Bula do Pilulas de Lussen produzido pelo laboratorio Laboratórios Osório Moraes Ltda.
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
PÍLULAS DE-
LUSSEN
Laboratórios Osório de Moraes LTDA
COMPRIMIDO REVESTIDO
8,0 MG DE ALOÍNA
10,0 MG DE BELADONA
10,0 MG DE AZUL DE METILENO
20,0 MG DE CANA DO BREJO
30,0 MG DE TEOBROMINA
MODELO DE BULA PARA PROFISSIONAL DE SAÚDE
Bula de acordo com a Resolução-RDC nº 47/2009
I- IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
PÍLULAS DE-LUSSEN®
Atropa belladonna Linné, família Solanaceae (parte utilizada: folhas – nomenclatura
popular: Beladona), aloína, cloreto de metiltionínio (azul de metileno), Costus spicatus
(Jacq) S.w (parte utilizada: partes aéreas – nomenclatura popular: Cana-do-brejo),
teobromina.
APRESENTAÇÃO
Comprimido revestido
Cada comprimido revestido contém: aloína 8 mg, Atropa belladonna (Beladona) 10 mg,
cloreto de metiltionínio 10 mg, extrato seco de Costus spicatus (Cana-do-brejo) 20 mg,
teobromina 30 mg.
Blíster de Alumínio contendo 36 comprimidos revestidos - Cartucho com 01 blíster.
USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
Cada comprimido revestido de Pílulas De-Lussen® contém:
aloína.......................................................................................................................... 8 mg
Atropa belladonna (Beladona)................................................................................. 10 mg
cloreto de metiltionínio (azul de metileno).............................................................. 10 mg
Extrato seco de Costus spicatus (Cana-do-brejo)..................................................... 20 mg
teobromina.................................................................................................................30 mg
Excipiente................................q.s.p..............................................1 comprimido revestido
Excipientes: amido, lactose, talco, estearato de magnésio, breu K vivo, caulim, cera
amarela de abelha, cera de carnaúba, corante azul indigotina, goma arábica , goma laca,
óleo de rícino, álcool etílico, sacarose e metilparabeno.
II- INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Este medicamento é antisséptico das vias urinárias e agente auxiliar na prevenção dos
cálculos urinários por oxalatos.
BELADONA (Atropa belladonna)
As folhas de Atropa belladonna são utilizadas principalmente para preparações internas,
pela ação antiespasmódica, em cólicas do trato gastrintestinal (TGI) e nos canais biliares
(1,2,3)
e para diminuição das secreções. As preparações de raízes são mais indicadas para
uso externo. Suas folhas contém alcalóides, sendo o principal (-)-hiosciamina, uma
pequena quantidade de bases voláteis, como nicotina, piridina e N-metilpirrolina, bem
como glicosídeos flavônicos e as cumarinas escopolina e escopoletina. São encontrados
ainda higrina, higrolina, tropina, ésteres de tropanol e beladonina, entre outros. A droga
tem ação antiespasmódica sobre o TGI, vesícula biliar e bexiga, além de diminuir
secreções.(1)
A Beladona atua como agente antimuscarínico, o que explica seu uso como
antiespasmódico. A Beladona tem propriedade anticolinérgica e é usada para controlar o
excesso de atividade motora do tubo digestivo e espasmos do trato urinário. (4)
CLORETO DE METILTIONÍNIO (Azul de Metileno)
Azul de metileno como um inibidor da formação de pedra.
A cinética do crescimento e dissolução de oxalato de cálcio monoidratado foram
examinados na presença de pequenas concentrações de Azul de Metileno. Os dados
apresentados mostram um atraso moderado do crescimento e nas taxas de
dissolução. Também foi encontrado que o Azul de Metileno diminuiu a taxa de
descalcificação de oxalato de cálcio de cálculos renais.(5)
CANA-DO-BREJO (Costus spicatus)
A Cana-do-brejo (Costus spicatus) é uma planta herbácea rizomatosa, muito comum na
Amazônia. É uma planta nativa do Brasil, usada popularmente para o tratamento de
problemas renais e do trato urinário. (6)
Quimicamente, a Cana-do-brejo (Costus spicatus) é constituída principalmente por
inulina, de ácido oxálico, taninos, sistosterol, saponinas, sapogeninas, mucilagens e
pectinas. São atribuídas as preparações de Costus spicatus as propriedades: depurativa,
adstringente e diurética. Informações etnofarmacológicas registram o uso das raízes e
rizomas como diurético, enquanto a haste tem uso contra problemas da bexiga. (7)
ALOÍNA
A aloína tem atividade bactericida contra Staphylococcus aureus e Cândida albicans. (8)
TEOBROMINA
A teobromina (C7H8N4O2, 3,7-dimetilxantina ou 3,7-dihidro-3,7-dimetil-1H-purina-2,6-
diona) é um alcalóide da família das metilxantinas, da qual também fazem parte a
teofilina e a cafeína. No fígado humano, a teobromina é metabolizada em metilxantina
e subsequentemente em ácido metilúrico. A teobromina e a teofilina aumentam o débito
sanguíneo renal e a filtração glomerular, possuindo atividade diurética; o efeito é mais
duradouro para a teobromina. A teobromina induz um relaxamento não específico da
musculatura brônquica, das vias biliares e dos uretéres. (9, 10, 11, 12, 13)
A teobromina é dotada de atividade vasodilatadora apresentando também de forma mais
acentuada as ações comuns às outras xantinas. (9, 10, 11, 12, 13)
A teobromina tem as propriedades gerais das outras xantinas. É também um estimulante
menos potente do músculo liso e tem praticamente nenhum efeito estimulante no
sistema nervoso central.(14)
1- SIMÕES C.M.O., et al. Farmacognosia da Planta ao Medicamento. 1 a
ed. Porto
Alegre/Florianópolis: Ed. Universidade/UFRGS/Ed. da UFSC,1999, p. 669-671.
2- BLUMENTHAL, Mark (ed.). The ABC Clinical Guide to Herbs. American Botanical
Council: Austin, Texas, Estados Unidos, 2003, p. 73.
3- HEBER, D. PDR For Herbal Medicines. 4ª ed. Thomson, 2007, p.72-73
4- ROBBERS J. E., et al. Farmacognosia e Farmacobiotecnologia. São Paulo: Editorial
Premier. p. 169.
5- AHMED, K., TAWASHI, R. Methylene blue as an inhibitor of stone formation. Urol
Res. 1978;6(2):77-81. PMID: 351913 [PubMed - indexed for MEDLINE].
6- FONSECA-KRUEL V.S., PEIXOTO A. L. Etnobotânica na Reserva Extrativista
Marinha de Arraial do Cabo, RJ, Brasil. Acta Bot. Bras., Mar 2004, vol.18, no.1, p.177-
190.
7- LORENZI H., MATOS F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil nativas e exóticas. São
Paulo: Instituto Plantarum de estudo da Flora Ltda, 2002, p. 507.
8- LORENZETTI LJ, et al. Bacteriostatic property of aloe vera. J Pharm Sci.
1964,53:1287.
9- CUNHA A.P. et al. Plantas na Terapêutica Farmacologia e Ensaios clínicos. Lisboa:
Fundação Calouste Gulbenkian, 2007, p. 156, 310.
10- MATOS. F.J.A. et al. Constituintes químicos ativos e propriedades biológicas de
Plantas Medicinais Brasileiras. 2ªed. Fortaleza, Ceará: Editora Universidade Federal do
Ceará – UFC, 2004, p.
11- PENGELLY A. The Constituents of Medicine Plants. 2ª ed. CABI Publishing is a
CAB Internatonal,2004, p. 155.
12- FORÈS R. Atlas das Plantas Medicinais e Curativas: a Saúde através das Plantas.
Cotia, São Paulo: Editora Vergana Brasil, 2004, p. 49.
13- SIMÕES C.M.O., et al. Farmacognosia da Planta ao Medicamento. 1 a
Alegre/Florianópolis: Ed. Universidade/UFRGS/Ed. da UFSC,1999, p. 730 - 732.
14- MARTINDALE. The Extra Pharmacopoeia. 31th Edition. Royal Pharmaceutical
Society. London, 1996 p. 1656-1657.
A aloína possui propriedades estimulantes dos movimentos peristálticos. A Beladona é
uma espécie vegetal usada nos espasmos do trato urinário, devido à ação dos princípios
anticolinérgicos. O cloreto de metiltionínio (azul de metileno) é dotado de ação
antisséptica sobre as vias urinárias. A Cana-do-brejo é um fitoterápico muito empregado
nas afecções renais. A teobromina tem demonstrado possuir ação dissolvente sobre
uratos, além de ser um diurético suave.
É contraindicado em pacientes com conhecida hipersensibilidade à droga e seus
componentes. A hiosciamina (presente na Beladona) contraindica o uso do produto em
presença de glaucoma de ângulo fechado, hipertrofia prostática, íleo paralítico e
estenose pilórica. Como medida especial de precaução, deve-se evitar o emprego
durante a gravidez e lactação, nas metrorragias e nas menstruações muito abundantes.
Este medicamento também é contraindicado para uso em casos de arritmias
taquicárdicas, adenoma da próstata com a formação de urina residual, glaucoma de
ângulo estreito, edema agudo do pulmão, estenoses mecânicas do trato gastrointestinal e
megacólon, devido a presença de Beladona.
A aloína é contraindicada na presença de obstrução intestinal total ou parcial, atonia,
inflamação intestinal, apendicite, colite ulcerativa, síndrome do intestino irritável e
diverticulite.
Categoria de risco na gravidez: C.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação
médica ou do cirurgião-dentista.
Como medida especial de precaução, deve-se evitar o emprego durante a gravidez e
lactação, nas metrorragias e nas menstruações muito abundantes.
Este medicamento é contraindicado para uso em crianças.
Este medicamento é contraindicado em pacientes com deficiência de glicose-6-fosfato
desidrogenase, devido à presença de Azul de Metileno.
Atenção: Este medicamento contém Açúcar, portanto, deve ser usado com cautela
em portadores de Diabetes.
O uso das preparações contendo hiosciamina deve ser cauteloso em pacientes idosos ou
febris e naqueles portadores de glaucoma de ângulo fechado ou condições
caracterizadas por taquicardia, tais como tireotoxicoses, insuficiência renal ou cardíaca.
O uso prolongado pode diminuir o fluxo salivar, contribuindo para o desenvolvimento
de cáries, doenças periodontais e candidíase oral.
Não recomenda-se o uso do produto durante a gravidez e lactação. Evitar o uso de
álcool ou outros depressores do sistema nervoso central.
Não tomar antiácidos e medicamentos antidiarreicos dentro de 1 hora antes ou depois de
tomar este medicamento.
Este medicamento deve ser usado com precaução em pacientes com insuficiência renal
grave, devido à presença de azul de metileno.
Gravidez e Lactação:
O risco/benefício da utilização do produto deve ser avaliado, pois os alcalóides da
Beladona e a teobromina presentes nas Pílulas De-Lussen®
são excretados no leite
materno. Além disso, os alcalóides da Beladona atravessam a placenta e podem inibir a
lactação.
Não se recomenda o uso durante a gravidez das associações de alcalóides de Beladona
(atropina, hiosciamina e escopolamina) com barbitúricos.
INFORME AO SEU MÉDICO A OCORRÊNCIA DE GRAVIDEZ NA
VIGÊNCIA DO TRATAMENTO OU APÓS O SEU TÉRMINO.
Informe também se está amamentando, pois os lactantes são muito sensíveis aos efeitos
anticolinérgicos produzidos pela Beladona.
Categoria de risco na gravidez: C.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação
médica ou do cirurgião-dentista.
Pacientes Idosos:
O uso continuado de alcalóides da Beladona pode alterar de forma severa a memória de
pacientes geriátricos, especialmente naqueles que já tenham problemas de memória, já
que esses fármacos bloqueiam a ação da acetilcolina, que é o responsável por muitas
funções cerebrais, incluindo as de memória.
Recomenda-se ter cautela no uso de alcalóides da Beladona em pacientes maiores de 40
anos, devido ao perigo de precipitar um glaucoma não diagnosticado.
Atenção: Este medicamento contém Açúcar, portanto, deve ser usado com cautela
Os efeitos anticolinérgicos da hiosciamina (substância presente na Beladona) podem ser
intensificados pela administração concomitante de amantadina, quinidina, disopiramida,
certos anti-histamínicos, antidepressivos tricíclicos, butirofenonas, fenotiazinas e outros
anticolinérgicos (tiotróprio e ipratrópio). Além disso, a hiosciamina aumenta a absorção
de determinadas drogas, tais como a Digoxina, que necessitam de dissolução
prolongada na luz intestinal.
Evitar a administração concomitante de aloína com antiarrítmicos, glicosídeos
cardíacos, diuréticos de alça, outro agente espoliador de potássio, esteróides e tiazídicos.
Interações medicamento-exame laboratorial e não laboratorial:
Na prova de excreção de fenosulfoftaleína (PSP), a atropina utiliza o mesmo mecanismo
de secreção tubular que a PSP, produzindo uma diminuição da excreção urinária de
PSP. Em pacientes submetidos à prova de excreção de PSP, não se recomenda o uso
simultâneo de medicamentos que contenham atropina.
O teste de secreção de ácido gástrico realizado com pentagastrina ou com histamina
para a avaliação da função gástrica sofre interferência devido aos efeitos antagonistas
dos anticolinérgicos (presentes na Beladona); recomenda-se não administrar as Pílulas
De-Lussen®
24 horas antes da realização do teste.
Interação medicamento-doença:
O uso do medicamento em pacientes com cardiopatias pode aumentar a frequência
cardíaca.
Pacientes com Síndrome de Down podem ter um aumento anormal da dilatação pupilar
e aceleração da frequência cardíaca.
Pode haver obstrução e retenção gástrica quando utilizado em pacientes com
enfermidade obstrutiva do trato gastrointestinal.
O efeito midriático pode produzir um ligeiro aumento da pressão intraocular em
pacientes com glaucoma do ângulo aberto.
Os efeitos antimuscarínicos podem precipitar ou agravar a retenção urinária em
pacientes com retenção urinária.
Conservar em temperatura ambiente (15 a 30 °C).
Desde que respeitados os cuidados de armazenamento, o medicamento apresenta uma
validade de 24 meses a contar da data de sua fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua
embalagem original.
Os comprimidos revestidos de Pílulas De-Lussen®
são redondos, de coloração azul e
sabor adocicado.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Tomar 03 comprimidos revestidos, via oral, ao dia: 01 comprimido revestido a cada 8
horas, ou a critério médico.
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
A teobromina pode causar como reações mais frequentes nervosismo ou inquietação e
menos frequentes taquicardia, tremor das extremidades e distúrbios do sono.
Os efeitos colaterais decorrentes da hiosciamina (substância presente na Beladona)
incluem secura na boca, sede, midríase, cicloplegia, fotofobia, aumento da pressão
intraocular, rubor e secura da pele, bradicardia seguida de taquicardia com palpitação e
arritmias, disúria, redução da motilidade gastrintestinal, vômitos e tonturas.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância
Sanitária - NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa, ou para
a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.