Bula do Aminofilina produzido pelo laboratorio Laboratório Teuto Brasileiro S/a
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
aminofilina
Solução injetável 24mg/mL
MODELO DE BULA COM INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS
PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Medicamento genérico Lei nº 9.787, de 1999.
APRESENTAÇÃO
Embalagem contendo 50 ampolas com 10mL.
USO INTRAVENOSO
USO ADULTO E PEDIÁTRICO
COMPOSIÇÃO
Cada mL da solução injetável contém:
aminofilina.......................................................................................................................24mg
Veículo q.s.p......................................................................................................................1mL
Excipientes: água para injetáveis e etilenodiamina.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
A aminofilina está indicada para o alívio sintomático da asma brônquica aguda e para o
tratamento do broncoespasmo reversível associado com bronquite crônica e enfisema.
Diversos estudos clínicos demonstraram que as metilxantinas intravenosas são efetivas no
controle da exacerbação aguda da asma. Nos estudos clínicos nos quais a concentração
sérica é bem controlada, nenhum caso de eventos adversos sérios foi reportado. Os casos
em que o uso da teofilina seria apropriado são em pacientes com exacerbação aguda da
asma ou em crises refratárias ao tratamento convencional, como teria adjuvante. A
aminofilina é considerada adequada no controle da asma aguda quando associada à
agonistas beta2 e corticosteroides endovenosos.
Montserrat et all1 trataram pacientes hospitalizados por causa de uma exacerbação da asma
com aminofilina intravenosa ou placebo em adição ao tratamento padrão com salbutamol
inalável e corticosteroides intravenosos em um estudo randomizado, duplo-cego,
controlado por placebo. No grupo tratado com aminofilina, o nível plasmático médio
aumentou para 15.2 +/- 3.6mcg/mL e a capacidade vital forçada (CVF) e o volume
expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) também aumentou. O aumento nas
funções pulmonares no grupo tratado com aminofilina foi significativamente maior do que
no grupo tratado com placebo. Nenhuma reação adversa foi descrita para aminofilina
injetável. Este estudo demonstrou que, quando administrada em níveis terapêuticos
plasmáticos em exacerbações severas da asma, aminofilina intravenosa aumentou
moderadamente o fluxo aéreo sem alterar a troca gasosa pulmonar.
Mitenko e Ogilvie2 examinaram as respostas fisiológicas da administração intravenosa da
aminofilina em nove pacientes hospitalizados com asma e examinaram a relação entre a
função pulmonar e a administração da droga. Melhora contínua do CVF e VEF1 foi
observada em uma faixa de concentração plasmática de teofilina de 5-20mcg/mL. Em
relação aos efeitos adversos, três dos nove pacientes experimentaram taquicardia com taxas
de 100-120 b.p.m na maior concentração de teofilina (até 24.6mcg/mL). Apenas um desses
três pacientes experimentou náusea. Sua concentração plasmática máxima de teofilina foi
24.62mcg/mL. Nenhum evento adverso sério foi reportado. Neste estudo a relação dose
resposta foi observada em uma faixa de concentração plasmática de teofilina de 5-
20mcg/mL. Os autores sugeriram que a teofilina intravenosa é segura e aceitável para o
tratamento da asma dentro dessa faixa de concentração plasmática.
Wrenn et al3 conduziram um estudo intervencional randomizado, duplo-cego, controlado
por placebo para verificar o papel da aminofilina no tratamento da exacerbação aguda da
asma ou doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) quando utilizada em combinação aos
agonistas beta2 adrenérgicos. Houve uma queda da taxa de admissão de pacientes em
hospitais para os pacientes tratados com aminofilina comparado com aqueles tratados com
placebo. Em relação aos eventos adversos, não houve diferença significativa na sua
frequência entre os grupos tratados.
Referências Bibliográficas:
1-Montserrat JM, Barbera JA, Viegas C, Rocca J, Rodorigue-Roisin R. Gas Exchange
response to intravenous aminophylline in patients with a severe exacerbation of asthma.
Eur. Respir. J. 1995; 8: 28-33.
2-Mitenko PA, Ogilvie RI. Rational intravenous doses of theophylline. N. Engl. J. Med.
1973; 289: 600-3.
3-Wrenn K, Slove CM, Murphy F, Greenberg RS. Aminophylline therapy for acute
bronchospastic diseases in the emergency room. Ann Intern. Med. 1991; 115: 241-247.
A teofilina, cuja estrutura química é 1,3-dimetilxantina, é uma xantina metilada, com baixa
solubilidade, mas que aumenta muito pela formação de complexos com grande variedade
de compostos, sendo o mais notável deles o complexo formado entre a teofilina e a
etilenodiamina, produzindo a aminofilina.
A aminofilina causa dilatação dos brônquios e dos vasos pulmonares através do
relaxamento da musculatura lisa. Dilata também as artérias coronárias e aumenta o débito
cardíaco e a diurese. A aminofilina exerce efeito estimulante sobre o SNC e a musculatura
esquelética. Pode ser administrada durante períodos prolongados.
Seu mecanismo de ação ainda não está totalmente esclarecido, mas envolve a inibição da
fosfodiasterase e o consequente aumento das concentrações de AMP cíclico no músculo
liso, bloqueio dos receptores da adenosina, alteração da concentração dos íons cálcio e
inibição dos efeitos das prostaglandinas bem como da liberação de histamina e
leucotrienos. Estimula o centro respiratório medular, talvez por aumentar a sensibilidade do
mesmo às ações estimulantes do dióxido de carbono e aumentar a ventilação alveolar.
A teofilina é distribuída para todos os compartimentos corpóreos, atravessa a placenta e
passa para o leite materno. O volume de distribuição aparente geralmente varia entre 0,4-
0,6 litro/Kg. Estes valores são significativamente maiores nos lactentes prematuros. Em
concentrações terapêuticas, a ligação da teofilina às proteínas plasmáticas é, em media, de
cerca de 60%, mas diminui para cerca de 40% nos lactentes recém-nascidos e nos adultos
com cirrose hepática.
A teofilina metabolizada no fígado resulta nos metabólitos: ácido 1,3-dimetilurico e ácido
1-metilurico, através do 1-metilxantina intermediário e 3- metilxantina. A demetilação
resulta na 3-metilxantina e possivelmente a 1-metilxantina, catalisada pela isoenzima
CYP1A2 do citocromo P450; a hidroxilação ao ácido 1-metilurico é catalisada por CYPE1
e por CYPA3.
Os metabólitos são excretados na urina. Nos adultos, aproximadamente 10% de uma dose
de teofilina é excretada inalterada na urina, mas nos neonatos em torno de 50% é excretada
inalterada e uma proporção grande excretada como cafeína. As diferenças interindividuais
consideráveis na taxa do metabolismo hepático da teofilina resultam em variações grandes
nas concentrações séricas e na meia-vida. O metabolismo hepático é afetado mais por
fatores tais como: a idade, fumante, doença, dieta e interações da droga. A meia-vida sérica
da teofilina, em um adulto asmático de outra maneira saudável, não fumante é 6 a 12 horas,
nas crianças 1 a 5 horas, em fumantes 4 a 5 horas e nos neonatos e em prematuros 10 a 45
horas. A meia-vida sérica da teofilina pode ser aumentada nas pessoas idosas e nos
pacientes cardíacos ou com doenças hepáticas.
A aminofilina está contraindicada em pacientes com gastrite ativa; úlcera péptica ativa ou
história de úlcera péptica; hipersensibilidade conhecida à aminofilina ou teofilina ou a
qualquer outro componente da formulação.
Podem ocorrer reações cruzadas de sensibilidade entre xantinas. A anestesia pelo halotano
na presença de aminofilina pode causar taquicardia sinusal ou arritmias ventriculares.
Atenção: não misture medicamentos diferentes. A troca pode ser fatal.
Certifique-se de que está sendo administrado o medicamento prescrito.
Deve-se ter extremo cuidado para não trocar as ampolas com soluções diferentes.
Gravidez e lactação: não é recomendado seu uso durante a gravidez e a lactação. Só deve
ser administrada a gestantes ou lactantes se o médico julgar que os benefícios potenciais
ultrapassem os possíveis riscos.
A aminofilina enquadra-se na categoria C de risco na gravidez.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação
médica ou do cirurgião-dentista.
Uso em idosos, crianças e outros grupos de risco: a administração intravenosa de
aminofilina deve ser feita com especial cautela em pacientes idosos (acima de 65 anos),
portadores de insuficiência cardíaca, cor pulmonare, insuficiência hepática e na pediatria.
Leia atentamente as recomendações no item “Posologia”.
Atenção: este medicamento não é recomendado para crianças menores de 6 meses de
Várias drogas podem interferir com o metabolismo da aminofilina e a administração
concomitante da aminofilina e outros medicamentos deve ser sempre avaliada.
Adrenocorticoides, glicocorticoides e mineralocorticoides: o uso simultâneo com a
aminofilina e injeção de cloreto de sódio pode resultar em hipernatremia.
Fenitoína, primidona ou rifampicina: o uso simultâneo pode estimular o metabolismo
hepático, aumentando a depuração da teofilina. O uso simultâneo da fenitoína com as
xantinas pode inibir a absorção da fenitoína, resultando em concentrações séricas menores
de fenitoína; as concentrações séricas dessas substâncias devem ser determinadas durante a
terapia, podendo ser necessários ajustes na posologia, tanto da fenitoína como da teofilina.
Betabloqueadores: o uso simultâneo pode resultar em inibição mútua dos efeitos
terapêuticos; além disso, pode haver diminuição da depuração da teofilina, especialmente
em fumantes.
Cimetidina, eritromicina, ranitidina ou troleandomicina: o uso simultâneo com as
xantinas pode diminuir a depuração hepática da teofilina, resultando em concentrações
séricas aumentadas de teofilina e/ou toxicidade.
Fumo: a cessação do hábito de fumar pode aumentar os efeitos terapêuticos das xantinas,
diminuindo o metabolismo e consequentemente, aumentar a concentração sérica; a
normalização da farmacocinética da teofilina pode demorar de 3 meses a 2 anos para
ocorrer, podendo ser necessários ajustes da posologia. O uso das xantinas em fumantes
resulta em depuração aumentada da teofilina e concentrações séricas diminuídas de
teofilina, sendo que os fumantes podem requerer uma posologia 50 a 100% maior.
DURANTE O CONSUMO ESTE PRODUTO DEVE SER MANTIDO NO CARTUCHO
DE CARTOLINA, CONSERVADO EM TEMPERATURA AMBIENTE (15 A 30ºC).
PROTEGER DA LUZ E UMIDADE.
Este medicamento tem validade de 24 meses a partir da data de sua fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Atenção: O número de lote e data de validade gravados na ampola podem se tornar
ilegíveis ou até serem perdidos caso a embalagem entre em contato com algum tipo de
solução alcoólica.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem
original.
Características físicas: Solução límpida incolor a levemente amarelada.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
O profissional deverá inspecionar, antes de sua utilização, se a solução no interior da
ampola está na forma líquida, livre de fragmentos ou de alguma substância que possa
comprometer a eficácia e a segurança do medicamento. Não utilizar o medicamento ao
verificar qualquer alteração no produto que possa comprometer a saúde do paciente.
A aminofilina deve ser administrada por via IV. A injeção intramuscular é em geral
dolorosa e essa via de administração só deve ser considerada se absolutamente necessária;
nesse caso as injeções devem ser profundas.
A posologia deve ser determinada de acordo com a severidade da doença, a idade, a
existência de outras afecções e a resposta do paciente.
Dose de ataque:
Adultos: em pacientes que não estejam recebendo concorrentemente outros produtos que
contenham aminofilina, uma dose de ataque de 6mg aminofilina/kg deve ser administrada
numa taxa de infusão que não exceda 25mg/minuto. A dose de ataque deve ser reduzida em
pacientes que estejam recebendo algum produto contendo teofilina.
Crianças: as doses são proporcionalmente menores e devem ser determinadas de acordo
com o peso da criança.
Dose de manutenção:
As taxas de infusão de manutenção recomendadas para infusão intravenosa contínua de
aminofilina estão descritas na tabela abaixo:
Taxa de infusão de manutenção de aminofilina (mg/kg/hora)
Grupos de pacientes Primeiras 12 horas Após as 12 horas
Crianças 6 meses – 9 anos 1.2 1.0
Crianças 9 a 16 anos e adultos jovens fumantes 1.0 0.8
Adultos não fumantes 0.7 0.5
Pacientes idosos e pacientes com cor pulmonare 0.6 0.3
Pacientes com insuficiência cardíaca ou hepática 0.5 0.1-0.2
A injeção de aminofilina pode ser administrada lentamente por via IV ou diluída com
solução isotônica de glicose a 5% ou cloreto de sódio 0,9% também em infusão lenta,
podendo ser conservada por um período máximo de 24 horas após a diluição.
As doses terapêuticas são muitas vezes próximas das doses tóxicas. O ideal é acertar a dose
através da dosagem sérica da teofilina, evitando assim os quadros tóxicos. Níveis séricos de
teofilina devem ser medidos em todos os pacientes em tratamento crônico com a teofilina.
Em obesos deve-se utilizar o peso corpóreo seco.
As reações adversas são incomuns em níveis séricos de teofilina abaixo de 20mcg/mL,
apesar de que ocasionalmente elas podem aparecer em níveis séricos mais baixos.
Em um nível sérico entre 20-25mcg/mL, as reações adversas geralmente experimentadas
foram náuseas, vômitos, diarreia, dores de cabeça e insônia.
Sistema imunológico: reações de hipersensibilidade.
Sistema cardiovascular: taquicardia, palpitações, extrassístoles, hipotensão, arritmia atrial
e ventricular, vasoconstrição periférica.
Sistema nervoso central: dor de cabeça, insônia, confusão, irritabilidade, vertigem,
hiperexcitabilidade reflexa, tremor, ansiedade, convulsão.
Distúrbios dos olhos: distúrbios visuais.
Sistema gastrintestinal: náusea, vômito, dor epigástrica, cólica abdominal, anorexia,
diarreia, refluxo gastroesofágico, sangramento gastrintestinal, hematêmese.
Geniturinário: albuminúria, frequência urinária aumentada.
Sistema respiratório: taquipneia.
Outros: febre.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância
Sanitária – NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm
ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
Em um nível sérico acima de 30mcg/mL, as reações adversas que apareceram representam
os sintomas de superdosagem. Essas são, adicionalmente às citadas acima, no item
“Reações Adversas”, hematêmese, hiperexcitabilidade reflexa, convulsões generalizadas
clônicas e tônicas, taquicardia, falência circulatória, arritmia ventricular, taquipneia e
albuminúria.
Não há antídoto específico. O tratamento da superdosagem é sintomático e suportivo.
Lavagem gástrica ou medicação emética podem ser úteis. Evite administrar drogas
simpatomiméticas. Utilize fluidos intravenosos, oxigênio e outras medidas de apoio para
prevenir a hipotensão e controlar a desidratação. O estímulo do SNC pode responder a
barbitúricos de curta ação. Deve-se controlar os níveis séricos até que fiquem inferiores a
20mcg/mL.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.