Bula do Xenilipi produzido pelo laboratorio Legrand Pharma Indústria Farmacêutica Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
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XENILIPI
(orlistate)
LEGRAND PHARMA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA LTDA
cápsula
120mg
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orlistate
IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
XENILIPI (orlistate)
APRESENTAÇÕES
Cápsulas de 120mg: Embalagem contendo 21, 30, 42, 60, 84 ou 90 cápsulas.
USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
Cada cápsula contém:
orlistat........................................................................................................................................................120mg
excipientes*............................................................................................................................................1cápsula
* amido de milho, dióxido de silício, laurilsulfato de sódio, crospovidona, talco, álcool etílico.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
XENILIPI é indicado para o tratamento em longo prazo de pacientes com sobrepeso ou obesidade, incluindo
pacientes com fatores de risco associados à obesidade, em conjunto com uma dieta levemente hipocalórica.
XENILIPI é eficaz no controle de peso em longo prazo (perda de peso, manutenção do peso e prevenção da
recuperação do peso perdido). XENILIPI melhora os fatores de risco associados ao excesso de peso, como
hipercolesterolemia, intolerância à glicose, diabetes do tipo 2, hiperinsulinemia, hipertensão arterial, e
também promove a redução da gordura visceral.
Tratamento de pacientes com diabetes tipo 2 com sobrepeso ou obesidade: XENILIPI, em conjunto com
uma dieta levemente hipocalórica, promove controle glicêmico adicional, quando utilizado em conjunto com
medicamentos antidiabéticos orais e/ou insulina.
Obesidade em adultos: estudos clínicos demonstram que orlistate promove maior perda de peso, quando
comparado à dieta isoladamente. A perda de peso foi evidente dentro de duas semanas após o início do
tratamento e se manteve por seis a 12 meses, mesmo em indivíduos com falência prévia a tratamento
dietético. O orlistate também foi efetivo na prevenção da recuperação de peso perdido, com
aproximadamente 50% dos pacientes tratados com ganho menor que 25% do peso perdido. O uso de orlistate
está associado à melhora das comorbidades relacionadas à obesidade, tais como hipercolesterolemia,
hipertensão arterial e diabetes tipo 2. 1,2
Obesidade em diabéticos tipo 2: estudos clínicos realizados durante um período de seis meses a um ano
mostraram que o uso de orlistate em pacientes diabéticos tipo 2 com sobrepeso ou obesidade promove maior
perda de peso em comparação com dieta isolada. A perda de peso foi associada à redução na gordura
corporal. O uso de orlistate em pacientes com controle inadequado do diabetes, mesmo em tratamento com
medicamentos antidiabéticos (sulfonilureia, metformina ou insulina), associou-se à melhora estatisticamente
significativa do controle glicêmico, com redução dos hipoglicemiantes, redução dos níveis de insulina e
melhora da resistência à insulina.3,4,5
Redução do risco de desenvolver diabetes tipo 2 em indivíduos obesos: em estudo clínico com duração de
quatro anos, o uso de orlistate promoveu redução significativa, de aproximadamente 37%, comparada ao
grupo placebo, no risco de desenvolver diabetes tipo 2. Nos indivíduos com intolerância à glicose houve
maior redução do risco, de aproximadamente 45%. A perda de peso no período de quatro anos foi
significativamente maior no grupo de pacientes que usavam orlistate, em comparação ao grupo placebo.
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Houve redução significativa dos fatores de risco metabólicos nos pacientes que usavam orlistate.6
Referências bibliográficas
1 Ballinger A and Peikin SR. Orlistat: its current status as an anti-obesity drug. European Journal of
Pharmacoly 2002; 440: 109-117.
2 Nelson RH, Miles JM. The use of orlistat in the treatment of obesity, dyslipidaemia and Type 2 diabetes.
Expert Opin Pharmacother. 2005 Nov; 6(14): 2483-91.
3 Hanefeld M and Sachse G. The effect of orlistat on body weight and glycaemic control in overwight
patients with type 2 diabetes: a randomized, placebo controlled trial. Diabetes Obes Metab 2002; 4: 415-
423.
4 Miles JM et al. Effect of orlistat in overweight and obese patients with type 2 diabetes treated with
metformin. Diabetes Care 2002; 25: 1123-1128.
5 Kelley DE et al. Clinical efficacy of orlistat therapy in overweight and obese patients with insulin treated
type 2 diabetes. Diabetes Care 2002; 25: 1033-1041.
6 Torgerson JS et al. XENical in the prevention of diabetes in obese subjects (XENDOS) study: a
randomized study of orlistat as an adjunct to lifestyle changes for theprevention of type 2 diabetes in
obese patients. Diabetes Care. 2004 Jan; 27(1):155-61.
Orlistate é um potente inibidor específico das lipases gastrintestinais, reversível, porém de longa atuação
Orlistate exerce sua atividade terapêutica exclusivamente na luz do estômago e do intestino delgado,
formando uma ligação covalente com a porção serina do sítio ativo das lipases gástrica e pancreática, não
havendo necessidade de absorção sistêmica para a atividade do medicamento. A enzima inativada é incapaz
de hidrolisar a gordura proveniente dos alimentos, na forma de triglicérides, em ácidos graxos livres e
monoglicerídeos absorvíveis. Cerca de 30% da gordura dos alimentos ingeridos é eliminada nas fezes. Visto
que os triglicérides não digeridos não são absorvidos, o déficit calórico resultante promove a redução de
peso. Com base na dosagem da gordura fecal, o efeito de orlistate pode ser verificado em 24 a 48 horas após
sua administração. Ao descontinuar o tratamento, o conteúdo de gordura nas fezes retorna aos níveis de pré-
tratamento em 48 a 72 horas.
Farmacocinética
Absorção
Os estudos realizados em voluntários normais e em voluntários obesos demonstraram que a absorção
sistêmica de orlistate foi mínima. As concentrações plasmáticas de orlistate inalterado foram não
mensuráveis (< 5 ng/mL) após oito horas da administração oral de uma dose única de 360 mg de orlistate.
Em geral, após tratamentos prolongados com doses terapêuticas, a detecção de orlistate inalterado no plasma
foi esporádica e em concentrações extremamente baixas (< 10 ng/mL ou 0,02 µM), sem qualquer evidência
acumulativa, o que é plenamente compatível com uma absorção desprezível.
Distribuição
Não foi possível determinar o volume de distribuição, em função da absorção mínima do fármaco. In vitro,
orlistate liga-se em mais de 99% às proteínas plasmáticas (lipoproteínas e albumina foram as principais
proteínas de ligação). A afinidade de orlistate pelos eritrócitos foi mínima.
Metabolismo
Com base em dados obtidos de estudos em animais, acredita-se que o metabolismo de orlistate seja
principalmente pré-sistêmico, na parede gastrintestinal. Estudos em pacientes obesos mostraram que dois
metabólitos principais (M1 e M3) foram responsáveis por, aproximadamente, 42% da radioatividade
detectada no plasma após a mínima absorção de orlistate. Esses dois metabólitos possuem uma atividade
inibidora da lipase extremamente fraca (1.000 e 2.500 vezes menor que orlistate, respectivamente para M1 e
M3). Em função dessa baixa atividade inibidora e dos baixíssimos níveis plasmáticos após doses terapêuticas
(média de 26 ng/mL e 108 ng/mL, respectivamente), esses metabólitos não têm qualquer efeito
farmacológico.
Eliminação
Estudos realizados em indivíduos normais ou pacientes obesos demonstraram que a principal via de
eliminação de orlistate é pelas fezes. Aproximadamente 97% da dose administrada foi excretada nas fezes,
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sendo 83% na forma de orlistate inalterado. A excreção renal cumulativa do total das substâncias
relacionadas a orlistate foi < 2% da dose administrada. O tempo até atingir a excreção total (fecal e urinária)
foi de três a cinco dias. O comportamento de orlistate pareceu ser semelhante entre voluntários com peso
normal e voluntários obesos. Tanto orlistate quanto M1 e M3 estão sujeitos à excreção biliar.
Farmacocinética em populações especiais
A concentração plasmática de orlistate e seus metabólitos M1 e M3 em pacientes pediátricos foi semelhante
à da população adulta para uma mesma posologia. A excreção diária de gordura fecal foi 27% e 7% da
ingerida nos grupos orlistate e placebo, respectivamente.
Segurança pré-clínica
Dados pré-clínicos baseados em estudos convencionais de segurança farmacológica, toxicidade posológica,
genotoxicidade, potencial carcinogênico e toxicidade na reprodução não revelaram potencial prejuízo ao
homem.
Teratogenicidade
Não foi observado efeito embriotóxico ou teratogênico em estudos em animais. Na ausência de efeito
teratogênico em animais, malformação fetal em humanos não é esperada.
XENILIPI é contraindicado a pacientes com síndrome de má absorção crônica, colestase e a pacientes com
hipersensibilidade conhecida a XENILIPI ou a qualquer um dos excipientes da formulação.
Em estudos, a maioria dos pacientes que usaram XENILIPI por até quatro anos de tratamento manteve os
níveis de vitaminas A, D, E, K e de betacaroteno dentro de suas faixas de normalidade. No entanto, para
assegurar nutrição adequada, o uso suplementar de polivitamínico pode ser considerado.
Os pacientes devem ser aconselhados a seguir as orientações nutricionais de seu médico ou nutricionista
(vide item Posologia). A possibilidade de eventos gastrintestinais aparecerem (vide item Reações adversas)
pode aumentar se XENILIPI for administrado com alimentos ricos em gorduras (por exemplo, em um plano
de 2.000 kcal/dia, a presença de mais de 30% de calorias provenientes de gordura equivale a mais de 67 g de
gordura a ser ingerida). A ingestão diária de gorduras deve ser distribuída entre as três refeições principais.
Como a perda de peso induzida por XENILIPI é acompanhada de melhor controle metabólico do diabetes
do tipo 2, pode ser que haja possibilidade ou mesmo necessidade de se reduzir as doses dos medicamentos
hipoglicemiantes.
Especial atenção deve ser dada nas seguintes situações: pacientes tratados com XENILIPI e medicamentos
antiepilépticos, pois existe a possibilidade de ocorrência de convulsões; pacientes tratados com XENILIPI e
ciclosporina, pois pode ocorrer a redução dos níveis plasmáticos da ciclosporina; pacientes que recebem
tratamento com amiodarona, pois pode ocorrer a redução da exposição sistêmica da amiodarona (vide
Interações medicamentosas).
Pacientes pediátricos
Não foram realizados estudos clínicos em crianças menores de 12 anos.
Pacientes com insuficiência hepática ou renal
Não foram realizados estudos clínicos em pacientes com insuficiência hepática ou renal.
Efeitos sobre a capacidade de dirigir veículos ou operar máquinas, quando for o caso orlistate não
possui efeitos conhecidos sobre a capacidade de dirigir veículos ou operar máquinas.
Gravidez e lactação
Categoria de risco na gravidez: B. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas
sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Não foi estabelecida a segurança de XENILIPI para mulheres grávidas. Pela inexistência de dados clínicos,
o uso de XENILIPI não é recomendado durante a gravidez. A secreção de XENILIPI no leite humano não
foi investigada. XENILIPI não deve ser administrado a mulheres que estão amamentando.
Exames laboratoriais
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Os parâmetros de coagulação devem ser monitorados em pacientes tratados concomitantemente com
anticoagulante oral.
Em estudos específicos de interação medicamentosa, nenhuma interação foi observada com substâncias ou
medicamentos comumente utilizados, como amitriptilina, atorvastatina, biguanidas, digoxina, fibratos,
fluoxetina, losartana, fenitoína, contraceptivos orais, fentermina, pravastatina, varfarina, nifedipina (de
liberação lenta ou gastrintestinal), sibutramina ou álcool. Contudo, quando a varfarina ou outros
anticoagulantes orais são administrados em conjunto com orlistate, o valor RNI deve ser monitorado.
Diminuição da absorção da vitamina D, E e betacaroteno foi observada quando administradas em conjunto
com orlistate. Se um suplemento multivitamínico for recomendado, deve ser tomado pelo menos duas horas
depois da administração de orlistate ou na hora de dormir.
Redução nas concentrações plasmáticas de ciclosporina foi observada durante a administração concomitante
de orlistate. Portanto, nesses casos, recomenda-se monitoramento mais frequente dos níveis plasmáticos de
ciclosporina.
Em um estudo farmacocinético, a administração oral de amiodarona, durante o tratamento com orlistate,
resultou em uma redução de 25% a 30% na exposição sistêmica da amiodarona e desetilamiodarona.
Devido à complexa farmacocinética da amiodarona, o efeito clínico não é claro. O efeito do início do
tratamento com orlistate em pacientes sob terapia estável com amiodarona não foi estudado. Potencial
redução do efeito terapêutico da amiodarona é possível.
Foram relatadas convulsões em pacientes tratados concomitantemente com orlistate e medicamentos
antiepilépticos. Embora não tenha sido estabelecida uma relação causal, os pacientes devem ser monitorados
em relação a possíveis mudanças na frequência e / ou gravidade das convulsões.
XENILIPI deve ser conservado em temperatura ambiente (entre 15 e 30 ºC) e protegido da umidade.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
As cápsulas de XENILIPI são de cor branco e azul royal, contendo granulado branco a levemente
amarelado.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e você observe
alguma mudança no aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
A dose recomendada de XENILIPI é de uma cápsula de 120mg, junto com cada uma das três refeições
principais (durante ou até uma hora após cada refeição). Caso uma refeição seja omitida ou não contenha
gordura, XENILIPI pode não ser administrado. Os pacientes deverão respeitar uma alimentação levemente
hipocalórica, nutricionalmente balanceada, que contenha aproximadamente 30% de calorias provenientes de
gordura. Recomenda-se que as refeições sejam ricas em frutas e vegetais. A ingestão diária de gordura,
carboidratos e proteínas deverá ser bem distribuída entre as três refeições principais. Doses acima de 120 mg,
três vezes ao dia, não demonstraram qualquer benefício adicional.
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
Pacientes idosos
Não é necessário ajuste de dose em pacientes idosos.
Experiência de estudos clínicos
As reações adversas de orlistate são, em sua absoluta maioria, de natureza gastrintestinal e relacionadas ao
próprio efeito farmacológico do fármaco ao evitar a absorção de parte da gordura ingerida.
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As reações adversas (primeiro ano de tratamento) listadas a seguir são baseadas em eventos adversos que
ocorreram com frequência >2% e incidência ≥1% em relação ao placebo em estudos clínicos de um e dois
anos de duração:
Reações muito comuns (ocorrem em > 10% dos pacientes que utilizam este medicamento): perdas ou
evacuações oleosas, flatulência com perdas oleosas, urgência para evacuar, aumento das evacuações,
desconforto/dor abdominal, flatulência, fezes líquidas, infecções do trato respiratório superior, gripe, cefaleia
e hipoglicemia.
Reações comuns (ocorrem entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medicamento): incontinência
fecal, fezes amolecidas, desconforto/dor retal, distúrbios dentais ou gengivais, infecções do trato respiratório
inferior, irregularidades menstruais, ansiedade, fadiga, infecção urinária e distensão abdominal.
As únicas reações adversas observadas com frequência >2% e incidência ≥1% em relação ao placebo em
pacientes obesos com diabetes do tipo 2 foram hipoglicemia e distensão abdominal.
Em um estudo clínico com duração de quatro anos, o padrão geral da distribuição de eventos adversos foi
similar ao reportado nos estudos de um e dois anos de duração. Ao longo dos quatro anos de estudo, foi
observada redução gradual da incidência total de eventos adversos gastrintestinais relacionados que correram
no primeiro ano.
Os pacientes devem ser informados sobre a possibilidade de ocorrerem esses eventos gastrintestinais e que
podem ter melhor controle por intermédio de uma alimentação adequada, particularmente controlando a
quantidade de gordura ingerida. Um ponto a ser destacado é que a ingestão de alimentos com menos gordura
diminuirá a incidência dos eventos gastrintestinais, alertando e ajudando o paciente a monitorar e regular sua
própria ingestão de gorduras (efeito de reeducação alimentar).
Os eventos gastrintestinais são geralmente leves e transitórios, ocorrendo no início do tratamento (dentro dos
três primeiros meses). Nos estudos realizados, a maioria dos pacientes apresentou apenas um episódio.
Em estudo clínico com duração de quatro anos, observou-se um padrão de reações adversas semelhante ao
dos estudos com um e dois anos, com redução ano a ano na incidência total de reações gastrintestinais ao
longo de quatro anos.
Pós-comercialização
Casos raros de hipersensibilidade foram relatados. Os principais sintomas clínicos foram prurido, rash,
urticária, angioedema, broncoespasmo e anafilaxia. Casos muito raros de erupção bolhosa, aumento das
transaminases e fosfatase alcalina e, em casos excepcionais, hepatite, podendo representar gravidade, foram
reportados após o lançamento. Nenhuma relação causal ou mecanismo fisiopatológico entre hepatite e terapia
com orlistate foi estabelecido.
Reportou-se diminuição da protrombina, aumento do RNI e descontrole do tratamento com anticoagulante,
resultando em alteração dos parâmetros homeostáticos, em pacientes tratados concomitantemente com
orlistate e anticoagulantes.
Foram relatadas convulsões em pacientes tratados concomitantemente com orlistate e medicamentos
antiepilépticos (vide item Interações medicamentosas).
Em caso de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária –
NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para Vigilância
Sanitária Estadual ou Municipal.