Bula do Amioron produzido pelo laboratorio Geolab Indústria Farmacêutica S/a
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
V.01_12/2014
AMIORON
Geolab Indústria Farmacêutica S/A
Comprimido
200mg
______________________________________________________________________________________
MODELO DE BULA PARA O PROFISSIONAL DA SAÚDE
Esta bula é continuamente atualizada. Favor proceder a sua leitura antes de utilizar o medicamento.
Amioron
cloridrato de amiodarona
FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO:
Comprimido de 200mg: Embalagem contendo 500 comprimidos.
USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
Cada comprimido contém:
cloridrato de amiodarona............................................................................................................................................200mg
Excipientes: lactose monoidratada, celulose microcristalina, amido, povidona, croscarmelose sódica, dióxido de silício,
estearato de magnésio e álcool etílico.
Amioron é indicado para os seguintes casos:
- distúrbios graves do ritmo cardíaco, inclusive aqueles resistentes a outras terapêuticas;
- taquicardia ventricular sintomática;
- taquicardia supraventricular sintomática;
- alterações do ritmo associadas à síndrome de Wolff-Parkinson-White.
Devido às propriedades farmacológicas da amiodarona, Amioron está particularmente indicado quando esses distúrbios
do ritmo forem capazes de agravar uma patologia clínica subjacente (insuficiência coronariana, insuficiência cardíaca).
A amiodarona tem sido utilizada para suprimir um grande número de arritmias supraventricular e ventricular no útero,
em adultos e crianças incluindo AV nodal, taquicardia juncional, flutter e fibrilação atrial, taquicardia ventricular e
fibrilação ventricular associada com doença arterial coronária e cardiomiopatia hipertrófica.
Em geral a eficácia da amiodarona é igual ou superior aos outros agentes antiarrítmicos e pode ter alcance em 60% a
80% da maioria das taquiarritmias supraventriculares (incluindo aquelas associadas com a síndrome de Wolff-Pakinson-
White) e 40% a 60% para taquiarritmias ventriculares.
Propriedades farmacodinâmicas
A amiodarona é um agente antiarrítmico com as seguintes propriedades:
Propriedade antiarrítmica
- prolongamento da fase 3 do potencial de ação da fibra cardíaca devido principalmente a redução da corrente de
potássio (classe III de Vaughan Williams); este prolongamento não está relacionado com a frequência cardíaca;
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- diminuição do automatismo sinusal levando a bradicardia que não responde à administração de atropina;
- inibição adrenérgica alfa e beta não competitiva;
- retardo da condução betabloqueadores sinoatrial, atrial e nodal, mais nítido quando a frequência cardíaca é mais
rápida;
- nenhuma alteração na condução intraventricular;
- aumento dos períodos refratários e diminuição da excitabilidade miocárdica em nível atrial, nodal e ventricular;
- diminuição da condução e aumento dos períodos refratários nas vias acessórias atrioventriculares.
Propriedade anti-isquêmica
- diminuição do consumo de oxigênio por diminuição moderada da resistência periférica e redução da frequência
cardíaca;
- propriedades antagonistas não competitivas alfa e beta-adrenérgicas;
- aumento do débito coronário por efeito direto sobre a musculatura lisa das artérias miocárdicas;
- manutenção do débito cardíaco devido a diminuição da pressão aórtica e da resistência periférica.
Propriedades farmacocinéticas
A amiodarona é metabolizada principalmente pelo CYP 3A4, e também pelo CYP 2C8.
A amiodarona e seu metabólito, desetilamiodarona, apresentam in vitro um potencial de inibir os CYP 1A1, CYP 1A2,
CYP 2C9, CYP 2C19, CYP 2D6, CYP 3A4, CYP 2A6, CYP 2B6 e 2C8. A amiodarona e a desetilamiodarona tem
também um potencial para inibir alguns transportadores, tais como a glicoproteína-P e o transportador de cátions
orgânicos - OCT2 (um estudo mostra um aumento de 1,1% na concentração de creatinina, um substrato de OCT2).
Dados in vivo descrevem interações da amiodarona sobre substratos de CYP 3A4, CYP 2C9, CYP 2D6 e P-gp.
A amiodarona apresenta trânsito lento e alta afinidade aos tecidos. Sua biodisponibilidade por via oral varia de 30 a
80% (valor médio 50%) entre os indivíduos. O pico de concentração plasmática é atingido em 3 a 7 horas após dose
oral única. A atividade terapêutica é, geralmente, obtida em uma semana (variando de alguns dias a duas semanas) de
acordo com a dose de ataque.
A meia-vida da amiodarona é longa, incluindo variabilidade interpaciente considerável (20 a 100 dias). Durante os
primeiros dias de tratamento com Amioron o produto se acumula em quase todos os tecidos, particularmente no tecido
adiposo. A eliminação ocorre após alguns dias e a concentração plasmática no estado de equilíbrio é atingida entre o
período de um a alguns meses dependendo de cada paciente.
Essas características justificam o emprego de doses de ataque, que visam criar rapidamente a impregnação tissular
necessária à atividade terapêutica.
A iodina é parcialmente removida da molécula e é encontrada na urina como ioduro; isto corresponde a 6mg/24 horas
quando uma dose de 200mg de amiodarona é administrada diariamente. A parte remanescente da molécula, portanto
incluindo a maior parte de iodina, é eliminada nas fezes após excreção hepática. A amiodarona é eliminada
essencialmente por via biliar.
O clearance plasmático da amiodarona é baixo e a excreção renal insignificante o que permite o emprego de Amioron
nas posologias habituais nos pacientes com insuficiência renal.
Após a interrupção do tratamento a eliminação continua durante muitos meses. A persistência de uma atividade residual
durante 10 dias a um mês deve ser levada em conta durante a condução do tratamento.
Dados de segurança pré-clínica
Em um estudo de carcinogenicidade de 2 anos em ratos, a amiodarona causou um aumento de tumores foliculares de
tireoide (adenoma e/ou carcinoma) em ambos os sexos com exposição clinicamente relevantes.
Como os sinais de mutagenicidade foram negativos, é proposto um mecanismo epigênico em vez de genotóxico para
este tipo de indução de tumor.
No camundongo, os carcinomas não foram observados, mas foi observada uma hiperplasia folicular da tiroide, dose-
dependente.
Estes efeitos sobre a tiroide em ratos e camundongos são muito provavelmente devido a efeitos da amiodarona na
síntese e/ou liberação de hormônios da glândula tiroide. A relevância destes achados é considerada baixa.
Amioron é contraindicado nos seguintes casos:
- bradicardia sinusal, bloqueio sinoatrial e doença do nó sinusal (risco de parada sinusal), distúrbios severos de
condução atrioventricular, a menos que o paciente esteja com um marcapasso implantado;
- associação com medicamentos que possam induzir torsade de pointes (vide item 6. Interações Medicamentosas);
- disfunção da tireoide;
- hipersensibilidade ao iodo, à amiodarona ou a quaisquer componentes da fórmula;
- gestação, exceto em circunstâncias excepcionais (vide item 5.Gravidez);
- lactação (vide item 5. Lactação).
Categoria de risco na gravidez: D. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem
orientação médica. Informe imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez.
Todas estas contraindicações listadas não se aplicam quando a amiodarona é utilizada na sala de emergência em casos
de fibrilação ventricular resistente a ressuscitação cardiopulmonar por choque.
ADVERTÊNCIAS
Distúrbios cardíacos (vide item 9. Reações Adversas)
Foi reportado o aparecimento de novas arritmias ou a piora de arritmias tratadas, algumas vezes de forma fatal. É
importante, porém difícil, diferenciar uma falta de efeito do medicamento de um efeito pró-arrítmico associado ou não a
uma piora da condição cardíaca. Os efeitos pró-arrítmicos são mais raramente reportados com amiodarona do que com
outros agentes antiarrítmicos, e geralmente ocorrem no contexto de fatores que prolongam o intervalo QT, tais como
interações medicamentosas ou distúrbios eletrolíticos (vide item 6.Interações Medicamentosas e item 9.Reações
Adversas). Apesar do prolongamento do intervalo QT, a amiodarona exibe baixa atividade torsadogênica.
A ação farmacológica da amiodarona induz alterações no ECG, tais como prolongamento do intervalo QT (relacionado
ao prolongamento da repolarização) com possível desenvolvimento de onda U. Entretanto, estas alterações não indicam
intoxicação.
Em pacientes idosos, a redução da frequência cardíaca pode ser mais pronunciada.
O tratamento deve ser descontinuado no caso de aparecimento de bloqueio atrioventricular (alteração
eletrocardiográfica) de 2º ou 3º grau, bloqueio sinoatrial ou de bloqueio bifascicular.
Distúrbios pulmonares (vide item 9. Reações Adversas)
O aparecimento de dispneia ou tosse não produtiva pode estar relacionado à toxicidade pulmonar tal como pneumonite
intersticial. Casos muito raros de pneumonite intersticial têm sido relatados com o uso intravenoso de amiodarona.
Deve-se realizar raio-X de tórax, quando há suspeita de pneumonite em pacientes que desenvolveram dispneia de
esforço, isolada ou associada com piora do estado geral (fadiga, perda de peso, febre). A terapia com amiodarona deve
ser reavaliada visto que a pneumonite intersticial é geralmente reversível após a retirada precoce de amiodarona (sinais
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clínicos geralmente regridem dentro de 3 a 4 semanas, seguido por lenta melhora da função pulmonar e radiológica
dentro de alguns meses), e deve ser considerado um tratamento com corticosteroides.
Foram observados casos muito raros de complicações respiratórias severas, às vezes fatais, geralmente no período
imediato após uma cirurgia (síndrome de angústia respiratória do adulto); isto pode estar relacionado com altas
concentrações de oxigênio (vide item 6.Interações Medicamentosas e item 9.Reações Adversas).
Distúrbios hepáticos (vide item 9. Reações Adversas)
Um monitoramento cuidadoso dos testes de função hepática (transaminases) é recomendável assim que o uso da
amiodarona for iniciado e regularmente durante o tratamento. Podem ocorrer distúrbios hepáticos agudos (incluindo
insuficiência hepatocelular severa ou insuficiência hepática, algumas vezes fatal) e crônicos, com o uso de amiodarona
nas formas oral e intravenosa e nas primeiras 24 horas da administração por via IV.
Portanto, a dose de amiodarona deve ser reduzida ou o tratamento descontinuado se o aumento de transaminases
exceder três vezes o valor normal.
Os sinais clínicos e biológicos de insuficiência hepática crônica decorrentes do uso oral de amiodarona podem ser
mínimos (hepatomegalia, aumento das transaminases em até 5 vezes os valores normais) e reversíveis após a suspensão
do tratamento, contudo foram relatados casos fatais.
Reações bolhosas severas
Reações cutâneas com risco de morte ou até mesmo fatais, Síndrome de Stevens-Johnson (SSJ) e necrólise epidérmica
tóxica (NET) (vide item 9. Reações Adversas).
Se sinais ou sintomas de SSJ, NET (rash cutâneo progressivo frequentemente com bolha ou lesão na mucosa)
aparecerem, o tratamento com amiodarona deve ser descontinuado imediatamente.
Anestesia (vide item 6. Interações Medicamentosas e item 9.Reações Adversas)
Antes da cirurgia, o anestesista deve ser informado sobre o tratamento com amiodarona.
Hipertireoidismo (vide item 6. Interações Medicamentosas e item 9. Reações Adversas)
O hipertireoidismo pode ocorrer durante o tratamento com amiodarona ou em até alguns meses após a descontinuação.
As características clínicas, normalmente sem importância, como a perda de peso, princípio de arritmia, angina e
insuficiência cardíaca congestiva devem alertar o médico. O diagnóstico é sustentado por uma diminuição clara nos
níveis séricos de TSH ultrassensível. Nesse caso, a administração de amiodarona deve ser suspensa. A recuperação
geralmente ocorre dentro de alguns meses após a suspensão do tratamento; a recuperação clínica antecede a
normalização dos testes da função tireoidiana. Casos graves, com presença clínica de tireotoxicose, às vezes fatais,
requerem tratamento terapêutico de emergência. O tratamento deve ser ajustado individualmente: medicamentos
antitireoidianos (que nem sempre são efetivas), terapia com corticosteroides, betabloqueadores.
Distúrbios neuromusculares (vide item 9. Reações Adversas)
A amiodarona pode induzir a neuropatia sensitivo-motora periférica e/ou miopatia. A recuperação após suspensão do
tratamento geralmente ocorre dentro de alguns meses, mas algumas vezes de forma incompleta.
Distúrbios oculares
Se ocorrer diminuição da visão ou a mesma ficar embaçada, deve-se fazer prontamente um exame oftalmológico
completo, incluindo fundoscopia. O aparecimento de neuropatia óptica e/ou neurite óptica que são distúrbios do nervo
óptico requer a suspensão do tratamento com amiodarona, já que pode levar à cegueira.
PRECAUÇÕES
Uma vez que os efeitos adversos (vide item 9. Reações Adversas) são geralmente dose-relacionados, deve ser
administrada a dose mínima efetiva de manutenção.
Durante o tratamento com Amioron, os pacientes devem ser instruídos a evitar a exposição aos raios solares e
utilizarem medidas de proteção (vide item 9. Reações Adversas).
Monitoramento (vide item 5. Advertências e item 9. Reações Adversas)
Antes do início do tratamento com amiodarona, é recomendada a realização de ECG e avaliação de potássio sérico. O
monitoramento das transaminases e ECG é recomendado durante o tratamento.
Além disso, como a amiodarona pode induzir o hipotireoidismo ou hipertireoidismo, particularmente em pacientes com
histórico de distúrbios da tireoide, o monitoramento clínico e biológico (TSH ultrassensível) é recomendado antes de
iniciar o tratamento com amiodarona. Este monitoramento deve ser conduzido durante o tratamento e por vários meses
após a sua descontinuação. O nível sérico de TSH ultrassensível deve ser avaliado quando há suspeita de disfunção da
tireoide.
Em particular, no contexto da administração crônica de medicamentos antiarrítmicos, foram relatados casos de aumento
na desfibrilação ventricular e/ou limiar de estimulação do marcapasso ou do dispositivo cardioversor implantável,
afetando potencialmente sua eficácia. Portanto, verificações repetidas da função do aparelho são recomendadas antes do
início e durante o tratamento com amiodarona.
Anormalidades do hormônio tireoidiano (vide item 9. Reações Adversas)
A presença de iodo na molécula da amiodarona pode alterar o resultado de alguns testes tireoidianos (fixação do iodo
radioativo, PBI), mas isto não impede a avaliação da função da tireoide através de outros testes (T3 livre, T4 livre e TSH
ultrassensível).
A amiodarona inibe a conversão periférica de tiroxina (T4) em triiodotiroxina (T3) e pode causar alterações bioquímicas
isoladas (aumento do nível sérico de T4 livre, com leve redução ou mesmo nível normal de T3 livre), em pacientes
clinicamente eutireoidianos (função normal da tireoide). Nesses casos, não há razão para a descontinuação do
tratamento.
Deve-se suspeitar de hipotireoidismo se os seguintes sinais clínicos, geralmente leves, ocorrerem: ganho de peso,
intolerância ao frio, diminuição das atividades, bradicardia excessiva. O diagnóstico é comprovado pelo claro aumento
do nível sérico de TSH ultrassensível. O eutireoidismo é geralmente obtido dentro de 1 a 3 meses após a descontinuação
do tratamento. Em situações onde haja risco de vida, a terapia com amiodarona pode ser continuada, em combinação
com L-tiroxina. A dose de L-tiroxina deve ser ajustada de acordo com os níveis de TSH.
Gravidez e lactação
A amiodarona é contraindicada durante a gravidez em virtude de seus efeitos na glândula tireoide do feto, a menos que
os benefícios superem os riscos ao feto.
A amiodarona é excretada no leite materno em quantidades significativas e por isso, é contraindicada em lactantes.
Populações especiais
Pacientes idosos: em pacientes idosos, a redução da frequência cardíaca pode ser mais pronunciada com o uso da
amiodarona.
Crianças: a segurança e eficácia da amiodarona em pacientes pediátricos não foram estabelecidas, portanto a sua
utilização não é recomendada.
Alterações na capacidade de dirigir veículos e operar máquinas
De acordo com os dados de segurança da amiodarona, não existem evidências de que a amiodarona prejudique a
Interações Farmacodinâmicas
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• Medicamentos que induzem torsade de pointes ou prolongamento QT
- Medicamentos que induzem “torsade de pointes”
As associações com medicamentos que podem induzir torsade de pointes são contraindicadas (vide item 4.
Contraindicações):
• Medicamentos antiarrítmicos tais como: da Classe Ia, sotalol, bepridil;
• Medicamentos não antiarrítmicos tais como: vincamina, alguns agentes neurolépticos, cisaprida, eritromicina IV,
pentamidina (quando administradas por via parenteral), uma vez que existe um aumento no risco de ocorrer torsade de
pointes potencialmente letal.
- Medicamentos que causam prolongamento QT
A administração concomitante de amiodarona com medicamentos conhecidos por prolongar o intervalo QT deve estar
baseada em uma avaliação cuidadosa dos riscos e benefícios potenciais para cada paciente, pois o risco de “torsade de
pointes” pode aumentar (vide item 5. Advertências) e os pacientes devem ser monitorados quanto ao prolongamento do
intervalo QT.
Fluoroquinolonas devem ser evitadas por pacientes recebendo amiodarona.
• Medicamentos que reduzem a frequência cardíaca ou que causam distúrbios de automatismo ou condução
As associações com estes medicamentos não são recomendadas.
- Betabloqueadores e bloqueadores do canal de cálcio que reduzem a frequência cardíaca (verapamil, diltiazem), uma
vez que podem ocorrer distúrbios de automatismo (bradicardia excessiva) e de condução;
• Medicamentos que podem induzir hipocalemia:
As associações com os seguintes medicamentos não são recomendadas.
- Laxativos estimulantes podem levar a hipocalemia e consequentemente, aumento do risco de torsade de pointes. Por
isso, devem ser utilizados outros tipos de laxantes;
Deve-se ter cautela quando os seguintes medicamentos são utilizados em associação com Amioron:
- Alguns diuréticos indutores de hipocalemia, isolados ou combinados;
- Corticosteroides sistêmicos (gluco-, mineralo-), tetracosactida;
- Anfotericina B (IV);
Deve-se prevenir o início de hipocalemia (e corrigir a hipocalemia); o intervalo QT deve ser monitorado e, em caso de
torsade de pointes, não administrar antiarrítmicos (instituir marcapasso ventricular; pode ser administrado magnésio
IV).
• Anestesia geral (vide item 5. Precauções e item 9. Reações adversas):
Foram relatadas complicações potencialmente severas em pacientes submetidos à anestesia geral: bradicardia
(irresponsiva à atropina), hipotensão, distúrbios da condução, redução do débito cardíaco.
Foram observados casos muito raros de complicações respiratórias severas (síndrome de angústia respiratória aguda do
adulto), às vezes fatais, geralmente no período pós-cirúrgico imediato. Isto pode estar relacionado com uma possível
interação com altas concentrações de oxigênio.
Efeito de Amioron sobre outros produtos
A amiodarona e/ou seu metabólito, a desetilamiodarona, inibem os CYP1A1, CYP1A2, CYP3A4, CYP2C9, CYP2D6 e
a glicoproteína P e podem aumentar a exposição de seus substratos.
Devido à longa meia-vida da amiodarona, as interações podem ser observadas por vários meses após a descontinuação
da amiodarona.
• Substratos P-gp
A amiodarona é um inibidor da P-gp. A administração concomitante com substratos da P-gp deverá resultar em aumento
de suas exposições.
- Digitálicos
Pode ocorrer perturbação no automatismo (bradicardia excessiva) e na condução atrioventricular (ação sinérgica). Além
disso, um aumento na concentração plasmática da digoxina é possível devido à redução do clearance de digoxina.
Devem ser monitorados os níveis de digoxina plasmática e ECG.. Os pacientes devem ser observados quanto aos sinais
clínicos de toxicidade digitálica. Pode ser necessário ajuste posológico do digitálico.
- Dabigatrana
Deve-se ter cautela quando a amiodarona é administrada com dabigatrana devido ao risco de sangramento. Se
necessário, ajustar a dose de dabigatrana de acordo com as informações de sua bula.
• Substratos do CYP 2C9
A amiodarona aumenta as concentrações de substratos da CYP 2C9 tais como varfarina ou fenitoína através da inibição
do citocromo P450 2C9.
- Varfarina
A combinação de varfarina com amiodarona pode exacerbar o efeito do anticoagulante oral, elevando o risco de
sangramento. É necessário monitorar os níveis de protrombina (INR) regularmente e ajustar as doses orais do
anticoagulante durante e após o tratamento com amiodarona.
- Fenitoína:
A combinação de fenitoína com amiodarona pode resultar em superdose de fenitoína, resultando em sinais neurológicos.
Deve ser empregada monitoração clínica e a dose de fenitoína deve ser reduzida logo que surgirem sinais de superdose.
Devem ser determinados os níveis de fenitoína plasmática.
• Substratos do CYP 2D6
- Flecainida:
A amiodarona aumenta as concentrações plasmáticas da flecainida, pela inibição do citocromo CYP2D6.
Portanto, a dose de flecainida deve ser ajustada.
• Substratos do CYP P450 3A4:
Quando tais substâncias são administradas concomitantemente com amiodarona, um inibidor do CYP3A4, pode ocorrer
um aumento de suas concentrações no plasma, o que poderá acarretar num possível aumento de sua toxicidade.
- Ciclosporina: a combinação com amiodarona pode aumentar os níveis plasmáticos de ciclosporina. A dose deve ser
ajustada.
- Fentanila: a combinação com amiodarona pode acentuar os efeitos farmacológicos da fentanila e aumentar o risco de
toxicidade.
- Estatinas: o risco de toxicidade muscular (ex.: rabdomiólise) é aumentado pela administração concomitante de
amiodarona e estatinas metabolizadas pelo CYP 3A4, tais como sinvastatina, atorvastatina e lovastatina.
Recomenda-se o uso de estatinas não metabolizadas pelo CYP3A4 quando administradas com amiodarona.
- Outros medicamentos metabolizados pelo CYP3A4: lidocaína, tacrolimus, sildenafila, midazolam, triazolam,
diidroergotamina, ergotamina e colchicina.
Efeito de outros produtos sobre Amioron
Os inibidores do CYP 3A4 e do CYP 2C8 podem ter um potencial para inibir o metabolismo da amiodarona e aumentar
a sua exposição.
Recomenda-se evitar inibidores do CYP 3A4 (por exemplo, suco de toranja e determinados medicamentos) durante o
tratamento com amiodarona.
Alimentos: Evitar o consumo de suco de toranja.
Interferência em exames laboratoriais: não há dados disponíveis até o momento sobre a interferência de Amioron
em exames laboratoriais.
Amioron deve ser mantido em temperatura ambiente (15°C a 30°C), protegido da luz e umidade.
Este medicamento tem validade de 24 meses a partir da sua data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características físicas e organolépticas:
Amioron apresenta-se na forma de comprimido circular plano com vinco e coloração branca.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.
Os comprimidos devem ser deglutidos inteiros, com quantidade suficiente de líquido, durante ou após as refeições, por
via oral.
Dose de ataque: a dose de ataque usual varia de 600 a 1000mg ao dia durante 8 a 10 dias.
Dose de manutenção: determinar a dose mínima eficaz, que pode variar de 100 a 400mg diários. Considerando a longa
meia-vida da amiodarona, o tratamento pode ser administrado em dias alternados (200mg em dias alternados quando a
posologia recomendada é de 100mg por dia). Também tem sido adotado o esquema de “janela terapêutica”,
administrando-se o medicamento durante 5 dias e instituindo intervalo de 2 dias sem medicação.
Risco de uso por via de administração não recomendada
Não há estudos dos efeitos de Amioron administrado por vias não recomendadas. Portanto, por segurança e para
garantir a eficácia deste medicamento, a administração deve ser somente por via oral.
Conduta necessária caso haja esquecimento de administração
Caso o paciente esqueça de administrar uma dose, ele deverá administrá-la assim que possível. No entanto, se estiver
próximo do horário da dose seguinte, esperar por este horário, respeitando sempre o intervalo determinado pela
posologia. Nunca devem ser administradas duas doses ao mesmo tempo.
Este medicamento não deve ser partido.
As seguintes definições de frequência são usadas: muito comum (≥10%), comum (≥ 1 < 10%), incomum (≥ 0,1 < 1%),
raro (≥ 0,01 < 0,1%), muito raro (<0,01%) e frequência desconhecida (não pode ser estimada pelos dados disponíveis).
Reação Adversa Frequência
Distúrbios sanguíneos e do sistema linfático
Anemia hemolítica, anemia aplástica e trombocitopenia. Muito raro
Neutropenia, agranulocitose Desconhecida
Distúrbios cardíacos
Bradicardia geralmente moderada e dose dependente Comum
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Aparecimento ou piora da arritmia, seguida, às vezes, por parada cardíaca (vide item
5.Advertências e item 6. Interações Medicamentosas)
Incomum
Alterações da condução (bloqueio sinoatrial e atrioventricular de vários graus) (vide item
5.Advertências)
Bradicardia acentuada ou parada sinusal em pacientes com disfunção do nódulo sinusal e/ou
empacientes idosos
Muito raro
Torsade de pointes (vide item 5.Advertências e item 6.Interações medicamentosas) Desconhecida
Distúrbios endócrinos
Hipotireoidismo Comum
Hipertireoidismo, algumas vezes fatal. Comum
Síndrome de secreção inapropriada do hormônio antidiurético (SIADH) Muito raro
Distúrbios oftálmicos
Microdepósitos na córnea, geralmente limitados à área subpupilar. Eles podem ser associados
com a percepção de halos coloridos, sob luz intensa ou de visão turva. Os microdepósitos na
córnea consistem em depósitos de complexos lipídicos e são reversíveis algum tempo após a
suspensão do tratamento
Muito comum
Neuropatia ótica/ neurite, que pode progredir para a cegueira (vide item 5.Advertências). Muito raro
Distúrbios gastrintestinais
Distúrbios gastrintestinais benignos (náuseas, vômitos, disgeusia) podem ocorrer em
decorrência da dose de ataque e desaparecem com a redução da dose.
Pancreatite/pancreatite aguda, boca seca, constipação. Desconhecida
Distúrbios gerais
Granuloma, incluindo granuloma de medula óssea. Desconhecida
Distúrbios hepatobiliares
Aumento isolado das transaminases séricas, que são normalmente moderadas (1,5 a 3 vezes o
valor normal) no início da terapia. Os níveis podem retornar ao normal com redução da dose
ou mesmo espontaneamente
Distúrbios hepáticos agudos com aumento das transaminases séricas e/ou icterícia, incluindo
insuficiência hepática, que às vezes pode ser fatal.
Comum
Doença hepática crônica (pseudo-hepatite alcoólica, cirrose), às vezes fatal. Muito raro
Distúrbios do sistema imunológico
Edema angioneurótico (Edema de Quincke), reações anafiláticas/anafilactoides incluindo
choque.
Desconhecida
Investigação
Aumento do nível sérico de creatinina Muito raro
Distúrbios do metabolismo e nutrição
Diminuição do apetite Desconhecida
Distúrbios do sistema nervoso
Tremor extrapiramidal, pesadelos e distúrbios do sono. Comum
Neuropatia periférica sensorimotor e/ou miopatia são geralmente reversíveis com a
descontinuação do tratamento
Ataxia cerebelar, hipertensão intracraniana benigna (pseudotumor cerebral), cefaleia. Muito raro
Parkinsonismo, parosmia Desconhecida
Distúrbios psiquiátricos
Estado confusional/delírio, alucinação. Desconhecida
Distúrbios do sistema reprodutivo
Epididimites, disfunção erétil. Muito raro
Diminuição da libido Desconhecida
Distúrbios respiratórios, torácicos e no mediastino
Toxicidade pulmonar (pneumonite alveolar/ intersticial ou fibrose, pleurite, bronquiolite
obliterante com pneumonia em organização) às vezes fatal (vide item 5.Advertências)
Hemorragia pulmonar Desconhecida
Broncoespasmo em pacientes com insuficiência respiratória severa, especialmente em
pacientes asmáticos. Síndrome de angústia respiratória do adulto, algumas vezes fatal,
geralmente no período pós-cirúrgico imediato (possível interação com elevadas
concentrações de oxigênio) (vide item 5.Advertência e item 6.Interações Medicamentosas)
Distúrbios da pele e tecidos subcutâneos
Fotossensibilidade Muito comum
Pigmentação grisácea ou azulada da pele no caso de utilização prolongada ou de altas doses
diárias. Com a interrupção do tratamento essa pigmentação desaparece lentamente
Eritema durante o uso de radioterapia, rash cutâneos, normalmente inespecíficos, dermatite
esfoliativa, alopecia.
Eczema, urticária, reações cutâneas severas às vezes fatal incluindo necrólise epidérmica
tóxica/síndrome de Stevens-Johnson, dermatite bolhosa e reação medicamentosa com
eosinofilia e sintomas sistêmicos
Distúrbios vasculares
Vasculite Muito raro
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária - NOTIVISA,
disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou
Municipal.