Bula do Vertix produzido pelo laboratorio Aché Laboratórios Farmacêuticos S.a.
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
Vertix
Aché Laboratórios Farmacêuticos
Comprimidos revestidos
10 mg
Vertix_comprimidos_BU 01_VPS 1
BULA PARA PROFISSIONAL DE SAÚDE
Bula de acordo com a Resolução-RDC nº 47/2009
I- IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
dicloridrato de flunarizina
APRESENTAÇÃO
Comprimidos de 10mg: embalagem com 20 ou 50 comprimidos.
USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
Cada comprimido de Vertix contém:
dicloridrato de flunarizina (equivalente a 10 mg de flunarizina)..................11,80 mg
Excipientes: amido, celulose microcristalina, estearato de magnésio, corante amarelo FDC nº. 5 laca de
alumínio (tartrazina) e fosfato de cálcio dibásico di-hidratado.
II- INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Este medicamento é destinado ao tratamento de:
1. Distúrbios de equilíbrio de origem vestibular: vertigens, doença de Ménière e outras disfunções do
labirinto.
2. Doenças cerebrovasculares crônicas, atuando em sintomas como: alterações de memória, confusão
mental, distúrbios do sono, déficit de atenção e sintomas comportamentais. Aterosclerose cerebral,
sequelas funcionais pós-traumas cranioencefálicas.
3. Doenças vasculares periféricas, claudicação intermitente, síndrome de Raynaud, tromboangeíte
obliterante, alterações da circulação sanguínea nas extremidades do corpo associadas ao Diabetes
mellitus.
4. Profilaxia da enxaqueca com ou sem aura.
Em um estudo multicêntrico duplo-cego 117 pacientes com vertigem vestibular receberam flunarizina
10mg/dia ou betaistina (24mg/dia) por 2 meses. Os resultados revelaram que ao final de 1 e 2 meses de
tratamento mais pacientes tratados com a flunarizina estavam livres de crises de vertigem quando
comparados aos pacientes tratados com a betaistina, sendo a diferença estatisticamente significativa.
Entre os pacientes que não apresentaram remissão, mais pacientes que receberam a flunarizina
melhoraram ao final do estudo (78,3% VS 39,3%, p<0,01). Todos os sintomas associados responderam
melhor à flunarizina, sendo que a remissão dos sintomas neurovegetativos, ansiedade e cefaléia foi
estatisticamente maior no grupo da flunarizina que no grupo da betaistina ao final do estudo. O nistagmo
espontâneo desapareceu significativamente em um maior número de pacientes no grupo da flunarizina
(76,2%) em comparação ao grupo da betaistina (28,6%). A normalização ou melhora clara nos testes
calóricos ocorreu em 46,15% dos pacientes que receberam a flunarizina e em 22,86% daqueles que
receberam a betaistina. A avaliação global pelos investigadores foi “boa” ou “muito boa” para 80% do
grupo da flunarizina e para 62% do grupo da betaistina. Cerca de 80,35% pacientes que receberam a
flunarizina consideraram o tratamento “bom” ou “excelente”, o que ocorreu apenas com 48,94% dos
pacientes que receberam a betaistina. O abandono do tratamento devido a resultados insuficientes ou
eventos adversos foi de 15,8% dos pacientes no grupo da betaistina e 3,3% no grupo da flunarizina. A
tolerabilidade foi avaliada como “excelente” em 92% dos pacientes do grupo da flunarizina e em 72,5%
dos pacientes do grupo da betaistina.
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A flunarizina na dosagem de 10mg/dia foi avaliada em um estudo duplo-cego randomizado controlado
por placebo de três meses de duração com 80 pacientes com desordens cerebrovasculares crônicas. Houve
melhora dos sintomas neurológicos, de déficit de memória, déficit de atenção, e dos sintomas
comportamentais.
Em um ensaio clínico foram avaliados 60 pacientes com insuficiência vascular cerebral crônica do
território carotídeo ou cérebro-basilar. Os pacientes receberam flunarizina (10mg/dia) ou cinarizina
(225mg/dia) por 90 dias. Em ambos os grupos foi observada uma melhora na sintomatologia já no
primeiro mês de tratamento, que persistiu até o seu término. Ao final do estudo, a eficácia terapêutica da
flunarizina tendeu a ser superior à da cinarizina, resultado verificado comparando-se os dados do pré e
pós-tratamento, apesar da diferença entre os grupos não ser estatisticamente significativa.
Em quatro estudos duplo-cegos, controlados por placebo, com pacientes com insuficiência venosa, a
flunarizina foi significativamente superior ao placebo na melhora da sintomatologia, reduzindo a
circunferência de pernas e tornozelos edemaciados e aumentando a velocidade de cicatrização de úlceras
venosas. Nestes estudos o efeito da flunarizina foi progressivo, estando claramente presente após um mês
de tratamento para sintomas como “peso” nas pernas e câimbras noturnas.
Um estudo duplo-cego de equivalência fase IV avaliou a eficácia e tolerabilidade de duas doses de
flunarizina na profilaxia de enxaqueca, em comparação com propranolol de liberação lenta. Um total de
808 pacientes foi tratado por 16 semanas. Os resultados do estudo de equivalência mostraram que o uso
de flunarizina 10 mg por dia com um final de semana livre da medicação foi pelo menos tão efetivo
quanto o propranolol 160 mg na profilaxia da enxaqueca para todos os parâmetros avaliados após 16
semanas de tratamento. Além disso, não houve diferença significativa entre os três grupos de tratamento
com relação à segurança: todos os tratamentos foram em geral bem tolerados e seguros.
Após 4 semanas utilizando placebo, 149 pacientes passaram a receber flunarizina 10mg/dia ou metoprolol
200mg/dia por 16 semanas em um estudo duplo-cego multicêntrico. As duas drogas reduziram o número
de dias com enxaqueca por mês em 37% comparado ao placebo. Todos os parâmetros de eficácia foram
significativamente reduzidos para as duas drogas, sem diferença significativa entre elas.
Foram incluídas em um estudo duplo-cego, 70 crianças com enxaqueca, entre cinco e 11 anos, sem
alterações neurológicas ou clínicas. Durante quatro semanas, a frequência e duração das crises foram
documentadas, em um período sem tratamento. A seguir, as crianças foram divididas em dois grupos que
receberam flunarizina 5mg/dia ou placebo durante 12 semanas. Foi realizado um período de washout de
quatro semanas, seguido de mais 12 semanas de tratamento em que o grupo que usara a flunarizina
recebeu placebo e vice-versa. A flunarizina reduziu significativamente a frequência e duração das crises
nos dois grupos, a partir do segundo mês de tratamento. O grupo que utilizou a flunarizina primeiro
continuou a apresentar os benefícios do tratamento mesmo após o crossover, quando já estava recebendo
placebo. Em alguns casos, a redução na frequência e duração das crises se manteve por nove meses após a
interrupção do tratamento.
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Propriedades Farmacodinâmicas
O dicloridrato de flunarizina, derivado difluorado da piperazina, é um antagonista dos canais de cálcio
com propriedades seletivas. Não tem efeito na homeostase do cálcio em situações normais; age apenas no
bloqueio do influxo de cálcio em quantidades excessivas e deletérias para a célula. Esta sobrecarga ocorre
quando as membranas das células da musculatura lisa da parede vascular despolarizam espontaneamente,
ou quando substâncias endógenas vasoconstritoras são liberadas, produzindo um aumento do influxo de
cálcio transmembrana e, consequentemente, vasoconstrição. Em ambas as circunstâncias, o influxo
excessivo de cálcio intracelular é inibido pelo dicloridrato de flunarizina, levando a inibição da
vasoconstrição. Na presença de distúrbios circulatórios com comprometimento da parede vascular
(aterosclerose), substâncias vasoconstritoras tornam-se nocivas, uma vez que comprometem ainda mais o
fluxo sangüíneo local e, consequentemente, a perfusão tecidual. Desta forma, o dicloridrato de flunarizina
interfere favoravelmente nos sintomas relacionados aos distúrbios vasculares nos territórios cerebral e
periférico, proporcionando um maior fluxo sangüíneo e uma melhor perfusão tecidual. Além disso, pelos
mesmos mecanismos, protege os neurônios da hipóxia e as hemáceas da rigidez de membrana secundária
ao excesso de íons cálcio.
O dicloridrato de flunarizina revelou ainda apresentar atividade antivertiginosa, devido à propriedade
depressora vestibular, aparentemente relacionada à redução do fluxo de íons cálcio para o interior da
célula neurossensorial vestibular.
Propriedades Farmacocinéticas
O dicloridrato de flunarizina é bem absorvido pelo trato gastrintestinal. Após dose oral, atinge pico de
concentração em 2 a 4 horas. A sua ligação a proteínas plasmáticas é superior a 90%. É encontrado em
altas concentrações no fígado, pulmões e pâncreas e em baixas concentrações no tecido cerebral. O
volume de distribuição é de 43,2 L/kg e a meia-vida de distribuição é de 2,4 a 5,5 horas. É metabolizado
pelo fígado, sendo submetido a intenso metabolismo de primeira passagem. Seu principal metabólito é a
hidroxiflunarizina. A excreção renal é menor que 0,01% e a excreção pelo leite materno é desconhecida.
A meia-vida de eliminação é de 18 a 23 dias.
O tempo de início de ação terapêutica é variável, de acordo com características individuais, e depende do
tipo e grau de gravidade da doença.
Vertix é contraindicado em pacientes que apresentam hipersensibilidade a quaisquer dos componentes da
fórmula do produto ou à cinarizina (um bloqueador de canal de cálcio estruturalmente semelhante).
Não deve ser usado na fase aguda de um acidente vascular cerebral e durante o período de amamentação.
Em pacientes portadores de cardiopatias descompensadas, doenças infecciosas graves, com sintomas
extrapiramidais como parkinsonismo (tremor, rigidez muscular, lentificação) e depressões severas, não é
recomendada a administração deste medicamento.
Este medicamento é contraindicado para menores de 18 meses de idade.
Gravidez e lactação
Em pacientes grávidas ou amamentando, Vertix apenas deve ser administrado sob acompanhamento
médico, pesando-se a relação risco-benefício, pois ainda não são conhecidos os riscos e efeitos do uso do
medicamento durante estes períodos.
Categoria de risco na gravidez: C.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do
cirurgião-dentista.
Populações especiais
Uso em idosos
Este medicamento pode provocar sintomas extrapiramidais (como parkinsonismo) especialmente em
pacientes predispostos, como os pacientes idosos. Portanto, Vertix deve ser prescrito com cuidado a tais
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pacientes. Os pacientes devem ser avaliados em intervalos regulares, especialmente durante o tratamento
de manutenção. Assim, os sintomas depressivos e extrapiramidais podem ser detectados precocemente e o
tratamento interrompido.
Em raros casos, pode haver aumento progressivo da fadiga durante o tratamento. Neste caso, o tratamento
deve ser interrompido. Não ultrapassar a dose recomendada.
Pacientes com insuficiência hepática
Ajustes na dosagem devem ser considerados.
Alterações na capacidade de dirigir veículos e operar máquinas
Os pacientes em tratamento com Vertix devem ser advertidos para evitar atividades que necessitem de
atenção, tais como a condução de veículos ou a operação de máquinas, pois o emprego do medicamento
- Interação medicamento - medicamento
- Severidade Maior
Efeito da interação: aumento de uma ou de ambas as drogas, podendo causar bradicardia ou piorar
bloqueios átrio-ventriculares.
Medicamento: amiodarona.
Efeito da interação: aumento do intervalo QT.
Medicamento: droperidol
Efeito da interação: hipotensão, bradicardia ou piora da performance cardíaca devido a efeitos aditivos
que reduzem a contratilidade cardíaca e a condução atrio-ventricular.
Medicamentos: Beta-bloqueadores (exemplo: propanolol, atenolol, timolol, sotalol)
Efeito da interação: aumento da concentração da carbamazepina no sangue facilitando a intoxicação por
este medicamento. A carbamazepina, assim como a fenitoína e o valproato, podem aumentar a
metabolização da flunarizina podendo ser necessário um aumento de dose.
Medicamento: anticonvulsivantes (carbamazepina, fenitoína e o valproato)
Efeito da interação: diminuição do metabolismo da flunarizina, aumentando sua concentração sérica e
facilitando a ocorrência de intoxicação.
Medicamento: indinavir e saquinavir.
Efeito da interação: aumento do risco de hemorragia gastrintestinal.
Medicamentos: antiinflamatórios não-hormonais (exemplos: diclofenaco, ibuprofeno, cetoprofeno,
naproxeno) e anticoagulantes orais
Efeito da interação: potencialização dos efeitos depressores do sistema nervoso central
Medicamento: depressores do SNC (p.ex. sedativos e tranqüilizantes)
- Severidade Menor
Efeito da interação: diminuição da concentração sérica da flunarizina.
Medicamento: rifampicina
Efeito da interação: hipotensão.
Medicamento: fentanil
- Interação medicamento – álcool
A flunarizina pode potencializar os efeitos do álcool especialmente no início do tratamento.
- Interação medicamento – exame laboratorial
A concentração sérica de prolactina pode se apresentar levemente aumentada durante o tratamento com
flunarizina. As concentrações séricas totais de cálcio não são afetadas pela ação de bloqueadores de
canais de cálcio.
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Conservar em temperatura ambiente (entre 15 e 30°C). Proteger da luz e umidade. Desde que respeitados
os cuidados de armazenamento, o medicamento apresenta uma validade de 24 meses a contar da data de
sua fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Vertix é uma solução incolor, com odor de baunilha.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Adultos: para qualquer indicação, a dose usual é de 10 mg (40 gotas), à noite, por via oral. Doses maiores
ou menores podem ser utilizadas, a critério médico.
Crianças: a dose recomendada para crianças que pesam menos de 40 kg é de 5 mg (20 gotas) ao dia em
dose única. Para crianças com mais de 40 kg a dosagem usual é de 5 a 10 mg (20 gotas a 40 gotas), em
dose única diária. A segurança e a eficácia da flunarizina não foram estabelecidas em crianças de até 18
meses.
A duração do tratamento fica a critério do médico e dependendo da indicação pode variar de 2 semanas a
vários meses.
Reações muito comuns (> 10% dos pacientes)
Sintomas neurológicos: sonolência e astenia.
Sintomas oftalmológicos: visão turva e diplopia
Reações incomuns (entre 0,1% e 1% dos pacientes)
Sintomas neurológicos: cefaléia
Sintomas psiquiátricos: insônia, depressão
Sintomas gastrointestinais: náuseas, epigastralgia e boca seca
A literatura cita ainda as seguintes reações adversas, sem freqüência conhecida: irritabilidade, tontura,
dificuldade de concentração, sensação de “cabeça leve”, hiperplasia gengival, porfiria, tromboflebite,
ganho de peso e erupções cutâneas.
Também podem ocorrer efeitos extrapiramidais que incluem parkinsonismo, acatisia, discinesia orofacial,
torcicolo e tremor facial. Estas reações são mais comuns nos indivíduos acima de 65 anos, com tremor
essencial ou história de tremor essencial na família, com doença de Parkinson, e durante tratamentos
prolongados. Os sintomas melhoram com a interrupção do tratamento em um intervalo de tempo variável
de 2 semanas a 6 meses. Em casos raros pode ocorrer depressão com ideação suicida em pacientes
predispostos, assim como pesadelos e alucinações.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária -
NOTIVISA, disponível em http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância
Sanitária Estadual ou Municipal.