Bula do Simeticona para o Profissional

Bula do Simeticona produzido pelo laboratorio Sandoz do Brasil Indústria Farmacêutica Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento

O conteúdo abaixo foi extraído automaticamente da bula original disponibilizada no portal da ANVISA.

Bula do Simeticona
Sandoz do Brasil Indústria Farmacêutica Ltda - Profissional

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BULA COMPLETA DO SIMETICONA PARA O PROFISSIONAL

simeticona

Sandoz do Brasil Ind. Farm. Ltda.

comprimido

40 mg

Simeticona comprimidos– VPS 01

I) IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO

Simeticona

“Medicamento genérico, Lei nº 9.787, de 1999”

APRESENTAÇÕES

Simeticona comprimidos 40 mg. Embalagem contendo 20 comprimidos.

USO ORAL

Simeticona comprimidos: USO ADULTO

COMPOSIÇÃO

Cada comprimido de simeticona 40 mg contém:

simeticona..................................................... 40 mg

excipientes q.s.p. ................. 1 comprimido

(lactose, celulose microcristalina, croscarmelose sódica, fosfato de cálcio dibásico, dióxido de silício e estearato de

magnésio)

II) INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

1. INDICAÇÕES

Simeticona está indicado para o alívio dos sintomas no caso de excesso de gases no aparelho gastrintestinal

constituindo incômodo, motivo de dores ou cólicas intestinais1

, tais como:

- Meteorismo1

- Eructação1

- Borborigmos1

- Aerofagia pós-cirúrgica1

- Distensão abdominal1

- Flatulência1

Sabendo que os gases no trato digestivo atrapalham os exames abdominais de imagem e a simeticona facilita

a eliminação dos gases, simeticona pode ser usado na preparação do paciente a ser submetido a endoscopia digestiva

e / ou colonoscopia.

1

CID R14 – Flatulência e afecções correlatas (distensão abdominal (gasosa), dor de gases, eructação,

hipertimpanismo (abdominal/intestinal) e meteorismo).

2. RESULTADOS DE EFICÁCIA

Treze ensaios controlados randomizados metodologicamente adequados avaliaram a eficácia da simeticona no

tratamento de sintomas relacionados ao acúmulo de gases no trato gastrintestinal, distúrbios gastrintestinais

funcionais, cólica infantil e no preparo de pacientes para a realização de exames de imagem de órgãos abdominais

(endoscopia e colonoscopia), além de uma metanálise avaliando seus efeitos no tratamento da cólica infantil.

No grupo de pacientes adultos com sintomas relacionados ao acúmulo de gases, os estudos indicaram a eficácia da

simeticona quando comparada ao placebo, bem como a não inferioridade e a superioridade do medicamento em

relação à cisaprida, um pró-cinético empregado para os distúrbios disfuncionais do trato digestivo não disponível no

Brasil. No grupo de pacientes pediátricos, tratados em razão dos sintomas associados às cólicas infantis, uma revisão

sistemática com metanálise e dois ensaios clínicos individuais não demonstraram diferenças de benefício

estatisticamente significativas do medicamento nesse contexto, comparado ao placebo ou a um probiótico (L. reuteris).

 

No contexto da utilização da simeticona para o preparo de pacientes para exames de imagem, com o objetivo de

Simeticona comprimidos– VPS 01

melhorar a visibilidade dos órgãos abdominais, a eficácia da simeticona está bem estabelecida em todos os estudos.

O medicamento, utilizado em geral como associação às soluções de preparo, foi capaz de reduzir a quantidade de

bolhas de ar intraluminais, melhorando a qualidade das imagens obtidas em exames de colonoscopia, endoscopia

digestiva alta e endoscopia por cápsula.

Três ensaios clínicos controlados avaliaram a simeticona no manejo dos transtornos funcionais do trato

gastrintestinal.Em Bernstein 1974, o grupo da simeticona apresentou redução significativa de todos os sintomas

quando analisados em conjunto (gases, pirose, plenitude gástrica, distensão abdominal, indigestão, inchaço, pressão,

acidez, desconforto estomacal, dor pós-prandial; p<0,001) e em oito deles quando analisados separadamente (gases,

plenitude gástrica, inchaço, distensão, indigestão, desconforto gástrico, acidez e dor pós-prandial). A redução na

severidade de todos os sintomas combinados foi significativamente maior no grupo tratado com simeticona

(p<0,001), assim como da maioria dos sintomas isolados (gases, plenitude, inchaço, distensão, desconforto, dor,

indigestão e acidez).

Holtmann 1999 avaliou os escores de severidade dos sintomas resultante da soma dos escores atribuídos a plenitude

gástrica, dor no abdômen superior, gases, saciedade precoce, náusea, vômito, regurgitação, pirose, perda de apetite e

percepção dos movimentos intestinais. Durante o estudo, a soma do escore de sintomas decresceu significativamente

no grupo da simeticona, com a diferença entre os grupos sendo de -55,2% (IC 95% -85,2% a -25,2%) após duas

semanas e -24,2% (-54,3% a 5,8%) após quatro semanas, obedecendo aos critérios determinados no estudo para

estabelecer a não inferioridade da simeticona em relação à cisaprida (p<0,001).

Holtmann 2002 comparou simeticona, cisaprida e placebo, com seguimento de 8 semanas. Os sintomas avaliados

foram: plenitude gástrica, dor em abdômen superior, borborigmos, eructação, saciedade precoce, náusea, vômito,

regurgitação, pirose e perda de apetite. Após dois, quatro e oito semanas de tratamento, a soma dos escores de

sintoma foi significativamente menor no grupo com a simeticona ou a cisaprida comparadas ao grupo placebo. A

simeticona foi não inferior à cisaprida após quatro (p<0,0001) e oito semanas (p=0,0004) e foi superior à

cisaprida após 2 semanas (p=0,0007). Durante as oito semanas de duração do estudo, a simeticona resultou em uma

melhora numericamente melhor dos sintomas quando comparada à cisaprida e as diferenças foram significativas no

nível 2,5% para as duas primeiras semanas para os sintomas plenitude, dor, saciedade e náusea.

Uma revisão sistemática com metanálise (Lucassen 1998) avaliou diversos tratamentos para cólicas infantis, tendo

incluído três estudos que compararam simeticona a placebo em um total de 126 crianças com idades variando entre

três dias e 12 semanas. Quando avaliados individualmente, apenas Sehti 1988 demonstrou benefício para a simeticona,

em termos de percentual de sucesso (tamanho do efeito 0,54 (IC 95% 0,21 a 0,87)), por oposição a Danielsson 1985

(tamanho do efeito 0,06 (IC 95% -0,17 a 0,28)) e Metcalf 1994 (tamanho do efeito -0,10 (-0,27 a 0,08)), que não

conseguiram observar diferenças estatisticamente significativas em termos dos desfechos avaliados. Os autores

reportaram o resultado da metanálise para a comparação simeticona placebo apenas no gráfico de pinheiro, sem

informar a estimativa pontual e o intervalo de confiança para os dados agregados, porém demonstrando a ausência de

diferença estatisticamente significativa entre os grupos.

Savino 2007 comparou a simeticona ao probiótico Lactobacilus reuteri no tratamento da cólica infantil. Foram

incluídas 90 crianças para receber o probiótico ou simeticona (60 mg/dia) durante 28 dias. O desfecho mensurado

foi o tempo mediano de choro por dia no baseline, dias 1, 7, 14, 21 e 28. Os resultados foram favoráveis para o

probiótico mostrando uma redução significativa do tempo mediano chorando por dia no dia 7 (159 minutos por dia

versus 177 minutos por dia; p=0,005), 14, 21 e ao final do estudo (51 minutos por dia versus 145 minutos por dia no

dia 28; p<0,001).

Voepel-Lewis 1988 avaliou a eficácia da simeticona comparada ao placebo no tratamento do desconforto

abdominal pós-operatório em crianças abaixo dos 28 meses de idade que receberam anestesia geral inalatória. Os

resultados demonstraram menores escores de dor segundo o instrumento de avaliação FLACC 20 e 30 minutos após

a administração da medicação (p>0,05). Pacientes que receberam placebo mostram-se significativamente mais

suscetíveis a requerer medicação adicional de resgate durante a permanência na unidade de recuperação pós-

anestésica (p=0,02). Medicação de resgate incluía codeína, sulfato de morfina e simeticona.

No que diz respeito à eficácia da simeticona na redução das bolhas de ar intraluminais, todos os estudos avaliados

demonstraram o benefício do medicamento na redução da quantidade de bolhas de ar presente ao exame, quando

comparada ao controle (placebo, diferentes doses de simeticona, outros fármacos ou ausência de preparo).

Em McNally 1988, os pacientes submetidos à colonoscopia tiveram escore médio de bolhas de ar menor no grupo com

simeticona quando comparado ao grupo placebo para todos os segmentos colônicos (p<0,01 para o reto e p<0,001

para cólon descendente, transverso, ascendente e ceco). Em relação ao grau de comprometimento da visibilidade,

diferenças estatisticamente significativas também foram observadas, sendo o escore médio de prejuízo da visibilidade

em todos os segmentos do intestino no grupo da simeticona igual a zero.

Lazzaroni 1993 demonstrou que 56 de 57 pacientes apresentaram quantidade mínima ou ausência de bolhas (98%) no

grupo da simeticona e apenas 41 de 48 (85%) no grupo placebo (p=0,037). O estudo obteve também resultados

favoráveis para o grupo com simeticona em termos de redução da sensação de mal estar e da ocorrência de

distúrbios do sono (p=0,012 para ambos). Sudduth 1995 observou que 13 de 44 (29,5%) pacientes apresentaram

bolhas significativas em pelo menos um segmento do cólon no grupo placebo, comparado a um de 42 (2,4%)

paciente no grupo com simeticona (p<0,001). Foram comparados também os escores médios de bolhas de ar,

evidenciando benefício da adição de simeticona nos segmentos retossigmóide e cólon ascendente (p<0,05). Em

Tongprasert 2009, a adição da simeticona diminui significativamente a ocorrência de bolhas de ar no intestino

como um todo (grau aceitável de bolhas em 100% dos pacientes no grupo da simeticona e 42,4% dos pacientes no

grupo placebo; p<0,0001). Nenhum paciente no grupo da simeticona teve grau inaceitável de bolhas, contra

57,6% dos pacientes no grupo placebo.

Os resultados de Bertoni 1992 indicaram a superioridade significativa dos braços com simeticona em relação ao

placebo (p<0,001), no que diz respeito ao escore de espuma e bolhas ao exame. Em Ge 2006, o grupo da simeticona

apresentou visibilidade da mucosa intestinal melhor do que no grupo controle no primeiro segmento do intestino ao

exame, correspondente a uma hora de exame (p=0,0175). Wei 2008 encontrou que o número de pacientes com o

preparo do intestino considerado adequado pelo examinador foi de 17 no grupo com simeticona, 12 no grupo que

recebeu apenas a solução e sete no controle (p=0,002).

Em Postgate 2009, não foram observadas diferenças estatisticamente significativas em termos de tempo de trânsito

gástrico ou intestinal e taxa de exames completos entre os braços, bem como de qualidade das imagens, porém os

dois braços que receberam purgativos (controle) foram significativamente menos convenientes e confortáveis (p>0,001

e p=0,001 para cada desfecho respectivamente) do que o esquema com simeticona apenas.

Avramovic et al realizaram um estudo duplo-cego em pacientes submetidas a parto cesáreo para estudar

o efeito da simeticona sobre os sinais subjetivos e objetivos de distensão por gás durante o período pós-

operatório. Os resultados obtidos com a simeticona demonstraram uma redução significativamente maior

das queixas subjetivas analisadas (náusea, vômitos, meteorismo, desconforto no estômago, dores

abdominais), assim como movimentos peristálticos e flatulência em relação ao placebo. Com base

nos resultados obtidos e considerando a não-toxicidade do fármaco, sua característica de ser inerte

quimicamente, boa tolerância e uso simples, os autores consideraram a simeticona muito útil na prevenção do

desconforto pós-operatório devido ao acúmulo de gás e distensão abdominal após o parto cesáreo.

A eficácia da simeticona em melhorar a visibilidade durante a colonoscopia foi avaliada por Sudduth

RH et al. Eles estudaram 86 pacientes recebendo ou simeticona (n=42) ou placebo (n=44). Este estudo

indica que o uso de simeticona combinado com uma preparação de fosfato de sódio pode melhorar a

visibilidade do cólon, diminuindo a presença de bolhas. A melhor visualização pode aumentar a detecção de

lesões patológicas na mucosa.

3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS

Propriedades Farmacodinâmicas

Simeticona é um silicone antifisético com ação antiflatulenta, que alivia o mal estar gástrico causado

pelo excesso de gases.

 

Simeticona atua no estômago e no intestino, diminuindo a tensão superficial dos líquidos digestivos, levando

ao rompimento das bolhas, à dificuldade de formação destas bolhas, ou à formação de bolhas maiores

que serão facilmente expelidas. As bolhas dos gases são as responsáveis pela dor abdominal e pela

flatulência, e a sua eliminação resulta no alívio dos sintomas associados com a retenção dos gases.

As propriedades antifiséticas da simeticona, um agente antiflatulento, foram investigadas por Brecevic et al

em três diferentes sistemas espumantes contendo surfactante catiônico, surfactante aniônico e

solução de sabão. Os resultados obtidos das medidas da densidade da espuma inicial, estabilidade da

espuma e tensão superficial fornecem evidências de que a ligação entre o filme líquido dos

surfactantes pela simeticona, auxiliado e acelerado pela presença de partículas hidrofóbicas de sílica,

provocam a ruptura deste filme, mesmo ele sendo relativamente fino, sendo o provável mecanismo de

inibição de espuma em todos os sistemas. O efeito foi mais pronunciado no sistema com solução

catiônica do que com a solução aniônica e sabão. Esses achados contribuem para o estudo que

relaciona a eficácia da simeticona como antídoto e agente antifisética em casos de ingestão e

Simeticona comprimidos– VPS 01

envenenamento por detergente.

Propriedades Farmacocinéticas

A simeticona atua localmente, o que significa que ela não é absorvida. Desta forma, estudos de

farmacocinética são inviáveis com o fármaco, cujo mecanismo de ação foi demonstrado in vitro em

alguns estudos.

O tempo de início para a ação clínica da simeticona é estimado em aproximadamente 10 minutos

para síndromes dispeptivas e em 20 a 30 minutos para os sintomas pós-operatórios e uso par realização de

exames endoscópicos de trato intestinal.

4. CONTRAINDICAÇÕES

Simeticona é contraindicado para pacientes com hipersensibilidade a qualquer um dos componentes da

fórmula.

 

Simeticona é contraindicado aos pacientes com perfuração ou obstrução intestinal suspeita ou conhecida.

5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES

Não há advertências ou recomendações especiais sobre o uso de simeticona.

Não exceda a dose recomendada.

Ponderando-se evidências adequadas, este medicamento representa risco mínimo quando usado em mulheres

grávidas ou com suspeita de gravidez

 

Categoria de risco na gravidez: C

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica.

Uso em idosos, crianças e outros grupos de risco

6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

Não são conhecidas interações de simeticona com outros medicamentos ou alimentos.

7. CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO

Os comprimidos de simeticona devem ser conservados em temperatura ambiente (entre 15°C e 30ºC) e

protegidos da umidade.

Prazo de validade: 24 meses a partir da data de fabricação.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

 

Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.

Características físicas e organolépticas

Simeticona comprimidos: comprimido circular de cor branca.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

8. POSOLOGIA E MODO DE USAR

Simeticona deve ser administrado por via oral.

Não há estudos dos efeitos de simeticona comprimidos e gotas administrado por vias não recomendadas. Portanto,

por segurança e para eficácia destas apresentações, a administração deve ser somente pela via oral.

 

Simeticona comprimidos:

Simeticona comprimidos– VPS 01

Tomar 1 comprimido 3 vezes ao dia, às refeições.

A dose máxima diária de simeticona deve ser limitada a 500 mg (12 comprimidos).

Atenção: o comprimido deve ser removido com cuidado.

As doses poderão ser aumentadas a critério médico.

9. REAÇÕES ADVERSAS

A simeticona não é absorvida pelo organismo. Ela atua somente dentro do aparelho digestivo, e é totalmente

eliminada nas fezes, sem alterações. Portanto, reações indesejáveis são menos prováveis de ocorrer:

• Eczema de contato;

• Em casos raros: reações imediatas como urticária.

Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA,

disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou

Municipal.

Cuidado! Todas as informações contidas neste site têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.