Bula do Vacina Adsorvida Meningocócica b (Recombinante) produzido pelo laboratorio Novartis Biociencias S.a
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
Vacina adsorvida meningocócica B (recombinante)
Novartis Biociências S.A.
Suspensão injetável
50 mcg + 50 mcg + 50 mcg + 25 mcg / 0,5 mL
1
APRESENTAÇÕES
A vacina adsorvida meningocócica B (recombinante) é uma suspensão injetável,
disponível em seringa preenchida de vidro Tipo I, com êmbolo e tampa protetora de
borracha, contendo 01 dose de 0,5 ml.
A vacina está disponível na seguinte apresentação:
- Embalagem contendo 01 seringa preenchida, sem agulha.
SOMENTE PARA ADMINISTRAÇÃO INTRAMUSCULAR
USO ADULTO E PEDIÁTRICO A PARTIR DE 2 MESES DE IDADE
COMPOSIÇÃO
Uma dose de 0,5 ml da suspensão injetável contém:
Proteína de fusão NHBA recombinante de Neisseria meningitidis grupo B 1,
2,3
50
microgramas
Proteína NadA recombinante de Neisseria meningitidis grupo B 1, 2,3
Proteína de fusão fHbp recombinante de Neisseria meningitidis grupo B 1,
Vesículas de membrana externa (OMV) de Neisseria meningitidis grupo B
cepa NZ98/254 medida como quantidade de proteína total contendo PorA
P1.42
25
Produzida em células de E. coli através da tecnologia de DNA recombinante.
2
Adsorvida em hidróxido de alumínio (0,5 mg Al3+
).
3
NBHA (Antígeno de Ligação de Neisseria com Heparina), NadA (Adesina A de
Neisseria), fHbp (Proteína de Ligação com o fator H).
Excipientes: cloreto de sódio, histidina, sacarose e água para injetáveis.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
A vacina adsorvida meningocócica B (recombinante) é indicada para imunização ativa
de indivíduos a partir de 2 meses a 50 anos de idade contra a doença meningocócica
invasiva causada pela Neisseria meningitidis do grupo B. Vide seção
CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS para informações sobre a proteção contra
cepas específicas do grupo B. O uso da vacina adsorvida meningocócica B
(recombinante) deve estar de acordo com as recomendações oficiais.
Eficácia clínica
A eficácia da vacina adsorvida meningocócica B (recombinante) não foi avaliada
através de estudos clínicos. A eficácia da vacina foi inferida através da demonstração de
indução de respostas de anticorpos bactericidas séricos contra cada um dos antígenos da
vacina (vide seção RESULTADOS DE EFICÁCIA, Imunogenicidade).
Imunogenicidade
As respostas de anticorpos bactericidas séricos para cada um dos antígenos NadA, fHbp,
NHBA e PorA P1.4 da vacina, foram avaliadas utilizando-se um conjunto de quatro cepas
meningocócicas de referência do grupo B. Os anticorpos bactericidas contra estas cepas
foram medidos pelo Ensaio Bactericida Sérico, utilizando soro humano como fonte de
complemento (hSBA). Não estão disponíveis dados de todos os esquemas de vacinação
utilizando a cepa de referência para NHBA.
A maioria dos estudos de imunogenicidade primária foi realizada como estudos clínicos
randomizados, controlados e multicêntricos. A imunogenicidade foi avaliada em lactentes,
crianças, adolescentes e adultos.
Imunogenicidade em lactentes e crianças
Nos estudos com lactentes, os participantes receberam três doses da vacina adsorvida
meningocócica B (recombinante) aos 2, 4 e 6 ou aos 2, 3 e 4 meses de idade, e uma
dose de reforço, no segundo ano de vida, logo a partir dos 12 meses de idade. Os soros
3
foram obtidos tanto antes da vacinação quanto um mês após a terceira dose da vacinação
(vide Tabela 1) e um mês após a vacinação de reforço (vide Tabela 2). Em um estudo de
extensão, a persistência da resposta imune foi avaliada um ano após a dose de reforço
(vide Tabela 2). Crianças não vacinadas anteriormente também receberam duas doses no
segundo ano de vida, com a persistência de anticorpos sendo medida um ano após a
segunda dose (vide Tabela 3). A imunogenicidade após duas doses também foi
documentada em outro estudo em lactentes a partir de 6 a 8 meses de idade na fase de
recrutamento do estudo (vide Tabela 3).
Imunogenicidade em lactentes de 2 a 6 meses de idade
Os resultados de imunogenicidade obtidos um mês após a administração de três doses
da vacina adsorvida meningocócica B (recombinante) aos 2, 3, 4 e 2, 4 e 6 meses de
idade estão resumidos na Tabela 1. As respostas de anticorpos bactericidas contra cepas
meningocócicas de referência, um mês após a terceira dose da vacinação, foram altas
contra os antígenos fHbp, NadA e PorA P1.4 em ambos os esquemas de vacinação com
a vacina adsorvida meningocócica B (recombinante). As respostas bactericidas contra
o antígeno NHBA também foram elevadas em lactentes vacinados no esquema 2, 4 e 6
meses, mas este antígeno pareceu ser menos imunogênico no esquema 2, 3 e 4 meses .
As consequências clínicas da redução da imunogenicidade do antígeno NHBA neste
esquema de vacinação não são conhecidas.
Tabela 1. Respostas de anticorpos bactericidas séricos obtidas um mês após a
terceira dose da vacina adsorvida meningocócica B (recombinante), administrada
aos 2, 3, 4 ou 2, 4 e 6 meses de idade
Antígeno
Estudo V72P13
2, 4, 6 meses
Estudo V72P12
2, 3, 4 meses
Estudo V72P16
fHbp
% soropositivo*
(IC a 95%)
N=1149
100% (99-100)
N=273
99% (97-100)
N=170
100% (98-100)
hSBA GMT**
91
(87-95)
82
(75-91)
101
(90-113)
NadA % soropositivo N=1152 N=275 N=165
4
* % soropositivo = porcentagem de lactentes que atingiram um hSBA ≥ 1:5.
** GMT = títulos geométricos médios.
Os dados sobre a persistência de anticorpos bactericidas aos 8 meses após a
administração da vacina adsorvida meningocócica B (recombinante) aos 2, 3 e 4
meses de idade, e aos 6 meses após a administração da vacina adsorvida
meningocócica B (recombinante) aos 2, 4 e 6 meses de idade (período pré-dose de
reforço), bem como os dados relacionados à dose de reforço após a administração da
quarta dose da vacina adsorvida meningocócica B (recombinante) aos 12 meses de
idade, estão resumidos na Tabela 2. A persistência da resposta imune um ano após a
dose de reforço também é apresentada na Tabela 2.
(IC a 95%) 100% (99-100) 100% (99-100) 99% (97-100)
hSBA GMT
635
(606-665)
325
(292-362)
396
(348-450)
PorA P1.4
% soropositivo
N=1152
84% (82-86)
N=274
81% (76-86)
N=171
78% (71-84)
14
(13-15)
11
(9,14-12)
10
(8,59-12)
NHBA
N=100
84% (75-91)
N=112
37% (28-46)
N=35
43% (26-61)
16
(13-21)
3,24
(2,49-4,21)
3,29
(1,85-5,83)
5
Tabela 2. Respostas de anticorpos bactericidas séricos seguidas de uma dose de
reforço aos 12 meses após a administração de um esquema primário de vacinação
aos 2, 3 e 4 ou 2, 4 e 6 meses de idade, e persistência de anticorpos bactericidas um
ano após a dose de reforço
Antígeno 2, 3, 4, 12 meses 2, 4, 6, 12 meses
pré-dose de reforço*
% soropositivo** (IC a
95%)
hSBA GMT*** (IC a 95%)
N=81
58% (47-69)
5,79 (4,54-7,39)
N=426
82% (78-85)
10 (9,55-12)
1 mês após a dose de
reforço
% soropositivo (IC a
hSBA GMT (IC a 95%)
N=83
100% (96-100)
135 (108-170)
N=422
128 (118-139)
12 meses após a dose
de reforço
-
N=299
62% (56-67)
6,5 (5,63-7,5)
NadA
pré-dose de reforço
N=79
97% (91-100)
63 (49-83)
N=423
81 (74-89)
N=84
1558 (1262-1923)
N=421
1465 (1350-1590)
6
N=298
97% (95-99)
81 (71-94)
pré-dose de reforço%
soropositivo (IC a 95%)
19% (11-29)
1,61 (1,32-1,96)
22% (18-26)
2,14 (1,94-2,36)
N=86
97% (90-99)
47 (36-62)
N=424
95% (93-97)
35 (31-39)
N=300
17% (13-22)
1,91 (1,7-2,15)
N=69
25% (15-36)
2,36 (1,75-3,18)
61% (51-71)
8,4 (6,4-11)
N=67
76% (64-86)
12 (8,52-17)
98% (93-100)
42 (36-50)
N=291
36% (31-42%)
3,35 (2,88-3,9)
7
* O período pré-dose de reforço representa a persistência de anticorpos bactericidas aos 8
meses após a administração da vacina adsorvida meningocócica B (recombinante) aos
2, 3 e 4 meses de idade, e aos 6 meses após a administração da vacina adsorvida
meningocócica B (recombinante) aos 2, 4 e 6 meses da idade.
** % soropositivo = porcentagem de lactentes que atingiram um hSBA ≥ 1:5.
*** GMT = títulos geométricos médios.
Imunogenicidade em crianças de 6 a 11 meses, 12 a 23 meses e 2 a 10 anos de idade
A imunogenicidade após a administração de duas doses, com intervalo de dois meses,
em crianças de 6 a 26 meses de idade foi documentada em três estudos cujos resultados
estão resumidos na Tabela 3. Contra cada um dos antígenos vacinais, as porcentagens
de sororesposta e hSBA GMTs foram altas e semelhantes após o esquema de duas
doses em lactentes de 6-8 meses de idade e crianças de 13-15 e 24-26 meses de idade.
Os dados sobre a persistência de anticorpo um ano após as duas doses aos 13 e 15
meses de idade também estão resumidos na Tabela 3.
8
Tabela 3. Respostas de anticorpos bactericidas séricos após a administração da
vacina adsorvida meningocócica B (recombinante) aos 6 e 8 meses de idade, aos 13
e 15 meses de idade, ou aos 24 e 26 meses de idade, e persistência de anticorpos
bactericidas um ano após as duas doses aos 13 e 15 meses de idade
Faixa etária
6 a 11
meses de
idade
12 a 23
2 a 10
anos de
Idade de vacinação
6, 8 meses 13, 15 meses 24, 26 meses
1 mês após a 2ª
dose N=23 N=163 N=105
% soropositivo* (IC a
100% (85-100) 100% (98-100) 100% (97-
100)
hSBA GMT** (IC a
250 (173-361) 271 (237-310) 220 (186-
261)
12 meses após a 2ª
dose
N=68
- 74% (61-83) -
hSBA GMT (IC a 95%) 14 (9,4-20)
dose N=23 N=164 N=103
100% (85-100) 100% (98-100) 99% (95-100)
hSBA GMT (IC a 95%) 534 (395-721) 599 (520-690) 455 (372-
556)
9
- 97% (90-100) -
hSBA GMT (IC a 95%) 70 (47-104)
PorA
P1.4
dose N=22 N=164 N=108
95% (77-100) 100% (98-100) 98% (93-100)
hSBA GMT (IC a 95%) 27 (21-36) 43 (38-49) 27 (23-32)
- 18% (9-29) -
hSBA GMT (IC a 95%) 1,65 (1,2-2,28)
dose N=46 N=100
- 63% (48-77) 97% (91-99)
hSBA GMT (IC a 95%) 11 (7,07-16) 38 (32-45)
N=65
- 38% (27-51) -
hSBA GMT (IC a 95%) 3,7 (2,15-6,35)
* % soropositivo = porcentagem de indivíduos que atingiram um hSBA ≥ 1:4 (na faixa
etária de 6 a 11 meses) e hSBA ≥ 1:5 (nas faixas etárias de 12 a 23 meses e de 2 a 10
anos de idade).
Em um grupo adicional de 67 crianças avaliadas após a administração de duas doses da
vacina adsorvida meningocócica B (recombinante), tendo início a partir dos 40 até os
44 meses de idade, em dois estudos de extensão (N = 36 e N = 29-31, respectivamente),
foi observado um aumento nos títulos de hSBA para os quatro antígenos de referência. As
porcentagens de indivíduos soropositivos foram de 100% para fHbp e NadA, 94% e 90%
para PorA P1.4; 89% e 72% para NHBA.
Imunogenicidade em adolescentes (a partir de 11 anos de idade) e adultos
Os adolescentes receberam duas doses da vacina adsorvida meningocócica B
(recombinante), com intervalos de um, dois ou seis meses entre as doses; estes dados
estão resumidos nas Tabelas 4 e 5. Em estudos com adultos, os dados também foram
obtidos após a administração de duas doses da vacina adsorvida meningocócica B
(recombinante), com um intervalo de um mês ou dois meses entre as doses (vide Tabela
4).
Os esquemas de vacinação de duas doses administradas com um intervalo de um ou dois
meses mostraram respostas imunológicas semelhantes em adultos e adolescentes.
Respostas semelhantes foram também observadas em adolescentes que receberam duas
doses da vacina adsorvida meningocócica B (recombinante) com um intervalo de seis
meses.
Tabela 4. Respostas de anticorpos bactericidas séricos em adolescentes ou
adultos, um mês após a administração de duas doses da vacina adsorvida
meningocócica B (recombinante), aplicada de acordo com os diferentes esquemas
de duas doses, e persistência de anticorpos bactericidas 18 a 23 meses após a
segunda dose
Antígenos
Adolescentes Adultos
Meses 0, 1 Meses 0, 2 Meses 0, 6 Meses 0, 1 Meses 0, 2
1 mês após a
2a
N=638 N=319 N=86 N=28 N=46
%
soropositivo*
100%
(99-100)
(88-100)
(92-100)
210
(193-229)
234
(209-263)
218
(157-302)
100
(75-133)
93
(71-121)
18-23 meses
após a 2a
N=102 N=106 N=49 - -
82%
(74-89)
81%
(72-88)
84%
(70-93)
- -
29
(20-42)
34
(24-49)
27
(16-45)
1 mês após
a 2a
N=639 N=320 N=86 N=28 N=46
soropositivo
99%
(98-100)
(94-100)
490
(455-528)
734
(653-825)
880
(675-1147)
566
(338-948)
144
(108-193)
93%
(86-97)
95%
(89-98)
94%
(83-99)
40
(30-54)
43
(33-58)
65
(43-98)
N=639 N=319 N=86 N=28 N=46
(96-100)
96%
(82-100)
91%
(79-98)
92
(84-102)
123
(107-142)
140
(101-195)
47
(30-75)
32
(21-48)
12
75%
(65-83)
(66-83)
86%
(73-94) - -
17
(12-24)
19
(14-27)
(17-43)
N=46 N=46
- - -
99
(76-129)
107
(82-140)
* % soropositivo = porcentagem de indivíduos que atingiram um hSBA ≥ 1:4.
No estudo com adolescentes, as respostas bactericidas após duas doses da vacina
adsorvida meningocócica B (recombinante) foram estratificadas por um hSBA basal
menor que 1:4, igual a 1:4 ou superior a 1:4. As porcentagens de sororesposta e
porcentagens de indivíduos com, pelo menos, um aumento de 4 vezes no título basal de
hSBA, um mês após a administração da segunda dose da vacina adsorvida
meningocócica B (recombinante), estão resumidas na Tabela 5. Após a vacinação com
a vacina adsorvida meningocócica B (recombinante), uma alta porcentagem de
indivíduos foi soropositiva e teve um aumento de 4 vezes nos títulos de hSBA,
independente do estado pré-vacinação.
13
Tabela 5. Porcentagem de adolescentes com sororesposta e com um aumento de
pelo menos 4 vezes nos títulos bactericidas um mês após a administração de duas
doses da vacina adsorvida meningocócica B (recombinante), aplicada de acordo
com diferentes esquemas de duas doses - estratificada pelos títulos pré-vacinação
Antígeno Meses 0, 1 Meses 0, 2 Meses 0, 6
título pré-
vacinação <
1:4
N=369
100% (98-
N=179
N=55
100% (94-
vacinação ≥
N=269
100% (99-
N=140
100% (97-
N=31
100% (89-
% aumento de
4 vezes
vacinação < 1:4
100% (94-100)
vacinação ≥ 1:4
N=268
90% (86-93)
86% (80-92)
90% (74-98)
N=427
N=211
N=64
98% (92-100)
N=212
N=109
100% (97-100)
N=22
100% (85-100)
99% (98-100)
96% (93-98)
95% (90-98)
95% (77-100)
N=208
N=111
(IC a 95%) título pré-
81% (75-86)
77% (68-84)
82% (60-95)
% soropositvo
N=2
100% (16-100)
N=9
100% (66-100)
N=44
100% (92-100)
N=37
100% (91-100)
89% (52-100)
30% (17-45)
19% (8-35)
Propriedades farmacodinâmicas
Grupo farmacoterapêutico: vacinas meningocócicas, código ATC: J07AH09.
Propriedades farmacocinéticas
A avaliação das propriedades farmacocinéticas não é necessária para as vacinas;
portanto, nenhum estudo farmacocinético foi conduzido com a vacina.
Dados Epidemiológicos
A doença meningocócica invasiva (DMI) é uma importante causa de meningite e sepse,
que pode conduzir à mortalidade (até 20% dos casos de DMI), ou sequelas permanentes
(11-20% dos sobreviventes). A incidência de DMI de todos os sorogrupos atualmente no
Brasil é de aproximadamente 2,0 por 100.000 habitantes, embora taxas de incidência um
pouco maiores sejam relatadas em áreas urbanas. A maior incidência de DMI ocorre em
lactentes com menos de 1 ano de idade (17 por 100.000 habitantes), seguida por crianças
de 1 a 4 anos de idade (7 por 100.000 habitantes). A incidência diminui ainda mais com o
aumento da idade. Maiores taxas de incidência foram observadas durante as epidemias
de DMI.
15
Há 13 cápsulas distintas de polissacarídeos, mas no Brasil somente os sorogrupos B, C,
W-135 e Y causam DMI. Não foram observadas doenças causadas pelo sorogrupo A no
Brasil em várias décadas. De acordo com a rede de vigilância de laboratórios sentinelas
SIREVA II, 26% das DMI no Brasil em 2009 foram causadas pelo grupo B. A distribuição
dos grupos causadores da DMI varia conforme a região, sendo o grupo B ainda o mais
prevalente dos sorogrupos causadores de doença nos estados do Sul do Brasil.
Com base no Multi Locus Sequence Typing (MLST), o meningococo do grupo B
demonstra significativa diversidade. Além de causar doença endêmica, o grupo B tem
causado surtos prolongados devido às cepas hipervirulentas, incluindo a ST-32 (França,
Oregon (EUA)) e ST-41/44 (Noruega, Nova Zelândia). O Brasil testemunhou prolongadas
epidemias de DMI pelo grupo B em meados dos anos 1980 até 2002. Estudos obtidos dos
isolados de DMI durante estes surtos relataram que a maioria das cepas do grupo B
pertencia ao complexo ST-32.
Atualmente, não existem estudos mais recentes sobre a distribuição de complexo
circulante/soro(sub)tipos a nível nacional.
Mecanismos de ação
A imunização com a vacina adsorvida meningocócica B (recombinante) tem o objetivo
de estimular a produção de anticorpos bactericidas que reconhecem os antígenos NHBA,
NadA, fHbp e PorA P1.4 (o antígeno imunodominante presente no componente OMV) da
vacina e com os quais se espera um efeito protetor contra a doença meningocócica
invasiva (DMI). Como esses antígenos são expressos de forma variável por diferentes
cepas, os meningococos que os expressam a níveis suficientes são passíveis de
eliminação pelos anticorpos induzidos pela vacina. O Sistema de Tipagem de Antígenos
Meningocócicos - Meningococcal Antigen Typing System (MATS), foi desenvolvido para
relacionar os perfis antigênicos de diferentes cepas de bactérias meningocócicas do
grupo B com a capacidade de eliminação das cepas através do Ensaio de Anticorpos
Bactericidas Séricos, utilizando soro humano como fonte de complemento (hSBA) e,
desta maneira, estimar a amplitude de cobertura das cepas. Com base na análise pelo
MATS dos isolados meningocócicos invasivos do grupo B coletados em 2010, a
estimativa de cobertura das cepas pela vacina adsorvida meningocócica B
(recombinante) no Brasil é de 81% (intervalo de confiança a 95%: 71% - 95%).
16
Os antígenos presentes na vacina adsorvida meningocócica B (recombinante) foram
também expressos por cepas pertencentes a outros grupos meningocócicos além do
grupo B. Dados limitados indicam proteção contra algumas cepas além das pertencentes
ao grupo B; no entanto, a extensão desta proteção adicional ainda não está totalmente
determinada.
Dados de segurança não clínicos
Os dados não clínicos não revelam nenhum risco para humanos com base nos estudos
de toxicidade de dose repetida e nos estudos de toxicidade reprodutiva e de
desenvolvimento.
Hipersensibilidade às substâncias ativas ou a qualquer um dos excipientes mencionados
na seção COMPOSIÇÃO.
Assim como para outras vacinas, a administração da vacina adsorvida meningocócica
B (recombinante) deve ser adiada em indivíduos que estejam com doença febril aguda
grave. Entretanto, a presença de uma infecção menor, como resfriado, não deve resultar
no adiamento da vacinação.
Não injetar por via intravascular.
Como para todas as vacinas injetáveis, tratamento e supervisão médica apropriada
devem sempre estar prontamente disponíveis em caso de evento anafilático após
administração da vacina.
Reações relacionadas à ansiedade, incluindo reações vasovagais (síncope),
hiperventilação ou reações relacionadas ao estresse podem ocorrer em associação à
vacinação como uma resposta psicogênica à injeção com agulha (vide seção REAÇÕES
ADVERSAS). É importante que procedimentos estejam disponíveis para evitar lesões
devido a um desmaio.
17
Esta vacina não deveria ser administrada em indivíduos com trombocitopenia ou qualquer
distúrbio de coagulação que possa contraindicar uma injeção intramuscular, a menos que
o potencial benefício exceda claramente o risco da administração.
Assim como com qualquer vacina, a vacinação com a vacina adsorvida meningocócica
B (recombinante) pode não proteger todos os indivíduos vacinados.
Não se espera que a vacina adsorvida meningocócica B (recombinante) forneça
proteção contra todas as cepas meningocócicas circulantes do grupo B (vide seção
CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS).
Assim como para muitas vacinas, o médico deve estar ciente que uma elevação de
temperatura pode ocorrer após a vacinação de lactentes e crianças (com menos de 2
anos de idade). A administração profilática de antipiréticos no momento e logo após a
vacinação pode reduzir a incidência e a intensidade de reações febris pós-vacinação. A
administração de medicamentos antipiréticos em lactentes e crianças (com menos de 2
anos de idade) deve ser iniciada de acordo com as diretrizes locais.
A segurança e a eficácia da vacina adsorvida meningocócica B (recombinante) não
foram avaliadas em indivíduos imunocomprometidos. Em indivíduos
imunocomprometidos, a vacinação pode não resultar em uma resposta protetora de
anticorpos. Não há dados sobre o uso da vacina adsorvida meningocócica B
(recombinante) em indivíduos acima de 50 anos de idade ou pacientes com condições
médicas crônicas.
A tampa protetora da seringa pode conter borracha natural de látex. Embora o risco de
desenvolvimento de reações alérgicas seja mínimo, os profissionais da saúde devem
considerar o risco-benefício antes de administrar esta vacina em indivíduos com histórico
conhecido de hipersensibilidade ao látex.
A canamicina é utilizada no início do processo de fabricação e é removida durante as
fases posteriores de fabricação. Se estiver presente, os níveis de canamicina na
formulação final da vacina são menores que 0,01 microgramas por dose. O uso seguro da
vacina adsorvida meningocócica B (recombinante) por indivíduos sensíveis à
canamicina não foi estabelecido.
18
Este medicamento contém menos de 1 mmol de sódio (23 mg) por dose; isso significa
que é essencialmente livre de sódio.
Atenção diabéticos: este medicamento contém SACAROSE.
Fertilidade, gravidez e lactação
Fertilidade
Não há dados sobre a fertilidade em humanos.
Não houve efeitos sobre a fertilidade feminina nos estudos em animais.
Gravidez
Estão disponíveis dados clínicos insuficientes sobre exposição durante a gravidez.
O risco potencial para a mulher grávida é desconhecido. Porém, a vacinação não deve
ser suspensa quando houver risco claro de exposição à infecção meningocócica.
Não houve evidência de toxicidade materna ou fetal, e nenhum efeito sobre a gravidez,
comportamento materno, fertilidade feminina ou desenvolvimento pós-natal, em um
estudo em que coelhas receberam a vacina adsorvida meningocócica B
(recombinante) com uma dose aproximadamente 10 vezes maior que o equivalente à
dose humana com base no peso corporal.
Lactação
Informações sobre a segurança da vacina durante a lactação não estão disponíveis. A
relação risco-benefício deve ser examinada antes de se tomar a decisão de imunizar
durante a lactação.
Não foram observadas reações adversas em coelhas vacinadas ou em suas proles até o
29o
dia de lactação. A vacina foi imunogênica nas progenitoras vacinadas antes da
lactação, e os anticorpos foram detectados na prole, mas os níveis de anticorpos no leite
não foram determinados.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas ou amamentando
sem a orientação do médico ou cirurgião dentista.
19
Efeitos sobre a habilidade de dirigir e operar máquinas
A vacina adsorvida meningocócica B (recombinante) tem influência nula ou
insignificante na habilidade de dirigir e operar máquinas. Entretanto, alguns efeitos
mencionados na seção REAÇÕES ADVERSAS podem afetar temporariamente a
Uso com outras vacinas
A vacina adsorvida meningocócica B (recombinante) pode ser administrada
concomitantemente com qualquer um dos seguintes antígenos vacinais, como vacinas
monovalentes ou como vacinas combinadas: difteria, tétano, pertussis acelular,
Haemophilus influenzae tipo B, poliomielite inativada, hepatite B, conjugado
pneumocócico heptavalente, sarampo, caxumba, rubéola e varicela.
Estudos clínicos demonstraram que as respostas imunes das vacinas de rotina
coadministradas não foram afetadas pela administração concomitante da vacina
adsorvida meningocócica B (recombinante). Resultados inconsistentes foram
observados em estudos com relação às respostas ao poliovírus tipo 2 inativado e ao
conjugado pneumocócico sorotipo 6B, e títulos de anticorpos menores para o antígeno
pertactina da pertussis também foram notados, mas estes dados não sugerem
interferência clinicamente significativa.
Os perfis de segurança das vacinas coadministradas não foram afetados pela
administração concomitante da vacina adsorvida meningocócica B (recombinante),
com exceção da ocorrência mais frequente de febre, sensibilidade no local da injeção,
mudança nos hábitos alimentares e irritabilidade. O uso profilático de paracetamol reduz a
incidência e a gravidade da febre sem afetar a imunogenicidade tanto da vacina
adsorvida meningocócica B (recombinante) quanto das vacinas de rotina. Não foi
estudado o efeito dos outros antipiréticos além do paracetamol na resposta imunológica.
A administração concomitante da vacina adsorvida meningocócica B (recombinante)
com outras vacinas além das mencionadas acima não foi estudada.
20
A administração concomitante de vacinas contendo pertussis de células inteiras com a
vacina adsorvida meningocócica B (recombinante) não foi estudada e, portanto, não é
recomendada.
Quando administrada concomitantemente com outras vacinas, a vacina adsorvida
meningocócica B (recombinante) deve ser aplicada em local de injeção distinto (vide
seção POSOLOGIA E MODO DE USAR).
Incompatibilidades
Na ausência de estudos de compatibilidade, este produto não deve ser misturado com
outros produtos medicinais.
Cuidados de conservação
Armazene o produto sob refrigeração (entre 2ºC e 8ºC). Não congelar. Não utilizar a
vacina que pode ter sido congelada. Proteger da luz.
A vacina adsorvida meningocócica B (recombinante) tem validade de 2 anos.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua
embalagem original.
Características físicas e organolépticas
A vacina adsorvida meningocócica B (recombinante) apresenta-se como uma
suspensão líquida opalescente branca (0,5 ml) em uma seringa preenchida de vidro Tipo
I, com êmbolo de borracha bromobutírica Tipo I e com tampa protetora de borracha Tipo I
ou Tipo II.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
21
Posologia
Tabela 6: Resumo da posologia
Faixa etária Esquema primário
de vacinação
Intervalos entre
as doses
primárias
Dose de reforço
Lactentes de 2 a 5
meses de idade
Três doses de 0,5 ml
cada, com a primeira
dose administrada
aos 2 meses de
idade a
Não menos que
2 meses
Sim, uma dose entre
os 12 meses e 23
meses b
Lactentes não
vacinados de 6 a 11
Duas doses de 0,5
ml cada
Sim, uma dose no
segundo ano de
vida, com intervalo
de pelo menos 2
meses entre a
vacinação primária e
a dose de reforço b
Crianças não
vacinadas de 12 a
23 meses de idade
Necessidade não
estabelecidab
Crianças de 2 a10
anos de idade
estabelecidac
Adolescentes (a
partir de 11 anos de
idade) e adultos*
1 mês
a
O esquema primário de vacinação também pode ser administrado aos 2, 3 e 4 meses de
idade (com intervalo entre as doses de pelo menos 1 mês)
b
Vide seção RESULTADOS DE EFICÁCIA. A necessidade e o tempo para a dose de
reforço adicional ainda não foram estabelecidos.
22
c
Vide seção RESULTADOS DE EFICÁCIA.
* Não há dados em adultos acima de 50 anos de idade.
Método de Administração
A vacina deve ser administrada através de injeção intramuscular profunda,
preferivelmente na porção anterolateral da coxa em lactentes, ou no músculo deltoide na
região superior do braço em indivíduos mais velhos.
Devem ser usados locais de injeção separados se mais de uma vacina for administrada
ao mesmo tempo.
A vacina não deve ser injetada por via intravenosa, subcutânea ou intradérmica, e não
deve ser misturada com outras vacinas na mesma seringa.
Precauções especiais para descarte e outros manuseios
Um depósito fino esbranquiçado pode formar-se quando o produto fica em repouso por
um longo período.
Para formar uma suspensão homogênea, agite bem a vacina antes de usá-la.
Antes da administração, a vacina deve ser inspecionada visualmente para detecção de
material particulado e descoloração. Caso qualquer material particulado estranho e/ou
variação do aspecto físico seja observado, não administre a vacina.
Qualquer produto não utilizado ou material residual deve ser descartado de acordo com
as diretrizes locais.
As reações adversas de estudos clínicos com a vacina adsorvida meningocócica B
(recombinante) estão descritas abaixo.
A segurança da vacina adsorvida meningocócica B (recombinante) foi avaliada em 13
estudos, incluindo 9 estudos clínicos randomizados, controlados, com 7.802 indivíduos (a
partir de 2 meses de idade) que receberam, pelo menos, uma dose da vacina adsorvida
23
meningocócica B (recombinante). Dentre os indivíduos que receberam a vacina
adsorvida meningocócica B (recombinante), 5.849 eram lactentes e crianças (com
menos de 2 anos de idade), 250 eram crianças (de 2 a 10 anos de idade) e 1.703 eram
adolescentes e adultos. Dos indivíduos que receberam o esquema primário de vacinação
para lactentes da vacina adsorvida meningocócica B (recombinante), 3.285
receberam uma dose de reforço no segundo ano de vida.
Em lactentes e crianças (com menos de 2 anos de idade), as reações adversas locais e
sistêmicas mais comuns observadas nos estudos clínicos foram sensibilidade e eritema
no local da injeção, febre e irritabilidade.
Nos estudos clínicos com lactentes, a febre ocorreu com maior frequência quando a
vacina adsorvida meningocócica B (recombinante) foi coadministrada com as vacinas
de rotina (contendo os seguintes antígenos: conjugado pneumocócico heptavalente,
difteria, tétano, pertussis acelular, hepatite B, poliomielite inativada e Haemophilus
influenzae tipo B) do que quando foi administrada isoladamente. Foram também
reportadas maiores taxas de uso de antipiréticos em lactentes vacinados com a vacina
adsorvida meningocócica B (recombinante) e vacinas de rotina. Quando a vacina
adsorvida meningocócica B (recombinante) foi administrada isoladamente, a
frequência de febre foi semelhante à associada às vacinas de rotina em lactentes
administradas durante os estudos clínicos. Quando ocorreu febre, ela geralmente seguiu
um padrão previsível, a maioria se resolveu no dia seguinte à vacinação.
Em adolescentes e adultos, as reações adversas locais e sistêmicas mais comuns
observadas foram dor no local da injeção, mal-estar e cefaleia.
Nenhum aumento na incidência ou gravidade das reações adversas foi observado com
doses subsequentes do esquema de vacinação.
As reações adversas (após a vacinação primária ou dose de reforço), ao menos
consideradas possíveis de estarem relacionadas com a vacinação, foram classificadas
por frequência.
As frequências são definidas conforme segue:
Muito comuns: (≥ 1/10)
24
Comuns: (≥ 1/100 a < 1/10)
Incomuns: (≥ 1/1.000 a < 1/100)
Raras: (≥ 1/10.000 a < 1/1.000)
Muito raras: (< 1/10.000)
Dentro de cada agrupamento de frequência, os efeitos indesejáveis são apresentados em
ordem decrescente de gravidade.
Lactentes e crianças (até 10 anos de idade)
Distúrbios do metabolismo e nutricionais
Muito comuns: distúrbios alimentares
Distúrbios do sistema nervoso
Muito comuns: sonolência, choro incomum
Incomuns: convulsões (incluindo convulsões febris)
Distúrbios vasculares
Incomuns: palidez (raro após a dose de reforço)
Raras: síndrome de Kawasaki
Distúrbios gastrointestinais
Muito comuns: diarreia, vômito (incomum após a dose de reforço)
Distúrbios da pele e do tecido subcutâneo
Muito comuns: erupção cutânea (crianças com idade de 12 a 23 meses de idade)
(incomum após a dose de reforço)
Comuns: erupção cutânea (lactentes e crianças de 2 a 10 anos de idade)
25
Incomuns: eczema
Raras: urticária
Distúrbios gerais e alterações no local de administração
Muito comuns: febre (≥ 38°C), sensibilidade no local da injeção (incluindo sensibilidade
severa no local da injeção, definida por choro quando o membro que recebeu a injeção é
manipulado), eritema no local da injeção, inchaço no local da injeção, induração no local
da injeção, irritabilidade.
Incomum: febre (≥ 40ºC)
Adolescentes (a partir de 11 anos de idade) e Adultos
Muito comuns: cefaleia
Muito comuns: náusea
Muito comuns: dor no local da injeção (incluindo dor severa no local da injeção definida
por incapacidade na realização das atividades normais do dia a dia), inchaço no local da
injeção, induração no local da injeção, eritema no local da injeção, mal-estar.
Distúrbios musculares e do tecido conectivo
Muito comuns: mialgia, artralgia
Reações adversas relatadas durante a vigilância pós-comercialização
Além dos relatos em estudos clínicos, relatos voluntários em todo o mundo de eventos
adversos à vacina adsorvida meningocócica B (recombinante) desde a sua introdução
no mercado, são listados abaixo. Como esses eventos foram relatados voluntariamente
por uma população de tamanho incerto, nem sempre é possível estimar sua frequência de
forma confiável.
26
- Bolhas em torno ou no local da injeção.
- Reações alérgicas (incluindo anafilaxia).
- Síncope ou respostas vasovagais à injeção.
Atenção: este produto é um medicamento novo e, embora as pesquisas tenham
indicado eficácia e segurança aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado
corretamente, podem ocorrer eventos adversos imprevisíveis ou desconhecidos.
Nesse caso, notifique os eventos adversos pelo Sistema de Notificações em
Vigilância Sanitária - NOTIVISA, disponível em
http//www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária
Estadual ou Municipal.
A experiência de superdose é limitada. Em caso de superdose, recomenda-se
monitoramento das funções vitais e possível tratamento sintomático.
Em caso de intoxicação, ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais
orientações.