
administração. Não exceda 5 administrações (aproximadamente 50-75mg/kg), em um período de 24 horas. Para
crianças abaixo de 11kg ou 2 anos, consultar o médico antes do uso.
Adultos e crianças acima de 12 anos: 35 a 55 gotas, 3 a 5 vezes ao dia.
A dose diária máxima de paracetamol é de 4000mg (275 gotas) administrados em doses fracionadas, não excedendo a
dose de 1000mg/dose (55 gotas) com intervalos de 4 a 6 horas, no período de 24 horas.
Duração do tratamento: depende da remissão dos sintomas.
Podem ocorrer algumas reações adversas inesperadas. Caso ocorra uma rara reação de sensibilidade, o medicamento
deve ser descontinuado.
As reações adversas identificadas após o início da comercialização, com doses terapêuticas de paracetamol são:
Reações muito raras (ocorre em menos de 0,01% dos pacientes que utilizam este medicamento): urticária, coceira e
vermelhidão no corpo, reações alérgicas a este medicamento e aumento das transaminases.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA,
disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou
Municipal.