Bula do Acetilcisteína produzido pelo laboratorio Laboratório Teuto Brasileiro S/a
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
acetilcisteína
Xarope Pediátrico 20mg/mL e Xarope Adulto 40mg/mL
MODELO DE BULA COM INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS
PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Medicamento genérico Lei nº 9.787, de 1999.
APRESENTAÇÕES
Xarope Pediátrico 20mg/mL
Embalagens contendo 1, 50 e 100 frascos com 100 e 120mL.
Xarope Adulto 40mg/mL
Embalagens contendo 1, 50 e 100 frascos com 120mL.
USO ORAL
USO ADULTO E PEDIÁTRICO ACIMA DE 2 ANOS
COMPOSIÇÃO
Cada mL do xarope pediátrico contém:
acetilcisteína.....................................................................................................................20mg
Veículo q.s.p......................................................................................................................1mL
Excipientes: carmelose, edetato dissódico, benzoato de sódio, sacarina sódica, ciclamato de
sódio, metilparabeno, propilparabeno, sorbitol solução 70%, glicerina bi-destilada,
hidróxido de sódio, essência de framboesa, álcool etílico 96º GL e água de osmose reversa.
Cada mL do xarope adulto contém:
acetilcisteína.....................................................................................................................40mg
hidróxido de sódio, essência de morango, álcool etílico 96º GL e água de osmose reversa.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Este medicamento é indicado quando se tem dificuldade para expectorar e há muita
secreção densa e viscosa, tais como: bronquite crônica e suas exacerbações, enfisema,
doença pulmonar obstrutiva crônica, bronquite aguda, pneumonia, colapso
pulmonar/atelectasia, fibrose cística/mucoviscidose. Também é indicado como antídoto na
intoxicação acidental ou voluntária por paracetamol.
Após 2 meses de tratamento com acetilcisteína, observou-se uma melhoria na viscosidade
da expectoração em 80% dos casos, do caráter da expectoração em 59%, da dificuldade
para expectorar em 74% e da gravidade da tosse em 71%. Os resultados confirmam a
eficácia da acetilcisteína sobre os parâmetros relacionados com a hipersecreção brônquica.
Para além de toda a sintomatologia clínica referida, o desenvolvimento da bronquite
crônica é frequentemente associado à existência de exacerbações agudas recorrentes do seu
processo brônquico, as quais determinam um agravamento da referida sintomatologia.
A microbiota existente na secreção respiratória foi avaliada em um estudo aberto com 22
fumantes sem bronquite crônica, 19 fumantes com bronquite crônica e doença pulmonar
obstrutiva crônica e 14 não fumantes saudáveis, através de broncoscopia e cultura de
escovado brônquico com escova protegida. O uso de acetilcisteína por via oral foi
considerado na análise. Não se verificou diferença estatisticamente significante em faixas
mais baixas na porcentagem de indivíduos com cultura positiva entre os grupos. Entre os
fatores analisados, o uso de acetilcisteína via oral foi o único fator independente a
influenciar os resultados bacteriológicos. O grupo de pacientes com obstrução crônica das
vias aéreas em uso de acetilcisteína via oral teve uma porcentagem menor estatisticamente
significante de culturas bacterianas positivas quando comparado ao mesmo grupo que não
fazia uso da medicação.
Intoxicação por paracetamol
Diversos estudos clínicos realizados mostraram o efeito protetor da acetilcisteína sobre o
fígado dos pacientes intoxicados por paracetamol.
Um estudo retrospectivo descreve o desfecho de 2540 pacientes suspeitos de overdose de
paracetamol. Os pacientes foram tratados com uma dose oral inicial de 140mg/kg de
acetilcisteína seguida por doses de 70mg/kg a cada 4 horas por 3 dias. Hepatoxicidade foi
verificada em 6,1% dos pacientes que tiveram o esquema de tratamento de acetilcisteína
por via oral iniciado até 10 horas após a ingestão de paracetamol e em 26,4% dos pacientes
quando a acetilcisteína foi iniciada entre 10 e 24 horas. Entre os pacientes de alto risco que
tiveram o esquema de acetilcisteína iniciado entre 16 e 24 horas após a ingestão de
paracetamol, 41% desenvolveram hepatoxicidade. Quando iniciada até 8 horas após a
ingestão de paracetamol, a acetilcisteína exerceu efeito hepatoprotetor independente da
concentração sérica de paracetamol.
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)
Um estudo prospectivo randomizado, duplo-cego, duplo-mascarado, controlado por
placebo avaliou 123 pacientes com exacerbação aguda de DPOC. Duas doses de
acetilcisteína foram utilizadas (1200mg/dia e 600mg/dia) com o objetivo principal de
avaliar a proporção de pacientes com proteína C reativa (PCR) em níveis normais após 10
dias de tratamento.
Entre os pacientes com PCR em níveis aumentados, uma maior proporção estatisticamente
significante de pacientes que tomaram acetilcisteína tiveram seus níveis séricos de PCR
normalizados após 10 dias. O uso de 1200mg/dia de acetilcisteína foi mais eficaz que o uso
de 600mg/dia. Ambas as dosagens foram mais eficazes que placebo na melhora clínica e de
função pulmonar avaliada por pico de fluxo expiratório. É especulado que o efeito de
acetilcisteína nos marcadores inflamatórios pode ser devido às propriedades mucolítica e
antioxidante.
Fibrose Cística
Pacientes com fibrose cística foram avaliados em um estudo aberto com 76 pacientes entre
crianças e adultos. Este estudo analisou a utilização de acetilcisteína via oral em doses
variadas de acordo com a idade após a utilização de acetilcisteína inalatória por pelo menos
1 ano.
Foram analisados aspectos como tosse, características da secreção respiratória, radiografia
de tórax e percentis de peso e altura. Concluiu-se que após a troca da via de administração
da acetilcisteína de inalatória para oral:
- Os sintomas respiratórios melhoraram ou se mantiveram inalterados;
- A acetilcisteína via oral pode substituir a via inalatória quando o tratamento não estiver se
mostrando eficaz;
- Mesmo que o tratamento via inalatória esteja sendo eficaz, o tratamento via oral é pelo
menos não inferior;
- A administração via oral tem vantagens relacionadas à facilidade de aplicação da
medicação, menor custo e ausência dos eventos adversos comuns às medicações de uso
inalatório.
Farmacodinâmica
O princípio ativo é a acetilcisteína, que exerce intensa ação mucolítico-fluidificante das
secreções mucosas e mucopurulentas, despolimerizando os complexos mucoproteicos e os
ácidos nucléicos que dão viscosidade ao escarro e às outras secreções, além de melhorar a
depuração mucociliar. Estas atividades tornam acetilcisteína particularmente adequado para
o tratamento das afecções agudas e crônicas do aparelho respiratório caracterizadas por
secreções mucosas e mucopurulentas densas e viscosas.
Além disso, a acetilcisteína exerce ação antioxidante direta, sendo dotada de um grupo tiol
livre (-SH) nucleofílico em condições de interagir diretamente com os grupos eletrofílicos
dos radicais oxidantes. De particular interesse é a recente demonstração de que a
acetilcisteína protege a alfa-1-antitripsina, enzima inibidora da elastase, de ser inativada
pelo ácido hipocloroso (HClO), potente agente oxidante que é produzido pela enzima
mieloperoxidase dos fagócitos ativados. A estrutura da sua molécula lhe permite, além
disso, atravessar facilmente as membranas celulares. No interior da célula, a acetilcisteína é
desacetilada, ficando assim disponível a L-cisteína, aminoácido indispensável para a síntese
da glutationa (GSH). O GSH é um tripeptídio extremamente reativo que se encontra
difundido por igual nos diversos tecidos dos organismos animais e é essencial para a
manutenção da capacidade funcional e da integridade da morfologia celular, pois é o
mecanismo mais importante de defesa intracelular contra os radicais oxidantes (tanto
exógenos como endógenos) e contra numerosas substâncias citotóxicas, incluindo o
paracetamol.
O paracetamol exerce sua ação citotóxica pelo empobrecimento progressivo de GSH. A
NAC desempenha seu principal papel mantendo níveis adequados de GSH, contribuindo,
assim para a proteção celular. Portanto a NAC é um antídoto específico para intoxicação
por paracetamol.
Farmacocinética
- Absorção
Em humanos, a acetilcisteína é completamente absorvida após administração oral. Devido
ao metabolismo na parede intestinal e o efeito de primeira passagem, a biodisponibilidade
da acetilcisteína ingerida oralmente é muito baixa (cerca de 10%). Não foram referidas
diferenças entre as várias formas farmacêuticas. Em pacientes com diferentes doenças
respiratórias ou cardíacas, a concentração máxima no plasma é obtida entre uma e três
horas após a administração e, os níveis permaneceram elevados por um período de 24
horas.
- Distribuição
A acetilcisteína é distribuída na forma não metabolizada (20%) e metabolizada - ativa
(80%) e, pode ser encontrada principalmente no fígado, rins, pulmões e secreções
brônquicas.
O volume de distribuição da NAC varia de 0,33 a 0,47L/kg. A ligação às proteínas é de
cerca de 50% após 4 horas da administração da dose e cai para 20% em 12 horas.
- Metabolismo
A NAC passa por um metabolismo rápido e extensivo na parede intestinal e fígado após a
administração oral.
- Excreção
O composto resultante, cisteína, é considerado o metabólito ativo. Após essa fase de
transformação, a acetilcisteína e a cisteína compartilham a mesma via metabólica.
O clearance renal pode representar cerca de 30% do clearance total do organismo. Após a
administração oral a meia vida terminal de NAC total é de 6,25 h.
Este medicamento é contraindicado para pacientes com histórico de hipersensibilidade
conhecida à acetilcisteína e/ou demais componentes de sua formulação.
Categoria B: Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem
orientação médica ou do cirurgião dentista.
Este medicamento é contraindicado para crianças menores de 2 anos.
5. ADVERTÊNCIA E PRECAUÇÕES
A presença de odor sulfúreo (enxofre) não indica alteração no medicamento, pois é
característico do princípio ativo contido no mesmo.
É recomendada precaução quando utilizado por pacientes com úlcera péptica ou histórico
de úlcera, especialmente no caso de administração concomitante a outros medicamentos
com conhecido efeito irritativo à mucosa gástrica.
A administração de acetilcisteína, principalmente no início do tratamento, pode fluidificar a
secreção brônquica e aumentar seu volume. Se efetivamente o paciente não conseguir
expectorar, deve ser realizada a drenagem postural, aspiração brônquica e/ou outras
medidas de drenagem de secreção.
Uso em idosos
Devem-se seguir as orientações gerais descritas para o medicamento, salvo em situações
especiais.
Uso pediátrico
Agentes mucolíticos podem induzir obstrução respiratória em crianças abaixo de 2 anos.
Devido às características fisiológicas das vias aéreas nessa faixa etária, a habilidade de
expectorar pode ser limitada. Portanto agentes mucolíticos não devem ser utilizados em
crianças com menos de 2 anos de idade.
Pacientes portadores de asma brônquica
Devem ser rigorosamente monitorados durante o tratamento; se ocorrer broncoespasmo,
suspender a acetilcisteína imediatamente e iniciar tratamento adequado. O paciente que
utiliza acetilcisteína pode dirigir e operar máquinas, pois o medicamento não diminui a
atenção e o estado de vigília do paciente.
Gravidez e lactação
Há escassez de dados clínicos sobre mulheres expostas à acetilcisteína durante a gravidez.
Estudos com animais não sugerem nenhum efeito nocivo, direto ou indireto, sobre a
gravidez, desenvolvimento embriônico-fetal, parto ou desenvolvimento pós-natal.
Não há informações disponíveis sobre a excreção pelo leite materno.
O produto só deve ser usado durante a gravidez e lactação depois de cuidadosa avaliação de
risco-benefício.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação
médica ou do cirurgião dentista.
Acetilcisteína xarope 20mg/mL e 40mg/mL contém sorbitol. Esta apresentação não deve
ser utilizada em pacientes com intolerância hereditária à frutose. Esta apresentação deve ser
utilizada com cautela por pacientes diabéticos.
Acetilcisteína xarope 20mg/mL e 40mg/mL contém p-hidroxibenzoato (metilparabeno e
Os estudos de interação foram realizados apenas em adultos.
Acetilcisteína não deve ser administrado concomitantemente com fármacos antitussígenos,
pois a redução do reflexo tussígeno pode levar ao acúmulo de secreções brônquicas.
O uso de carvão ativado pode reduzir o efeito de acetilcisteína.
Dissolução de formulações de acetilcisteína com outros medicamentos não é recomendada.
Relatos de inativação de antibióticos com acetilcisteína foram encontrados apenas em
estudos in vitro onde as substâncias foram misturadas diretamente. Portanto quando o
tratamento com antibiótico oral for necessário é recomendado o uso de acetilcisteína oral 2
horas antes ou depois da administração.
A administração concomitante de nitroglicerina e acetilcisteína causam hipotensão
significante e, aumento da dilatação da artéria temporal. Se houver necessidade de
tratamento concomitante com nitroglicerina e acetilcisteína, os pacientes devem ser
monitorados, pois pode ocorrer hipotensão, inclusive grave, devendo-se ter atenção para a
possibilidade de cefaleias
Alterações de exames laboratoriais
A acetilcisteína pode interferir no método de ensaio colorimétrico de mensuração do
salicilato e interferir também, no teste de cetona na urina.
Interações com alimentos
Até o momento não foi relatada interação entre acetilcisteína e alimentos.
DURANTE O CONSUMO ESTE PRODUTO DEVE SER MANTIDO NO CARTUCHO
DE CARTOLINA, CONSERVADO EM TEMPERATURA AMBIENTE (15 A 30ºC).
PROTEGER DA LUZ E UMIDADE.
Este medicamento tem validade de 24 meses a partir da data de sua fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem
original. Acetilcisteína Xarope após aberto, válido por 14 dias
Características físicas e organolépticas:
Acetilcisteína Xarope Pediátrico 20mg/mL apresenta em forma de: Solução incolor,
límpida com odor característico de framboesa.
Acetilcisteína Xarope Adulto 40mg/mL apresenta em forma de: Solução incolor,
límpida com odor característico de morango.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Modo de Usar
Acetilcisteína deve ser administrada somente por via oral.
Posologia
De maneira geral a posologia de acetilcisteína é de 9 a 15mg/kg/dia.
Nas formas agudas, o período de tratamento é de 5 a 10 dias; nas formas crônicas, pode-se
dar continuidade ao tratamento por alguns meses, a critério médico.
- Afecções pulmonares
Pediátrico (crianças acima de 2 anos):
Acetilcisteína pediátrico 20mg/mL:
Idade Dose Frequência
2 a 4 anos 100mg (5mL) 2 a 3 vezes ao dia ou a critério
médico
Acima de 4 anos 100mg (5mL) 3 a 4 vezes ao dia ou a critério
Adultos:
Acetilcisteína adulto 40mg/mL:
Dose de 600mg (15mL), 1 vez ao dia, de preferência à noite.
Indicações específicas para adultos e crianças:
- Complicação Pulmonar da Fibrose Cística
Crianças acima de 2 anos de idade: 200mg (10mL de xarope pediátrico) a cada 8 horas;
Adultos: 200mg (5mL de xarope adulto) a 400mg (10mL de xarope adulto) a cada 8 horas.
A critério médico, as doses acima podem ser aumentadas até o dobro.
- Intoxicação acidental ou voluntária por paracetamol
Por via oral, dose inicial de 140mg/kg de peso corpóreo o mais rápido possível, dentro de
10 horas da ingestão do agente tóxico, seguidas de doses únicas de 70mg/kg de peso
corpóreo a cada 4 horas, por 1-3 dias.
Acetilcisteína é bem tolerada, mas como qualquer outro medicamento pode apresentar
reações adversas.
Reações incomuns (> 1/1.000 e < 1/100): hipersensibilidade, cefaleia, zumbido nos
ouvidos, taquicardia, vômito, diarreia, estomatite, dor abdominal, náusea, urticária,
exantema, angioedema, prurido, pirexia (aumento da temperatura corpórea), e hipotensão.
Reações raras (> 1/10.000 e < 1.000): broncoespasmo, dispneia e dispepsia.
Reações muito raras (< 1/10.000): choque anafilático, reação anafilática/ anafilactóide e
hemorragia.
Reação com frequência desconhecida: edema de face.
Em casos raríssimos houve relato de reações severas da pele, como síndrome de Stevens-
Johnson e síndrome de Lyell, com relação temporal com a administração da acetilcisteína.
Na maioria dos casos havia envolvimento provável de pelo menos uma droga cossuspeita
na provocação da síndrome muco-cutânea relatada. Por isso, é preciso consultar o médico
assim que ocorrer alguma nova alteração na pele ou em membranas mucosas, e a
acetilcisteína deve ser interrompida imediatamente.
Também já foi descrita redução da agregação plaquetária com o uso da acetilcisteína. O
significado clínico desta alteração ainda não está estabelecido.
Se for observada qualquer outra reação não descrita nesta bula, informe seu médico.
Notificação de Evento Adverso
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância
Sanitária - NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm,
ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
Até o momento não houve relato de nenhum caso de superdosagem para formas
farmacêuticas orais de acetilcisteína. Voluntários saudáveis receberam 11,6g de
acetilcisteína diariamente por três meses sem ocorrência de qualquer evento adverso sério.
Doses acima de 500mg de NAC/kg de peso foram bem toleradas sem nenhum sintoma de
envenenamento.
A superdosagem pode levar a sintomas gastrintestinais, como náusea, vômito e diarreia.
Não há antídoto específico para a acetilcisteína e o tratamento é sintomático.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.