Bula do Venoruton produzido pelo laboratorio Novartis Biociencias S.a
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
VENORUTON®
Novartis Biociências S.A.
Cápsulas 300 mg
e
Comprimidos 500 mg
Venoruton®
rutosídeos
USO ORAL
USO ADULTO
Embalagem contendo 20 comprimidos
Embalagem contendo 20 cápsulas
Composição - Cada comprimido de VENORUTON contém 500 mg de rutosídeos. Excipientes - macrogol e
estearato de magnésio.
Composição - Cada cápsula de VENORUTON contém 300 mg de rutosídeos. Excipientes - macrogol,
óxido de ferro amarelo, dióxido de titânio e gelatina.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
INDICAÇÕES
Alívio do edema e dos sintomas relacionados a insuficiência venosa crônica (IVC) como cansaço, sensação de
“peso nas pernas”, inchaço, dor nas pernas, parestesias e pernas inquietas.
Como adjuvante no suporte elástico (por exemplo meias de compressão) na IVC.
Alívio dos sintomas de hemorroidas.
RESULTADOS DE EFICÁCIA
O efeito de VENORUTON em pacientes com insuficiência venosa crônica (IVC) foi avaliado em diversos
estudos comparativos, inclusive contra outras drogas ativas e as próprias meias de compressão elástica,
altamente consideradas para o tratamento da IVC. Principalmente, pelo seu aparente papel na diminuição da
filtração capilar e diminuição do volume das pernas.
Rehn et al compararam os rutosídeos de VENORUTON ao extrato de castanha-da-índia (padronizado para
conter 50 mg de escina), em pacientes com varizes de membros inferiores. O resultado mostrou que
VENORUTON reduziu o do volume das pernas de forma significantemente superior ao extrato de castanha-
da-índia.
Outro ponto abordado nos estudos clínicos com VENORUTON foi a eficácia do uso de meias de compressão
elástica em comparação ao tratamento medicamentoso. Neumann desenvolveu um estudo comparativo direto
entre as meias de compressão e VENORUTON, mostrando melhora comparável da oxigenação tecidual dos
membros inferiores em ambos os grupos. Neste estudo, Neumann utilizou o método de mensuração do
oxigênio por via transcutânea (TcP02). Mais tarde, o mesmo investigador recrutou um grupo de pacientes e
estabilizou a IVC com o uso prévio de meias elásticas, antes de randomizá-los para receberem placebo ou
VENORUTON por 4 semanas. Enquanto os pacientes tratados com placebo mantiveram os valores de TcP02
estáveis, os pacientes que foram tratados com VENORUTON demonstraram uma melhora significantemente
mais evidente.
Unkauf et al repetiu parte do modelo de Neumann e fez com que todos os pacientes recrutados para um estudo
também usassem previamente meias elásticas antes de serem randomizados para receberem VENORUTON (1
g /dia) ou placebo, por 12 semanas, seguidos de mais 6 semanas de observação, sem tratamento. Ao final do
tratamento, o grupo tratado apenas com meias elásticas e placebo mostrou uma significante diminuição do
edema nos membros inferiores (cerca de 33 mL), mas que retornou rapidamente após 3 semanas sem
tratamento. No grupo tratado com meias elásticas e VENORUTON, o resultado ao final do tratamento foi a
redução de 64 mL (praticamente o dobro dos resultados apenas com meias elásticas). Isto mostrou que a
eficácia de VENORUTON poderia ser comparada à das meias elásticas e que ambos poderiam ter importantes
efeitos aditivos.
Em resumo, conforme corroborado pela revisão de Golden, o papel do tratamento com meias de compressão
e/ou drogas de ação venosa está bem estabelecido diante das condutas cirúrgicas, motivo pelo qual os
pacientes com IVC devem ser orientados para o uso de meias de compressão gradativa, tendo-se em mente o
benefício adicional trazido pelo uso de VENORUTON. Inclusive, para os pacientes que não desejam ou não
podem usar meias de compressão, o uso de VENORUTON é uma alternativa eficaz.
Referências Bibliográficas
1. Roztocil K et al, Eur J Clin Pharmacol; 1977; 11: 435-438
2. Cesarone MR et al, Vasa; 1992; 21: 76-80
3. Golden G, Phlebology Digest; 2004; 17: 5-7
4. Nocker W, Diebschlag W; Vasa; 1987; 16: 365-369
5. Nocker W et al; Vasa; 1989; 18: 235-238
6. Rehn D et al; Arz Forsch; 1996; 46: 483-487
7. Neumann HAM, Van den Brock; Phlebology; 1990; 5; Suppl 1: 13-20
8. Neumann HAM, Van den Brock; Phlebology; 1995; 24: 78-81
9. Unkauf M et al; Arz Forsch; 1996; 46: 478-482
CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS
Grupo farmacoterapêutico: vasoprotetores sistêmicos (bioflavonoides), código ATC: C05CA51/combinações
de rutosídeos.
Farmacodinâmica
Mecanismo de ação
Os efeitos farmacodinâmicos do HR (Hidroxietil Rutosídeo) tem sido demonstrado em estudos in vitro e in
vivo. A nível celular, a capacidade do HR em proteger a parede vascular do ataque oxidativo de células
sanguíneas ativadas e sua afinidade pelo endotélio capilar e venoso podem ser mostrados.
Em estudos com voluntários saudáveis ou pacientes com IVC, os seguintes efeitos farmacodinâmicos podem
ser observados:
- redução da permeabilidade capilar
- restauração do reflexo veno-arterial
- aumento do tempo de retorno venoso
- aumento da tensão de oxigênio trasncutânea.
Todos estes efeitos são compatíveis com o efeito primário do HR no endotélio microvascular , resultando na
diminuição do edema.
Farmacocinética
A mistura padronizada de HR consiste em mono-HR, di-HR, tri-HR e tetra-HR, que diferem um do outro
pelo número de hidroxetila substituinte.
Absorção
Após a administração oral de 14
C-HR, o pico de concentração plasmática é atingido após 2-9 horas.
Distribuição
Os níveis plasmáticos diminuem progressivamente até 40 horas, depois da qual diminui muito lentamente.
Esta observação e os resultados obtidos após a administração i.v. (intra venosa), indicam que o HR deve ser
distribuído no tecido (especialmente no endotélio dos vasos), com o qual é progressiva e lentamente liberado
novamente na circulação.
A ligação a proteínas plasmáticas é de 27-29 %.
Metabolização
A principal reação metabólica do HR, após administração via oral, é a O-glucuronidação hepática.
Eliminação
HR e seus metabólitos são eliminados tanto por via biliar quanto renal. Eliminação por via renal é completa
após 48 horas. A meia vida terminal do constituinte principal do HR, o tri-HR, é de 18,3 horas com uma
variação de 13,5 a 25,7 horas.
CONTRAINDICAÇÕES
VENORUTON é contraindicado nos casos de hipersensibilidade a rutosídeo ou a qualquer componente da
formulação.
Apesar de VENORUTON ser efetivo contra edemas de tornozelo relacionados à IVC, não deve ser indicado
para edemas de tornozelo relacionados à insuficiência cardíaca congestiva ou doenças renais ou hepáticas.
Por recomendações de segurança, VENORUTON não deve ser utilizado durante os três primeiros meses de
gravidez.
VENORUTON não é recomendado para uso em crianças.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do
cirurgião-dentista.
Este medicamento é contraindicado para menores de 18 anos.
ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES
Em caso de reações de hipersensibilidade, deve-se interromper o tratamento e procurar orientação médica.
Gravidez e lactação
Um número limitado de dados sobre o uso em gestantes tem demonstrado nenhum efeito colateral do O(beta-
hidroxietil)-rutosídeo na gravidez ou na saúde de recém nascidos. Estudos em animais não indicam prejuízo
direto ou indireto em relação a gravidez, desenvolvimento fetal, parto ou desenvolvimento pós-natal.
Não obstante, de acordo com as recomendações de segurança, HR não devem ser utilizados nos 3 primeiros
meses de gravidez.
Estudos em animais, traços de HR foram encontrados no feto e no leite materno. Estas pequenas quantidades
de HR não são clinicamente significantes.
Fertilidade
Estudos em animais não indicaram efeitos na fertilidade por administração repetida de O-(βhidroxietil)-
rutosídeos.
Efeitos na habilidade de dirigir e uso de máquinas
VENORUTON não interfere ou tem interferência limitada na sua capacidade de dirigir ou operar máquinas.
Em raras situações cansaço e tontura foram reportados em pacientes usando o produto. Se afetado, pacientes
são advertidos para não dirigir ou operar máquinas.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
VENORUTON não apresentou, até o momento, qualquer evidência de interação com outras drogas ou
alimentos, incluindo inibidores da coagulação do tipo cumarínicos (varfarina). Os componentes do HR são
derivados da rutina e quercetina (presentes em pequenas quantidades – traços). quercetina tem demonstrado
ser um inibidor hepático de CYP3A humana e sulfotransferase in vitro, mas não in vivo. Nenhuma atividade
inibitória da rutina foi demonstrada em enzimas hepáticas. Portanto, é entendido que HR oral não irá produzir
efeito inibitório ou interferir no metabolismo de outras substâncias ativas farmacologicamente. Recomenda-se
não ingerir álcool concomitantemente ao uso deste e de outro medicamentos.
CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO
VENORUTON comprimidos e cápsulas devem ser mantidos à temperatura ambiente (entre 15 e 30°C) e
protegidos da umidade.
VENORUTON comprimidos e cápsulas tem prazo de validade de 24 meses a partir da data de fabricação.
Características físicas e organolépticas:
VENORUTON cápsula: cápsula gel dura amarela, de liberação imediata.
VENORUTON comprimido: comprimido de liberação imediata, redondos, biconvexos, verde-amarelado, sem
gravação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.
POSOLOGIA E MODO DE USAR
VENORUTON comprimidos 500 mg: no início do tratamento, em casos de doenças venosas, tomar 2
comprimidos ao dia. Esta dose deve ser mantida até o completo alívio dos sintomas e do edema. O alívio dos
sintomas geralmente devem ser observados em até de 2 semanas. Após o alívio dos sintomas, o tratamento
poderá ser continuado com 1 comprimido ao dia (terapia de manutenção, entre 500-600 mg por dia).
VENORUTON cápsulas 300 mg: no início do tratamento, 1 cápsula, 2 a 3 vezes ao dia. Após o alívio dos
sintomas, o tratamento poderá ser continuado com 1 cápsula 2 vezes ao dia (terapia de manutenção, entre 500-
600 mg por dia).
Após o completo alívio dos sintomas e do edema, o tratamento podeser finalizado. No caso de recorrência dos
sintomas, o tratamento pode ser reiniciado, na mesma dosagem ou na dosagem mínima de manutenção de
500-600 mg de HR por dia.
Hemorroidas
Em 4 estudos o efeito do HR no tratamento para alívio dos sintomas de hemorroidas foram avaliados, com
HR na dose de 600, 1.000 e 1.800 mg por dia. A duração do tratamento foi entre 1 a 4 semanas. Em todos
esses estudos o tratamento resultou em uma redução da gravidade dos sintomas (dor, sangramento, prurido,
exsudato) e uma melhora da aparência proctoscópica da mucosa retal. A dose recomendada para tratamento
de hemorroidas é a mesma que para alívio dos sintomas observados em casos de IVC.
Dose em populações especiais:
Pacientes com problemas renais, cardíacos ou hepáticos
Pacientes que possuem edemas nos membros inferiores devido a doenças do coração, rim ou fígado não
devem utilizar VENORUTON, devido ao efeito não ter sido analisado nestas indicações.
Pacientes idosos
Não foram realizados estudos clínicos específicos em pacientes idosos. Portanto, nenhuma dose específica é
recomendada para IVC em pessoas idosas.
Pacientes pediátricos
Não foram realizados estudos clínicos específicos em pacientes pediátricos. Também é raro encontrar IVC
neste tipo de população.
Portanto, a segurança e eficácia de VENORUTON não foram estabelecidas em crianças. Assim sendo,
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
REAÇÕES ADVERSAS
Resumo do perfil de segurança
VENORUTON pode causar raros casos de efeitos colaterais gastrointestinais ou reações cutâneas como
problemas gastrointestinais, flatulência, diarreia, dor abdominal, desconforto estomacal, dispepsia, rash,
prurido e urticária. Efeitos colaterais muito raros como tontura, dor de cabeça, rubor, fadiga e reações de
hipersensibilidade como reações anafilactóides, podem ocorrer.
Lista tabulada das reações adversas
Reações adversas listadas abaixo estão classificadas por órgão alvo e frequência. Frequencias são definidas
como: muito frequentes (≥ 1/10); comuns (≥ 100 a ˂ 1/10); incomuns (≥ 1/1000 a ˂ 1/100); raras (≥ 1/10000 a
˂ 1/1000); muito raras (˂ 1/10000) ou desconhecidas (não possuem dados necessários). Com cada grupo de
frequência, as reações adversas são apresentadas em ordem decrescente de gravidade.
Órgão alvo Efeito colateral
Sistema imunológico
Muito raro Reações anafilactóides
Reações de hipersensibilidade
Sistema nervosos
Muito raro Tontura
Cefaléia
Sistema cardiovascular
Muito raro Rubor
Sistema gastrintestinal
Raras Problemas gastrointestinais
Flatulência
Diarreia
Dor abdominal
Desconforto estomacal
Dispepsia
Sistema cutâneo e subcutâneo
Raras
Rash
Prurido
Urticária
Desordens gerais e locais (administração / aplicação)
Muito raras Fadiga
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária, disponível
em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou
Municipal.
SUPERDOSE
Até o momento, não foram relatados casos de superdoses com VENORUTON.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.