Bula do Succinato de Metoprolol produzido pelo laboratorio Accord Farmacêutica Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
BULA PARA PROFISSIONAL DA SAÚDE – RDC 47/2009
1
succinato de metoprolol
Accord Farmacêutica Ltda
Comprimidos revestidos de liberação controlada
25mg, 50mg e 100mg
2
Medicamento Genérico – Lei nº. 9.787, de 1999.
I. IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
Succinato de metoprolol
APRESENTAÇÕES
O succinato de metoprolol é apresentado na forma de comprimido revestido de liberação controlada de 25 mg, 50 mg ou 100
mg, em embalagens contendo 5, 10, 20 ou 30 comprimidos.
USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
Cada comprimido revestido de liberação controlada de 25 mg contém:
Succinato de metoprolol......................................................................23,75 mg (equivalente a 25 mg de tartarato de metoprolol).
Excipientes: celulose microcristalina, metilcelulose, glicerina, amido de milho, álcool isopropílico, acetona, água purificada,
estearato de magnésio, etilcelulose e sepfilm (hipromelose, celulose microcristalina, ácido esteárico e dióxido de titânio).
Cada comprimido revestido de liberação controlada de 50 mg contém:
Succinato de metoprolol......................................................................47,50 mg (equivalente a 50 mg de tartarato de metoprolol).
Cada comprimido revestido de liberação controlada de 100 mg contém:
Succinato de metoprolol....................................................................95,00 mg (equivalente a 100 mg de tartarato de metoprolol).
II. INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Hipertensão arterial: redução da pressão arterial, da morbidade e do risco de mortalidade de origem cardiovascular e coronária
(incluindo morte súbita); Angina do peito; Adjuvante na terapia da insuficiência cardíaca crônica sintomática, leve a grave:
aumento da sobrevida, redução da hospitalização, melhora na função ventricular esquerda, melhora na classe funcional da New
BULA PARA PROFISSIONAL DA SAÚDE – RDC 47/2009
3
York Heart Association (NYHA) e melhora na qualidade de vida; Alterações do ritmo cardíaco, incluindo especialmente
taquicardia supraventricular; Tratamento de manutenção após infarto do miocárdio; Alterações cardíacas funcionais com
palpitações; Profilaxia da enxaqueca.
Insuficiência cardíaca
Em pacientes com sintomas de insuficiência cardíaca (classe funcional da New York Heart Association (NYHA) II-IV) e
fração de ejeção reduzida (≤ 0,40), o succinato de metoprolol demonstrou aumentar a sobrevida e reduzir o número de
hospitalizações em conseqüência do agravamento da insuficiência cardíaca. Além disso, o tratamento com succinato de
metoprolol aumentou a fração de ejeção, reduziu o volume diastólico final e o volume sistólico final do ventrículo esquerdo,
melhorou a classe funcional de NYHA e aumentou a qualidade de vida.
No estudo MERIT-HF (Metoprolol CR/XL Randomized Intervention Trial in Congestion Heart Failure) o tratamento com
succinato de metoprolol adicionado ao tratamento padrão com inibidores da ECA e diuréticos, em pacientes com FEVE (fração
de ejeção do ventrículo esquerdo) reduzida e sintomas de insuficiência cardíaca crônica, de leve à grave, reduziu:
Em 34% a mortalidade por qualquer causa (p=0,0062 (ajustado), p=0,00009 (nominal));
Em 19% a mortalidade por eventos combinados e todas as causas de hospitalização (p=0,00012);
Em 31% a mortalidade por eventos combinados e hospitalização por agravamento da insuficiência cardíaca (p=<
0,00001);
Em 32% a mortalidade por eventos combinados e transplante do coração (p=0,0002);
Em 38% a mortalidade cardiovascular (p=0,00003);
Em 41% a morte súbita (p=0,0002);
Em 49% a mortalidade devido ao agravamento da insuficiência cardíaca (p=0,0023);
Em 39% a incidência de morte cardíaca e infarto agudo do miocárdio não-fatal (p=< 0,00001);
Em 32% a mortalidade por eventos combinados, hospitalização devido ao agravamento da insuficiência cardíaca, e
consulta devido à piora da insuficiência cardíaca (p=< 0,00001);
Em 30% o número de hospitalizações devido ao agravamento da insuficiência cardíaca e em 15% o número de
hospitalizações devido a causas cardiovasculares (p=0,0003). (Hjalmarson A et al. JAMA 2000; 283: 1295-302; MERIT-
HF Study Group. Lancet 1999; 353: 2001-7)
Hipertensão arterial
Em um estudo comparativo com placebo, que usou dados de três amostras combinadas, succinato de metoprolol foi
significativamente superior na redução da pressão arterial supina após 24 horas (Westergren et al. Curr Ther Res 1994; 55:142-
8).
Angina do peito
BULA PARA PROFISSIONAL DA SAÚDE – RDC 47/2009
4
Em um estudo controlado com placebo, houve uma redução significativa do número de crises anginosas. Além disso, houve
também um aumento significativo na capacidade de exercício (Bongers V, Sabin GV. Clin Drug Invest 1999; 17: 103-10;
Egstrup K et al. Eur J Clin Pharmacol 1988; 33 (suppl): S45-9).
Pós-infarto
Sabe-se que no pós-infarto, os pacientes que recebem betabloqueadores podem apresentar uma melhora na sobrevida de até
40%. Em um estudo que comparou doses de metoprolol de 50, 100 e 200 mg por dia, mostrou-se que após 5 anos houve uma
mortalidade de 33% nos pacientes que receberam 200 mg/dia enquanto no grupo de pacientes que não receberam
betabloqueadores, a mortalidade foi de 61% (Herlitz J et al. Cardiovasc Drugs Ther 2000; 14(6): 589-95).
Arritmias
A estimulação beta-adrenérgica aumenta a magnitude da atividade da corrente de cálcio, aumenta a repolarização do potássio e
do cloreto e aumenta a atividade de marcapasso (aumentando o ritmo sinusal). Além disso, um estresse agudo pode diminuir os
níveis do potássio. Assim, o uso de fármacos betabloqueadores, que inibem esses efeitos, pode ter uma ação antiarrítmica
através da redução da freqüência cardíaca, redução do cálcio intracelular e da redução do automatismo após a despolarização.
Em tecidos isquemiados agudamente, os betabloqueadores aumentam a necessidade de energia para fibrilar o coração, o que é
um efeito antiarrítmico. Esses efeitos parecem ser os responsáveis pela redução de mortalidade em pacientes pós infartados
tratados com metoprolol.
Assim como com os bloqueadores de canal de cálcio, um importante efeito do tratamento com betabloqueadores é o aumento
do tempo de condução do nó AV. Assim, os betabloqueadores também são úteis no controle de arritmias reentrantes que
envolvam o nó AV e no controle da resposta ventricular na fibrilação atrial (Sanguinetti MC et al. J General Physiol 1990; 96:
195-215; Hume JR & Harvey RD Am J Physiol 1991; 261: C399-412; Anderson JL et al. Am J Cardiol 1983; 51: 1196-1202;
Roden DM In: The Pharmacological Basis of Therapeutics, Ninth Edition, 1996, Hardman JG & Limbird LE (eds)).
Profilaxia da enxaqueca
A eficácia dos betabloqueadores na profilaxia das crises de enxaqueca já é bem estabelecida. Vários estudos mostram que o
metoprolol na dose de 200 mg/dia é eficaz na redução do número de crises de enxaqueca. No entanto, doses menores também
podem ser eficazes em alguns pacientes (Limmroth V, Michel MC Br J Clin Pharmacol 2001; 52(3): 237-43).
Propriedades Farmacodinâmicas
O metoprolol é um bloqueador beta-1 seletivo, isto é, bloqueia os receptores beta-1 em doses muito menores que as necessárias
para bloquear os receptores beta-2.
O metoprolol possui um insignificante efeito estabilizador de membrana e não apresenta atividade agonista parcial.
BULA PARA PROFISSIONAL DA SAÚDE – RDC 47/2009
5
O metoprolol reduz ou inibe o efeito agonista das catecolaminas no coração (as quais são liberadas durante o estresse físico e
mental). Isto significa que o aumento usual da freqüência cardíaca, do débito cardíaco, da contractilidade cardíaca e da pressão
arterial, produzido pelo aumento agudo das catecolaminas, é reduzido pelo metoprolol. Durante altos níveis endógenos de
adrenalina, o metoprolol interfere muito menos no controle da pressão arterial do que os betabloqueadores não-seletivos.
O metoprolol em formulação de liberação controlada (succinato de metoprolol) proporciona um perfil constante de
concentração plasmática no tempo e efeito bloqueador beta-1 durante 24 horas diferentemente dos comprimidos convencionais
de bloqueadores beta-1, incluindo formulações de tartarato de metoprolol.
Devido à inexistência de picos pronunciados na concentração plasmática, a seletividade clínica aos receptores beta-1 é
aumentada com metoprolol em formulação de liberação controlada, quando comparada às formulações de comprimidos
convencionais de bloqueadores beta-1 seletivos. Além disso, o risco potencial de reações adversas relacionadas aos picos de
concentração plasmática, tais como, bradicardia e fadiga nas pernas, é reduzido.
Quando necessário, pode-se administrar metoprolol em associação com um agonista beta-2 em pacientes com sintomas de
doença pulmonar obstrutiva.
Quando administrado junto com um agonista beta-2, metoprolol, nas doses terapêuticas, interfere menos na broncodilatação
causada pelo agonista beta-2 do que os beta-bloqueadores não-seletivos.
O succinato de metoprolol interfere menos na liberação de insulina e no metabolismo dos carboidratos do que os
betabloqueadores não-seletivos.
O succinato de metoprolol interfere muito menos na resposta cardiovascular para hipoglicemia do que os betabloqueadores
não-seletivos.
Estudos de curto prazo demonstraram que succinato de metoprolol pode causar um discreto aumento nos triglicérides e uma
redução nos ácidos graxos livres no sangue. Em alguns casos, foi observada uma pequena redução na fração de lipoproteínas
de alta densidade (HDL), embora em uma proporção menor do que a observada após a administração de betabloqueadores não-
seletivos. Entretanto, foi demonstrada uma redução significativa nos níveis séricos totais de colesterol após tratamento com o
metoprolol em um estudo realizado durante vários anos.
A qualidade de vida é mantida inalterada ou é melhorada durante o tratamento com succinato de metoprolol.
Foi observada uma melhora na qualidade de vida após tratamento com metoprolol em pacientes após infarto do miocárdio.
Além disso, succinato de metoprolol demonstrou aumentar a qualidade de vida em pacientes com insuficiência cardíaca
crônica.
6
Efeitos na hipertensão
O succinato de metoprolol reduz a pressão arterial elevada tanto em pacientes na posição supina quanto na ortostática. Pode ser
observado aumento na resistência periférica após a instituição do tratamento com metoprolol, mas com curta duração (poucas
horas) e clinicamente insignificante. Durante tratamento à longo prazo, a resistência periférica total pode ser reduzida, devido a
reversão da hipertrofia na resistência arterial dos vasos. Também foi demonstrado que o tratamento anti-hipertensivo à longo
prazo com o metoprolol reduz a hipertrofia ventricular esquerda e melhora a função diastólica ventricular esquerda e o
enchimento ventricular esquerdo.
Em homens com hipertensão arterial leve a moderada, metoprolol tem demonstrado reduzir o risco de morte por doença
cardiovascular, principalmente devido ao risco reduzido de morte cardiovascular súbita, reduzir o risco de infarto do miocárdio
fatal e não-fatal e de acidente vascular cerebral.
Efeitos na angina do peito
Em pacientes com angina do peito, metoprolol tem demonstrado reduzir a freqüência, a duração e a gravidade, tanto das crises
de angina, quanto dos episódios de isquemia silenciosa e demonstrou aumentar a capacidade física de trabalho.
Efeitos no ritmo cardíaco
Em casos de taquicardia supraventricular ou fibrilação atrial e na presença de extra-sístoles ventriculares, succinato de
metoprolol reduz a freqüência ventricular e as extra-sístoles ventriculares. Sua ação antiarrítmica é devida principalmente à
inibição da automaticidade das células marcapasso e ao prolongamento do tempo de condução A-V.
Efeitos no infarto do miocárdio
Em pacientes com suspeita ou infarto do miocárdio confirmado, o metoprolol reduz a mortalidade, principalmente devido à
redução do risco de morte súbita.
Presume-se que este efeito seja em parte devido à prevenção da fibrilação ventricular.
O efeito antifibrilatório pode ser devido a um mecanismo duplo: um efeito vagal na barreira hematoencefálica, influenciando
de maneira benéfica a estabilidade elétrica do coração, e um efeito antiisquêmico cardíaco direto simpático, influenciando de
maneira benéfica à contractilidade, a freqüência cardíaca e a pressão arterial. Tanto na intervenção precoce, como na
intervenção tardia, a redução da mortalidade também é observada em pacientes de alto risco com doença cardiovascular prévia
e em pacientes com diabetes mellitus.
O metoprolol tem também demonstrado reduzir o risco de reinfarto do miocárdio não-fatal.
Efeitos nas desordens cardíacas com palpitações
O succinato de metoprolol é adequado para o tratamento de transtornos cardíacos funcionais com palpitações.
7
Efeitos na enxaqueca
O succinato de metoprolol é adequado para o tratamento profilático da enxaqueca.
Propriedades Farmacocinéticas
Absorção e distribuição
O metoprolol é completamente absorvido após administração oral. Devido ao extenso metabolismo de primeira passagem, a
biodisponibilidade sistêmica do metoprolol em uma dose única oral é de aproximadamente 50%. A biodisponibilidade da
preparação de liberação controlada é reduzida em aproximadamente 20-30% quando comparada com o comprimido
convencional. Entretanto, isso demonstrou não ter significância para a eficácia clínica, uma vez que a área sob a curva de efeito
(AUC) para a freqüência cardíaca é a mesma que para os comprimidos convencionais. A ligação do metoprolol às proteínas
plasmáticas é baixa, aproximadamente 5-10%.
O comprimido revestido de liberação controlada consiste de múltiplos grânulos de succinato de metoprolol. Cada grânulo é
recoberto com uma membrana de polímero que controla a velocidade de liberação do metoprolol.
O comprimido desintegra-se rapidamente após a ingestão, dispersando os grânulos ao longo do trato gastrointestinal, os quais
vão liberando o metoprolol continuamente por cerca de 20 horas. A meia-vida de eliminação do metoprolol é em média de 3,5
horas. Assim, uma concentração plasmática constante de metoprolol é alcançada com intervalo de administração de 24 horas.
A velocidade de liberação é independente de fatores fisiológicos, tais como, pH, alimentos e peristaltismo.
Metabolismo e eliminação
O metoprolol sofre metabolismo oxidativo no fígado primariamente pela isoenzima CYP2D6. Três principais metabólitos
foram identificados, entretanto nenhum deles tem efeito betabloqueador de importância clínica.
Via de regra, mais de 95% da dose oral pode ser recuperada na urina. Aproximadamente 5% da dose administrada é excretada
na urina como fármaco inalterado, podendo aumentar para até 30% em casos isolados. A meia-vida de eliminação do
metoprolol no plasma é em média de 3,5 horas (extremos: 1 e 9 horas). A taxa de depuração total é de aproximadamente 1
L/min.
Os pacientes idosos não apresentam alterações significativas na farmacocinética do metoprolol, em comparação com pessoas
jovens. A biodisponibilidade sistêmica e a eliminação do metoprolol não são alteradas em pacientes com função renal
reduzida. Entretanto, a excreção dos metabólitos é reduzida. Foi observado um acúmulo significativo dos metabólitos em
pacientes com uma taxa de filtração glomerular inferior a 5 mL/min. Esse acúmulo de metabólitos, entretanto, não aumenta o
efeito betabloqueador.
A farmacocinética do metoprolol é pouco afetada pela diminuição da função hepática. Entretanto, em pacientes com cirrose
hepática grave e derivação portacava, a biodisponibilidade do metoprolol pode aumentar e a depuração total pode ser reduzida.
8
Os pacientes com anastomose portacava apresentaram uma depuração total de aproximadamente 0,3 L/min e valores da área
sob a curva de concentração plasmática versus tempo (AUC) até 6 vezes maiores que em indivíduos sadios.
Dados de segurança pré-clínica
Nenhum dado relevante foi encontrado.
O succinato de metoprolol é contraindicado em pacientes com hipersensibilidade ao metoprolol, aos demais componentes da
fórmula ou a outros betabloqueadores.
Bloqueio atrioventricular de grau II ou de grau III, pacientes com insuficiência cardíaca não compensada instável (edema
pulmonar, hipoperfusão ou hipotensão), e pacientes com terapia inotrópica contínua ou intermitente agindo através de agonista
do receptor beta, bradicardia sinusal clinicamente relevante, síndrome do nó sino-atrial (a não ser que um marcapasso
permanente esteja em uso), choque cardiogênico e arteriopatia periférica grave.
O metoprolol não deve ser administrado em pacientes com suspeita de infarto agudo do miocárdio, enquanto a freqüência
cardíaca for < 45 batimentos/minuto, o intervalo PQ for > 0,24 segundos ou a pressão sistólica for <100 mmHg.
Não se deve realizar administração intravenosa de antagonistas de cálcio do tipo verapamil em pacientes tratados com
betabloqueadores.
Pacientes com doenças broncoespásticas, em geral, não devem receber betabloqueadores. Porém, devido à sua relativa
seletividade beta-1, succinato de metoprolol pode ser usado com cautela em pacientes com doença broncoespástica que não
respondem, ou não toleraram tratamento com outros anti-hipertensivos.
Geralmente, quando estiver tratando pacientes com asma, deve-se administrar terapia concomitante com agonista beta-2
(comprimidos e/ou inalação). Pode haver necessidade de ajuste da dose do agonista beta-2 (aumento) quando o tratamento com
succinato de metoprolol é iniciado. O risco de succinato de metoprolol interferir com receptores beta-2 é, entretanto, menor
quando comparado a formulações convencionais de bloqueadores beta-1 seletivos.
O succinato de metoprolol deve ser usado com cautela em pacientes diabéticos. Betabloqueadores podem mascarar taquicardia
ocorrendo com hipoglicemia, mas outras manifestações como vertigem e sudorese podem não ser significativamente afetadas.
Durante o tratamento com succinato de metoprolol, o risco de interferência com o metabolismo de carboidratos ou de mascarar
a hipoglicemia é provavelmente menor do que com tratamento com comprimidos convencionais de bloqueadores beta-1
seletivos e muito menor do que com betabloqueadores não seletivos.
BULA PARA PROFISSIONAL DA SAÚDE – RDC 47/2009
9
A estimulação simpática é um componente vital de suporte da função circulatória em pacientes com insuficiência cardíaca
congestiva e os betabloqueadores possuem o risco potencial de depressão da contractilidade do miocárdio, podendo precipitar
uma insuficiência cardíaca mais severa. Em pacientes hipertensos e com angina que têm insuficiência cardíaca congestiva
controlada por digitálicos e diuréticos, succinato de metoprolol deve ser administrado com cautela. Tanto digitálicos quanto
succinato de metoprolol diminuem a condução A-V. Muito raramente, uma alteração preexistente da condução A-V de grau
moderado pode ser agravada (levando, possivelmente, a bloqueio A-V).
O uso de betabloqueadores por um período de tempo prolongado pode, em alguns casos, levar à insuficiência cardíaca. Nos
primeiros sinais ou sintomas de iminência de insuficiência cardíaca, os pacientes devem ser totalmente digitalizados e/ou
receber diuréticos. A resposta deve ser atentamente observada. Se a insuficiência cardíaca persistir, o tratamento com succinato
de metoprolol deve ser suspenso.
Se os pacientes desenvolverem crescente bradicardia, deve-se reduzir a dose de succinato de metoprolol ou suspender a
medicação gradualmente.
O succinato de metoprolol pode agravar os sintomas de arteriopatia periférica.
Se utilizado em pacientes com feocromocitoma, deve-se administrar concomitantemente um alfa-bloqueador.
A biodisponibilidade do metoprolol pode estar aumentada em pacientes com cirrose hepática, por isso deve ser usado sob
cuidado nestes pacientes.
A suspensão abrupta de betabloqueadores é perigosa, especialmente em pacientes de alto risco e, portanto, não deve ser
realizada. Após a interrupção abrupta da terapia com certos agentes bloqueadores, tem ocorrido exacerbações de angina do
peito e, em alguns casos, infarto do miocárdio.
Se houver a necessidade de descontinuar o tratamento com succinato de metoprolol, recomenda-se que seja feito de forma
gradual, em um período mínimo de 2 semanas, em que a dose é reduzida pela metade, a cada redução, até a etapa final em que
a dose de 25 mg é reduzida à metade.
A dose final deve ser administrada, no mínimo, por 4 dias antes da descontinuação. Se a angina piorar ou se desenvolver uma
insuficiência coronariana aguda, a administração de succinato de metoprolol deve ser imediatamente reiniciada, pelo menos
temporariamente, e devem ser tomadas outras medidas apropriadas para o controle da angina instável. Sabendo-se que a
doença da artéria coronária é comum e pode não estar diagnosticada, aconselha-se que o tratamento não seja interrompido
abruptamente, mesmo em pacientes tratados apenas para hipertensão. Se ocorrerem sintomas, recomenda-se a diminuição da
velocidade de retirada. A retirada abrupta de betabloqueador pode agravar a insuficiência cardíaca crônica e também aumentar
o risco de infarto do miocárdio e morte súbita.
10
A necessidade ou desejo de retirar a terapia betabloqueadora antes de cirurgias maiores é controversa, a habilidade prejudicada
do coração para responder a estímulos adrenérgicos reflexos pode aumentar os riscos de anestesia geral e procedimentos
cirúrgicos. O succinato de metoprolol, como outros betabloqueadores, é um inibidor competitivo de agonistas de beta-
receptores e seus efeitos podem ser revertidos pela administração destes agentes, por exemplo, dobutamina ou isoproterenol.
Entretanto, estes pacientes podem estar sujeitos a hipotensão severa prolongada. Dificuldade em reiniciar e manter os
batimentos cardíacos tem sido também relatada com betabloqueadores.
Antes de cirurgias, o anestesista deve ser informado de que o paciente está tomando succinato de metoprolol. Não é
recomendado interromper o tratamento com betabloqueador em pacientes que serão submetidos à cirurgia. Início agudo com
altas doses de metoprolol para pacientes submetidos à cirurgia não-cardíaca deve ser evitado, pois têm sido associadas com
bradicardia, hipotensão arterial e acidente vascular cerebral, inclusive fatais, em pacientes com fatores de risco cardiovascular.
Em pacientes utilizando betabloqueadores, o choque anafilático manifesta-se com maior intensidade.
O bloqueio beta-adrenérgico pode mascarar certos sinais clínicos de hipertireoidismo (ex.: taquicardia). Pacientes suspeitos de
apresentarem tireotoxicoses devem ser controlados cuidadosamente para evitar interrupção abrupta do bloqueio beta, o que
pode precipitar uma descompensação do quadro.
Efeitos sobre a capacidade de dirigir veículos e operar máquinas: deve-se avaliar a reação dos pacientes ao medicamento
antes de dirigir veículos e operar máquinas, porque, ocasionalmente, podem ocorrer vertigem ou fadiga.
Gravidez e lactação
Categoria de risco na gravidez: C
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião dentista.
O succinato de metoprolol não deve ser usado durante a gravidez ou lactação ao menos que o seu uso seja considerado
essencial. Em geral, os betabloqueadores reduzem a perfusão placentária, o que tem sido associado com retardo de
crescimento, morte intrauterina, aborto e parto prematuro. Sugere-se que acompanhamento materno-fetal apropriado seja
realizado em mulheres grávidas tratadas com metoprolol. Os betabloqueadores podem causar efeitos adversos, como por
exemplo, bradicardia no feto, no recém-nascido e em crianças sob aleitamento materno.
A quantidade de metoprolol ingerida pelo lactente através do leite materno, entretanto, parece ser insignificante com relação ao
efeito betabloqueador no lactente, se a mãe é tratada com metoprolol em doses terapêuticas normais.
Este medicamento pode causar doping.
O metoprolol é um substrato metabólico para o citocromo P450 isoenzima CYP2D6. Fármacos que atuam como substâncias
indutores enzimáticos e inibidores enzimáticos podem exercer uma influência sobre os níveis plasmáticos de metoprolol. Os
níveis plasmáticos de metoprolol podem ser elevados pela co-administração de compostos metabolizados pelo CYP2D6, ex.:
antiarrítimicos, anti-histamínicos, antagonistas do receptor de histamina-2, antidepressivos, antipsicóticos e inibidores da
COX-2. A concentração plasmática de metoprolol é diminuída pela rifampicina e pode ser elevada pelo álcool e hidralazina.
Recomenda-se cuidado especial a pacientes recebendo tratamento concomitante com agentes bloqueadores ganglionares
simpáticos, outros betabloqueadores (ex.: colírio) ou inibidores da MAO (monoaminoxidase).
Se tratamento concomitante com clonidina for descontinuado, a medicação betabloqueadora deve ser retirada vários dias antes
da clonidina.
Pode ocorrer aumento dos efeitos negativos sobre o inotropismo e cronotropismo quando metoprolol for administrado junto
com antagonistas do cálcio do tipo verapamil e diltiazem. Pacientes tratados com betabloqueadores, não devem receber
administração intravenosa de antagonistas de cálcio do tipo verapamil.
Os betabloqueadores podem aumentar os efeitos negativos sobre o inotropismo e o dromotropismo de agentes antiarrítmicos
(do tipo da quinidina e amiodarona).
A associação de digitálicos glicosídeos e betabloqueadores pode aumentar o tempo de condução atrioventricular e pode induzir
a bradicardia.
Em pacientes recebendo terapia com betabloqueador, os anestésicos inalatórios aumentam o efeito cardiodepressor.
O tratamento concomitante com indometacina ou outros fármacos inibidores da prostaglandina sintetase pode diminuir o efeito
anti-hipertensivo dos betabloqueadores.
Sob certas condições, quando a adrenalina é administrada em pacientes tratados com betabloqueadores, os betabloqueadores
cardiosseletivos interferem em menor grau com o controle da pressão sanguínea que os não seletivos.
Pode ser necessário um ajuste da dose de hipoglicemiantes orais em pacientes sob tratamento com betabloqueadores.
O metoprolol pode reduzir a taxa de depuração plasmática de outros fármacos (ex.: lidocaína).
Fármacos depletores das catecolaminas (ex.: reserpina), proporcionam um efeito aditivo quando usados junto a agentes
betabloqueadores.
BULA PARA PROFISSIONAL DA SAÚDE – RDC 47/2009
12
Interferências com exames laboratoriais: o uso de succinato de metoprolol pode apresentar níveis séricos elevados das
transaminases, fosfatase alcalina e lactato desidrogenase (DHL).
Conservar em temperatura ambiente (15ºC a 30ºC).
O succinato de metoprolol tem validade de 24 meses a partir da data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Aspecto físico
Succinato de metoprolol é apresentado da seguinte maneira:
- Succinato de metoprolol 25 mg: comprimidos de cor branca a quase branca, ovais e gravada a sigla M1 em um dos lados.
- Succinato de metoprolol 50 mg: comprimidos de cor branca a quase branca, ovais e gravada a sigla M2 em um dos lados.
- Succinato de metoprolol 100 mg: comprimidos de cor branca a quase branca, ovais e gravada a sigla M3 em um dos lados.
Os comprimidos e as partes divididas não devem ser mastigados ou amassados.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
O succinato de metoprolol deve ser administrado em dose única diária por via oral, com líquido, podendo ser ingerido com as
refeições ou com o estômago vazio.
- Hipertensão:
A dosagem recomendada para pacientes com hipertensão leve à moderada é 50 mg de succinato de metoprolol uma vez ao dia.
Em pacientes que não respondem a 50 mg, a dose pode ser aumentada para 100 a 200 mg uma vez ao dia e/ou combinada com
outros agentes anti-hipertensivos.
BULA PARA PROFISSIONAL DA SAÚDE – RDC 47/2009
13
O tratamento anti-hipertensivo de longa duração com doses diárias de 100-200 mg de metoprolol tem demonstrado reduzir a
mortalidade total, incluindo morte cardiovascular súbita, acidente vascular cerebral e eventos coronarianos em pacientes
hipertensos.
- Angina do peito:
A dosagem recomendada é 100-200 mg de succinato de metoprolol uma vez ao dia. Se necessário, succinato de metoprolol
pode ser combinado com outros agentes antianginosos.
- Insuficiência cardíaca crônica:
A dose de succinato de metoprolol deve ser ajustada individualmente em pacientes com insuficiência cardíaca crônica
estabilizados com outro tratamento de insuficiência cardíaca. Uma dose inicial recomendada durante as duas primeiras
semanas é um comprimido de 25 mg uma vez ao dia. Recomenda-se que os pacientes com classes funcionais III-IV de NYHA
comecem com meio comprimido de 25 mg uma vez ao dia, na primeira semana. Recomenda-se que a dose seja dobrada a cada
2 semanas, até uma dose máxima de 200 mg de metoprolol uma vez ao dia (ou até a dose máxima tolerada). Durante o
tratamento à longo prazo, o objetivo deve ser atingir a dose de 200 mg de metoprolol uma vez ao dia (ou a dose máxima
tolerada).
Em cada nível posológico, o paciente deve ser avaliado cuidadosamente no que se refere à tolerabilidade. Em caso de
hipotensão, pode ser necessário reduzir a medicação concomitante. A hipotensão inicial não significa necessariamente que a
dose não possa ser tolerada no tratamento crônico, mas o paciente deve ser mantido com a menor dose, até se estabilizar.
- Arritmias cardíacas:
A dosagem recomendada é de 100-200 mg de succinato de metoprolol uma vez ao dia.
- Tratamento de manutenção após infarto do miocárdio:
Foi demonstrado que o tratamento à longo prazo com o metoprolol em doses de 200 mg, administrados uma vez ao dia, reduz
o risco de morte (incluindo morte súbita) e reduz o risco de reinfarto (também em pacientes com diabetes mellitus).
- Alterações cardíacas funcionais com palpitações:
A dosagem recomendada é 100 mg uma vez ao dia. Se necessário, a dose pode ser aumentada para 200 mg.
- Profilaxia da enxaqueca:
14
A dosagem recomendada é 100-200 mg uma vez ao dia.
Crianças: há experiência limitada do tratamento de crianças com succinato de metoprolol.
Insuficiência hepática: normalmente, não é necessário ajuste de dose em pacientes com cirrose hepática, porque o metoprolol
tem uma baixa taxa de ligação protéica (5%-10%). Quando há sinais de sério comprometimento da função hepática (por
exemplo, pacientes submetidos à cirurgia de derivação), deve-se considerar uma redução da dose.
Insuficiência renal: não é necessário ajuste de dose em pacientes com insuficiência renal.
Idosos: não é necessário ajuste de dose.
Se o paciente esquecer de tomar o comprimido de succinato de metoprolol, deverá tomá-lo assim que se lembrar, contanto que
seja pelo menos 12 horas antes da próxima dose. Se lembrar após 12 horas ou mais, deverá tomar somente metade da dose
prescrita. As próximas doses deverão ser tomadas no horário habitual.
Este medicamento não deve ser esmagado ou mastigado.
O succinato de metoprolol é bem tolerado e as reações adversas têm sido geralmente leves e reversíveis. Os eventos a seguir
têm sido relatados como eventos adversos em estudos clínicos ou em uso de rotina, principalmente, com o metoprolol
convencional (tartarato de metoprolol). Em muitos casos, não foi estabelecida uma relação com o tratamento com metoprolol.
As seguintes definições de freqüência são usadas: muito comum (≥ 1/10), comum (≥ 1/100 e < 1/10), incomum (≥ 1/1.000 e <
1/100), rara (≥ 1/10.000 e < 1/1.000) e muito rara (< 1/10.000).
Sistema Cardiovascular:
- Comum: bradicardia, alterações posturais (muito raramente com síncope), mãos e pés frios, fenômeno de Raynaud e
palpitações.
- Incomum: deterioração dos sintomas de insuficiência cardíaca, choque cardiogênico em pacientes com infarto agudo do
miocárdio*, bloqueio cardíaco de primeiro grau, edema, dor precordial e hipotensão.
- Rara: alterações da condução cardíaca e arritmias cardíacas.
- Muito rara: gangrena em pacientes com alterações circulatórias periféricas graves preexistentes.
* Excesso de freqüência de 0,4% comparado com placebo em um estudo com 46000 pacientes com infarto agudo do miocárdio
quando a freqüência de choque cardiogênico foi de 2,3% no grupo metoprolol e 1,9% no grupo placebo no subgrupo de
BULA PARA PROFISSIONAL DA SAÚDE – RDC 47/2009
15
pacientes com menor índice de risco de choque. O índice de risco de choque foi baseado no risco absoluto em cada paciente
individualmente derivado da idade, sexo, time delay, classe Killip, pressão sanguínea, freqüência cardíaca, anormalidades no
ECG e histórico de hipertensão prévia. O grupo de pacientes com menor índice de risco de choque corresponde aos pacientes
nos quais metoprolol é recomendado para o uso em infarto agudo do miocárdio.
Sistema Nervoso Central:
Muito comum: fadiga e astenia.
Comum: vertigem e cefaléia.
Incomum: parestesia e cãibras musculares.
Sistema Gastrointestinal:
Comum: náuseas, dor abdominal, diarréia e constipação.
Incomum: vômitos.
Rara: boca seca.
Sistema Hematológico:
Muito rara: trombocitopenia, agranulocitose e púrpura trombocitopênica.
Sistema Hepático:
Rara: alterações de testes da função hepática.
Muito rara: hepatite.
Metabolismo:
Incomum: ganho de peso.
Músculo-esquelético:
Muito rara: artralgia.
Efeitos Psiquiátricos:
Incomum: depressão, dificuldade de concentração, sonolência ou insônia e pesadelos.
Rara: nervosismo, ansiedade e impotência/disfunção sexual.
Muito rara: amnésia/comprometimento da memória, confusão e alucinações.
Sistema Respiratório:
Comum: dispnéia de esforço.
Incomum: broncospasmo.
Rara: rinite.
16
Órgãos dos Sentidos:
Rara: distúrbios da visão, irritação e/ou ressecamento dos olhos e conjuntivite.
Muito rara: zumbido e distúrbios do paladar.
Pele:
Incomum: exantema (na forma de urticária psoriasiforme e lesões cutâneas distróficas) e sudorese aumentada.
Rara: perda de cabelo.
Muito rara: reações de fotossensibilidade e agravamento da psoríase.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária - NOTIVISA, disponível em
www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.