Bula do Antietanol produzido pelo laboratorio Sanofi-Aventis Farmacêutica Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
ANTIETANOL®
(dissulfiram)
Sanofi-Aventis Farmacêutica Ltda.
Comprimido
250 mg
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Esta bula sofreu aumento de tamanho para adequação a legislação vigente da ANVISA.
Esta bula é continuamente atualizada. Favor proceder a sua leitura antes de utilizar o medicamento.
ANTIETANOL®®®®
dissulfiram
APRESENTAÇÃO
Comprimidos 250 mg: embalagem com 20.
USO ORAL. USO ADULTO.
COMPOSIÇÃO
ANTIETANOL 250 mg:
Cada comprimido contém 250 mg de dissulfiram.
Excipientes: amido de milho, carbonato de cálcio, talco, povidona k30, estearato de magnésio e amidoglicolato
de sódio.
Este medicamento é um coadjuvante destinado ao tratamento do alcoolismo crônico.
A análise de sobrevida foi aplicada em um cenário clínico avaliando a ênfase do dissulfiram no alcoolismo.
Dissulfiram em combinação com atenção médica e aconselhamento foi superior a apenas atenção médica e
aconselhamento isolado em 128 homens acompanhados durante 1 ano (Fuller & Williford, 1980).
O dissulfiram pode reduzir a quantidade de álcool consumido e reduzir o número de dias de consumo em
pacientes aderentes com alcoolismo crônico. A aderência é aumentada por supervisão e/ou aconselhamento, e é
mais alta em pessoas com relacionamentos pessoais estáveis. Dissulfiram deve ser uma ferramenta de tratamento
adjuvante, ao invés de um único agente terapêutico (Brewer, 1993; Kristenson, 1992; Fuller et al, 1986; Bohme
& Piltz, 1974; Baekland et al, 1971).
Propriedades farmacodinâmica
Experiências iniciadas em fins de 1947 na Dinamarca (Copenhague), por JENS HALD e ERIK JACOBSEN,
demostraram que a ingestão de pequenas doses de dissulfiram provocam sintomas característicos devido à
inibição, pela droga, de aldeído-desidrogenase, causando acúmulo de acetaldeído quando da ingestão, mesmo de
pequenas quantidades de álcool. Esse acúmulo de acetaldeído provoca uma reação desagradável (reação
dissulfiram/álcool) caracterizada por sensação de calor na face, seguida por um rubor intenso, principalmente no
rosto (mas que se estende, em alguns casos, ao pescoço e parte superior do tronco e braços, ou mesmo ao
abdômen), latejamento, cefaléia, náuseas, vômitos, fraqueza, dor no peito, dispnéia, taquicardia, palpitações,
confusão mental, hipotensão e eventualmente choque.
O dissulfiram é um inibidor de várias enzimas. A inibição da acetaldeído desidrogenase causa um aumento na
concentração de acetaldéido, um metabólito do álcool etílico que tem uma série de manifestações desagradáveis:
rubor congestivo na face, náusea, vômito, sensação de mal-estar, taquicardia e hipotensão. Estes efeitos tornam
qualquer consumo de álcool subsequente à ingestão do medicamento extremamente desagradável.
Reações graves podem ocorrer, tais como: depressão respiratória, colapso cardiovascular, arritmias, infarto do
miocárdio, insuficiência cardíaca congestiva aguda, inconsciência, convulsão e morte.
ANTIETANOL é rapidamente absorvido no trato gastrintestinal e lentamente eliminado.
Por vezes, uma ou duas semanas após a última dose desse medicamento, a ingestão de álcool pode produzir
sintomas desagradáveis. Quanto maior for o tempo de tratamento com ANTIETANOL, mais sensível torna-se o
paciente ao álcool.
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ANTIETANOL é muito pouco tóxico: a dose letal em animais de experimentação é de 3 g para cada quilo de
peso; mas as doses terapêuticas são infinitamente menores.
Propriedades farmacocinética
Após a ingestão oral, a absorção de dissulfiram é rápida, porém incompleta em 70 a 90%. O dissulfiram é
rapidamente metabilizado, sendo reduzido a dietil-ditiocarbamato que é eliminado na forma de glucurono-
conjugado ou convertido a dietilamina e sulfeto de carbono, alguns dos quais (entre 4 a 53%) é eliminado pelos
pulmões.
O pico do efeito terapêutico ocorre 12 horas após a ingestão oral e pode persistir por 10 a 14 dias após o término
do tratamento.
Acumula-se no tecido adiposo (com alta concentração no fígado, rins e músculos).
É excretado pela urina, sendo 80% lentamente eliminados durante vários dias (até uma semana).
Este medicamento é contraindicado para pacientes que ingeriram nas últimas 24 horas álcool ou preparados
contendo álcool, paraldeído e metronidazol, para os que possuem moléstia miocardia grave ou oclusão coronária
e psicoses exógenas.
Este medicamento é contraindicado aos indivíduos com hipersensibilidade ao dissulfiram ou outros tiuranos e a
qualquer componente da fórmula.
Embora não sendo tóxico, ANTIETANOL é contraindicado a pessoas portadoras de diabetes mellitus, epilepsia,
desordens neuropsiquiátricas, tirotoxicoses, nefrites agudas e crônicas, cirrose ou insuficiência hepática,
disfunção das coronárias, insuficiência cardíaca, dependência de drogas, pacientes tomando fenitoína, varfarina,
isoniazida ou nitritos.
ANTIETANOL somente poderá ser administrado a pacientes em estado de intoxicação alcoólica, com total
conhecimento dos mesmos. O médico deverá informar o paciente a respeito da reação dissulfiram/álcool,
orientando-o contra o uso indiscriminado de álcool durante o tratamento e de suas possíveis consequências;
inclusive deve ser alertado quanto ao uso de preparados alcoólicos, molhos e temperos, vinagres e outros
incrementos alimentícios, como também loções após barba ou outros preparados de higiene contendo álcool.
Deve ser também alertado desses possíveis efeitos mesmo após 14 dias do uso do medicamento.
ESTE MEDICAMENTO SÓ DEVE SER UTILIZADO COM O PRÉVIO CONHECIMENTO DO PACIENTE
E ADEQUADA ORIENTAÇÃO MÉDICA.
A intensidade da reação dissulfiram/álcool é variável de indivíduo para indivíduo, proporcionalmente às
quantidades de ANTIETANOL e álcool ingeridas. Reações leves podem ocorrer em indivíduos sensíveis que
apresentam pequenas concentrações sanguíneas de álcool entre 5 e 10 mg por 100 mL. Os sintomas são mais
intensos a 50 mg de álcool por 100 mL e a inconsciência é ocasionada frequentemente de 125 mg a 150 mg por
100 mL. A duração das reações varia entre 30 e 60 minutos, ou até mesmo horas, em casos mais graves de
acordo com a eliminação do álcool.
Este medicamento é contraindicado a mulheres grávidas ou que possam ficar grávidas durante o tratamento.
O dissulfiram é contraindicado em mulheres grávidas devido a falta de informações clínicas referente à
administração de dissulfiram durante a gravidez.
Este medicamento é contraindicado para uso por lactantes.
A segurança deste medicamento durante a lactação não foi estabelecida.
Categoria de risco na gravidez: C. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem
orientação médica.
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Cuidados devem ser tomados quando da administração de ANTIETANOL a pacientes com história pregressa de
dermatite de contato por borracha.
Pacientes alcoólatras podem apresentar dependência a narcóticos e sedativos. Barbitúricos podem ser
administrados, com cuidado, concomitantemente com ANTIETANOL, sem efeitos colaterais.
A função hepática deverá ser controlada durante o tratamento, bem como a crase sanguínea.
Toxicidade hepática severa, resultando, às vezes, em transplante do fígado ou morte, tem sido reportada com o
uso do dissulfiram. Devem ser realizados testes da função hepática (incluindo transaminases) antes do início do
tratamento com dissulfiram, e periodicamente, pelo menos mensalmente, em particular, durante os 3 primeiros
meses. Caso os valores das transaminases estejam 3 vezes acima do limite máximo normal, o dissulfiram deve ser
imediatamente e definitivamente descontinuado. Os pacientes devem ser cautelosamente monitorados até a
normalização dos testes de função hepática.
Os pacientes devem ser instruídos a reportarem imediatamente ao médico os sinais, como astenia, anorexia,
náusea, vômito, dor abdominal ou icterícia. Investigações, incluindo exame clínico e avaliação biológica da
função hepática, devem ser realizados imediatamente.
O dibrometo de etileno e seus vapores podem apresentar interação com dissulfiram, que levou, em ratos, a alta
incidência de tumores e mortalidade. Esta correlação não foi demonstrada em seres humanos.
Os pacientes devem ser informados sobre o risco do efeito antabuse (vide “6. Interações medicamentosas”).
Populações especiais
Pacientes Idosos
Não há advertências e recomendações especiais sobre o uso adequado desse medicamento por pacientes idosos.
Pacientes com insuficiência renal ou hipotiroidismo
O dissulfiram deve ser usado com cautela em pacientes com insuficiência renal ou hipotireoidismo devido à
possibilidade de uma reação acidental de dissulfiram e álcool (vide “9. Reações Adversas”).
Alterações na capacidade de dirigir veículos e operar máquinas
A atenção deve estar estabelecida, em particular à motoristas e operadores de máquinas, ao risco de sonolência
A ingestão de dissulfiram concomitante a nitritos, em ratos, demonstrou o aparecimento de tumores no estômago
destes animais; isto não ocorreu quando da administração exclusiva de dissulfiram. Esta correlação ainda não foi
demonstrada no homem.
Há possibilidade de interação com drogas que interferem com a regulação da pressão arterial (alfa e
betabloqueadores), vasodilatadores, drogas que atuam sobre o Sistema Nervoso Central (dopamina e
norepinefrina), drogas inibidoras de algumas enzimas (inibidoras da MAO), anestésicos gerais e tabaco.
Associações contraindicadas
- Álcool: efeito antabuse (rubor, eritema, náusea, vômito, hipotensão, taquicardia, mal-estar e reações mais
graves – vide “9. Reações Adversas”). O paciente deve evitar a ingestão de bebidas alcoólicas e medicamentos
contendo álcool.
Associações desaconselhadas
- Isoniazida: problemas de comportamento e coordenação;
- Nitro-5-imidazoles (metronidazol, ordinazol, secnidazol, tinidazol): delírio agudo, estado de confusão;
- Fenitoína: aumento rápido e significante do nível plasmático da fenitoína, causando um aumento no risco de
toxicidade por fenitoína (dissulfiram inibe o metabolismo da fenitoína);
Caso a associação não possa ser evitada, deve-se realizar acompanhamento clínico e monitoramento do nível
plasmático de fenitoína durante e após tratamento com dissulfiram.
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- Medicamentos hepatotóxicos: administração concomitante com dissulfiram deve ser evitada devido à
possibilidade de lesão hepática (vide 5. “Advertências e Precauções”);
Associações que requerem precauções
- Varfarina (e por extrapolação de outros anticoagulantes orais): aumento do efeito anticoagulante e risco
hemorrágico (redução do colapso hepático da varfarina). Acompanhamento rigoroso do índice de tempo de
protrombina ou do índice de normalização internacional (INR) e ajuste de dose devido ao início ou término do
dissulfiram.
- Teofilina: o dissulfiram diminui o metabolismo da teofilina. Consequentemente, a dosagem de teofilina deve ser
ajustada (redução da dosagem) dependendo dos sinais clínicos e níveis plasmáticos;
- Benzodiazepinas: o dissulfiram pode potencializar o efeito sedativo das benzodiazepinas pela inibição de seu
metabolismo oxidativo (especialmente por clorodiazepóxido e diazepam). A dose de benzodiazepina deve ser
ajustada em relação aos sinais clínicos;
- Antidepressivos triciclícos: potencialização do efeito antabuse.
ANTIETANOL deve ser conservado em temperatura ambiente (entre 15-30ºC).
Prazo de validade: 18 meses a partir da data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características físicas e organolépticas
Comprimido redondo branco a branco acinzentado, de faces levemente convexas com sulco central e sem
gravação.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Tomar os comprimidos com líquido, por via oral.
A administração de ANTIETANOL deve ser precedida de um período de pelo menos 12 horas de abstenção total
do álcool, de preferência pela manhã.
Administrar numa primeira fase um máximo de 500 mg do medicamento (2 comprimidos), em dose única, por
uma a duas semanas.
Na fase de manutenção a dose é de 250 mg diários (1 comprimido), podendo variar entre 125 mg e 500 mg, mas
nunca ultrapassando 500 mg por dia.
Ocasionalmente, pacientes submetidos a uma dosagem de manutenção adequada apresentam-se aparentemente
aptos para ingerir bebidas alcoólicas sem nenhuma sintomatologia. Até que os pacientes adquiram confiança no
uso diário da droga, empregada preferivelmente dissolvida em algum líquido, não podemos concluir que
ANTIETANOL é ineficaz.
O tratamento deve ser continuado até que se verifique a recuperação social e autocontrole do paciente.
Dependendo do caso, a manutenção da terapia pode se estender por meses até mesmo por anos.
Não há estudos dos efeitos de ANTIETANOL administrado por vias não recomendadas. Portanto, por segurança
e para garantir a eficácia deste medicamento, a administração deve ser somente por via oral.
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Reação muito comum (> 1/10).
Reação comum (> 1/100 e ≤ 1/10).
Reação incomum (> 1/1.000 e ≤ 1/100).
Reação rara (> 1/10.000 e ≤ 1/1.000).
Reação muito rara (≤ 1/10.000).
Neurite óptica, neurite periférica e polineurite podem ocorrer após a administração de ANTIETANOL. Eventuais
erupções da pele que podem prontamente ser controladas com a administração de anti-histamínicos. Sonolência
passageira, fadiga, impotência, dor de cabeça, erupções em forma de acne, dermatites alérgicas poderão ocorrer,
em números reduzidos de pacientes, durante a primeira e a segunda semana de tratamento. Esses sintomas
geralmente desaparecem espontaneamente com a continuação do tratamento ou com a redução da dosagem.
Reações psicóticas podem ocorrer, mas, na maioria das vezes, são relacionadas à interação com drogas. Perdas
da libido, gosto metálico na boca, também podem ocorrer.
Alterações neuropsiquiátricas, tais como: psicoses, depressões, manias, perda de memória, irritação, disfunção
cerebelar, convulsões, síndromes extrapiramidais. Outras reações descritas foram: aumento da colesterolemia,
hepatotoxicidade, possível trombocitopenia, possível poliartrite nodosa, mialgias e artrites.
Devido ao dissulfiram:
Problemas gastrintestinais
- Gosto metálico na boca;
- Odor desagradável em pacientes com colostomias (devido ao sulfeto de carbono).
Problemas hepatobiliares
- Falência hepática, hepatite fulminante, hepatite (principalmente citolítica) (vide 5. “Advertências e
Precauções”)
Problemas no Sistema Nervoso Central (SNC)
- Polineurite dos membros inferiores, neurite óptica;
- Convulsão;
- Distúrbios neuropsiquiátricos, perda de memória, confusão, astenia;
- Dor de cabeça, sonolência.
Problemas da pele e tecido subcutâneo
- Alergias cutâneas, possivelmente acompanhadas por sensibilidade passageira com borracha vulcanizada.
Devido à associação de dissulfiram com álcool etílico
- Rubor, eritema, náusea, vômito, hipotensão, taquicardia, mal-estar;
- Foram reportadas reações mais graves: casos de depressão respiratória, colapso cardiovascular, problemas
rítmicos ou de angina aguda e, às vezes, infarto fatal do miocárdio, bem como problemas neurológicos: edema
cerebral, hemorragia meningea, convulsões.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária - NOTIVISA,
disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou
Municipal.
Sinais e sintomas
Há probabilidade de intoxicação aguda com 5 g no adulto e 2 g na criança. Intoxicação subaguda pode ocorrer
com 1,5 a 3 g/dia por várias semanas. Os sintomas são: sonolência, náuseas, vômitos, comportamento psicótico,
paralisia ascendente flácida, coma.
É possível a ocorrência de um dano intelectual permanente.
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Ingestão somente de dissulfiram pode produzir vários tipos de problemas no Sistema Nervoso Central, como
sintomas extrapiramidais, convulsões, problemas de falta de consciência, incluindo coma, confusão,
encefalopatia.
Doses excessivas de dissulfiram podem ocasionar reações graves, quando então deve ser instituído tratamento de
choque com medicação para pressão arterial. Outras recomendações incluem: oxigênio, mistura carbogênica
(95% de oxigênio e 5% de gás carbônico), vitamina C em dose maciça (1 g) intravenosamente e sulfato de
epinefrina. Anti-histamínicos também devem ser usados intravenosamente. Em pacientes digitalizados, caso
apresentem hipopotassemia, os níveis de potássio devem ser monitorados.
Reações intensas podem ser atenuadas com a aplicação de hipossulfito de magnésio ou de sódio, por via
intravenosa.
A associação de dissulfiram com etanol (geralmente com a intenção de suicídio) pode produzir coma ou
síndrome confusional e colapso cardiovascular, ocasionalmente com complicações neurológicas.
Tratamento
O tratamento é sintomático.
O tratamento é feito através de eméticos, lavagem gástrica e administração de drogas sintomáticas.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.