Bula do Amiobal para o Profissional

Bula do Amiobal produzido pelo laboratorio Laboratórios Baldacci Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento

O conteúdo abaixo foi extraído automaticamente da bula original disponibilizada no portal da ANVISA.

Bula do Amiobal
Laboratórios Baldacci Ltda - Profissional

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BULA COMPLETA DO AMIOBAL PARA O PROFISSIONAL

   

 

AMIOBAL®

(cloridrato de amiodarona)

Laboratórios Baldacci Ltda

Comprimidos

100 mg

200 mg

cloridrato de amiodarona

APRESENTAÇÕES

Comprimidos de 100 mg ou 200 mg: embalagem com 30 comprimidos.

USO ORAL. USO ADULTO.

COMPOSIÇÃO

100 mg:

cloridrato de amiodarona (equivalente a 94,65 mg de amiodarona) ................................................. 100 mg

Excipientes: lactose, amido, povidona, amidoglicolato de sódio, ácido esteárico, dióxido de silício e

corante azul brilhante laca.

200 mg:

cloridrato de amiodarona (equivalente a 189,29 mg de amiodarona) ................................................ 200 mg

INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

1. INDICAÇÕES

AMIOBAL®

é indicado para os seguintes casos:

-distúrbios graves do ritmo cardíaco, inclusive aqueles resistentes a outras terapêuticas;

-taquicardia ventricular sintomática;

-taquicardia supraventricular sintomática;

-alterações do ritmo associadas à síndrome de Wolff-Parkinson-White.

Devido às propriedades farmacológicas da amiodarona, AMIOBAL®

está particularmente indicado

quando esses distúrbios do ritmo forem capazes de agravar uma patologia clínica subjacente

(insuficiência coronariana, insuficiência cardíaca).

2. RESULTADOS DE EFICÁCIA

A amiodarona tem sido utilizada para suprimir um grande número de arritmias supraventricular e

ventricular no útero, em adultos e crianças incluindo AV nodal, taquicardia juncional, “flutter” e

fibrilação atrial, taquicardia ventricular e fibrilação ventricular associada com doença arterial coronária e

cardiomiopatia hipertrófica.

Em geral a eficácia da amiodarona é igual ou superior aos outros agentes antiarrítmicos e pode ter alcance

em 60% a 80% da maioria das taquiarritmias supraventriculares (incluindo aquelas associadas com a

síndrome de Wolff-Pakinson-White) e 40% a 60% para taquiarritmias ventriculares.

3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS

Propriedades farmacodinâmicas

A amiodarona é um agente antiarrítmico com as seguintes propriedades:

Propriedade antiarrítmica

   

 

- prolongamento da fase 3 do potencial de ação da fibra cardíaca devido principalmente a redução da

corrente de potássio (classe III de Vaughan Williams); este prolongamento não está relacionado com a

frequência cardíaca;

- diminuição do automatismo sinusal levando a bradicardia que não responde à administração de atropina;

- inibição adrenérgica alfa e beta não competitiva;

- retardo da condução betabloqueadoressinoatrial, atrial e nodal, mais nítido quando a frequência cardíaca

é mais rápida;

- nenhuma alteração na condução intra-ventricular;

- aumento dos períodos refratários e diminuição da excitabilidade miocárdica em nível atrial, nodal e

ventricular;

- diminuição da condução e aumento dos períodos refratários nas vias acessórias atrioventriculares.

Propriedade anti-isquêmica

- diminuição do consumo de oxigênio por diminuição moderada da resistência periférica e redução da

- propriedades antagonistas não competitivas alfa e beta-adrenérgicas;

- aumento do débito coronário por efeito direto sobre a musculatura lisa das artérias miocárdicas;

- manutenção do débito cardíaco devido a diminuição da pressão aórtica e da resistência periférica.

Propriedades farmacocinéticas

A amiodarona é metabolizada principalmente pelo CYP 3A4, e também pelo CYP 2C8.

A amiodarona e seu metabólito, desetilamiodarona, apresentam in vitro um potencial de inibir os CYP

1A1, CYP 1A2, CYP 2C9, CYP 2C19, CYP 2D6, CYP 3A4, CYP 2A6, CYP 2B6 e 2C8. A amiodarona e

a desetilamiodarona tem também um potencial para inibir alguns transportadores, tais como a

glicoproteína-P e o transportador de cátions orgânicos - OCT2 (um estudo mostra um aumento de 1,1%

na concentração de creatinina, um substrato de OCT2). Dados in vivo descrevem interações da

amiodarona sobre substratos de CYP 3A4, CYP 2C9, CYP 2D6 e P-gp.

A amiodarona apresenta trânsito lento e alta afinidade aos tecidos. Sua biodisponibilidade por via oral

varia de 30 a 80% (valor médio 50%) entre os indivíduos. O pico de concentração plasmática é atingido

em 3 a 7 horas após dose oral única. A atividade terapêutica é, geralmente, obtida em uma semana

(variando de alguns dias a duas semanas) de acordo com a dose de ataque.

A meia-vida da amiodarona é longa, incluindo variabilidade interpaciente considerável (20 a 100 dias).

Durante os primeiros dias de tratamento com AMIOBAL®

o produto se acumula em quase todos os

tecidos, particularmente no tecido adiposo. A eliminação ocorre após alguns dias e a concentração

plasmática no estado de equilíbrio é atingida entre o período de um a alguns meses dependendo de cada

paciente.

Essas características justificam o emprego de doses de ataque, que visam criar rapidamente a

impregnação tissular necessária à atividade terapêutica.

A iodina é parcialmente removida da molécula e é encontrada na urina como ioduro; isto corresponde a 6

mg/24 horas quando uma dose de 200 mg de amiodarona é administrada diariamente. A parte

remanescente da molécula, portanto incluindo a maior parte de iodina, é eliminada nas fezes após

excreção hepática. A amiodarona é eliminada essencialmente por via biliar.

A depuração plasmática da amiodarona é baixo e a excreção renal insignificante o que permite o

emprego de AMIOBAL®

nas posologias habituais nos pacientes com insuficiência renal.

Após a interrupção do tratamento a eliminação continua durante muitos meses. A persistência de uma

atividade residual durante 10 dias a um mês deve ser levada em conta durante a condução do tratamento.

Dados de segurança pré-clínica

Em um estudo de carcinogenicidade de 2 anos em ratos, a amiodarona causou um aumento de tumores

foliculares de tireoide (adenoma e/ou carcinoma) em ambos os sexos com exposição clinicamente

relevantes.

Como os sinais de mutagenicidade foram negativos, é proposto um mecanismo epigênico em vez de

genotóxico para este tipo de indução de tumor.

No camundongo, os carcinomas não foram observados, mas foi observada uma hiperplasia folicular da

tiroide, dependente da dose.

Estes efeitos sobre a tiroide em ratos e camundongos são muito provavelmente devido a efeitos da

amiodarona na síntese e/ou liberação de hormônios da glândula tireoide. A relevância destes achados é

considerada baixa.

4. CONTRAINDICAÇÕES

AMIOBAL®

é contraindicado nos seguintes casos:

- bradicardia sinusal, bloqueio sinoatrial e doença do nó sinusal (risco de parada sinusal), distúrbios severos

de condução atrioventricular, a menos que o paciente esteja com um marca-passo implantado;

- associação com medicamentos que possam induzir “torsade de pointes” (vide item 6. Interações

Medicamentosas);

- disfunção da tireoide;

- hipersensibilidade ao iodo, à amiodarona ou a quaisquer componentes da fórmula;

- gestação, exceto em circunstâncias excepcionais (vide item 5.Gravidez); - lactação (vide item

5.Lactação).

Categoria de risco na gravidez: D. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas

sem orientação médica. Informe imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez.

Todas estas contraindicações listadas não se aplicam quando a amiodarona é utilizada na sala de

emergência em casos de fibrilação ventricular resistente a ressuscitação cardiopulmonar por choque.

5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES

ADVERTÊNCIAS

Distúrbios cardíacos (vide item 9.Reações Adversas)

Foi reportado o aparecimento de novas arritmias ou a piora de arritmias tratadas, algumas vezes de forma

fatal. É importante, porém difícil, diferenciar uma falta de efeito do medicamento de um efeito pró-

arrítmico associado ou não a uma piora da condição cardíaca. Os efeitos pró-arrítmicos são mais

raramente reportados com amiodarona do que com outros agentes antiarrítmicos, e geralmente ocorrem

no contexto de fatores que prolongam o intervalo QT, tais como interações medicamentosas ou distúrbios

eletrolíticos (vide item 6.Interações Medicamentosas e item 9.Reações Adversas). Apesar do

prolongamento do intervalo QT, a amiodarona exibe baixa atividade torsadogênica.

A ação farmacológica da amiodarona induz alterações no ECG, tais como prolongamento do intervalo

QT (relacionado ao prolongamento da repolarização) com possível desenvolvimento de onda U.

Entretanto, estas alterações não indicam intoxicação.

Em pacientes idosos, a redução da frequência cardíaca pode ser mais pronunciada.

O tratamento deve ser descontinuado no caso de aparecimento de bloqueio atrioventricular (alteração

eletrocardiográfica) de 2º ou 3º grau, bloqueio sinoatrial ou de bloqueio bifascicular.

Distúrbios pulmonares (vide item 9. Reações Adversas)

O aparecimento de dispneia ou tosse não produtiva pode estar relacionado à toxicidade pulmonar tal

como pneumonite intersticial. Casos muito raros de pneumonite intersticial têm sido relatados com o uso

intravenoso de amiodarona. Deve-se realizar raio-X de tórax, quando há suspeita de pneumonite em

pacientes que desenvolveram dispneia de esforço, isolada ou associada com piora do estado geral (fadiga,

   

 

perda de peso, febre). A terapia com amiodarona deve ser reavaliada visto que a pneumonite intersticial é

geralmente reversível após a retirada precoce de amiodarona (sinais clínicos geralmente regridem dentro

de 3 a 4 semanas, seguido por lenta melhora da função pulmonar e radiológica dentro de alguns meses), e

deve ser considerado um tratamento com corticosteroides.

Foram observados casos muito raros de complicações respiratórias severas, às vezes fatais, geralmente no

período imediato após uma cirurgia (síndrome de angústia respiratória do adulto); isto pode estar

relacionado com altas concentrações de oxigênio (vide item 6.Interações Medicamentosas e item

9.Reações Adversas).

Distúrbios hepáticos (vide item 9. Reações Adversas)

Um monitoramento cuidadoso dos testes de função hepática (transaminases) é recomendável assim que o

uso da amiodarona for iniciado e regularmente durante o tratamento. Podem ocorrer distúrbios hepáticos

agudos (incluindo insuficiência hepatocelular severa ou insuficiência hepática, algumas vezes fatal) e

crônicos, com o uso de amiodarona nas formas oral e intravenosa e nas primeiras 24 horas da

administração por via IV.

Portanto, a dose de amiodarona deve ser reduzida ou o tratamento descontinuado se o aumento de

transaminases exceder três vezes o valor normal.

Os sinais clínicos e biológicos de insuficiência hepática crônica decorrentes do uso oral de amiodarona

podem ser mínimos (hepatomegalia, aumento das transaminases em até 5 vezes os valores normais) e

reversíveis após a suspensão do tratamento, contudo foram relatados casos fatais.

Reações bolhosas severas

Reações cutâneas com risco de morte ou até mesmo fatais, Síndrome de Stevens-Johnson (SSJ) e

necrólise epidérmica tóxica (NET) (vide item 9.Reações Adversas).

Se sinais ou sintomas de SSJ, NET (erupção cutânea progressivo frequentemente com bolha ou lesão na

mucosa) aparecerem, o tratamento com amiodarona deve ser descontinuado imediatamente.

Anestesia (vide item 6.Interações Medicamentosas e item 9.Reações Adversas)

Antes da cirurgia, o anestesista deve ser informado sobre o tratamento com amiodarona.

Hipertireoidismo (vide item 6.Interações Medicamentosas e item 9.Reações Adversas)

O hipertireoidismo pode ocorrer durante o tratamento com amiodarona ou em até alguns meses após a

descontinuação. As características clínicas, normalmente sem importância, como a perda de peso,

princípio de arritmia, angina e insuficiência cardíaca congestiva devem alertar o médico. O diagnóstico é

sustentado por uma diminuição clara nos níveis séricos de TSH ultrassensível. Nesse caso, a

administração de amiodarona deve ser suspensa. A recuperação geralmente ocorre dentro de alguns meses

após a suspensão do tratamento; a recuperação clínica antecede a normalização dos testes da função

tireoidiana. Casos graves, com presença clínica de tireotoxicose, às vezes fatais, requerem tratamento

terapêutico de emergência. O tratamento deve ser ajustado individualmente: medicamentos

antitireoidianos (que nem sempre são efetivos), terapia com corticosteroides, beta bloqueadores.

Distúrbios neuromusculares (vide item 9.Reações Adversas)

A amiodarona pode induzir a neuropatia sensitivo-motora periférica e/ou miopatia. A recuperação após

suspensão do tratamento geralmente ocorre dentro de alguns meses, mas algumas vezes de forma

incompleta.

Distúrbios oculares

Se ocorrer diminuição da visão ou a mesma ficar embaçada, deve-se fazer prontamente um exame

oftalmológico completo, incluindo fundoscopia. O aparecimento de neuropatia óptica e/ou neurite óptica

que são distúrbios do nervo óptico requer a suspensão do tratamento com amiodarona, já que pode levar à

cegueira.

PRECAUÇÕES

Uma vez que os efeitos adversos (vide item 9.Reações Adversas) são geralmente dose-relacionados, deve

ser administrada a dose mínima efetiva de manutenção.

Durante o tratamento com cloridrato de amiodarona, os pacientes devem ser instruídos a evitar a

exposição aos raios solares e utilizarem medidas de proteção (vide item 9.Reações Adversas).

Monitoramento (vide item 5.Advertências e item 9.Reações Adversas)

Antes do início do tratamento com amiodarona, é recomendada a realização de ECG e avaliação de

potássio sérico. O monitoramento das transaminases e ECG é recomendado durante o tratamento.

Além disso, como a amiodarona pode induzir o hipotireoidismo ou hipertireoidismo, particularmente em

pacientes com histórico de distúrbios da tireoide, o monitoramento clínico e biológico (TSH

ultrassensível) é recomendado antes de iniciar o tratamento com amiodarona. Este monitoramento deve

ser conduzido durante o tratamento e por vários meses após a sua descontinuação. O nível sérico de TSH

ultrassensível deve ser avaliado quando há suspeita de disfunção da tireoide.

Em particular, no contexto da administração crônica de medicamentos antiarrítmicos, foram relatados

casos de aumento na desfibrilação ventricular e/ou arritmia do marcapasso ou do aparelho desfibrilador

cardioversor implantável, afetando potencialmente sua eficácia. Portanto, verificações repetidas da função

do aparelho são recomendadas antes do início e durante o tratamento com amiodarona.

Anormalidades do hormônio tireoidiano (vide item 9.Reações Adversas)

A presença de iodo na molécula da amiodarona pode alterar o resultado de alguns testes tireoidianos

(fixação do iodo radioativo, PBI), mas isto não impede a avaliação da função da tireoide através de outros

testes (T3 livre, T4 livre e TSH ultrassensível).

A amiodarona inibe a conversão periférica de tiroxina (T4) em triiodotiroxina (T3) e pode causar

alterações bioquímicas isoladas (aumento do nível sérico de T4 livre, com leve redução ou mesmo nível

normal de T3 livre), em pacientes clinicamente eutireoidianos (função normal da tireoide). Nesses casos,

não há razão para a descontinuação do tratamento.

Deve-se suspeitar de hipotireoidismo se os seguintes sinais clínicos, geralmente leves, ocorrerem: ganho

de peso, intolerância ao frio, diminuição das atividades, bradicardia excessiva. O diagnóstico é

comprovado pelo claro aumento do nível sérico de TSH ultrassensível. O eutireoidismo é geralmente

obtido dentro de 1 a 3 meses após a descontinuação do tratamento. Em situações onde haja risco de vida,

a terapia com amiodarona pode ser continuada, em combinação com L-tiroxina. A dose de L-tiroxina

deve ser ajustada de acordo com os níveis de TSH.

Gravidez e lactação

A amiodarona é contraindicada durante a gravidez em virtude de seus efeitos na glândula tireoide do feto,

a menos que os benefícios superem os riscos ao feto.

A amiodarona é excretada no leite materno em quantidades significativas e por isso, é contraindicada em

lactantes.

Categoria de risco na gravidez: D. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas

sem orientação médica. Informe imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez.

Populações especiais

Pacientes idosos: em pacientes idosos, a redução da frequência cardíaca pode ser mais pronunciada com

o uso da amiodarona.

Crianças: a segurança e eficácia da amiodarona em pacientes pediátricos não foram estabelecidas,

portanto a sua utilização não é recomendada.

Alterações na capacidade de dirigir veículos e operar máquinas

De acordo com os dados de segurança da amiodarona, não existem evidências de que a amiodarona

6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

Interações Farmacodinâmicas

Medicamentos que induzem “torsade de pointes” ou prolongamento QT:

Medicamentos que induzem “torsade de pointes”

As associações com medicamentos que podem induzir “torsade de pointes” são contraindicadas (vide

item 4.Contraindicações):

Medicamentos antiarrítmicos tais como: da Classe Ia, sotalol, bepridil;

Medicamentos não antiarrítmicos tais como: vincamina, alguns agentes neurolépticos, cisaprida,

eritromicina IV, pentamidina (quando administradas por via parenteral), uma vez que existe um aumento

no risco de ocorrer “torsade de pointes” potencialmente letal.

Medicamentos que causam prolongamento QT

A administração concomitante de amiodarona com medicamentos conhecidos por prolongar o intervalo

QT deve estar baseada em uma avaliação cuidadosa dos riscos e benefícios potenciais para cada paciente,

pois o risco de “torsade de pointes” pode aumentar (vide item 5.Advertências) e os pacientes devem ser

monitorados quanto ao prolongamento do intervalo QT.

Fluoroquinolonas devem ser evitadas por pacientes recebendo amiodarona.

Medicamentos que reduzem a frequência cardíaca ou que causam distúrbios de automatismo ou

condução

As associações com estes medicamentos não são recomendadas.

- Betabloqueadores e bloqueadores do canal de cálcio que reduzem a frequência cardíaca (verapamil,

diltiazem), uma vez que podem ocorrer distúrbios de automatismo (bradicardia excessiva) e de condução;

Medicamentos que podem induzir hipocalemia:

As associações com os seguintes medicamentos não são recomendadas.

Laxativos estimulantes podem levar a hipocalemia e consequentemente, aumento do risco de “torsade de

pointes”. Por isso, devem ser utilizados outros tipos de laxantes;

Deve-se ter cautela quando os seguintes medicamentos são utilizados em associação com AMIOBAL®

:

Alguns diuréticos indutores de hipocalemia, isolados ou combinados;

Corticosteroides sistêmicos (gluco-, mineralo-), tetracosactida;

Anfotericina B (IV);

Deve-se prevenir o início de hipocalemia (e corrigir a hipocalemia); o intervalo QT deve ser monitorado

e, em caso de “torsade de pointes”, não administrar antiarrítmicos (instituir marcapasso ventricular; pode

ser administrado magnésio IV).

Anestesia geral (vide item 5.Precauções e item 9.Reações adversas):

Foram relatadas complicações potencialmente severas em pacientes submetidos à anestesia geral:

bradicardia (irresponsiva à atropina), hipotensão, distúrbios da condução, redução do débito cardíaco.

Foram observados casos muito raros de complicações respiratórias severas (síndrome de angústia

respiratória aguda do adulto), às vezes fatais, geralmente no período pós-cirúrgico imediato. Isto pode

estar relacionado com uma possível interação com altas concentrações de oxigênio.

Efeito de AMIOBAL®

sobre outros produtos

   

 

A amiodarona e/ou seu metabólito, a desetilamiodarona, inibem os CYP1A1, CYP1A2, CYP3A4,

CYP2C9, CYP2D6 e a glicoproteína P e podem aumentar a exposição de seus substratos. Devido à

longa meia-vida da amiodarona, as interações podem ser observadas por vários meses após a

descontinuação da amiodarona.

Substratos P-gp:

A amiodarona é um inibidor da P-gp. A administração concomitante com substratos da P-gp deverá

resultar em aumento de suas exposições.

Digitálicos:

Pode ocorrer perturbação no automatismo (bradicardia excessiva) e na condução atrioventricular (ação

sinérgica). Além disso, um aumento na concentração plasmática da digoxina é possível devido à redução

do “clearance” de digoxina.

Devem ser monitorados os níveis de digoxina plasmática e ECG. Os pacientes devem ser observados

quanto aos sinais clínicos de toxicidade digitálica. Pode ser necessário ajuste posológico do digitálico.

Dabigatrana:

Deve-se ter cautela quando a amiodarona é administrada com dabigatrana devido ao risco de

sangramento. Se necessário, ajustar a dose de dabigatrana de acordo com as informações de sua bula.

Substratos do CYP 2C9:

Como a amiodarona inibe o cyp 2c9, seus substratos, tais como varfarina ou fenitoína, tem suas

concentrações aumentadas.

Varfarina:

A combinação de varfarina com amiodarona pode exacerbar o efeito do anticoagulante oral, elevando o

risco de sangramento. É necessário monitorar os níveis de protrombina (INR) regularmente e ajustar as

doses orais do anticoagulante durante e após o tratamento com amiodarona.

Fenitoína:

A combinação de fenitoína com amiodarona pode resultar em superdose de fenitoína, resultando em

sinais neurológicos. Deve ser empregada monitoração clínica e a dose de fenitoína deve ser reduzida logo

que surgirem sinais de superdose. Devem ser determinados os níveis de fenitoína plasmática.

Substratos do CYP 2D6:

Flecainida:

A amiodarona aumenta as concentrações plasmáticas da flecainida, pela inibição do citocromo CYP2D6.

Portanto, a dose de flecainida deve ser ajustada.

Substratos do CYP 3A4:

Quando tais substâncias são administradas concomitantemente com amiodarona, um inibidor do

CYP3A4, pode ocorrer um aumento de suas concentrações no plasma, o que poderá acarretar num

possível aumento de sua toxicidade.

Ciclosporina: a combinação com amiodarona pode aumentar os níveis plasmáticos de ciclosporina. A

dose deve ser ajustada.

Fentanila: a combinação com amiodarona pode acentuar os efeitos farmacológicos da fentanila e

aumentar o risco de toxicidade.

Estatinas: o risco de toxicidade muscular (ex.: rabdomiólise) é aumentado pela administração

concomitante de amiodarona e estatinas metabolizadas pelo CYP 3A4, tais como sinvastatina,

atorvastatina e lovastatina. Recomenda-se o uso de estatinas não metabolizadas pelo CYP3A4 quando

administradas com amiodarona.

Outros medicamentos metabolizados pelo CYP3A4: lidocaína, tacrolimus, sildenafila, midazolam,

triazolam, diidroergotamina, ergotamina e colchicina.

Efeito de outros produtos sobre AMIOBAL®

Os inibidores do CYP 3A4 e do CYP 2C8 podem ter um potencial para inibir o metabolismo da

amiodarona e aumentar a sua exposição.

Recomenda-se evitar inibidores do CYP 3A4 (por exemplo, suco de toranja e determinados

medicamentos) durante o tratamento com amiodarona.

Alimentos: Evitar o consumo de suco de toranja.

Interferência em exames laboratoriais: não há dados disponíveis até o momento sobre a interferência

de cloridrato de amiodarona em exames laboratoriais.

7. CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO

AMIOBAL®

comprimidos deve ser conservado em temperatura ambiente (entre 15ºC e 30ºC), protegido

da luz e umidade.

Prazo de validade: 36 meses a partir da data de fabricação.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.

Características físicas e organolépticas

100 mg: Comprimido de cor azul, circular, plano, chanfrado, sulcado e gravado “AM 100”

em uma das faces.

200 mg: Comprimido de cor azul, circular, plano, chanfrado, sulcado e gravado “AM 200”

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

8. POSOLOGIA E MODO DE USAR

Os comprimidos devem ser deglutidos inteiros, com quantidade suficiente de líquido, durante ou após as

refeições, por via oral.

Dose de ataque: a dose de ataque usual varia de 600 a 1000 mg ao dia durante 8 a 10 dias.

Dose de manutenção: determinar a dose mínima eficaz, que pode variar de 100 a 400 mg diários.

Considerando a longa meia-vida da amiodarona, o tratamento pode ser administrado em dias alternados

(200 mg em dias alternados quando a posologia recomendada é de 100 mg por dia). Também tem sido

adotado o esquema de “janela terapêutica”, administrando-se o medicamento durante 5 dias e instituindo

intervalo de 2 dias sem medicação.

Risco de uso por via de administração não recomendada

Não há estudos dos efeitos de cloridrato de amiodarona administrado por vias não recomendadas.

Portanto, por segurança e para garantir a eficácia deste medicamento, a administração deve ser somente

por via oral.

Conduta necessária caso haja esquecimento de administração

Caso o paciente esqueça de administrar uma dose, ele deverá administrá-la assim que possível. No

entanto, se estiver próximo do horário da dose seguinte, esperar por este horário, respeitando sempre o

intervalo determinado pela posologia. Nunca devem ser administradas duas doses ao mesmo tempo.

Este medicamento não deve ser mastigado.

9. REAÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS

   

 

As seguintes definições de frequência são usadas: muito comum (≥10%), comum (≥ 1 < 10%), incomum

(≥ 0,1 < 1%), raro (≥ 0,01 < 0,1%) e muito raro (<0,01%) e frequência desconhecida (não pode ser

estimada pelos dados disponíveis).

Reação Adversa Frequência

Distúrbios sanguíneos e do sistema linfático

Anemia hemolítica, anemia aplástica e trombocitopenia Muito raro

Neutropenia, agranulocitose Desconhecida

Distúrbios cardíacos

Bradicardia geralmente moderada e dose dependente Comum

Aparecimento ou piora da arritmia, seguida, às vezes, por parada cardíaca (vide item

5.Advertências e item 6.Interações Medicamentosas)

Incomum

Alterações da condução (bloqueio sino-atrial e atrio-ventricular de vários graus) (vide item

5.Advertências)

Bradicardia acentuada ou parada sinusal em pacientes com disfunção do nódulo sinusal e/ou em

pacientes idosos

Muito raro

“Torsade de pointes” (vide item 5.Advertências e item 6.Interações farmacodinâmicas)

Desconhecida

Distúrbios endócrinos

Hipotireoidismo Comum

Hipertireoidismo, algumas vezes fatal Comum

Síndrome de secreção inapropriada do hormônio antidiurético (SIADH) Muito raro

Distúrbios oftálmicos

Microdepósitos na córnea, geralmente limitados à área subpupilar. Eles podem ser associados

com a percepção de halos coloridos, sob luz intensa ou de visão turva. Os microdepósitos na

córnea consistem em depósitos de complexos lipídicos e são reversíveis algum tempo após a

suspensão do tratamento

Muito comum

Neuropatia ótica/ neurite, que pode progredir para a cegueira (vide item 5.Advertências). Muito raro

Distúrbios gastrintestinais

Distúrbios gastrintestinais benignos (náuseas, vômitos, disgeusia) podem ocorrer em

decorrência da dose de ataque e desaparecem com a redução da dose

Pancreatite/pancreatite aguda, boca seca, constipação Desconhecida

Distúrbios gerais

Granuloma, incluindo granuloma de medula óssea.

Distúrbios hepatobiliares

Aumento isolado das transaminases séricas, que são normalmente moderadas (1,5 a 3 vezes o

valor normal) no início da terapia. Os níveis podem retornar ao normal com redução da dose ou

mesmo espontaneamente

Distúrbios hepáticos agudos com aumento das transaminases séricas e/ou icterícia, incluindo

insuficiência hepática, que às vezes pode ser fatal

Comum

Doença hepática crônica (pseudo hepatite alcoólica, cirrose), às vezes fatal Muito raro

Distúrbios do sistema imunológico

Edema angioneurótico (Edema de Quincke), reações anafiláticas/anafilactoides incluindo

choque. Desconhecida

Investigação

Aumento do nível sérico de creatinina Muito raro

Distúrbios do metabolismo e nutrição

Diminuição do apetite Desconhecida

Distúrbios do sistema nervoso

Tremor extra-piramidal, pesadelos e distúrbios do sono Comum

Neuropatia periférica sensorimotor e/ou miopatia são geralmente reversíveis com a

descontinuação do tratamento

Ataxia cerebelar, hipertensão intracraniana benigna (pseudo tumor cerebral), cefaleia Muito raro

Parkinsonismo, parosmia Desconhecida

Distúrbios psiquiátricos

Estado confusional/delírio, alucinação Desconhecida

Distúrbios do sistema reprodutivo

Epididimites, disfunção erétil Muito raro

Diminuição da libido Desconhecida

Distúrbios respiratórios, torácicos e no mediastino

Toxicidade pulmonar (pneumonite alveolar/ intersticial ou fibrose, pleurite, bronquiolite

obliterante com pneumonia em organização) às vezes fatal (vide item 5.Advertências)

Hemorragia pulmonar

Broncoespasmo em pacientes com insuficiência respiratória severa, especialmente em pacientes

asmáticos. Síndrome de angústia respiratória do adulto, algumas vezes fatal, geralmente no

período pós cirúrgico imediato (possível interação com elevadas concentrações de oxigênio)

(vide item 5.Advertência e item 6.Interações Medicamentosas)

Distúrbios da pele e tecidos subcutâneos

Fotossensibilidade Muito comum

Pigmentação grisácea ou azulada da pele no caso de utilização prolongada ou de altas doses

diárias. Com a interrupção do tratamento essa pigmentação desaparece lentamente

Eritema durante o uso de radioterapia, “rash” cutâneos, normalmente inespecíficos, dermatite

esfoliativa, alopecia Muito raro

Eczema, urticária, reações cutâneas severas às vezes fatal incluindo necrólise epidérmica

tóxica/síndrome de Stevens-Johnson, dermatite bolhosa e reação medicamentosa com

eosinofilia e sintomas sistêmicos.

Distúrbios vasculares

Vasculite Muito raro

Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária -

NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância

Sanitária Estadual ou Municipal.

10. SUPERDOSE

Sintomas

Não há muitos dados disponíveis sobre superdose de amiodarona oral. Foram relatados alguns casos de

bradicardia sinusal, bloqueio cardíaco, taquicardia ventricular, “torsade de pointes”, insuficiência

circulatória e disfunção hepática.

Tratamento

O tratamento deve ser sintomático. A amiodarona e seus metabólitos não são removidos por diálise.

Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.

Cuidado! Todas as informações contidas neste site têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.