Bula do Alfainterferona 2b (Recombinante) produzido pelo laboratorio Biosintética Farmacêutica Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
ALFAINTERFERONA 2B
(RECOMBINANTE)
Biosintética Farmacêutica Ltda.
Pó liófilo injetável
3 milhões UI
5 milhões UI
10 milhões UI
Alfainterferona 2b recombinante_BU 04_VPS 1
MODELO DE BULA PARA PROFISSIONAL DE SAÚDE
Bula de acordo com a Resolução-RDC nº 47/2009
I- IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
alfainterferona 2b recombinante
APRESENTAÇÕES
Pó liófilo injetável. Embalagem contendo 5 frascos-ampola com 3 milhões UI de alfainterferona 2b
recombinante + 5 ampolas de diluente de 1 ml, 5 frascos-ampola com 5 milhões UI de alfainterferona 2b
recombinante + 5 ampolas de diluente de 1 ml e 5 frascos-ampola com 10 milhões UI de alfainterferona
2b recombinante + 5 ampolas de diluente de 1 ml.
USO SUBCUTÂNEO
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
Cada frasco-ampola de pó liófilo injetável com 3 milhões UI contém:
alfainterferona 2b recombinante.................................................................. 3 milhões UI
Excipientes: glicina, albumina humana, fosfato de sódio monobásico e fosfato de sódio dibásico
dodecaidratado.
Diluente: água para injetáveis.
Cada frasco-ampola de pó liófilo injetável com 5 milhões UI contém:
alfainterferona 2b recombinante.................................................................. 5 milhões UI
Cada frasco-ampola de pó liófilo injetável com 10 milhões UI contém:
alfainterferona 2b recombinante................................................................ 10 milhões UI
II- INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Alfainterferona está indicada no tratamento de pacientes com hepatite C crônica que apresentam níveis
elevados de transaminases sem descompensação hepática e que são positivos para RNA-VHC ou anti-
VHC séricos.
O melhor método para utilizar a alfainterferona 2b nesta indicação é associada à ribavirina.
A alfainterferona 2b recombinante é indicada em combinação com ribavirina no tratamento de hepatite C
crônica em pacientes com hepatopatia compensada. Os estudos controlados demonstram que a
alfainterferona 2b apresenta resposta bioquímica (normalização de enzimas hepáticas) imediata (ou seja,
após os 6 meses de tratamento) entre 42,8 e 52% dos pacientes, e resposta bioquímica sustentada (pelo
menos 6 meses após término do tratamento) entre 14 e 28% dos pacientes. Observa-se também resposta
virológica (negativação do RNA do VHC) imediata em 45 a 54% dos pacientes respondedores à terapia,
com resposta sustentada em cerca de 3% dos pacientes. A avaliação histológica dos pacientes com
hepatite C crônica que responderam ao tratamento com a alfainterferona 2b demonstrou em estudo clínico
uma melhora significativa, avaliada através de diminuição do índice de Knodell, principalmente em
relação ao padrão inflamatório periportal. A normalização das enzimas hepática (transaminases) pode
permanecer a longo prazo, apesar da carga viral positiva. As respostas à terapêutica são melhores quando
se associa a ribavirina ao tratamento, havendo resposta bioquímica imediata em 56% dos pacientes,
resposta bioquímica sustentada em 36% dos pacientes, e resposta virológica imediata em 46% dos
pacientes. Entretanto, com o uso concomitante de alfainterferona 2b e ribavirina, ocorre maior risco de
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queda de hemoglobina, podendo caracterizar anemia em até 56% dos pacientes tratados. Em caso de
anemia severa, pode ser necessária a redução da dose de ribavirina. A ocorrência de anemia não é fator
preditivo de falta de resposta clínica/terapêutica. Alguns estudos demonstram que determinados fatores
podem indicar a possibilidade de uma falta de resposta adequada ao tratamento, sendo eles: presença de
cirrose, aumento de GamaGT, aumento de ferritina, presença de varizes esofágicas e genótipo do VHC
tipo 1a.
TANNO, H. et al. Hepatites C vírus RNA and long-term response to recombinant interferon-alfa2b in patients with
chronic hepatitis C. Journal of Viral Hepatitis, v.2, p. 97-102, dez 1995.
PEREZ, V. et al. Tratamento de la hepatitis cronica C (HC-HCV) com alfa interferon recombinante (alfa IFN): um
estudio controlado com 3 millones de unidades. Trabalho apresentado ao 8º Congreso Argentino de Hepatologia,
Buenos Aires, 1994.
TANNO, H. et al. HCV-RNA Detected by polymerase chain reaction in patients with chronic hepatitis C treatedwith
recombinant α interferon. International Association for the study of the Liver, maio. 1994.
AVAGNINA, A. et al. Histologia de la hepatitis crônica C antes y despues del tratamiento com alfa interferon un
analisis de 20 casos. Trabalho apresentado ao 30º Congreso Argentino de Patologia.
FERNÁNDEZ, JL. et al. Ribavirina e interferon alfa 2b como primer tratamiento en pacientes con hepatitis crônica
C. Resultados preliminares de un estudio multicêntrico randomizado. X Congreso Argentino de Hepatología, Buenos
Aires, 1999.
FERNÁNDEZ, JL. et al. Therapy with interferon alfa 2b and ribavirin in nalve patients with chronic hepatitis C. Eur
Cytokine Netw, v. 11, november. 2000.
RENDO, P. et al. Anemia en pacientes com hepatitis crônica C tratados con ribavirina e interferón. X Congreso
Argentino de Hepatología, Buenos Aires, 1999.
Propriedades farmacodinâmicas
As interferonas são glicoproteínas que possuem diversas ações biológicas e dentre elas incluem-se os
efeitos antivirais, imunomoduladores e antiproliferativos complexos. Sua produção e liberação endógena
ocorre em resposta a vírus e outros indutores, com exceção de exotoxinas bacterianas, poliânions, alguns
compostos de baixo peso molecular e microorganismos com crescimento intracelular.
A alfainterferona 2b recombinante caracteriza-se por ser uma proteína solúvel em água, com peso
molecular de 19,271 daltons. É obtida através de tecnologia de DNA recombinante por fermentação
bacteriana de cepas de Escherichia coli em plasmídeos contendo gene de alfainterferona 2b de leucócitos
humanos. Produziu-se um salto quantitativo ao se utilizarem as técnicas de DNA recombinante para
produzir a alfainterferona 2b recombinante.
Acredita-se que, uma vez ligada à membrana celular, a interferona inicia uma seqüência complexa de
eventos intracelulares, que incluem a indução de certas enzimas. Esse processo é responsável, ao menos
em parte, por distintas respostas celulares à interferona, incluindo a inibição da replicação viral em células
infectadas por vírus, a supressão da proliferação celular e as atividades imunomoduladoras tais como a
estimulação da atividade fagocitária de macrófagos e o aumento da citotoxicidade específica dos
linfócitos.
Uma grande gama de vírus RNA e DNA são sensíveis à interferona, por isso o mecanismo e grau do
efeito do medicamento variam com o vírus.
A sua atividade antiviral é explicada pelo fato de se combinar aos receptores celulares superficiais
específicos e inibir a penetração, proliferação e liberação dos vírus, sendo o principal efeito a inibição da
síntese protéica viral.
Propriedades farmacocinéticas
A interferona não apresenta absorção oral. A concentração plasmática máxima é atingida 3 a 12 horas
após administração intramuscular ou subcutânea. A fração de dose aparentemente absorvida após injeção
intramuscular é maior que 80% e após injeção subcutânea é de 90%. É metabolizada nos rins com rápida
degradação proteolítica durante reabsorção tubular renal. É rapidamente inativada, apresentando meia-
vida de 2 a 3 horas. É excretada em quantidades mínimas pelos rins, o que sugere a reabsorção
incompleta. O metabolismo hepático e a subseqüente excreção biliar possuem mínima importância na
eliminação da interferona.
- Hipersensibilidade ao princípio ativo ou a qualquer um dos componentes da formulação.
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- Histórico de doença cardíaca grave pré-existente, por exemplo: insuficiência cardíaca congestiva não
controlada, infarto do miocárdio recente, alterações graves do ritmo cardíaco.
- Disfunção renal ou hepática severa, incluindo a causada por metástase.
- Epilepsia e/ou alteração da função do sistema nervoso central (SNC).
- Hepatite crônica com cirrose hepática descompensada.
- Hepatite crônica em pacientes que estão sendo ou foram tratados recentemente com medicamentos
imunossupressores, excluindo casos de tratamentos de curta duração com corticóides.
- Hepatite auto-imune ou histórico de doença auto-imune; pacientes transplantados ou que se encontram
imunossuprimidos.
- Doença da tireóide pré-existente, exceto quando controlada com tratamento convencional.
- Doença psiquiátrica grave em curso ou antecedente da mesma, particularmente depressão grave, ideação
ou tentativa de suicídio.
Geral
Sistema Nervoso Central (SNC): foram observados em alguns pacientes eventos graves sobre o SNC,
particularmente depressão, idéias suicidas e tentativa de suicídio, durante o tratamento com a
alfainterferona 2b e após a suspensão do tratamento, principalmente durante o período de
acompanhamento de 6 meses. Foram observados outros efeitos sobre o SNC com as alfainterferonas,
incluindo comportamento agressivo, confusão e alterações do estado mental. Os pacientes devem ser
cuidadosamente monitorados para detecção de quaisquer sinais ou sintomas de transtornos psiquiátricos.
Caso estes sintomas apareçam, o médico responsável pelo tratamento deverá levar em conta a gravidade
potencial destes eventos adversos e considerar a necessidade de um tratamento adequado. No caso de
persistência ou agravamento dos sintomas psiquiátricos, ou identificação de idéias suicidas, recomenda-se
a suspensão do tratamento com a alfainterferona 2b e o acompanhamento do paciente com intervenção
psiquiátrica apropriada.
Pacientes com existência ou histórico de transtornos psiquiátricos graves: se o tratamento com a
alfainterferona 2b é considerado necessário para pacientes com existência ou histórico de transtornos
psiquiátricos graves, este somente deve ser iniciado após ter sido assegurado um diagnóstico
individualizado apropriado e o tratamento do transtorno psiquiátrico.
Durante o tratamento com a alfainterferona 2b foram observados raros casos de reações agudas de
hipersensibilidade (por exemplo, urticária, angioedema, broncoconstrição, anafilaxia) a alfainterferona
2b. Caso ocorra uma reação deste tipo, deve-se suspender a medicação e iniciar um tratamento médico
adequado. Os casos de exantema transitório não justificam a interrupção do tratamento.
A ocorrência de reações adversas moderadas a graves poderá requerer a modificação do esquema
posológico do paciente ou, em alguns casos, a suspensão do tratamento com a alfainterferona 2b.
Qualquer paciente que desenvolva uma alteração da função hepática durante o tratamento com a
alfainterferona 2b deve ser monitorado rigorosamente, devendo-se suspender o tratamento caso se
verifique a progressão dos sinais e sintomas. Durante o tratamento com a alfainterferona 2b ou até dois
dias após o final do tratamento pode ocorrer hipotensão, que pode requer a indicação de um tratamento de
suporte.
Os pacientes tratados com a alfainterferona 2b devem efetuar uma hidratação adequada, visto terem sido
observados casos de hipotensão relacionados com a depleção de líquidos. Poderá ser necessário realizar
uma reposição de líquidos.
Embora a febre possa estar associada com os sintomas semelhantes à gripe reportados frequentemente
durante o tratamento com a interferona, deve-se averiguar outras causas de febre persistente.
A alfainterferona 2b deve ser administrada com precaução em pacientes com patologias clínicas
debilitantes, por exemplo, com histórico de doença pulmonar (por exemplo, doença pulmonar obstrutiva
crônica) ou diabetes mellitus com tendência para cetoacidose. Deve-se também ter precaução em
pacientes com transtornos da coagulação (por exemplo, tromboflebite, embolia pulmonar) ou
mielossupressão grave.
Foram observados raros casos de infiltrados pulmonares, pneumonite e pneumonia em pacientes tratados
com a alfainterferona 2b, que resultaram, ocasionalmente, em morte. Não foi estabelecida a etiologia
destes casos. Estes sintomas foram relatados com maior frequência quando a alfainterferona 2b foi
administrada concomitantemente com shosaikoto, um fitoterápico de origem chinesa (ver Interações
medicamentosas). Qualquer paciente que desenvolva febre, tosse, dispnéia ou outro sintoma respiratório
deve ser submetido a uma radiografia do tórax. Se a radiografia do tórax revelar a presença de infiltrados
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pulmonares ou se existirem sinais evidentes de insuficiência pulmonar, deve-se monitorar
cuidadosamente o paciente e, se apropriado, suspender o tratamento com a alfainterferona 2b. Embora
estes casos tenham sido observados com maior frequência em pacientes com hepatite C crônica tratados
com a alfainterferona 2b, foram também observados em pacientes com câncer medicados com a
alfainterferona 2b. A imediata suspensão da administração da alfainterferona 2b e o tratamento com
corticóides parecem estar associados à resolução dos eventos adversos pulmonares.
Eventos adversos oculares (ver Reações adversas a medicamentos), incluindo hemorragias da retina,
manchas algodonosas e obstrução das artérias ou das veias da retina, foram raramente relatados após o
tratamento com a alfainterferona 2b. Todos os pacientes devem ser submeter a um exame oftalmológico
antes de iniciar o tratamento. Qualquer paciente que desenvolva alterações na acuidade visual ou nos
campos visuais, ou qualquer outro sintoma oftalmológico durante o tratamento com a alfainterferona 2b
deve ser imediatamente submetido a um exame oftalmológico completo. Recomenda-se a realização de
exames oftalmológicos periódicos durante o tratamento com a alfainterferona 2b particularmente em
pacientes com patologias que podem estar associadas à retinopatia, tais como diabetes mellitus ou
hipertensão. Deve ser ponderada a suspensão do tratamento com a alfainterferona 2b em pacientes que
desenvolveram novas patologias oftalmológicas ou que manifestaram um agravamento de patologias
existentes.
Foram observados estados de confusão mental e coma, incluindo casos de encefalopatia, em alguns
pacientes, geralmente idosos tratados com doses mais elevadas. Embora estes efeitos sejam geralmente
reversíveis, em alguns pacientes a resolução completa pode demorar até três semanas. Em casos muito
raros, ocorreram crises convulsivas com doses elevadas de alfainterferona 2b.
Deve-se monitorar rigorosamente os pacientes com histórico de insuficiência cardíaca congestiva, infarto
do miocárdio e/ou arritmias anteriores ou atuais, que necessitem de tratamento com a alfainterferona 2b.
Recomenda-se que os pacientes com doenças cardíacas pré-existentes e/ou câncer em estado avançado
sejam submetidos a um eletrocardiograma antes e durante o tratamento. As arritmias cardíacas
(essencialmente supraventriculares) respondem geralmente ao tratamento convencional, mas podem
requerer a suspensão do tratamento com a alfainterferona 2b.
Foram observados casos de hipertrigliceridemia e agravamento de hipertrigliceridemia, algumas vezes
graves. Consequentemente, recomenda-se a monitorização dos níveis lipídicos.
Devido ao relato de casos de exacerbação de psoríase e sarcoidose devido a alfainterferona 2b, o uso da
alfainterferona 2b em pacientes com psoríase ou sarcoidose somente é indicado se o benefício justificar o
risco potencial.
Os dados preliminares indicam que o tratamento com a alfainterferona 2b pode estar associado a um
aumento da taxa de rejeição de transplantes renais. Também foi notificada rejeição de transplantes
hepáticos.
Foi relatado o desenvolvimento de auto-anticorpos e doenças auto-imunes durante o tratamento com a
alfainterferona 2b. Os pacientes com predisposição para o desenvolvimento de doenças auto-imunes
podem apresentar um risco mais elevado. Os pacientes com sinais e sintomas compatíveis com doenças
auto-imunes devem ser cuidadosamente monitorados, e a relação custo-benefício do tratamento
prolongado com a alfainterferona 2b deverá ser novamente avaliado (ver Reações adversas a
medicamentos).
Foram relatados casos de síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada (VKH) em pacientes com Hepatite C
crônica tratados com a alfainterferona 2b. Esta síndrome é uma doença inflamatória granulomatosa que
afeta os olhos, sistema auditivo, meninges e pele. Se há suspeita de síndrome de VKH, o tratamento
antiviral deverá ser interrompido e considerada a terapia com corticóides (ver Reações adversas a
O tratamento com a alfainterferona 2b deve ser suspenso em pacientes com hepatite crônica que
desenvolvam prolongamento dos marcadores de coagulação ou do tempo de coagulação, indicativos de
descompensação hepática.
Devem ser realizados exames laboratoriais de rotina e análises bioquímicas (hemograma completo e
diferencial, contagem de plaquetas, eletrólitos, enzimas hepáticas, proteínas séricas, bilirrubina sérica e
creatinina sérica) em todos os pacientes antes e periodicamente durante o tratamento sistêmico com a
alfainterferona 2b. Durante o tratamento da hepatite C, o esquema de realização dos exames laboratoriais
recomendado é nas semanas 1, 2, 4, 8, 12, 16 e, subsequentemente, de dois em dois meses até o final do
tratamento. Caso os níveis de ALT aumentem para valores iguais ou superiores a 2 vezes os níveis basais
durante o tratamento com a alfainterferona 2b, pode-se prosseguir o tratamento com a alfainterferona 2b
salvo se forem observados sinais e sintomas de insuficiência hepática. Durante os períodos em que forem
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registrados aumentos dos níveis de ALT, deverão ser realizadas a cada duas semanas as seguintes provas
da função hepática: ALT, tempo de protrombina, fosfatase alcalina, albumina e bilirrubina.
Cuidados e advertências para populações especiais
Co-infecção VHC/HIV
Os pacientes co-infectados com HIV e tratados com terapia anti-retroviral de alta atividade (HAART)
podem apresentar maior risco de desenvolver acidose lática. A adição de alfainterferona 2b e ribavirina à
terapia HAART deve ser realizada com cuidado. Os pacientes tratados com a associação de
alfainterferona 2b e ribavirina e zidovudina podem apresentar maior risco de desenvolver anemia.
Pacientes co-infectados com cirrose avançada que recebem HAART podem apresentar maior risco de
descompensação hepática e morte. A adição do tratamento com alfainterferona 2b em monoterapia ou
associada à ribavirina pode aumentar o risco neste sub-grupo de pacientes.
Quimioterapia concomitante
A administração da alfainterferona 2b associada a outros agentes quimioterápicos (por exemplo,
citarabina, ciclofosfamida, doxorrubicina e teniposídeo) pode provocar um aumento do risco de
toxicidade (gravidade e duração) que pode ser fatal ou potencialmente fatal devido à administração
concomitante do fármaco. Os eventos adversos fatais ou potencialmente fatais notificados com maior
frequência foram mucosite, diarréia, neutropenia, insuficiência renal e alterações eletrolíticas. Devido ao
risco de aumento da toxicidade, é necessário um ajuste cuidadoso da dose da alfainterferona 2b e dos
agentes quimioterápicos concomitantes (ver Interações medicamentosas). Quando a alfainterferona 2b é
utilizada associada à hidroxiuréia, a frequência e a gravidade da vasculite cutânea podem aumentar.
Afecções dentais e periodontais
Foram notificadas afecções dentais e periodontais, que podem causar a perda dos dentes em pacientes
recebendo tratamento com associação de alfainterferona 2b com ribavirina. Adicionalmente, a xerostomia
pode ter um efeito prejudicial sobre os dentes e as membranas mucosas da boca durante o tratamento a
longo prazo com a associação de alfainterferona 2b e ribavirina. Os pacientes devem escovar
cuidadosamente os dentes e realizar exames dentários regulares. Além disso, alguns pacientes podem
apresentar vômitos. Se ocorrer esta reação, os pacientes devem ser aconselhados a lavar cuidadosamente a
boca após o vômito.
Uso em idosos, crianças e outros grupos de risco
Uso pediátrico
Como a experiência com pacientes com idade inferior a 18 anos é muito limitada, a alfainterferona 2b só
deve ser administrada se os benefícios esperados forem superiores aos riscos em potencial.
Uso em idosos
Em geral, o tratamento com a alfainterferona 2b deve ser administrado com cautela em pacientes idosos,
que apresentam com maior frequência diminuição das funções hepáticas, renais e da medula óssea e/ou da
função cardíaca e doenças concomitantes ou tratamentos com outros medicamentos. A alfainterferona 2b
é extensivamente excretada pelos rins e o risco de reações adversas a alfainterferona 2b pode ser maior
em pacientes com disfunção renal. Devido ao fato de que os pacientes idosos geralmente possuem a
função renal diminuída, estes devem ser cuidadosamente monitorados durante o tratamento e devem ser
realizados ajustes da dose de acordo com os sintomas e/ou resultados dos exames laboratoriais.
Efeitos sobre a capacidade de conduzir veículos e operar máquinas
Deve-se advertir que os pacientes em tratamento podem desenvolver fadiga, sonolência ou confusão
mental durante o tratamento com a alfainterferona 2b e, portanto, recomenda-se que evitem conduzir
veículos ou operar máquinas.
Categoria de risco na gravidez: C.
Não foram realizados estudos em animais e nem em mulheres grávidas; ou então, os estudos em animais
revelaram risco, mas não existem estudos disponíveis realizados em mulheres grávidas.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do
cirurgião-dentista.
As mulheres em idade fértil devem utilizar métodos contraceptivos eficazes durante o tratamento. A
alfainterferona 2b deve ser utilizada com precaução em homens férteis. Foram notificadas diminuições
dos níveis séricos de estradiol e de progesterona em mulheres tratadas com a interferona leucocitária
humana.
Alfainterferona 2b recombinante_BU 04_VPS 6
Não existem dados suficientes sobre a utilização da alfainterferona 2b em mulheres grávidas. Os estudos
em animais revelaram toxicidade reprodutiva. Desconhece-se o risco potencial para o ser humano. A
alfainterferona 2b só deve ser utilizada durante a gravidez se o benefício justificar o risco potencial para o
feto.
Não se sabe se este medicamento é excretado no leite materno. Devido ao potencial de indução de reações
Os narcóticos, hipnóticos ou sedativos devem ser administrados com cautela quando utilizados
concomitantemente com a alfainterferona 2b.
Não foram ainda totalmente avaliadas as interações entre a alfainterferona 2b e outros medicamentos.
Deve-se ter cautela ao administrar a alfainterferona 2b em associação com outros agentes potencialmente
mielossupressores.
As interferonas podem afetar o processo metabólico oxidativo. Este fato deve ser levado em consideração
durante o tratamento concomitante com medicamentos metabolizados por esta via, tais como os derivados
da xantina, teofilina ou aminofilina. Durante o tratamento concomitante com xantinas, deve-se monitorar
os níveis séricos de teofilina e ajustar a dose, se necessário.
Foram observados raros casos de infiltrados pulmonares, pneumonite e pneumonia em pacientes tratados
com a alfainterferona 2b, que resultaram, ocasionalmente, em morte. Não foi estabelecida a etiologia
destes casos. Estes sintomas foram relatados com maior frequência quando a alfainterferona 2b foi
administrada concomitantemente com shosaikoto, um fitoterápico de origem chinesa (ver Advertências).
O uso de aldesleucina associada a alfainterferona 2b pode aumentar o risco de reações de
hipersensibilidade como reações eritematosas, prurido e hipotensão.
A administração da alfainterferona 2b associada à outros agentes quimioterápicos (por exemplo
citarabina, ciclofosfamida, doxorubicina e teniposídeo) pode provocar um aumento do risco de toxicidade
(gravidade e duração) (ver Advertências).
Conservar sob refrigeração (temperatura entre 2 e 8°C). Não congelar o medicamento, já que a ampola de
água para injetáveis pode estourar.
Após a reconstituição, usar imediatamente.
Não reutilizar o frasco-ampola após retirar a dose a ser administrada. Desprezar o resto do produto.
Desde que respeitados os cuidados de armazenamento, o medicamento apresenta uma validade de 24
meses a contar da data de sua fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Instruções de uso
Deve-se reconstituir o medicamento, antes do uso, misturando-se o pó liófilo do frasco-ampola com a
água para injetáveis. A solução reconstituída é clara e incolor ou ligeiramente amarelada. A solução
reconstituída, assim como todo medicamento de uso injetável, deve ser inspecionada visualmente para a
verificação da presença de partículas estranhas e de mudanças na coloração.
Após a reconstituição, usar imediatamente.
Não reutilizar o frasco-ampola após retirar a dose a ser administrada. Desprezar o resto do produto.
Introduzir 1 ml de água para injetáveis no frasco-ampola de alfainterferona 2b. Agitar suavemente para
facilitar a completa dissolução do pó. Retirar a dose adequada de alfainterferona 2b e administrar por via
subcutânea.
Varie o local de aplicação de maneira a não repeti-lo mais de uma vez a cada 45 dias.
Posologia
O tratamento deve ser iniciado por um médico com experiência no tratamento da doença. Assegure-se
que escolheu a apresentação e dosagens adequadas. Na eventualidade de ocorrer eventos adversos durante
o tratamento com a alfainterferona 2b para qualquer indicação, deve-se alterar a posologia ou suspender a
medicação temporariamente até o desaparecimento dos eventos adversos. O tratamento com a
Alfainterferona 2b recombinante_BU 04_VPS 7
alfainterferona 2b deve ser interrompido caso se observe o desenvolvimento de intolerância persistente ou
recorrente após um ajuste posológico adequado, ou em caso de progressão da doença. É dever do médico
decidir se o paciente pode se auto-administrar a dose em esquemas posológicos de manutenção
administrados por via subcutânea.
Hepatite C crônica
Recomenda-se a administração de 3 milhões de UI, 3 vezes por semana, por via subcutânea, juntamente
com 1.000 a 1.200 mg de ribavirina diariamente por via oral, durante o período de seis meses.
Os eventos adversos relatados com maior frequência foram febre, fadiga, cefaléia e mialgia. A febre e a
fadiga foram geralmente reversíveis após 72 horas da interrupção do tratamento. As reações adversas
listadas na Tabela 1 baseiam-se na experiência em estudos clínicos e pós-comercialização. A seguinte
convenção foi utilizada para classificar as frequências: muito comum (≥ 1/10); comum (≥ 1/100, <1/10);
raros (≥ 1/10.000, <1/1.000); muito raros (< 1/10.000); desconhecido. Os eventos adversos são
apresentados por ordem decrescente de gravidade dentro de cada classe de frequência.
Tabela 1 - Reações adversas notificadas durante estudos clínicos ou pós- comercialização da
alfainterferona 2b isolada ou associada à ribavirina
Classe de sistema de órgãos Reações adversas
Infecções e infestações
Muito comum:
Comum:
Raros:
Faringite, infecção viral
Bronquite, sinusite, herpes simplex (resistente),
rinite
Pneumonia
Afecções hematológicas e do sistema linfático
Muito raros:
Desconhecido:
Leucopenia
Trombocitopenia, linfoadenopatia, linfopenia
Anemia aplástica
Aplasia pura da série vermelha, púrpura
trombocitopênica idiopática, púrpura
trombocitopênica trombótica
Afecções do sistema imunológico
Sarcoidose, exacerbação da sarcoidose
Lúpus eritematoso sistêmico, vasculite, artrite
reumatóide (início ou agravamento), síndrome de
Vogt-Koyanagi-Harada, reações de
hipersensibilidade aguda incluindo urticária,
angioedema, bronconstricção e anafilaxia
Afecções do sistema endócrino
Hipotireoidismo, hipertireoidismo
Diabetes, agravamento do diabetes
Afecções do metabolismo e nutrição
Anorexia
Hipocalcemia, desidratação, hiperuricemia, sede
Hiperglicemia, hipertrigliceridemia, aumento do
apetite
Afecções psiquiátricas
Alfainterferona 2b recombinante_BU 04_VPS 8
Depressão, insônia, ansiedade, instabilidade
emocional, agitação, nervosismo
Confusão, perturbação do sono, redução da libido
Idéias suicidas
Suicídio, tentativa de suicídio, comportamento
agressivo, psicose incluindo alucinações
Alteração do estado mental
Afecções do sistema nervoso
Tonturas, cefaléias, diminuição da capacidade de
concentração, xerostomia
Tremor, parestesia, hipoestesia, enxaqueca, rubor,
sonolência,
perversão do paladar, confusão, parestesia
Hemorragia cerebrovascular, isquemia
cerebrovascular, convulsões, alterações da
consciência, encefalopatia,
neuropatia, polineuropatia
Mononeuropatia, coma
Afecções oculares
Visão turva
Conjuntivite, alteração da visão, afecção da
glândula lacrimal, dor nos olhos
Hemorragia da retina, retinopatia (incluindo edema
macular), obstrução das artérias ou veias da retina,
neurite óptica, edema papilar, perda de acuidade
ou do campo visual, manchas algodonosas
Afecções do ouvido e do labirinto
Vertigem, zumbido
Perda de audição, transtornos da audição
Cardiopatias
Palpitações, taquicardia
Cardiomiopatia
Infarto do miocárdio, isquemia cardíaca
Arritmia
Vasculopatias
Hipertensão
Isquemia periférica, hipotensão
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Afecções respiratórias, torácicas e do mediastino
Dispnéia, tosse
Epistaxe, perturbação respiratória, congestão nasal,
rinorréia, tosse não produtiva
Infiltrados pulmonares, pneumonite
Afecções gastrintestinais
Náuseas/vômitos, dor abdominal, diarréia,
estomatite, dispepsia
Estomatite ulcerativa, dor no quadrante superior
direito, glossite, gengivite, obstipação, fezes
moles, dispepsia, desidratação
Pancreatite, colite isquêmica, colite ulcerosa,
gengivorragia
Doença peridental, afecção dentária
Afecções hepato-biliares
Hepatomegalia
Hepatotoxicidade (incluindo morte)
Afecções dos tecidos cutâneos e subcutâneos
Alopécia, prurido, pele seca, rash cutâneo,
hipersudorese
Psoríase (início ou agravamento), rash
maculopapular, rash eritematoso, eczema, eritema,
alteração cutânea
Síndrome de Stevens Johnson, necrólise
epidérmica tóxica,
eritema multiforme
Afecções músculo-esqueléticas e dos
tecidos conjuntivos
Mialgia, artralgia, dor músculo-esquelética
Artrite
Rabdomiólise, miosite, cãibras nas pernas,
dorsalgia
Afecções renais e urinárias
Polaciúria
Falência renal, insuficiência renal, síndrome
nefrótica
Afecções dos órgãos genitais e da mama
Amenorréia, dor nas mamas, dismenorréia,
menorragia, alteração no ciclo menstrual,
transtornos vaginais
Afecções gerais e no local de administração
Inflamação no local da injeção, reação no local da
Alfainterferona 2b recombinante_BU 04_VPS 10
injeção, fadiga, arrepios, febre, sintomas
semelhantes à gripe,
astenia, irritabilidade, dor torácica, mal-estar
Dor no local da injeção
Necrose no local da injeção, edema facial
Exames complementares de diagnóstico
Diminuição do peso corporal
Estes eventos adversos também foram relatados com a alfainterferona 2b em monoterapia.
Os eventos adversos observados com a hepatite C são representativos dos relatados quando a
alfainterferona 2b é administrada em outras indicações, com alguns aumentos de incidência relacionados
com a dose. A gravidade também aumentou com o tratamento com altas doses (níveis 3 e 4 da OMS, em
66% e 14% dos pacientes, respectivamente), em comparação com a gravidade de leve a moderada
geralmente associada a doses mais baixas. Os eventos adversos são geralmente tratados através do ajuste
da dose.
Os eventos adversos cardiovasculares, particularmente arritmias, pareceram estar associados, na maioria
dos casos, com doença cardiovascular pré-existente e tratamento prévio com agentes cardiotóxicos (ver
Advertências). Foram relatados raros casos de cardiomiopatia, que pode ser reversível após a suspensão
do tratamento com a alfainterferona 2b, em pacientes sem evidências anteriores de doença cardíaca (ver
Advertências).
Foi notificada uma grande variedade de doenças auto-imunes e mediadas pelo sistema imunológico com a
utilização das alfainterferonas, tais como disfunções da tireóide, lúpus eritematoso sistêmico, artrite
reumatóide (início ou agravamento), púrpura trombocitopênica idiopática e trombótica, vasculite e
neuropatias incluindo mononeuropatias (ver também Advertências).
As alterações laboratoriais clinicamente significativas, que ocorrem mais frequentemente com doses
superiores a 10 MUI por dia, incluem redução do número de neutrófilos e de leucócitos, diminuição dos
níveis de hemoglobina e do número de plaquetas; aumento dos níveis de fosfatase alcalina, DHL,
creatinina sérica e de nitrogênio uréico sérico. Foram observados aumentos dos níveis séricos de
ALT/AST (TGP/TGO) em alguns pacientes sem hepatite como assim também em alguns pacientes com
hepatite B crônica coincidente com clearance de DNA viral.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária-NOTIVISA,
disponível em http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária
Estadual ou Municipal.