Bula do Parki produzido pelo laboratorio Germed Farmaceutica Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
PARKI
(dicloridrato de pramipexol)
GERMED FARMACÊUTICA LTDA
Comprimido
0,125 mg, 0,25 mg e 1,0 mg
I) IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
dicloridrato de pramipexol
APRESENTAÇÕES
Comprimidos de 0,125 mg, 0,25 mg ou 1,0 mg em embalagens com 30, 60 comprimidos e 100, 200 (embalagem hospitalar)
comprimidos.
USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
Cada comprimido contém: 0,125 mg, 0,25 mg ou 1,0 mg de dicloridrato de pramipexol.
Excipientes: manitol, croscarmelose sódica, dióxido de silício, povidona, ácido esteárico e água purificada.
II) INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
O PARKI é indicado para o tratamento dos sinais e sintomas da doença de Parkinson idiopática, podendo ser usado como
monoterapia ou associado à levodopa. Também é indicado para o tratamento sintomático da Síndrome das Pernas Inquietas (SPI)
idiopática.
Estudo multicêntrico (18 centros), randomizado, duplo-cego e de grupos paralelos conduzido pelo Parkinson Study Group (1997)
para avaliar a eficácia e a tolerabilidade do pramipexol em pacientes com DP leve a moderada, avaliou um total de 335 pacientes
cujo ingresso foi restrito a pacientes com DP idiopática que não estavam recebendo levodopa.
O pramipexol foi administrado de acordo com um esquema ascendente de dose até 4,5 mg/dia. Durante a fase de titulação de dose
de 7 semanas, cada paciente foi titulado para sua máxima dose tolerada da medicação do estudo. Isto foi seguido por um período de
24 semanas de terapia de manutenção. Durante a fase de manutenção de 6 meses, os mesmos permaneceram na dose máxima de
pramipexol ou placebo alcançada durante a fase de titulação ascendente. A dose diária média durante o período de manutenção foi
de 3,8 mg. Os pacientes foram avaliados semanalmente durante o intervalo de dose ascendente, a cada duas semanas durante os
primeiros 3 meses de manutenção, e mensalmente durante os 3 últimos meses de manutenção. O parkinsonismo foi medido usando-
se a UPDRS (Escala de Classificação Unificada da Doença de Parkinson). As variáveis primárias do estudo foram as alterações nos
escores UPDRS parte II (Atividades da Vida Diária - ADL) e III (motor) entre o basal e o final do período de manutenção. As
variáveis secundárias incluíram alterações a partir do basal nos componentes individuais da UPDRS, estadiamento de Hoenh e Yahr
e número de dias até a falha do tratamento (definida como benefício insatisfatório ou progressão da doença a ponto de requerer
terapia adicional, como a levodopa). Um total de 164 pacientes foi randomizado para o grupo com pramipexol e 171 para o grupo
com placebo. Ao todo, 80% dos pacientes que receberam placebo e 83% daqueles tratados com pramipexol completaram o estudo.
Destes últimos, 74% atingiram a dose-alvo de 4,5 mg/dia.
Eficácia e Segurança
Os escores UPDRS ADL e motor diminuíram significativamente em comparação com o basal no grupo do pramipexol (P < 0,0001):
ADL médio de 8,2 no basal versus 6,4 no final do período de manutenção (semana 24) motor médio de 18,8 no basal versus 14,1 no
final do período de manutenção. Para o placebo, os valores basais praticamente se mantiveram: ADL médio de 8,3 no basal versus
8,7 no final do período de manutenção Motor médio de 18,8 no basal versus 20,1 no final do período de manutenção. Por todo o
período de manutenção, a magnitude do benefício variou de 22 a 29% para os escores de ADL e 25% a 31% para os escores
motores. As diferenças emergiram na semana 3 (1,5 mg/dia) do intervalo de dose ascendente e persistiram por toda a fase de
manutenção. De todos os eventos adversos relatados, apenas náusea, insônia, constipação, sonolência e alucinações visuais
ocorreram, significativamente, com maior frequência nos pacientes tratados com pramipexol em comparação com aqueles que
receberam placebo. Alucinações ocorreram em aproximadamente 10% dos pacientes tratados com pramipexol, porém
frequentemente se resolveram com redução da dose do medicamento. A maior parte dos pacientes no grupo com pramipexol que
descontinuaram o estudo devido a eventos adversos (18 pacientes) teve múltiplas razões para a descontinuação, sendo as mais
comuns queixas gastrintestinais (10 pacientes), alucinações (7 pacientes) e sonolência ou fadiga (5 pacientes).
No geral, o pramipexol não foi associado com alterações significativas na pressão arterial, pulso, ECG ou quaisquer testes
hematológicos ou de bioquímica sérica. 1
Em outro ensaio clínico conduzido por Pinter e cols, (1999) de Fase II, prospectivo, duplo-cego, controlado com placebo,
randomizado e multicêntrico para comparar a eficácia e a tolerabilidade do pramipexol como medicamento adicional (add on). Para
isso, 78 pacientes de ambos os sexos com doença de Parkinson avançada e complicações do tratamento, tais como flutuações
motoras, foi incluído no estudo e alocado para tratamento, adicionado a uma medicação antiparkinsoniana estabilizada, com
pramipexol (n=34) versus placebo (n=44). Na randomização houve uma estratificação em quatro grupos de acordo com uma dose
diária de levodopa alta (> 600 mg) ou baixa (≤ 600 mg) e com ou sem outra medicação antiparkinsoniana. As doses diárias da
medicação do estudo foram ajustadas individualmente durante um intervalo de titulação de dose de 7 semanas, com as doses sendo
incrementadas semanalmente de 0,2 mg até 5,0 mg/dia, seguido por um período de manutenção de 4 semanas. O desfecho primário
foi a alteração no escore UPDRS total no final do intervalo de manutenção comparado com o basal. Os desfechos secundários foram
as alterações no final do intervalo de manutenção em comparação com o basal nos subescores UPDRS (partes) I (atividade mental,
comportamento e humor), II (atividades da vida diária [ADL]), III (exame motor) e IV (complicações da terapia), na escala Schwab
e England, na escala de discinesia na doença de Parkinson, no diário dos pacientes e na avaliação clínica global. A segurança e a
tolerabilidade foram avaliadas com base em exames neurológicos, medições de pressão arterial e frequência de pulso, ECG,
investigações laboratoriais de rotina e eventos adversos. Houve uma melhora significativa no grupo do pramipexol nos escores
UPDRS total e subescores partes II, III e IV. O escore UPDRS total diminuiu em 37,3% com o pramipexol em comparação com
12,2% com o placebo (P<0,001), representando uma redução de 20,1%. Para o escore UPDRS total, uma diferença significativa
entre o tratamento e o placebo foi alcançada já na semana 1 e manteve-se até o final do período de tratamento. Uma melhora no
estadiamento de Hoenh e Yahr foi observada em 6 pacientes (18%) no grupo do pramipexol comparado com 12 pacientes (27%) no
grupo do placebo. Uma deterioração foi registrada em 2 pacientes (6%) em tratamento com pramipexol e em 4 pacientes (9%) no
grupo do placebo. Nos demais pacientes, as avaliações no basal e no final da fase de manutenção foram similares. Com base nos
resultados obtidos na escala Schwab e England, foi evidente que o tratamento com pramipexol foi superior em comparação com o
placebo; melhora no período “on” em 52% dos pacientes versus 18%; no período “off” em 54% dos pacientes versus 27%. Nenhum
efeito significativo sobre discinesias foi observado em função da administração de pramipexol. Os pacientes que receberam
pramipexol relataram uma redução geral nos períodos “off” de 12% - resultando em mais 1,7 hora de tempo “on” por dia – em
comparação com um aumento em períodos “off” de 2% com o placebo. O pramipexol mostrou um baixo perfil de efeitos colaterais e
foi bem tolerado. Fadiga (29,4%), discinesia (14,7%), agitação e sonhos vívidos (ambos 11,8%) foram os eventos adversos mais
proeminentes com o tratamento com pramipexol (versus 4,5%, 4,5%, 6,8% e 0% com o placebo, respectivamente). 2
Doença de Parkinson
A eficácia de dicloridrato de pramipexol manteve-se por todo o período de duração dos estudos clínicos controlados, que foi de
aproximadamente 6 meses. Em estudos abertos, em andamento, iniciados há mais de 3 anos, não se verificaram sinais de diminuição
da eficácia.
Síndrome das Pernas Inquietas
A eficácia de dicloridrato de pramipexol foi avaliada em 4 estudos controlados com placebo em aproximadamente 1.000 pacientes
com Síndrome das Pernas Inquietas (SPI) de moderada à muito grave. A eficácia foi demonstrada em estudos controlados em
pacientes tratados por até 12 semanas e sustentou-se por um período de 9 meses. A eficácia de dicloridrato de pramipexol foi
mantida durante estudos abertos com duração superior a 1 ano. 3
Em um estudo clínico controlado por placebo de 26 semanas, a
eficácia do pramipexol foi confirmada em pacientes com SPI de moderada à severa.
1- Shannon KM, Bennett JP, Friedman JH. Efficacy of pramipexole, a novel dopamine agonist, as monotherapy in mild
to moderate Parkinson’s disease. Neurology 1997; 49 (3): 724-728.
2- Pinter MM, Pogarell O, Oertel WH. Efficacy, safety and tolerance of non-ergoline dopamine agonist pramipexole in
the treatment of advanced Parkinson’s disease: double blind, placebo controlled, randomized, multicentre study. J Neurol
Neurosurg Psychiatry 1999; 66 (4): 436-441.
3- Oertel W, Schindler T, Reess J, Koester J. A randomised, double-blind, placebo controlled dose titration trialwith
0.125 - 0.75 mg pramipexole (Sifrol) orally to investigate the safety and efficacy in out-patients with idiopathic Restless
Legs Syndrome for 6 weeks followed by 46 weeks. 17 June 2005
Farmacodinâmica
O pramipexol, um agonista da dopamina que se liga com alta seletividade e especificidade aos receptores da subfamília D2 da
dopamina, tem afinidade preferencial pelos receptores D3 e apresenta atividade intrínseca completa.
O dicloridrato de pramipexol alivia as disfunções motoras do parkinsoniano por meio de estimulação dos receptores de dopamina no
corpo estriado. Estudos em animais demonstraram que o pramipexol inibe a síntese, a liberação e o turnover da dopamina. O
pramipexol protege os neurônios dopaminérgicos da degeneração devida à isquemia ou à neurotoxicidade induzida por
metanfetamina.
O preciso mecanismo de ação de dicloridrato de pramipexol para o tratamento da Síndrome das Pernas Inquietas não é conhecido.
Embora a fisiopatologia da Síndrome das Pernas Inquietas seja em sua maior parte desconhecida, a evidência neurofarmacológica
sugere a participação primária do sistema dopaminérgico. Os estudos tomográficos de emissão de positron (PET) sugerem que uma
disfunção leve pré-sináptica estriatal deve estar envolvida na patogênese da Síndrome das Pernas Inquietas.
Estudos in vitro demonstraram que o pramipexol protege os neurônios da neurotoxicidade da levodopa.
Observou-se diminuição dose-dependente da concentração sérica de prolactina em humanos. Em um estudo clínico com controles
(voluntários sadios) onde a titulação da dose foi feita em tempo menor do que o preconizado normalmente, se empregando
comprimidos de liberação prolongada de dicloridrato de pramipexol (a cada 3 dias) até 4,5 mg/dia, observou-se aumentos na pressão
arterial e frequência cardíaca. Esse efeito, contudo, não foi observado em estudos com pacientes.
Farmacocinética
O pramipexol é absorvido rápida e completamente após administração oral. A biodisponibilidade absoluta do pramipexol é superior
a 90% e a concentração plasmática máxima ocorre entre 1 e 3 horas. A ingestão de alimentos reduz a taxa de absorção, mas não a
absorção em toda a sua extensão.
O pramipexol apresenta cinética linear e variação relativamente pequena entre os níveis plasmáticos individuais. Em humanos, o
pramipexol apresenta baixo índice de ligação às proteínas plasmáticas (<20%) e grande volume de distribuição (400 l). Observaram-
se altas concentrações em tecido cerebral de ratos (aproximadamente 8 vezes a concentração plasmática).
No homem, o pramipexol é pouco metabolizado. A excreção renal do pramipexol não metabolizado é a principal via de eliminação
(cerca de 80% da dose). Aproximadamente 90% da dose marcada com 14
C é excretada através dos rins, enquanto menos de 2% são
eliminados nas fezes.
A depuração total do pramipexol é de aproximadamente 500 ml/min e a depuração renal é de aproximadamente 400 ml/min. A meia
vida de eliminação (t1/2) varia de 8 horas nos jovens a 12 horas nos idosos.
Pacientes com hipersensibilidade ao pramipexol ou aos excipientes da fórmula.
Ao prescrever dicloridrato de pramipexol para pacientes com disfunção renal, sugere-se redução da dose de acordo com o item
Posologia.
Deve-se ter cautela nos casos de doença cardiovascular grave. Recomenda-se monitorar a pressão sanguínea, especialmente no
início do tratamento, devido ao risco geral de hipotensão postural associada ao tratamento dopaminérgico.
Os pacientes e seus médicos devem estar cientes e atentos à possibilidade de aparecimento de comportamentos anormais (refletindo
sintomas de transtornos do controle de impulsos e compulsões), como por exemplo compulsão alimentar, por compras,
hipersexualidade e jogo patológico ou compulsivo. Tais efeitos têm sido relatados em pacientes tratados com medicamentos com
ação dopaminérgica. Nestes casos, deve-se considerar a redução gradativa da dose ou mesmo a descontinuação.
Os pacientes devem ser monitorados regularmente para o controle do desenvolvimento de mania e delírio, Pacientes e
cuidadores devem ser alertados que mania e delírio podem ocorrer em pacientes tratados com pramipexol. A redução de
dose ou a descontinuação gradual devem ser consideradas se tais sintomas se desenvolverem.
Observaram-se alterações patológicas (degeneração e perda de células fotorreceptoras) na retina de ratos albinos num estudo de
carcinogenicidade de 2 anos. A avaliação das retinas de camundongos albinos, ratos não-albinos, macacos e cobaias não revelou
alterações similares. Ainda não se estabeleceu a relevância deste efeito potencial em humanos, porém não se pode negligenciá-lo,
porque pode envolver o bloqueio de um mecanismo que ocorre em todos os vertebrados (descamação do disco).
Estudos epidemiológicos demonstraram que pacientes com doença de Parkinson têm maior risco (aproximadamente 2 a 6 vezes
maior) de desenvolver melanoma do que a população em geral. No entanto, ainda não foi esclarecido se este aumento no risco é
devido à doença de Parkinson ou outros fatores, como os medicamentos utilizados no seu tratamento.
Por estas razões, aconselha-se que pacientes e médicos monitorem a ocorrência de melanoma ao utilizarem pramipexol ou outras
drogas dopaminérgicas.
Doença de Parkinson: relataram-se sintomas sugestivos de uma síndrome maligna dos neurolépticos após a interrupção abrupta do
tratamento dopaminérgico.
Aumento da SPI: os relatos na literatura indicam que o tratamento da SPI com medicação dopaminérgica pode resultar em aumento
da síndrome, que se refere ao início precoce dos sintomas à noite (ou mesmo à tarde), nos sintomas propriamente ditos, e da
propagação dos mesmos a outras extremidades. O aumento foi especificamente investigado em um ensaio clínico controlado de 26
semanas. A analise de Kaplan-Meier do tempo de aumento não demonstrou nenhuma diferença significativa entre o pramipexol (N
= 152) e placebo (N = 149).
Alucinações e confusão são reações adversas conhecidas do tratamento com agonistas da dopamina e com levodopa em pacientes
com a doença de Parkinson. As alucinações são mais frequentes nos pacientes com doença de Parkinson: em estágio avançado da
doença, que recebem tratamento de dicloridrato de pramipexol em associação com levodopa, do que nos pacientes com doença de
Parkinson que estiverem recebendo a droga isolada no estágio inicial da doença. No programa de desenvolvimento clínico da SPI,
foi relatado um caso de alucinação. Os pacientes devem ser advertidos de que alucinações (principalmente visuais) podem ocorrer, e
que este fato pode prejudicar a habilidade de dirigir.
Os pacientes devem ser advertidos sobre os potenciais efeitos sedativos associados ao dicloridrato de pramipexol, incluindo
sonolência e a possibilidade de manifestação súbita de sono (hipersonia não orgânica) durante a realização das atividades diárias.
Considerando que sonolência é um evento adverso frequente com consequências potencialmente sérias, os pacientes não devem
dirigir carros ou operar qualquer outra máquina complexa até que tenham experiência suficiente com dicloridrato de pramipexol
para estimar se ocorre prejuízo no desempenho mental e/ou motor. Os pacientes devem ser aconselhados a não dirigir ou participar
de atividades potencialmente perigosas se ocorrer aumento de sonolência ou de episódios de sono súbito durante as atividades
diárias (por exemplo, durante conversas, refeições, etc.), em qualquer momento do tratamento, e devem consultar o médico.
Estudos de toxicidade de doses repetidas demonstraram que o pramipexol exerce efeitos funcionais, principalmente envolvendo o
SNC e, em ratos, o sistema reprodutor das fêmeas, provavelmente devido à exacerbação dos seus efeitos farmacodinâmicos.
Investigaram-se os efeitos potenciais do pramipexol na função reprodutiva de ratos e coelhos. O pramipexol não foi teratogênico em
ratos e coelhos, mas em ratos, doses tóxicas à mãe foram embriotóxicas.
Devido ao efeito indutor de hipoprolactinemia e ao fato da prolactina exercer um papel importante na função reprodutiva de ratas, os
efeitos do pramipexol na gravidez e na fertilidade da fêmea não foram totalmente elucidados.
Um atraso no desenvolvimento sexual (ou seja, separação prepucial e abertura do canal vaginal) foi observado em ratos.
A relevância em humanos é desconhecida.
O pramipexol não foi genotóxico. Em estudo de carcinogenicidade, ratos machos desenvolveram hiperplasia das células de Leydig e
adenomas que podem ser explicados pela ação inibitória do pramipexol sobre a prolactina. Este fato não é clinicamente relevante em
humanos. O mesmo estudo também demonstrou que doses de 2 mg/kg ou mais (sob a forma salina) associam-se com degeneração
da retina de ratos albinos. O mesmo efeito não ocorreu em ratos não-albinos, nem em camundongos albinos de um estudo da
carcinogenicidade de 2 anos, nem em outras espécies estudadas.
Fertilidade, gravidez e lactação
Ainda não se investigaram os efeitos na gravidez e lactação em humanos. O dicloridrato de pramipexol somente deve ser usado
durante a gravidez se os benefícios potenciais justificarem os riscos potenciais ao feto.
A excreção do dicloridrato de pramipexol no leite de lactantes ainda não foi estudada. Em ratas, a concentração da droga foi maior
no leite materno do que no plasma. O tratamento com dicloridrato de pramipexol inibe a secreção da prolactina em humanos,
portanto espera-se que ocorra inibição da lactação. Consequentemente, dicloridrato de pramipexolnão deve ser utilizado durante a
amamentação.
Os efeitos na fertilidade humana ainda não foram estudados. Estudos em animais não indicaram efeitos prejudiciais diretos ou
indiretos na fertilidade masculina.
O dicloridrato de pramipexol está classificado na categoria de risco C na gravidez.
Verifica-se no homem que o pramipexol apresenta baixos índices de ligação a proteínas plasmáticas (<20%) e de biotransformação.
Portanto, é improvável que ocorram interações com outros medicamentos que afetem a ligação com proteínas plasmáticas ou sejam
eliminados por biotransformação.
Medicamentos que inibem a secreção ativa dos túbulos renais de drogas de pH básico (catiônicas), tais como cimetidina, ou drogas
que sejam eliminadas por meio da secreção ativa dos túbulos renais podem interagir com dicloridrato de pramipexol, resultando na
redução da depuração de um dos medicamentos ou de ambos. No caso de tratamento concomitante com essa classe de
medicamentos (inclusive amantadina), deve-se ter cautela com os sinais de hiperestimulação dopaminérgica, tais como
discinesia, agitação ou alucinações. Em tais casos, é necessária a redução da dose.
A selegilina e a levodopa não influenciam a farmacocinética do pramipexol. A extensão total da absorção ou eliminação da
levodopa não é alterada pelo pramipexol. Ainda não se avaliou a interação com anticolinérgicos e amantadina. Como os
anticolinérgicos são eliminados principalmente através do metabolismo hepático, as interações farmacocinéticas com pramipexol
são praticamente improváveis. É possível haver interação com amantadina por terem a mesma via de excreção renal.
Durante o aumento da dose de dicloridrato de pramipexol em pacientes com doença de Parkinson, recomenda-se diminuir a dose de
levodopa e manter a dose de outros medicamentos antiparkinsonianos.
Devido aos possíveis efeitos aditivos, recomenda-se cautela quando os pacientes estiverem tomando, juntamente com o dicloridrato
de pramipexol, qualquer outro medicamento sedativo ou álcool e medicamentos que aumentem os níveis plasmáticos de pramipexol
(por exemplo cimetidina).
Manter à temperatura ambiente (15 ºC a 30 ºC). Proteger da luz e manter em lugar seco.
O prazo de validade de PARKI é de 24 meses a partir da data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
O comprimido de PARKI 0,125mg e 1 mg: comprimido na cor branca, circular e monossectado.
O comprimido de PARKI 0,250mg: comprimido na cor branca, oblongo, biconvexo e monossectado.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Os comprimidos devem ser ingeridos por via oral com água, com ou sem alimentos.
Doença de Parkinson
A dose diária total deve ser dividida em três tomadas diárias.
• Tratamento inicial: a posologia deve ser aumentada gradualmente a partir de uma dose inicial de 0,375 mg/dia, subdividida em
três doses diárias, e deve ser aumentada a cada 5 a 7 dias. Desde que o paciente não apresente reações adversas, a dose deve ser
aumentada até que se atinja o máximo efeito terapêutico.
Esquema de dose ascendente de dicloridrato de pramipexol
Semana Dose Dose diária total
1 0,125 mg - 3 x ao dia 0,375 mg
2 0,25 mg - 3 x ao dia 0,75 mg
3 0,5 mg - 3 x ao dia 1,50 mg
Se houver necessidade de aumento da dose, acrescentar semanalmente 0,75 mg à dose diária até atingir a dose máxima de 4,5
mg/dia.
• Tratamento de manutenção: a dose individual deve situar-se entre 0,375 mg/dia e a dose máxima de 4,5 mg/dia.
Nos três estudos clínicos, tanto no estágio inicial como no estágio avançado da doença, observou-se durante o aumento da
dose que a eficácia terapêutica se iniciou a partir de doses diárias de 1,5 mg. Este fato não exclui que doses maiores que 1,5
mg/dia possam propiciar um benefício terapêutico adicional em alguns pacientes. Isto se aplica principalmente a pacientes no
estágio avançado da doença, nos quais se pretenda reduzir a dose da levodopa.
• Descontinuação do tratamento: deve-se diminuir a dose em 0,75 mg por dia até que a dose diária atinja 0,75 mg. Depois
disso, a dose deve ser reduzida em 0,375 mg por dia.
• Pacientes em tratamento com levodopa: recomenda-se redução da dose de levodopa tanto durante o aumento da dose de
dicloridrato de pramipexol como no tratamento de manutenção subsequente, a fim de evitar hiperestimulação dopaminérgica.
• Pacientes com disfunção renal: a eliminação do pramipexol depende da função renal. Recomenda-se a seguinte posologia
durante o tratamento inicial:
• Pacientes com depuração de creatinina acima de 50 ml/min: não há necessidade de redução da dose diária ou
frequência da dose
• Pacientes com depuração de creatinina entre 20 e 50 ml/min: a dose diária inicial de dicloridrato de
pramipexol deve ser administrada em 2 tomadas, iniciando-se com doses de 0,125 mg 2x ao dia (0,25
mg/dia). A dose máxima diária de 2,25 mg de dicloridrato de pramipexol não deve ser excedida
• Pacientes com depuração de creatinina menor que 20 ml/min: a dose diária de dicloridrato de pramipexol deve
ser administrada em dose única, iniciando-se com doses de 0,125 mg/dia. A dose máxima diária de 1,5 mg de
dicloridrato de pramipexol não deve ser excedida.
Se a função renal diminuir durante o tratamento de manutenção, reduzir a dose diária de dicloridrato de pramipexol na mesma
proporção da diminuição da depuração da creatinina; por exemplo, se ocorrer diminuição de 30% da depuração da creatinina,
reduzir 30% da dose diária de dicloridrato de pramipexol. A dose diária pode ser administrada em 2 tomadas diárias se a depuração
de creatinina estiver entre 20 e 50 ml/min e em dose única se a depuração de creatinina estiver menor que 20 ml/min.
• Pacientes com disfunção hepática: não se considera necessário reduzir a dose.
Síndrome das Pernas Inquietas
A dose inicial recomendada de dicloridrato de pramipexol é 0,125 mg uma vez ao dia, 2 a 3 horas antes de dormir. Para pacientes
com sintomatologia adicional a dose deve ser aumentada ou ajustada a cada 4-7 dias, no máximo de 0,75 mg por dia de acordo com
a tabela abaixo:
Esquema posológico ascendente de dicloridrato de pramipexol
Etapa de titulação Dose diária (única) da noite
1 0,125 mg
2 (se necessário) 0,25 mg
3 (se necessário) 0,50 mg
4 (se necessário) 0,75 mg
• Descontinuação do tratamento: O dicloridrato de pramipexol pode ser descontinuado sem redução gradativa da dose. Em um
estudo clínico controlado por placebo, de 26 semanas, o retorno dos sintomas da SPI (piora da gravidade dos sintomas
comparado ao normal) foi observado em 10% dos pacientes (14 em 135) após a interrupção abrupta do pramipexol. Este efeito
foi similar em todas as doses.
• Pacientes com disfunção renal: a eliminação de dicloridrato de pramipexol é dependente da função renal e está intimamente
relacionada à depuração de creatinina. Pacientes com depuração de creatinina acima de 20 ml/min não necessitam de redução
da dose diária, baseado em estudos farmacocinéticos em pacientes com disfunção renal. O uso de dicloridrato de pramipexol
em pacientes portadores de SPI com disfunção renal não foi estudado.
• Pacientes com disfunção hepática: não há necessidade de redução da dose, já que aproximadamente 90% da droga absorvida
é excretada através dos rins.
A segurança e eficácia de dicloridrato de pramipexol não foram estabelecidas em crianças e adolescentes até 18 anos.
Os seguintes eventos adversos foram listados durante o uso de dicloridrato de pramipexol:
Doença de Parkinson:
• Reações muito comuns (>1/10): tontura, discinesia, sonolência, náusea.
• Reações comuns (>1/100 e <1/10): comportamentos anormais (refletindo sintomas de transtornos do controle dos impulsos e
comportamento compulsivo), sonhos anormais, confusão, alucinações, insônia, cefaleia, distúrbios visuais incluindo diplopia,
visão embaçada e acuidade visual reduzida, hipotensão, constipação, vômito, fadiga, edema periférico, perda de peso com
perda de apetite.
• Reações incomuns (>1/1.000 e <1/100): pneumonia, compulsão por compras, amnésia, delírio, hipersexualidade, aumento ou
diminuição da libido, paranoia, jogo patológico, inquietação hipercinesia, início repentino do sono, síncope, dispneia, soluços,
prurido, erupção cutânea (rash), hipersensibilidade à droga, aumento de peso.
• Reações raras: (>1/10000 e =<1/1000): mania
• Reações com frequência desconhecida: secreção inadequada do hormônio antidiurético, compulsão alimentar, hiperfagia,
falência cardíaca.
Síndrome das Pernas Inquietas:
• Reação muito comum (>1/10): náusea.
• Reações comuns (>1/100 e <1/10): sonhos anormais, insônia, tontura, cefaleia, sonolência, constipação, vômito, fadiga.
• Reações incomuns (>1/1.000 e <1/100): confusão, alucinações, aumento ou diminuição da libido, inquietação, discinesia,
início repentino do sono, síncope, distúrbios visuais incluindo diplopia, visão embaçada e acuidade visual reduzida,
hipotensão, dispneia, soluços, prurido, erupção cutânea (rash), hipersensibilidade à droga, edema periférico, perda de peso
com perda de apetite, aumento de peso.
• Reações com frequência desconhecida: pneumonia, secreção inadequada do hormônio antidiurético, comportamentos anormais
(refletindo sintomas de transtornos do controle dos impulsos e comportamento compulsivo), compulsão alimentar, por
compras, delírio, hiperfagia, hipersexualidade, paranoia, jogo patológico, amnésia, hipercinesia, falência cardíaca.
A incidência de hipotensão em comparação com placebo em pacientes sob tratamento com dicloridrato de pramipexol não
aumentou. Contudo, em alguns pacientes, pode ocorrer hipotensão no início do tratamento, principalmente quando o aumento da
dose de dicloridrato de pramipexol é muito rápido. O dicloridrato de pramipexol pode estar associado com distúrbios da libido
(aumento ou diminuição).
Os pacientes tratados com dicloridrato de pramipexol relataram a ocorrência de sono súbito durante a realização das atividades
diárias, incluindo operação de veículos automotores, algumas vezes ocasionando acidentes. Principalmente em pacientes tomando
doses acima de 1,5 mg/dia de dicloridrato de pramipexol, há alguns relatos de episódios de sono sem sinais de alerta, como
sonolência, a qual de acordo com o conhecimento atual sobre a fisiologia do sono, sempre o precede. Não se evidenciou uma relação
com a duração do tratamento. Alguns pacientes estavam recebendo outros medicamentos com propriedades potencialmente
sedativas. Na maioria dos casos dos quais se obtiveram informações, os episódios não se repetiram após a redução da dose ou a
interrupção do tratamento.
Pacientes com doença de Parkinson tratados com drogas dopaminérgicas, incluindo dicloridrato de pramipexol, especialmente em
altas doses, têm relatado sinais de jogo patológico, libido aumentada e hipersexualidade, geralmente reversível com a redução da
dose ou descontinuação do tratamento.
Foram relatados casos de falência cardíaca em estudos clínicos e experiência pós-marketing com pacientes sob o uso de pramipexol.
Em um estudo farmacoepidemiológico o uso de pramipexol foi associado a um aumento do risco de falência cardíaca comparado ao
não uso de pramipexol. Uma relação causal entre pramipexol e falência cardíaca ainda não foi demonstrada.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária- NOTIVISA, disponível em
www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.