Bula do Ampicilina para o Profissional

Bula do Ampicilina produzido pelo laboratorio Eurofarma Laboratórios S.a.
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento

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Bula do Ampicilina
Eurofarma Laboratórios S.a. - Profissional

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BULA COMPLETA DO AMPICILINA PARA O PROFISSIONAL

ampicilina

Bula para profissional da saúde

Cápsula dura

500 mg

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Medicamento genérico Lei nº 9.787, de 1999

FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO:

Embalagem com 12 cápsulas duras contendo 500 mg de ampicilina.

USO ORAL

USO ADULTO

COMPOSIÇÃO:

Cada cápsula contém:

ampicilina (na forma anidra) ........….........................................................…… 500 mg

excipientes* ……...........................................................................….… q.s.p. 1 cápsula

*Excipientes: lactose, metilcelulose, ácido esteárico e estearato de magnésio.

INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

1. INDICAÇÕES

A ampicilina está indicada no tratamento de infecções causadas por microrganismos sensíveis à ampicilina, tais

como infecções do trato urinário, respiratório, digestivo e biliar. Infecções localizadas ou sistêmicas

especialmente as causadas por microrganismos do grupo esterococos, infecções por bacilos gram-negativos

como Neisseria gonorrhoeae, Neisseria meningitidis, Haemophilus, Shigella, Salmonella e E. coli. Também

indicada nas infecções bucais, extrações infectadas e outras intervenções cirúrgicas.

2. RESULTADOS DE EFICÁCIA

Gold e cols. realizaram um grande estudo clínico para comparar a eficácia e segurança da ampicilina com a

ciclacilina, ambas por via oral, para o tratamento de infecções geniturinárias, de partes moles, respiratórias e

otites em pacientes adultos e pediátricos (N=2.581). A eficácia dos antibióticos para erradicação dos patógenos e

promoção de cura clínica foi igual, tanto para bactérias Gram + quanto para Gram -. A ampicilina resultou em

resposta clínica em mais de 90% das infecções de partes moles e das otites médias. A incidência de diarreia e

rash cutâneo foram maiores nos pacientes tratados com ampicilina em comparação com a ciclacilina. 1

A ampicilina oral foi comparada com a claritromicina oral no tratamento de infecções respiratórias em pacientes

com DPOC, num estudo publicado por Aldons. 125 pacientes com bronquite infectada foram randomizados para

tratamento com claritromicina (250mg 12/12 horas) ou ampicilina (250mg 6/6 horas), durante 7 a 14 dias. As

taxas de cura clínica foram de 96% para a claritromicina e 91% para a ampicilina (p = NS), enquanto a cura

bacteriológica foi de 96% para a claritromicina e 100% para a ampicilina (p = NS). Os principais eventos

adversos foram relacionados ao trato digestivo, e foram reportados em 7-11% dos pacientes tomando

claritromicina e 1-5% dos pacientes tomando ampicilina. O estudo concluiu pela equivalência entre os

antibióticos para o tratamento das bronquites infectadas.2

Nesta mesma indicação (tratamento de bronquite

infectada), a ampicilina foi comparada com a cefalexina num estudo envolvendo 111 pacientes. Observou-se

resposta clínica em 91% dos pacientes recebendo cefalexina e em 96% daqueles tratados com ampicilina. Os

eventos adversos foram leves e semelhantes nos dois grupos, levando aos autores a concluírem pela equivalência

entre os antibióticos com eficácia e segurança.3

1. Gold JA, Hegarty CP, Deitch MW, Walkdr BR. Couble-blind clinical trials of oral cyclacillin and ampicillin.

Antimicrob Agents Chemother 1979; 15(1):55-8.

2. Aldons PM. A comparison of clarithromycin with ampicillin in the treatment of outpatients with acute

bacterial exacerbation of chronic bronchitis. J Antimicrob Chemother 1991; 27 Suppl A: 101-8.

3. Cooke DM, Garrett RT. A double-blind comparison of cephalexin and ampicillin in the treatment of

bronchitis. J Antimicrob Chemother 1975; 1(3 Suppl):99-103.

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3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS

Farmacodinâmica

Ampicilina ou ácido 6[D(-)alfa-aminofenilacetamido] penicilânico, é um antibiótico bactericida, semi-sintético,

derivado do núcleo fundamental das penicilinas, o ácido 6-aminopenicilânico. Relatos de estudos in vitro

demonstraram sensibilidade à ampicilina para os seguintes microrganismos:

− Gram-positivos: estreptococos alfa e beta-hemolíticos; Streptococcus pneumoniae (chamado Diplococcus

pneumoniae); estafilococos não produtores de penicilinase; Bacillus anthracis, Clostridia sp; Corynebacterium

xerosis e a maioria das cepas de enterococos.

− Gram-negativos: Haemophylus influenzae; Proteus mirabilis e muitas cepas de Salmonella (incluindo

Salmonella typhosa); Shigella e Escherichia coli.

Farmacocinética

A ampicilina é estável na presença do ácido gástrico, sendo bem absorvida pelo trato gastrintestinal. Difunde-se

rapidamente na maioria dos tecidos e fluidos do organismo. A penetração no líquor e no cérebro, entretanto,

somente ocorre na presença de inflamação meníngea.

A ampicilina é largamente excretada sob a forma ativa na urina. De todas as penicilinas é a que se fixa em menor

grau às proteínas plasmáticas. Níveis séricos de aproximadamente 2,0 mcg/mL foram alcançados 1 a 2 horas

após a administração oral de 250 mg de ampicilina para indivíduos adultos. Níveis significativos foram

detectados por 6 horas.

4. CONTRAINDICAÇÕES

A ampicilina é contraindicada para pacientes com história de reações de hipersensibilidade às penicilinas e/ou

demais componentes da formulação. Não deve ser administrada a pacientes sensíveis às cefalosporinas devido a

ocorrência de reação alérgica cruzada.

5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES

Recomenda-se a realização de testes bacteriológicos para determinação dos microrganismos causadores do

processo infeccioso, assim como a sensibilidade destes à ampicilina, antes da instituição de qualquer medicação

antimicrobiana. Para se determinar a susceptibilidade relativa in vitro pelo método Kirby-Bauer, deve-se utilizar

discos de ampicilina de 10 mcg. Reações de hipersensibilidade sérias e ocasionalmente fatais foram registradas

em pacientes sob tratamento com penicilinas. Ainda que a anafilaxia seja mais frequente como consequência da

terapêutica injetável, há casos em que ocorre com a administração oral de penicilinas. Indivíduos com

hipersensibilidade a múltiplos alérgenos são mais susceptíveis a estas reações. Têm sido descritos casos de

indivíduos com história de hipersensibilidade a penicilinas os quais apresentaram reações intensas quando

tratados com cefalosporinas. Antes de se iniciar terapêutica com penicilinas deve-se realizar anamnese criteriosa

sobre história de hipersensibilidade às penicilinas, cefalosporinas ou outros alérgenos. Caso ocorram reações

alérgicas, deve-se instituir tratamento adequado e considerar a interrupção do uso da ampicilina. Reações

anafiláticas intensas requerem tratamento de emergência com adrenalina, oxigênio, corticosteróides endovenosos

e controle respiratório, incluindo entubação, se necessário. A possibilidade de superinfecção por patógenos

micóticos ou bacterianos deve ser avaliada quando o produto for utilizado por tempo prolongado. Nestes casos,

deve-se instituir terapêutica adequada. Sugere-se maior espaçamento das doses (a cada 12 ou 16 horas) para o

tratamento de infecções sistêmicas, embora doses usuais possam ser empregadas para infecções do trato urinário.

Uso durante a gravidez:

Categoria B de risco na gravidez: Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem

orientação médica ou do cirurgião-dentista.

Uso durante a lactação

Pequenas concentrações de ampicilina foram detectadas no leite materno. Os efeitos para o lactente, caso

existam, não são conhecidos. A ampicilina deve ser administrada com cautela para mulheres que estão em fase

de amamentação.

Carcinogênese, mutagênese e prejuízo da fertilidade

A ampicilina demonstrou-se não mutagênica nos testes de Ames. Não foram realizados estudos de longa duração

em animais para avaliar o potencial carcinogênico. Efeitos deletérios sobre a fertilidade humana não são

conhecidos.

Exames laboratoriais

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Assim como para qualquer fármaco potente, avaliações periódicas das funções renal, hepática e hematopoética

deveriam ser realizadas, durante tratamentos prolongados.

Uso em portadores de insuficiência hepática e/ou renal

Pode haver acúmulo de ampicilina em pacientes com comprometimento intenso da função renal (clearance de

creatinina menor que 30 mL/minuto).

Efeitos sobre a habilidade de dirigir veículos e/ou operar máquinas

Não há evidências de que a ampicilina diminua a habilidade de dirigir veículos e/ou operar máquinas.

6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

Pacientes recebendo alopurinol para o tratamento de hiperuricemia parecem estar predispostos ao

desenvolvimento de erupções cutâneas induzidas pela ampicilina. A ampicilina tem sido associada com uma

redução na excreção urinária de estrógenos endógenos em pacientes grávidas e casos isolados de irregularidade

menstrual e gravidez não planejada em pacientes recebendo contraceptivos orais. A probenecida diminui a taxa

de excreção das penicilinas, assim como prolonga e aumenta os seus níveis séricos.

Interação com testes de laboratório:

As penicilinas podem interferir com a medida da glicosúria realizada com o método do sulfato de cobre,

ocasionando falsos resultados de acréscimo ou diminuição. Esta interferência não ocorre com o método da

glicose oxidase.

7. CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO

Conservar em temperatura ambiente (entre 15 e 30ºC). Proteger da luz e umidade.

O prazo de validade deste medicamento é de 24 meses.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.

Características do produto: cápsula de gelatina com tampa cor verde e corpo cor creme contendo pó branco-

amarelo claro.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

8. POSOLOGIA E MODO DE USAR

As cápsulas de ampicilina devem ser deglutidas com um pouco de líquido. A ingestão de alimentos interfere na

absorção de ampicilina, portanto recomenda-se sua tomada 30 minutos a 1 hora antes das refeições.

Posologia:

A garantia de níveis sanguíneos eficazes em virtude de sua estabilidade no meio gastrintestinal indica a via oral

para a administração da ampicilina. Quando não é possível a administração por via oral, usar a via injetável,

passando à via oral assim que possível.

A critério médico e de acordo com a maior ou menor gravidade da infecção recomenda-se a seguinte posologia:

INFECÇÃO POSOLOGIA*

Vias respiratórias 200 - 500 mg a cada 6 horas

Trato gastrintestinal 500 mg a cada 6 horas

Vias geniturinárias 500 mg a cada 6 horas

Meningite bacteriana 8 a 14 g a cada 24 horas

(*) Podem ser necessárias doses maiores para infecções graves.

Doses menores que as recomendadas na tabela acima não devem ser utilizadas. Em infecções graves o

tratamento poderá ser prolongado por várias semanas, e mesmo doses mais elevadas poderão ser necessárias. Os

pacientes devem continuar o tratamento pelo menos por 48 a 72 horas após cessarem todos os sintomas ou

tornarem-se negativas as culturas. As infecções por estreptococos hemolíticos requerem um mínimo de 10 dias

de tratamento para evitar manifestações de febre reumática ou glomerulonefrite. Nas infecções crônicas das vias

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geniturinárias e gastrintestinais são necessárias frequentes avaliações bacteriológicas e clínicas, assim como

exames pós-tratamento repetidos por vários meses, para confirmação de cura bacteriológica.

Infecção por Neisseria gonorrhoeae: infecções uretrais, cervicais, retais e faringeanas em adultos podem ser

tratadas com dose única de 3,5 g de ampicilina associada a 1,0 g de probenecida administradas simultaneamente.

Deve-se realizar seguimento, por meio de culturas, de 4 a 7 dias em homens e de 7 a 14 dias em mulheres, após o

tratamento. Todos os pacientes com gonorreia deveriam possuir testes sorológicos para sífilis na época do

diagnóstico. Pacientes com posologia negativa, que não apresentem lesão suspeita de sífilis deveriam fazer

seguimento de controle com sorologia mensal durante 4 meses, para detectar possível sífilis mascarada pelo

tratamento da gonorreia. Pacientes com gonorreia, que apresentam sífilis concomitante, devem receber

tratamento adicional apropriado para sífilis de acordo com seu estágio.

Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.

9. REAÇÕES ADVERSAS

Assim como com outras penicilinas, a maioria das reações adversas está essencialmente limitada a reações de

hipersensibilidade. Estas ocorrem com maior probabilidade em indivíduos que demonstraram reações prévias de

hipersensibilidade a penicilinas, ou naqueles com história de alergia, asma, febre do feno ou urticária.

Podem ser atribuídas ao uso da ampicilina as seguintes reações adversas:

Reações comuns (>1/100 e <1/10):

Sistema Nervoso Central: cefaleia;

Sistema digestivo: estomatite por Candida, náusea, vômito, diarreia;

Sistema geniturinário: vulvovaginite por Candida.

Reações incomuns (>1/1000 e <1/100):

Sistema cardiovascular: hipotensão arterial;

Pele: erupção cutânea generalizada, prurido, urticária, reações de hipersensibilidade, reações semelhantes à

doença do soro;

Equilíbrio hidroeletrolítico: edema por retenção hídrica;

Sistema respiratório: dispneia;

Sistema digestivo: dor epigástrica.

Reações raras (>1/10000 e < 1/1000):

Sistema circulatório: trombose venosa, tromboflebite;

Sistema digestivo: doença hepática, colite pseudomembranosa;

Sistema geniturinário: nefrite intersticial, insuficiência renal aguda, cristalúria;

Pele: necrose epidérmica tóxica, eritema multiforme, síndrome de Stevens-johnson;

Sistema nervoso central: confusão mental sem outra especificação, convulsões, febre;

Equilíbrio hidroeletrolítico: hipopotassemia;

Hematológica: anemia hemolítica, hipoplasia medular, distúrbio da coagulação, trombocitopenia, agranulocitose,

leucopenia, eosinofilia, púrpura trombocitopênica;

Imunológicas: anafilaxia;

Osteomuscular: exacerbação de miastenia gravis;

Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária - NOTIVISA,

disponível em http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária

Estadual ou Municipal.

Cuidado! Todas as informações contidas neste site têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.