Bula do Soro Antiaracnídico (Loxosceles, Phoneutria e Tityus) para o Profissional

Bula do Soro Antiaracnídico (Loxosceles, Phoneutria e Tityus) produzido pelo laboratorio Instituto Butantan
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento

O conteúdo abaixo foi extraído automaticamente da bula original disponibilizada no portal da ANVISA.

Bula do Soro Antiaracnídico (Loxosceles, Phoneutria e Tityus)
Instituto Butantan - Profissional

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BULA COMPLETA DO SORO ANTIARACNíDICO (LOXOSCELES, PHONEUTRIA E TITYUS) PARA O PROFISSIONAL

SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE

INSTITUTO BUTANTAN

Av. Vital Brasil, 1500 05503.900 São Paulo Brasil

BLPFSARACFA V02 / Página 1 de 11 / Novembro, 2014

DIZERES DE TEXTO DE BULA – PROFISSIONAL DE SAÚDE

soro antiaracnídico (Loxosceles, Phoneutria e Tityus)

imunoglobulinas heterólogas contra venenos de:

Loxosceles gaucho: 15,0 DMN/mL

Phoneutria nigriventer: 1,5 DMM/mL

Tityus serrulatus: 1,5 DMM/mL

APRESENTAÇÃO-

Solução injetável.

Cada mL do soro neutraliza no mínimo 15,0 DMN de veneno de L. gaucho, 1,5 DMM de veneno de

P. nigriventer e 1,5 DMM de veneno de T. serrulatus.

Cada cartucho contém 5 frascos-ampola com 5 mL de soro antiaracnídico (Loxosceles, Phoneutria e

Tityus).

O soro antiaracnídico (Loxosceles, Phoneutria e Tityus) é apresentado em frascos-ampola contendo

5 mL de solução injetável da fração F(ab’)2 de imunoglobulinas heterólogas, específicas e

purificadas, capazes de neutralizar no mínimo, 75,0 DMN (Dose Mínima Necrosante) de veneno-

referência de Loxosceles gaucho (soroneutralização em coelhos), 7,5 DMM de veneno-referência de

Phoneutria nigriventer (soroneutralização em cobaias) e 7,5 DMM (Dose Mínima Mortal) de

veneno-referência de Tityus serrulatus (soroneutralização em cobaias). O soro antiaracnídico

(Loxosceles, Phoneutria e Tityus) é obtido a partir do plasma de equinos hiperimunizados com uma

mistura de venenos de aranhas dos gêneros Loxosceles (“aranha-marrom”) e Phoneutria (“aranha-

armadeira”) e de venenos de escorpiões do gênero Tityus.

VIA DE ADMINISTRAÇÃO: INTRAVENOSA.

USO ADULTO E PEDIÁTRICO.

COMPOSIÇÃO:

Cada frasco-ampola com 5 mL contém:

- fração F(ab’)2 de imunoglobulinas heterólogas que neutralizam, no mínimo:

 75,0 DMN de veneno-referência de Loxosceles gaucho (soroneutralização em

coelhos);

 7,5 DMM de veneno-referência de Phoneutria nigriventer (soroneutralização em

cobaias);

 7,5 DMM (Dose Mínima Mortal) de veneno-referência de Tityus serrulatus

(soroneutralização em cobaias);

- fenol --------------------------------------------------------------------------- 17,5 mg (máximo);

- solução fisiológica a 0,85% q.s.p. ---------------------------------------- 5 mL.

BLPFSARACFA V02 / Página 2 de 11 / Novembro, 2014

INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

1. INDICAÇÕES:

O soro antiaracnídico (Loxosceles, Phoneutria e Tityus) é um antiveneno indicado especificamente

para o tratamento dos envenenamentos causados por picadas de aranhas dos gêneros Loxosceles e

Phoneutria e de escorpiões do gênero Tityus. As imunoglobulinas específicas contidas no soro

ligam-se especificamente ao veneno ainda não fixado nas células dos tecidos eletivos,

neutralizando-o. As doses devem ser suficientemente elevadas, como recomendadas, para que o

antiveneno seja encontrado com relativo excesso no meio sanguíneo circulante, dentro de um

período de tempo relativamente curto. Nestas condições, quanto mais precoce for a administração

do soro, maior é o seu potencial terapêutico.

2. RESULTADOS DE EFICÁCIA:

Não há ensaios clínicos controlados para a avaliação de eficácia do soro antiaracnídico (Loxoceles,

Phoneutria e Tityus), que é de origem equina (heteróloga), porém a sua capacidade em neutralizar

as atividades tóxicas dos venenos de escorpiões do gênero Tityus e das aranhas dos gêneros

Phoneutria e Loxosceles é comprovada através de modelos animais de laboratório e pelo uso

sistemático em pacientes.

3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS:

O soro antiaracnídico (Loxosceles, Phoneutria e Tityus) é uma solução isotônica de

imunoglobulinas específicas de origem equina (IgG), purificadas por digestão enzimática, não

pirogênica. As imunoglobulinas derivam do plasma de cavalos sadios hiperimunizados com uma

mistura de venenos integrais das aranhas dos gêneros Loxosceles e Phoneutria e de escorpiões do

gênero Tityus, recebidos de diferentes regiões do Brasil. A atividade biológica neutralizante da

letalidade dos venenos, exercida pelo soro antiaracnídico (Loxosceles, Phoneutria e Tityus), é

avaliada pela proteção conferida às cobaias (frações Phoneutria e Tityus), após inoculação

intraperitoneal de misturas de volumes diferentes de soro com quantidade fixa de veneno-

referência. A atividade biológica neutralizante da atividade necrosante do veneno, exercida pelo

soro, é avaliada pela proteção conferida a coelhos (frações Loxoceles), após inoculação

intradérmica de misturas de volumes diferentes de soro com quantidade fixa de veneno-referência.

O poder neutralizante do soro antiaracnídico (Loxoceles, Phoneutria e Tityus) deverá ser no mínimo

de 15,0 DMN de veneno-referência de Loxosceles gaucho, 1,5 DMM de veneno-referência de

Phoneutria nigriventer e 1,5 DMM de veneno-referência de Tityus serrulatus por mL de soro. O

plasma equino digerido enzimaticamante pela ação da pepsina reduz o peso molecular da IgG de

160 kDa para 90 kDa ou 100 kDa, eliminando da molécula de IgG a fração Fc responsável pela

ativação do sistema complemento por via clássica. Obtém-se, desse modo, uma molécula mais pura

e menos reatogênica quanto a efeitos de natureza alérgica induzidos no paciente. A atividade

neutralizante dos sítios combinatórios das moléculas de imunoglobulinas, tratadas pela pepsina,

mantêm-se inalterada e, ainda, a possibilidade de formação espontânea de agregados proteicos,

responsáveis também por reações alérgicas indesejáveis, é substancialmente mais reduzida. Apesar

do elevado grau de purificação do soro, continua existindo, em potencial baixo, a possibilidade de

indução às reações alérgicas em indivíduos hipersensíveis. Entre as reações indesejáveis, a

anafilaxia pode ocorrer pela degranulação de mastócitos ou ativação do sistema complemento,

embora o choque anafilático letal seja muito raro. As ações de maior importância médica dos

venenos são:

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Veneno de Loxosceles:

O componente mais importante do veneno loxoscélico é a enzima esfingomielinase-D que, por ação

direta ou indireta, atua sobre os constituintes das membranas das células, principalmente do

endotélio vascular e hemácias. Em virtude dessa ação, são ativadas as cascatas do sistema

complemento e, da coagulação além das plaquetas, desencadeando intenso processo inflamatório no

local da picada, acompanhado de obstrução de pequenos vasos, edema, hemorragia e necrose focal.

Admite-se, também, que a ativação do sistema complemento participe da patogênese da hemólise

intravascular observada nas formas mais graves de envenenamento.

Veneno de Phoneutria:

Estudos experimentais demonstram que o veneno de P. nigriventer causa ativação e retardo da

inativação dos canais neuronais de sódio. Este efeito pode provocar despolarização das fibras

musculares e terminações nervosas sensitivas, motoras e do sistema nervoso autônomo,

favorecendo a liberação de neurotransmissores, principalmente acetilcolina e catecolaminas.

Também foram isolados peptídeos do veneno de P. nigriventer que podem induzir tanto a contração

da musculatura lisa vascular quanto o aumento da permeabilidade vascular, por ativação do sistema

calicreína-cininas e de óxido nítrico, independentemente da ação dos canais de sódio.

Veneno de Tityus:

Estudos bioquímicos experimentais demonstram que os efeitos observados no envenenamento

humano são devidos a ações nos canais de sódio, produzindo despolarização das terminações

nervosas pós-ganglionares, com liberação de catecolaminas e acetilcolina. Estes mediadores

determinam o aparecimento de manifestações orgânicas decorrentes da predominância dos efeitos

simpáticos ou parassimpáticos.

4. CONTRAINDICAÇÕES:

As contraindicações praticamente não existem, porém a aplicação do soro antiaracnídico

(Loxosceles, Phoneutria e Tityus) deverá ser feita em condições de estrita observação médica pelo

risco de reações adversas.

Notas:

 O soro antiaracnídico (Loxosceles, Phoneutria e Tityus) não é contraindicado na gravidez, mas

o médico deve ser informado sobre essa condição;

 Alimentação prévia e/ou ingestão de bebidas não contraindicam o emprego do soro

antiaracnídico (Loxosceles, Phoneutria e Tityus), mas impõe cuidado mais rigoroso desses

pacientes pelo risco de complicações relacionadas a vômitos (aspiração).

 Em casos de acidentes provocados por outros animais peçonhentos (exceto aranhas dos gêneros

Phoneutria e Loxosceles e de escorpiões do gênero Tityus) o soro antiaracnídico (Loxosceles,

Phoneutria e Tityus) não é indicado.

5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES:

Não usar garrotes ou torniquetes.

Não fazer incisões no local da picada.

Não aplicar amoníaco, cáusticos, substâncias irritantes ou contaminadas no local da picada.

Não ingerir líquidos tóxicos ou bebidas alcoólicas.

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Uma vez aberto o frasco-ampola, o antiveneno deve ser usado imediatamente.

Manter o paciente em repouso.

O soro antiaracnídico (Loxosceles, Phoneutria e Tityus) deve ser aplicado sob supervisão

médica, por via intravenosa.

As doses de soro antiaracnídico (Loxosceles, Phoneutria e Tityus) a serem administradas

variam de acordo com a gravidade do envenenamento.

Adultos e crianças recebem a mesma dose de soro.

O uso do soro antiaracnídico (Loxosceles, Phoneutria e Tityus) não é contraindicado na

gravidez, mas essa condição deve ser monitorada.

Conservar o soro antiaracnídico (Loxosceles, Phoneutria e Tityus) sob refrigeração entre +2ºC

e +8°C. NÃO CONGELAR.

Nota:

 O sucesso da terapia antiveneno está diretamente relacionado com a aplicação das doses

corretas o mais precocemente possível após o início dos sintomas, requerendo assim, um

6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS:

Nenhuma medicação concomitante constituirá contraindicação para o uso do soro antiaracnídico

(Loxosceles, Phoneutria e Tityus), porém todo medicamento que esteja sendo utilizado pelo

paciente deverá ser informado ao médico.

7. CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO:

O soro antiaracnídico (Loxosceles, Phoneutria e Tityus) deve ser armazenado e transportado à

temperatura entre +2°C e +8°C. Não deve ser colocado em congelador ou “freezer”. O

congelamento é estritamente contraindicado. Depois de aberto, este medicamento deve ser utilizado

imediatamente. Não utilizar após o vencimento.

Prazo de validade

O prazo de validade do soro antiaracnídico (Loxosceles, Phoneutria e Tityus) é de 36 meses a partir

da data de fabricação, desde que mantido sob refrigeração à temperatura entre + 2°C e +8°C,

conforme está indicado na embalagem e deve ser respeitado rigorosamente.

Número de lote e data de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem

original.

O conteúdo do frasco-ampola deve ser límpido a levemente opalescente e incolor a ligeiramente

amarelado. O soro antiaracnídico (Loxosceles, Phoneutria e Tityus) não deve ser usado se houver

turvação ou presença de precipitado.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.

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Todo medicamento dever ser mantido fora do alcance das crianças.

8. POSOLOGIA E MODO DE USAR:

O soro antiaracnídico (Loxosceles, Phoneutria e Tityus) deve ser aplicado conforme as doses

recomendadas, que variam de acordo com a gravidade do envenenamento, o mais precocemente

possível após o acidente.

A administração deve ser feita exclusivamente por via intravenosa. O antiveneno pode ser diluído

em salina ou solução glicosada a 5%, ou administrado sob gotejamento sem diluição, quando

houver risco de sobrecarga de volume, sobretudo em pacientes com edema pulmonar ou

insuficiência cardíaca.

O volume total deve ser infundido em 20 a 60 minutos, a não ser que seja necessário interromper a

infusão em decorrência de reações. As doses do antiveneno não devem ser fracionadas. A via de

administração recomendada é a intravenosa e o soro, diluído ou não, deve ser infundido entre 20 e

60 minutos, sob estrita vigilância médica de enfermagem. Raramente está indicada a administração

de doses adicionais.

Acidente por Loxosceles: classificação quanto à gravidade, manifestações clínicas e

soroterapia:

Classificação Manifestações clínicas

Soroterapia

(nº de frascos-ampola)

Leve

Aranha identificada como agente causador do

acidente, lesão incaracterística, sem

comprometimento sistêmico.

-

Moderado

Independentemente da identificação do agente,

lesão sugestiva ou característica, manifestações

sistêmicas inespecíficas (exantema, petéquias),

ausência de hemólise.

5

Grave

Lesão característica, manifestações clínicas

e/ou evidências laboratoriais de hemólise

intravascular.

10

Recomenda-se, nos casos moderados e graves, a associação com prednisona 40mg/dia, por

via oral (adultos) ou 1mg/kg/dia, por via oral (crianças) durante 5 dias.

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Acidente por Phoneutria: classificação quanto à gravidade, manifestações clínicas e

(nº de frascos-

ampola)

Dor local, edema, eritema, sudorese,

piloereção.

Dor local intensa, sudorese, vômitos

ocasionais, agitação psicomotora, hipertensão

arterial.

2 a 4

Sudorese profusa, sialorreia, vômitos profusos,

priapismo, choque, edema pulmonar agudo.

5 a 10

Acidente Escorpiônico: classificação quanto à gravidade, manifestações clínicas e soroterapia

Leve Dor e parestesias locais. -

Dor local intensa associada a uma ou mais

manifestações como náuseas, vômitos,

sudorese e sialorreia discretas, agitação,

taquipneia e taquicardia.

2 a 3

Além das citadas na forma moderada, presença

de uma ou mais das seguintes manifestações:

vômitos profusos e incoercíveis, sudorese

profusa, sialorreia intensa, prostração,

convulsão, coma, bradicardia, insuficiência

cardíaca, edema pulmonar agudo e choque.

4 a 6

É IMPORTANTE NOTAR QUE HÁ CASOS EM QUE NÃO HÁ INDICAÇÃO DE

SOROTERAPIA.

9. REAÇÕES ADVERSAS:

Reação muito comum (ocorre em mais de 10% dos pacientes que utilizam este medicamento):

As reações precoces podem ocorrer até 24 horas após a administração do soro e, na maioria das

vezes, são leves. Em geral, ocorrem durante a infusão do soro e nas duas horas subsequentes. De

modo geral, podem ser caracterizadas e conduzidas como anafilaxia.

As proteínas heterólogas, além de liberar histamina, podem levar à formação de agregados de

proteínas ou de imunocomplexos, ativando o sistema complemento. Este, por sua vez, pode levar à

formação de anafilatoxinas e provocar a liberação de mediadores químicos de mastócitos e

basófilos.

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As manifestações alérgicas são geralmente precedidas por sensação de calor e prurido. Podem

ocorrer: urticárias localizadas ou generalizadas, rubor facial e, eventualmente angioedema,

exantema morbiliforme, taquicardia moderada, rinorreia, espirros, sensação de coceira na garganta,

náuseas, vômitos, cólicas abdominais e diarreia.

Reação comum (ocorre entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medicamento):

A Doença do Soro também é uma reação tardia e ocorre 5 a 24 dias após a aplicação do soro de

origem heteróloga. A reação é caracterizada inicialmente com febrícula, urticária, erupções cutâneas

de diferentes tamanhos e distribuição irregular. Pode haver comprometimento articular, às vezes

exuberante, e geralmente atinge grandes articulações onde aparecem dor espontânea e à pressão,

dificuldade de movimentação, e edemas sem rubor. O enfartamento linfoganglionar produz

adenopatia generalizada de intensidade variável, resultando em gânglios palpáveis, móveis e

dolorosos. Normalmente evoluem para a cura sem sequelas. Raramente podem ocorrer ainda

vasculite e nefrite.

Reação incomum (ocorre entre 0,1% e 1% dos pacientes que utilizam este medicamento):

A reação pirogênica, descrita com frequência cada vez menor, ocorre durante o uso do antiveneno,

podendo levar a febre alta (até 39°C) acompanhada de calafrios e sudorese. Nesses casos, a infusão

deve ser interrompida e administrado antitérmico. Após a remissão dos sintomas, a soroterapia deve

ser reinstituída. Caso haja recorrência deste quadro, a solução que contém o soro deve ser

desprezada e preparada nova solução.

Reação rara (ocorre entre 0,01% e 0,1% dos pacientes que utilizam este medicamento):

As reações precoces podem raramente evoluir para quadros graves, nos quais se evidenciam:

palidez, dispneia, edema de glote, insuficiência respiratória com hipoxemia, taquicardia intensa,

bradicardia, hipotensão arterial que podem evoluir para choque e síncope, perda da consciência e

colapso circulatório persistente.

Reação muito rara (ocorre em menos de 0,01% dos pacientes que utilizam este medicamento):

Não descrita na literatura.

Prevenção das Reações:

 Solicitar informações ao paciente quanto ao uso anterior de soro heterólogo (antitetânico,

antidiftérico, antirrábico ou antiofídico) e problemas alérgicos de naturezas diversas. A

ausência de antecedentes alérgicos não exclui a possibilidade de reações adversas. Não há

consenso sobre a eficácia da pré-medicação com bloqueadores dos receptores da histamina na

prevenção ou redução das manifestações alérgicas. Assim, é facultada ao médico a

administração de anti-histamínicos (antagonistas H1 e H2) e corticosteroides com 15 minutos

de antecedência da dose de soro recomendada.

 O teste de sensibilidade não deve ser realizado pois não é eficiente para detectar a sensibilidade

do paciente, podendo desencadear reações, por si mesmo. O tempo gasto na execução retarda a

aplicação da soroterapia.

Tratamento das reações precoces:

Instalada a reação precoce, deve-se interromper a terapia antiveneno temporariamente e iniciar o

seu tratamento. No caso de urticária generalizada, crise asmatiforme, edema de glote e choque,

deve-se proceder a administração imediata de adrenalina aquosa (1:1000, milesimal; 1 mg/mL)

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intramuscular (IM), na face ântero-lateral da coxa (músculo vasto lateral), na dose de 0,01 mg/kg

(0,01 mL/kg) até a dose máxima de 0,5 mg. Caso não haja resposta, pode-se repetir a mesma dose

em intervalos de 5 a 15 minutos. Os corticosteroides e anti-histamínicos exercem papel secundário

no controle dessas reações, podendo também ser utilizados. Em pacientes com manutenção de

broncospasmo, podem ser empregados β2 agonistas inalatórios, como o fenoterol. Após a remissão

do quadro de hipersensibilidade, reinstituir a soroterapia.

Diante de reações precoces graves (raras), que geralmente cursam com hipotensão/choque e/ou

insuficiência respiratória, o paciente deve ser colocado em posição supina se estiver hipotenso ou

em choque (se o mesmo tolerar a posição e não estiver em insuficiência respiratória), ou decúbito

lateral esquerdo se estiver vomitando. A reposição volêmica com SF IV (20 mL/kg) deve ser

iniciada balizando a oferta de acordo com a resposta. A entubação traqueal pode ser eventualmente

necessária nos casos com insuficiência respiratória grave.

Nota: uma vez controlada a reação precoce grave, a soroterapia antiveneno pode ser reiniciada.

Em caso de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária –

NOTIVISA, disponível em http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a

Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.

Cuidado! Todas as informações contidas neste site têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.