Bula do Soro Antielapídico produzido pelo laboratorio Fundação Ezequiel Dias - Funed
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
Bula com informações ao Profissional de Saúde — soro antielapídico (bivalente)_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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soro antielapídico (bivalente)
solução injetável
IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
APRESENTAÇÃO
O soro antielapídico (bivalente), heterólogo e hiperimune, é apresentado em ampolas contendo 10 mL de
solução injetável da fração F(ab’)2 de imunoglobulinas específicas purificadas, obtidas de plasma de
equinos hiperimunizados com uma mistura de venenos de serpentes das espécies Micrurus frontalis e
Micrurus corallinus e acondicionadas em caixa com 05 unidades.
USO INTRAVENOSO OU SUBCUTÂNEO
USO ADULTO E PEDIÁTRICO
COMPOSIÇÃO
Cada ampola de 10 mL contém:
Fração F(ab’)2 de imunoglobulinas que neutralizam no mínimo 15 mg de veneno de referência de
Micrurus frontalis (soroneutralização em camundongo)
Fenol .................................................................................................................................... (máximo) 35 mg
Cloreto de Sódio .................................................................................................................................. 85 mg
Água para injetáveis ................................................................................................................... q.s.p. 10 mL
INFORMAÇÕES AO PROFISSIONAL DE SAÚDE
O soro antielapídico (bivalente), heterólogo e hiperimune, é o único tratamento para envenenamentos
causados por serpentes da família das corais.1
2. CARACTERÍSTICAS DOS ACIDENTES BOTRÓPICOS E CROTÁLICOS
Como o soro antielapídico (bivalente), heterólogo e hiperimune, somente deve ser empregado em
pacientes picados por serpentes da família das corais, é importante que se identifique a serpente
responsável pela picada. Sempre que possível, deve-se proceder à captura cuidadosa e segura da serpente
para sua identificação e a adoção do tratamento adequado.
Cerca de 1 % dos acidentes ofídicos ocorridos no Brasil são causados por serpentes da família das corais.
O surgimento da sintomatologia destes acidentes costuma ser rápido. O quadro clínico se caracteriza por:
parestesia de grupos musculares responsáveis pela ptose palpebral; distúrbios de acomodação visual,
oftalmoplegia, diplopia (visão dupla); sialorreia; disfagia (dificuldade para deglutir), podendo evoluir para
insuficiência respiratória aguda e diminuição generalizada da força muscular.2
A insuficiência respiratória aguda, de instalação rápida, é a mais grave complicação do acidente elapídico.
É indispensável o monitoramento da função respiratória, considerando a possibilidade de se instalar
respiração mecânica.2
Em caso de acidentes, devem ser seguidas as seguintes recomendações:
Não usar garrote ou torniquetes.2
Não fazer incisões no local da picada.2
Não aplicar querosene, amoníaco ou outras substâncias no local da picada.2
Não ingerir líquidos tóxicos ou bebidas alcoólicas.2
Manter o paciente em repouso, evitando caminhar.2
Manter o paciente hidratado.2
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O efeito do soro antielapídico (bivalente), heterólogo e hiperimune, inicia-se imediatamente após a sua
administração1
, neutralizando as toxinas do veneno de serpentes da família das corais encontradas no
sangue e depois, possivelmente, nos tecidos.
Os anticorpos, fração F(ab’)2 das imunoglobulinas específicas, contidos no soro heterólogo e hiperimune
ligam-se especificamente às toxinas do veneno, neutralizando-as.3
Quanto mais precoce for a
administração do soro, maior é o seu potencial terapêutico, desta forma, o tratamento deve ser iniciado o
mais rápido possível.1
Não é indicado nos acidentes causados por serpentes do gênero Bothrops (jararaca, jararacuçu,
urutu, cotiara, caiçaca e outras), Crotalus (cascavéis) ou Lachesis (surucucu pico-de-jaca). Nos
pacientes com antecedentes alérgicos ou sensíveis a soros de origem equina, a infusão intravenosa
do soro antielapídico (bivalente), heterólogo e hiperimune, deverá ser feita em condições de estrita
assistência médica, para observar o aparecimento de reações anafiláticas e iniciar um tratamento
intensivo das mesmas.1
Antibioticoterapia na presença de infecções secundárias e profilaxia do tétano são indicados.1
O uso do soro antielapídico (bivalente), heterólogo e hiperimune, na gravidez e lactação não é
contraindicado, porém o médico assistente deve estar atento a essa condição.
Nenhuma medicação concomitante compromete o uso do soro, porém toda medicação que porventura
esteja sendo aplicada no paciente deve ser informada ao médico assistente.1
O soro antielapídico (bivalente), heterólogo e hiperimune, deve ser conservado sob refrigeração entre 2 ºC
e 8 ºC. O soro não deve ser congelado.1
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem (embalagem e ampola).4
Não use medicamento com prazo de validade vencido.4
Guarde-o em sua embalagem original.4
O prazo de validade deste soro é de 36 meses a partir da data de fabricação.
Após abertura da ampola, o soro deve ser administrado imediatamente.
O soro antielapídico (bivalente) é uma solução límpida e transparente.1
Não deve ser usado se houver turvação ou presença de grumos.1
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.4
TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.4
Aplique o soro antielapídico (bivalente) em doses adequadas o mais precocemente possível sob estrita
vigilância médica.
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CLASSIFICAÇÃO QUANTO À GRAVIDADE E DOSE RECOMENDADA
Manifestações e Tratamento Classificação (*)
Ptose palpebral
Distúrbios de acomodação visual
Oftalmoplegia
Diplopia
Sialorreia
Disfagia
Insuficiência Respiratória Aguda
Grave
Soroterapia (quantidade de ampolas) 10
Via de administração Intravenosa
(*) pelo risco de Insuficiência Respiratória Aguda os acidentes devem ser considerados graves.2
A via de administração do soro recomendada é a intravenosa (IV) e o soro diluído ou não em solução
fisiológica, deve ser infundido entre 20 e 60 minutos. Na impossibilidade de utilizar esta via, o soro pode
ser administrado por via subcutânea.1
Em caso de picada de serpente, providencie o mais rápido possível uma assistência médica adequada.
Quanto mais precoce for a administração da primeira dose do soro, maior é seu potencial terapêutico.1
O soro antielapídico (bivalente), heterólogo e hiperimune, deve ser aplicado sob supervisão médica,
preferencialmente pela via intravenosa, seguindo as doses estipuladas (VIDE POSOLOGIA), sob a forma
de infusão lenta e em AMBIENTE HOSPITALAR, pois pode desencadear reações alérgicas, algumas
delas potencialmente graves.1
O paciente deve ser orientado a procurar assistência médica ao aparecimento de qualquer reação adversa
mesmo após o final do tratamento com o soro.1
O soro antielapídico (bivalente), heterólogo e hiperimune, pode ser administrado a qualquer momento,
mesmo após refeições ou ingestão de bebidas alcoólicas, mas exige cuidado mais rigoroso desses
pacientes pelo risco de complicações relacionadas a vômitos (aspirações). O uso concomitante de outros
medicamentos não impede a utilização do soro.1
A administração de soros heterólogos e hiperimunes pode ser acompanhada de reações do tipo alérgico,
de graus variáveis.
As mais frequentemente observadas são: prurido/rubor cutâneo, urticária, tosse seca/rouquidão,
náuseas/vômito, crise asmatiforme.
Reações graves são poucos frequentes e o choque anafilático foi descrito em 1:50.000 pacientes que
fizeram uso do soro equino.2
Por se tratar de soro heterólogo é possível o aparecimento de algumas reações:
Reações precoces
São de frequência variável e ocorrem dentro das primeiras 24 horas após a administração do soro. São de
caráter anafilático ou anafilactoide, podem ser graves e necessitam de cuidados médicos. Estas reações
ocorrem com maior frequência entre pacientes anteriormente tratados com soro de origem equina.2
Prevenção das reações precoces
Solicite informações do paciente quanto ao uso anterior de soro heterólogo e hiperimune
(antitetânico, antirrábico, antiofídico) e problemas alérgicos de naturezas diversas. Diante de
respostas positivas, considere o potencial de reações adversas e administre anti-histamínicos e
corticosteroides na dose recomendada, 15 minutos antes da aplicação do soro.2
O teste de sensibilidade tem sido abandonado na rotina do tratamento com soros heterólogos,
pois não tem se mostrado eficiente para detectar a sensibilidade do paciente, podendo
desencadear por si mesmo, reações alérgicas, retardando a soroterapia.2
Tratamento das reações precoces
Interrompa temporariamente a soroterapia e inicie o tratamento conforme a intensidade das
reações. No caso de urticária generalizada, crise asmatiforme, edema de glote ou choque deve-se
proceder à administração imediata de adrenalina aquosa 1:1000, via subcutânea ou
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intramuscular, na dose de 0,3 a 0,5 mL em adultos e 0,01 mL/Kg em crianças, podendo ser
repetida a cada 5 ou 10 minutos conforme a necessidade. Na presença de crise asmatiforme,
recomenda-se ainda a utilização de broncodilatadores inalatórios ou aminofilina por via
parenteral.2
Os corticosteroides e anti-histamínicos exercem papel secundário no controle destas reações,
podendo ser também utilizados. Após a remissão do quadro de hipersensibilidade, reinstitua a
soroterapia conforme a dose recomendada inicialmente.2
Reações tardias
São, em geral, benignas e ocorrem entre 5 a 24 dias após a administração do soro. Caracterizam-se por:
febre, urticária, dores articulares, aumento dos gânglios e, raramente, comprometimento neurológico ou
renal. Esta reação é também conhecida pelo nome de “Doença do Soro” e é tratada de acordo com a sua
intensidade, através da administração de corticosteroides, analgésicos e anti-histamínicos.2
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária –
NOTIVISA, disponível em http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a
Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.4
Em caso de eventos adversos, notifique também à FUNED por meio do link:
http://vigilancia.funed.mg.gov.br/.
Informe também a empresa através do seu Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC).
Os efeitos são aqueles relatados nas reações adversas.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.4