Bula do Utrogestan produzido pelo laboratorio Besins Healthcare Brasil Comercial e Distribuidora de Medicamentos Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
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UTROGESTAN
(Progesterona natural micronizada)
BESINS HEALTHCARE BRASIL
Cápsula de Gelatina Mole
100 e 200 mg
BULA PARA PROFISSIONAL DA SAÚDE
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UTROGESTAN
Progesterona natural micronizada
FORMAS FARMACÊUTICAS E APRESENTAÇÕES
Cápsulas gelatinosas moles – progesterona micronizada 100 mg – embalagem com 30 cápsulas.
Cápsulas gelatinosas moles – progesterona micronizada 200 mg – embalagem com 14 cápsulas.
VIA ORAL / VAGINAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
Cada cápsula gelatinosa de 100 mg contém:
Progesterona micronizada...............................................................................100 mg
Excipientes: óleo de amendoim, lecitina de soja. Componentes da cápsula: gelatina, glicerol, dióxido de titânio.
Cada cápsula gelatinosa de 200 mg contém:
Progesterona micronizada...............................................................................200 mg
Via oral
Utrogestan®
é indicado para o tratamento de:
• Distúrbios da ovulação relacionados à deficiência de progesterona, como dor e outras alterações do ciclo menstrual,
amenorréia secundária e alterações benignas da mama;
• Insuficiência lútea;
• Estados de deficiência de progesterona, na pré-menopausa e na reposição hormonal da menopausa como complemento
à terapia com estrogênio.
Via vaginal
é indicado para:
• Suporte de progesterona durante a insuficiência ovariana ou carência ovariana completa de mulheres com diminuição
da função ovariana (doação de oócitos);
• Suplementação da fase lútea durante ciclos de fertilização in vitro ou ICSI (Injeção Intracitoplasmática de
Espermatozóides);
• Suplementação da fase lútea durante ciclos espontâneos ou induzidos, em caso de subfertilidade ou infertilidade
primária ou secundária devido à anovulação;
• Ameaça de aborto precoce ou prevenção de aborto devido à insuficiência lútea durante o primeiro trimestre.
Em todas as indicações a via vaginal pode ser utilizada para substituir a via oral, em casos de eventos adversos
da progesterona (sonolência ou sensação de vertigem após a abosorção oral).
A progesterona está disponível há mais de 50 anos desde que foi sintetizada e comercializada pela primeira vez. Ela tem
sido utilizada no tratamento de vários distúrbios ginecológicos, como hiperplasia endometrial, disfunção do ciclo
menstrual, fase lútea inadequada, síndrome pré-menstrual e síndrome da menopausa.
Um estudo1
comparativo dos níveis séricos de progesterona micronizada entre a administração oral e vaginal foi
realizado em sessenta voluntárias. As voluntárias foram divididas em dois grupos para receber a droga, um por via oral e
outro por via vaginal. Os resultados demonstraram que não houve diferença significativa nas características gerais basais
entre estes dois grupos. As análises sanguíneas dos níveis de estrogênio e de progesterona foram realizadas em todas as
voluntárias antes e após a administração da droga. Os dados recolhidos a partir da experiência revelaram que os níveis
séricos de progesterona atingidos pela administração oral (5,06 + / - 2,95 ng/ml) diferem significativamente (p <0,001)
daqueles atingidos pela administração vaginal (8,26 + / - 4,09 ng/ml). Os dados também revelaram que os níveis séricos
de progesterona, na administração oral de um grupo (4,23 + / - 2,68 ng/ml) não diferiram significativamente (p = 0,925)
do outro grupo (4,15 + / - 3,40 ng/ml) quando o nível sérico de estrogênio foi inferior a 30 pg/ml. Por outro lado,
quando o nível sérico de estrogênio foi de pelo menos 30 pg/ml, houve uma diferença significativa (p <0,005) dos níveis
séricos de progesterona entre estes dois grupos (6,32 + / - 2,99 ng/ml para a via oral e 9,76 + / - 3,23 ng/ml para a via
vaginal). 1
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Em outro estudo2
, que envolveu oito mulheres com ciclos menstruais com três meses de intervalo e com suspeita de
síndrome de ovário policístico, o uso da progesterona natural micronizada de 100 mg pela manhã e 200 mg a noite por
um período de sete dias induziu fluxo menstrual adequado e não alterou significativamente os níveis basais
androgênicos e de 17-hidroprogesterona.
1. Choavaratana R, Manoch D. Efficacy of Oral Micronized Progesterone When Applied Via Vaginal Route. J. Med.
Assoc. Thai 2004; 87(5): 455-8.
2. Woods, Kelie S, et al. Effect of Oral Micronized Progesterone on Androgen Levels in Women with Polycystic Ovary
Syndrome. Clinical Obstetrics and Gynecology, 1995; 38(4): 902-914.
Progesterona (G03DA04: sistema urogenital e hormônios sexuais).
Farmacodinâmica
As propriedades de Utrogestan®
são similares às da progesterona endógena natural de modo especial: efeitos de
gestágeno, antiestrogênio e antiandrogênio leve e antialdosterona.
Farmacocinética
Via oral
Absorção
A progesterona micronizada é absorvida no trato gastrointestinal.
Os níveis de progesterona sanguínea aumentam a partir da primeira hora e picos plasmáticos são obtidos em uma a três
horas após a administração.
Estudos farmacocinéticos realizados em voluntários demonstraram que, após a ingestão simultânea de duas cápsulas de
100 mg de Utrogestan®
, níveis médios plasmáticos de progesterona aumentaram de 0,13 ng/ml para 4,25 ng/ml após
uma hora, para 11,75 ng/ml em duas horas, para 8,37 ng/ml em quatro horas, para 2 ng/ml em seis horas e para 1,64
ng/ml em oito horas.
De acordo com o tempo de distribuição do hormônio para os tecidos, a dosagem diária deveria ser dividida em duas
doses com um intervalo de doze horas, para manter níveis efetivos e estáveis nas vinte e quatro horas do dia.
Há variações consideráveis entre indivíduos, ainda que um mesmo sujeito conserve as mesmas características
farmacocinéticas durante um período de alguns meses, permitindo um bom ajuste de dosagem individual.
Metabolismo
Os metabólitos plasmáticos principais são 20-hidroxi, 4-pregnenolona e 5-di hidroprogesterona.
Na urina, 95% do produto é eliminado na forma de seus metabólitos glicuroconjugados incluindo o metabólito principal
3,5-pregnanodiol (pregnandiol). Os metabólitos plasmáticos e urinários são idênticos àqueles encontrados durante a
secreção fisiológica do corpo lúteo ovariano.
Via vaginal
Após inserção vaginal, a progesterona é rapidamente absorvida pela mucosa vaginal, como mostrado pelo aumento nos
níveis da progesterona plasmática a partir da primeira hora após a administração.
Concentrações de pico de progesterona plasmática são alcançadas em duas a seis horas após aplicação e são obtidas
concentrações médias durante 24 horas de 0,97 ng/mL após administração de 100 mg pela manhã e pela noite.
Esta dosagem média recomendada, consequentemente, induz concentrações plasmáticas fisiológicas estáveis de
progesterona, similares àquelas observadas durante a fase lútea de um ciclo menstrual ovulatório normal. Pequenas
variações nos níveis de progesterona entre indivíduos tornam possível predizer o efeito obtido com uma dose padrão.
Nas doses superiores a 200 mg por dia, são obtidas concentrações de progesterona similares às descritas durante o
primeiro trimestre de gravidez.
A concentração plasmática de 5-pregnenolona não é aumentada.
A eliminação urinária é feita principalmente na forma de 3,5-pregnanodiol (pregnandiol) como mostrado pelo aumento
progressivo em sua concentração (para uma concentração de pico de 142 ng/ml em seis horas).
Dados de segurança pré-clínica
Os dados provenientes de estudos pré-clínicos de segurança e toxicidade não revelaram qualquer risco para os humanos.
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Câncer de mama ou dos órgãos genitais
Sangramento genital não diagnosticado
Acidente vascular cerebral
Doenças do fígado
Aborto incompleto
Câncer do fígado
Doenças tromboembólicas
Tromboflebite (formação ou presença de um coágulo sanguíneo)
Porfiria
Hipersensibilidade e/ou alergia a qualquer um dos componentes da fórmula
• Este medicamento não trata todas as causas de aborto espontâneo precoce e, particularmente, não tem ação sobre
abortos provenientes de transtornos genéticos (que correspondem a mais da metade das causas de aborto).
• O tratamento com Utrogestan®
, por recomendação, não é um contraceptivo.
• Monitorar pacientes que apresentem alguma condição que possa ser agravada pela retenção de líquidos (distúrbios
cardíacos ou renais), epilepsia, depressão, diabetes, cisto ovariano, disfunção hepática, asma brônquica, intolerância a
glicose ou enxaqueca.
• Não é recomendável dirigir ou operar máquinas após a administração deste medicamento.
• A ingestão concomitante do medicamento com alimentos pode aumentar a biodisponibilidade da progesterona.
Utrogestan®
não deve ser administrado com alimentos.
Uso na gestação
Categoria de risco gestacional: A.”Em estudos controlados em mulheres grávidas, o fármaco não demonstrou risco para
o feto no primeiro trimestre de gravidez. Não há evidências de risco nos trimestres posteriores, sendo remota a
possibilidade de dano fetal”.
• O efeito da progesterona pode ser diminuído pelo uso concomitante de barbitúricos, carbamazepina, hidantoína ou
rifampicina.
• Utrogestan pode aumentar os efeitos dos betabloqueadores, teofilina ou ciclosporina.
Cuidados de armazenamento
Utrogestan®
deve ser conservado em temperatura ambiente (15°C a 30°C), em sua embalagem original, protegido da
luz e umidade.
Número do lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Depois de aberto, este medicamento pode ser utilizado dentro do prazo de validade estipulado.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características físicas
• Utrogestan®
100 mg: cápsula de gelatina mole circular, levemente amarela contendo uma suspensão esbranquiçada
oleaginosa.
200 mg: cápsula de gelatina mole oval, levemente amarela contendo uma suspensão esbranquiçada
Característica organoléptica
Odor característico.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
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Via oral
Recomenda-se que a administração seja feita com um copo d’água, longe das refeições (com o estômago vazio),
preferencialmente à noite, antes de dormir.
• Na insuficiência de progesterona, a dose média é de 200 a 300 mg de progesterona micronizada por dia.
• Na insuficiência lútea (síndrome pré-menstrual, doença mamária benigna, menstruação irregular e pré-menopausa) o
regime de tratamento usual é de 10 dias por ciclo, habitualmente do 16º ao 25º dia, devendo ser usados 200 a 300 mg
por dia, do seguinte modo:
* 200 mg em dose única antes de dormir;
* 300 mg divididos em duas doses, 100 mg duas horas após o desjejum e 200 mg à noite, ao deitar.
• Em terapia de reposição hormonal para menopausa, a terapia estrogênica isolada não é recomendada pelo maior risco
de hiperplasia endometrial (proliferação benigna do endométrio no útero). Consequentemente, a progesterona é
combinada em dose de 100 a 200 mg por dia, da seguinte forma:
* dose única de 100 mg à noite antes de dormir, de 25 a 30 dias por mês (neste caso, a maioria das pacientes pode não
apresentar sangramento) ou;
* divididos em duas doses de 100 mg, 12 a 14 dias por mês, ou nas últimas duas semanas de cada sequência do
tratamento ou;
* dose única de 200 mg à noite, antes de dormir, de 12 a 14 dias por mês, ou nas últimas duas semanas de cada
sequência do tratamento.
Na dose de 200 mg é comum observar um sangramento de privação após o uso da progesterona.
Em todas as indicações, a via vaginal pode ser utilizada, nas mesmas dosagens da via oral, em casos de efeitos
colaterais pelo uso da progesterona (sonolência após absorção oral).
Via vaginal
Cada cápsula gelatinosa deve ser introduzida profundamente na vagina.
• Suporte de progesterona durante a insuficiência ovariana ou carência ovariana completa de mulheres com diminuição
da função ovariana (doação de oócitos).
O regime de tratamento (como um complemento para a terapia adequada de estrogênio) é o seguinte:
* 200 mg de progesterona micronizada do 15º ao 25º dia do ciclo, em uma única dose ou divididos em duas doses de
100 mg e, em seguida;
* A partir do 26º dia do ciclo ou no caso de gravidez, esta dose pode ser elevada para o máximo de 600 mg por dia
divididos em 3 doses.
Esta dosagem deverá ser continuada até o 60º dia e, portanto, não deve ser administrada após a 12ª semana de gravidez.
• Suplementação da fase lútea durante ciclos de fertilização in vitro ou ICSI.
A dosagem recomendada é de 600 a 800 mg por dia, divididos em três ou quatro doses (a cada 6h ou 8h), iniciados no
dia da captação ou no dia da transferência, até a 12ª semana de gravidez.
• Suplementação da fase lútea durante ciclos espontâneos ou induzidos, em caso de subfertilidade ou infertilidade
primária ou secundária particularmente devido à anovulação.
A dosagem recomendada é de 200 a 300 mg por dia, divididos em duas doses, a partir do 16º dia do ciclo, durante 10
dias.
O tratamento será rapidamente reiniciado se a menstruação não ocorrer novamente e, sendo diagnosticada uma gravidez,
até a 12ª semana desta.
• Ameaça de aborto precoce ou prevenção de aborto devido à insuficiência lútea.
A dose recomendada é de 200 a 400 mg por dia divididos em duas doses até a 12ª semana de gravidez.
Este medicamento não pode ser partido, aberto ou mastigado.
Reações muito comuns (ocorrem em mais de 10% dos pacientes que utilizam este medicamento): fadiga, edema, dor de
cabeça, alterações no peso, alterações no apetite (diminuição ou perda), metrorragia (sangramento vaginal intenso),
inchaço abdominal e período menstrual irregular. Sonolência pode ocorrer de 1 a 3 horas após a ingestão deste produto.
Nesse caso, a dose por ingestão deve ser reduzida ou readaptada (por exemplo, para uma dose diária de 200 mg, tomar
os 200 mg em única ingestão ao dormir, longe das refeições),ou a via vaginal deve ser utilizada.
Reações incomuns (ocorrem entre 0,1% e 1% dos pacientes que utilizam este medicamento): irritabilidade. Tontura
pode ocorrer de 1 a 3 horas após a ingestão deste produto. Nesse caso, a dose por ingestão deve ser reduzida ou
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readaptada (por exemplo, para uma dose diária de 200 mg, tomar os 200 mg em única ingestão ao dormir, longe das
refeições), ou a via vaginal deve ser utilizada.
Reações raras (ocorrem entre 0,01% e 0,1% dos pacientes que utilizam este medicamento): náuseas, hepatite, insônia,
depressão, cistite, galactorreia (lactação excessiva ou inadequada), dor nas mamas, acne, aumento ou diminuição dos
pelos corporais, cloasma (manchas escuras na face), dor nas costas, dor torácica, alterações visuais, dor nas pernas, e
tromboflebite.
Reações alérgicas podem ocorrer devido à presença de óleo de amendoim e lecitina de soja (ex.: urticária, reação
alérgica generalizada).
Estudos clínicos não relataram a ocorrência de intolerâncias locais no uso vaginal.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária - NOTIVISA,
disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/índex.html, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou
Municipal.
Não se dispõe até o momento de dados acerca da superdose.
Em caso de superdose, recomenda-se suspender o uso, tratamento sintomático e medidas de suporte e controle das
funções vitais.
Em algumas pacientes a posologia habitual pode se revelar excessiva, seja devido à persistência ou ao reaparecimento
de uma secreção endógena instável de progesterona, seja por uma sensibilidade particular ao produto. Nestes casos é
conveniente avaliar a necessidade de diminuir a dose e/ou modificar o ritmo da administração de Utrrogestan®
.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.