Bula do Artesunato + Mefloquina Farmanguinhos para o Profissional

Bula do Artesunato + Mefloquina Farmanguinhos produzido pelo laboratorio Fundação Oswaldo Cruz
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento

O conteúdo abaixo foi extraído automaticamente da bula original disponibilizada no portal da ANVISA.

Bula do Artesunato + Mefloquina Farmanguinhos
Fundação Oswaldo Cruz - Profissional

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BULA COMPLETA DO ARTESUNATO + MEFLOQUINA FARMANGUINHOS PARA O PROFISSIONAL

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IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO

Antimalárico

Nome do produto: Farmanguinhos Artesunato + Mefloquina

Nome genérico: artesunato e cloridrato de mefloquina

APRESENTAÇÕES:

Comprimidos revestidos de Artesunato + Mefloquina (25 + 50) mg ou (100 + 200) mg em cartelas contendo 3 ou 6

comprimidos revestidos.

USO ORAL

USO ADULTO E PEDIÁTRICO ACIMA DE 6 MESES

COMPOSIÇÃO

Cada comprimido revestido contém:

artesunato .................................................. 25 mg

cloridrato de mefloquina ............................ 55 mg (correspondente a 50 mg de mefloquina base)

excipientes q.s.p. .................... 1 comprimido revestido.

Excipientes: celulose microcristalina, croscarmelose sódica, estearato de magnésio, opadry white(hidroxipropil

metilcelulose, dióxido de titânio, polietilenoglicol e polisorbato 80), corante azul laca FDC 2.

artesunato ....................................... 100 mg

cloridrato de mefloquina ....................220 mg (correspondente a 200 mg de mefloquina base)

INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

1. INDICAÇÕES

Farmanguinhos Artesunato + Mefloquina é indicado para o tratamento de malária aguda, sem complicações, causada

pelo Plasmodium falciparum. É indicada para casos de monoinfecção por P. falciparum, assim como para infecções

mistas por Plasmodium vivax (com tratamento subsequente de suas formas hipnozoitas).

2. RESULTADOS DE EFICÁCIA

A combinação de artesunato e mefloquina é o regime de escolha atual em vários países do mundo. Há um crescente

volume de informações sobre esta combinação em estudos na América Latina. Estudos realizados no Peru em 2000

apresentaram excelentes resultados de eficácia e boa tolerabilidade; um estudo repetido na mesma área demonstrou

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resultados consistentes após anos de implantação deste regime de tratamento. Um programa de fármacovigilância em

andamento no Peru desde novembro de 2003 confirmou um bom perfil de tolerabilidade da combinação. Estudos

clínicos em diferentes áreas de vigilância epidemiológica na Venezuela apresentaram índices de cura de 100%.

Como parte do desenvolvimento clínico dos comprimidos de Farmanguinhos Artesunato + Mefloquina, foi realizado

um estudo aberto, randomizado, comparando a co-formulação com o esquema de referência de artesunato e mefloquina

(em comprimidos separados) para o tratamento de malária não complicada por P. falciparum em uma área de resistência

a multi-medicamentos, na fronteira da Tailândia e Mianmar. Um total de 500 pacientes foi randomizado. Não houve

diferenças significativas entre os regimes de tratamento nos índices de cura ajustados por PCR no Dia 63 (comprimidos

de Farmanguinhos Artesunato + Mefloquina: 88.7%; combinação de artesunato e mefloquina em separado: 88.8%; p

= 0.9697). A probabilidade de parasitas livres remanescentes no Dia 63 foi também analisada pelo método de Kaplan-

Meier; não foram observadas diferenças significativas entre os regimes de tratamento (p= 0.6112). A diferença na

proporção de pacientes com febre após o início do tratamento foi também comparada; nenhuma diferença

estatisticamente significativa foi observada entre a co-formulação e a combinação de artesunato e mefloquina. Em

análise dos dados do estudo publicados por Ashley et al. os índices de cura ajustadas por PCR no dia 63 dias foram de

91.9% (95% IC 88.2–95.6) no grupo recebendo o comprimido de Farmanguinhos Artesunato+ Mefloquina e de 89.2%

(85.0–93.4) no grupo tratado com combinação de Artesunato e Mefloquina em separado (P = 0.3).

Apesar dos critérios de inclusão deste estudo permitirem o recrutamento de pacientes com mais de 6 meses de idade,

poucos pacientes com menos de 1 ano de idade foram incluídos (2 pacientes tratados com a co-formulação e 1 paciente

com a combinação livre). Um total de 45 pacientes na faixa etária de 1.1 a 6 anos de idade foi incluído neste estudo (27

pacientes tratados com a co-formulação e 18 pacientes tratados com os medicamentos em separado). Um total de 35

pacientes com peso > 60 kg foi incluído neste ensaio (19 tratados com a co-formulação e 16 pacientes tratados com

combinação em separado). Não houve diferença no padrão de resposta parasitológica nas diferentes categorias de idade

e peso (embora os números sejam pequenos para tratamento estatístico).

Um estudo adicional, com desenho aberto e randomizado, avaliou a segurança, eficácia e perfil de farmacocinética dos

comprimidos Farmanguinhos Artesunato + Mefloquina e o esquema de referência de artesunato e mefloquina

administrados como medicamentos em separado no tratamento de malária aguda não complicada por P. falciparum na

Tailândia. Um total de 50 pacientes adultos com malária por P. falciparum foram recrutados e randomizados a um dos

dois grupos de tratamento (25 pacientes por grupo). Não houve diferença estatística significativa entre os grupos

tratados com a co-formulação e medicamentos separados com relação aos índices de cura parasitológica no 28º dia, a

proporção de pacientes com parasitemia e febre e proporção de pacientes com gametócitos em cada visita.

3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS

Farmacodinâmica

O artesunato é um derivado da artemisinina. Os derivados da artemisinina são os medicamentos mais ativos contra a

malária atualmente disponíveis. Elas agem rapidamente e obtêm redução de índices de parasitas de 104

-105

por ciclo de

vida assexuada.

O artesunato e seu principal metabólito, a di-hidroartemisinina, são tóxicos aos parasitas de malária em concentrações

nanomolares. O medicamento é absorvido prioritariamente por hemácias infectadas por parasitas, o que determina sua

ação seletiva contra a malária. Esta absorção por hemácias infectadas é rápida e saturável, e, ao menos em parte,

dependente de energia metabólica. In vitro, o artesunato demonstrou ampla especificidade, agindo em todos os estágios

assexuados do P. falciparum: anéis, trofozoítas, esquizontes e formas jovens, mas não em gametócitos maduros.

A atividade das artemisininas é relacionada ao farmacóforo trioxano, no entanto, seu mecanismo de ação preciso em

hemácias parasitadas não foi inteiramente elucidado. Experimentos recentes sugerem que a artemisinina é ativada

inicialmente por ferro parasitário, resultando em inibição da Ca(2+)-ATPase (SERCA) PfATP6, existente no exterior

do retículo sarco-endoplasmático do parasita.

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A mefloquina é um agente antimalárico com atividade esquizonticida altamente ativa, mas não gametocida. É ativa

contra P. falciparum resistentes a cloroquina.

O mecanismo de ação exato da mefloquina não é claro. Esta possui, no entanto, uma alta afinidade por membranas

eritrocitárias, com atividade relacionada presumivelmente a sua interferência na polimerização de heme.

Para o tratamento de malária P. falciparum resistente, a Organiação Munidal da Saúde recomenda o uso de um

medicamento antimalárico convencional, como a mefloquina, com um derivado da artemisinina, como o artesunato. Ao

combinar os medicamentos com diferentes modos de ação´entre os quais um análogo da artemisinina, a eficácia

melhora, o número de gametócitos se reduz, favorecendo uma possível redução na transmissão da malária, e o

desenvolvimento de resistência ao medicamento pode ser adiado. Entre janeiro de 1992 e junho de 2005, 18 estudos

clínicos foram realizados na fronteira Tailândia-Mianmar avaliando-se a segurança e eficácia das várias dosagens de

mefloquina em combinação com um derivado da artemisinina (artesunato ou artemether) durante um dia ou mais,

frequentemente durante três dias, no tratamento de malária P. falciparum sem complicações. Esta vasta experiência com

a combinação de artesunato e mefloquina no tratamento da malária P. falciparum multi-resistente nas áreas de baixa

transmissão da Tailândia Ocidental demonstrou índices altos de cura (>95%) mantidos durante mais de 10 anos, com

redução dos níveis de transmissão e sensibilidade in vitro de mefloquina aumentada.

Farmacocinética

O artesunato administrado via oral é rapidamente metabolizado por esterases plasmáticas e intestinais no metabólito

ativo, diidroartemisinina (DHA). Artesunato e DHA são absorvidos rapidamente no trato gastrointestinal. Sua

biodisponibilidade é alta. A ligação protéica, principalmente à albumina, é relatada como sendo de 43% para DHA e

59% para artesunato. A DHA é excretada principalmente pela urina, com menos de 1% de artesunato não-modificado

presente na urina e fezes.

A mefloquina é absorvida do trato gastrointestinal, sendo ampla e rapidamente distribuída através do corpo. Os tempos

médios para concentração máxima variam de 6 a 24 horas. Os níveis plasmáticos são mais elevados em pacientes com

malária do que em indivíduos sadios. A mefloquina está em 98% ligada às proteínas plasmáticas e é parcialmente

metabolizada no fígado em carboxi-mefloquina e vários outros metabólitos. A mefloquina tem uma meia-vida longa de

15- 33 dias. A eliminação ocorre principalmente pelas fezes, mas mefloquina não-modificada (9%) é também

encontrada na urina.

Um estudo farmacocinético de desenho cruzado em duas etapas com 24 voluntários normais foi realizado para avaliar a

biodisponibilidade da co-formulação e combinação livre de Artesunato e Mefloquina. A tabela abaixo resume os

parâmetros farmacocinéticos principais.

Tabela 1 - Parâmetros farmacocinéticos

Parâmetro farmacocinético

AS

(n=23)

DHA

(n=24)

MQ

Cmax (ng/ml) (média geométrica) 124.7 630.6 687.14

ASCo-t (ng hr/ml) (média geométrica) 105.21 1570.95 3.04E+05

Cmax normalizado (ng/ml) (média geométrica) 34.42 - 94.53

ASC0-t normalizado (ng/ml) (média geométrica) 29.03 - 4.183E+04

Tmax (h) (média) 0.61 1.43 37.04

AS=Artesunato; DHA=Dihidroartemisinina; MQ=Mefloquina

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A biodisponibilidade de AS/DHA foi semelhante em termos de velocidade e extensão da absorção após administração

da co-formulação Farmanguinhos Artesunato + Mefloquina e da combinação de medicamentos em separado. A

velocidade de absorção de mefloquina demonstrou-se mais lenta com a co-formulação, no entanto o total de exposição

plasmática de mefloquina foi comparável.

Dados de Segurança Pré-clínica

Abundantes infomações são disponíveis a respeito do uso clínico desta associação e estudos pré-clinicos dos compostos

individuais. No curso do desenvolvimento desta co-formulação, no entanto, novos ensaios com 5-dias de administração

em doses repetidas em cães e ratos foram realizados.

Nos estudos de dose repetida em ratos, demonstrou-se uma redução da ingesta alimentar, diminuição de peso corporal e

diarréia. Em um dos estudos em ratos, foi observada degeneração hepática vacuolar e hemotoxicidade. Mortalidade

isolada foi observada nos estudos com doses repetidas em ratos. Causa(s) de morte não foram totalmente explicadas, no

entanto nenhum padrão claro de mortalidade foi observado.

Os dados compilados nos estudos toxicológicos em cães não demonstraram nehum achado notável: apenas, e

principalmente, vômitos e diarréia.

Genotoxicidade

Compostos individuais já haviam sido qualificados anteriormente com realização de testes de genotoxicidade. Não

obstante, um conjunto completo de estudos foi realizado para artesunato e mefloquina administrados isoladamente e em

combinação.

Nos testes Ames, na primeira experiência com TA98 com ausência de S9, a combinação de artesunato-mefloquina

apresentou resultados positivos de mutagenicidade. Em dois experimentos subsequentes, os resultados foram negativos.

Testes de aberrações cromossômicas apresentaram resultados negativos. Um efeito dose-resposta não foi registrado. Nas

condições do estudo, a mefloquina isolada ou em combinação demonstrou aumento de aberrações cromossômicas na

dose máxima administrada. Foi estabelecida uma margem de segurança satisfatória.

Avaliação de carcinogenicidade com a administração da mefloquina durante 2 anos em ratos e camundongos não

demonstrou aumento no número de tumores nos animais.

Estudos de Reprodução

Não foram realizados estudos de reprotoxicidade com a associação de artesunato e mefloquina. O artesunato é

embriotóxico em ratos, coelhos e macacos, não existindo margem de segurança estabelecida para absorção fetal.

4. CONTRA-INDICAÇÕES

Farmanguinhos Artesunato + Mefloquina não é recomendado para tratamento em crianças com menos de 6 meses de

idade e/ou pesando menos que 5kg (veja POSOLOGIA).

A malária falciparum é uma doença grave, principalmente em viajantes, gestantes, crianças e naqueles com pouca ou

nenhuma imunidade. Em caso de risco de morte do paciente, se existirem alternativas limitadas de medicamentos

eficazes contra a malária, Farmanguinhos Artesunato + Mefloquina deve ser considerado como opção terapêutica

mesmo na presença de contra-indicações.

Farmanguinhos Artesunato + Mefloquina não deve ser administrado a pacientes com:

• histórico de terapia recente com halofantrina;

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• histórico de doença psiquiátrica (depressão, distúrbio afetivo bipolar, neurose de ansiedade grave) – a mefloquina

pode precipitar ou exacerbar esses distúrbios;

• epilepsia - mefloquina pode aumentar o risco de convulsões;

• hipersensibilidade conhecida à mefloquina, ou compostos relacionados tais como a quinina;

• hipersensibilidade conhecida ao artesunato e outras artemisininas.

Este medicamento é contra-indicado para menores de 6 meses.

Este medicamento é contra-indicado para uso por gestantes no primeiro trimestre de gravidez.

5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES

Avisos especiais e Precauções de uso:

Indivíduos que utilizem Farmanguinhos Artesunato + Mefloquina para o tratamento de malária devem receber o

tratamento completo, assegurando-se a repetição de doses em caso de vômito.

Dados sobre efeitos eletrocardiográficos de Farmanguinhos Artesunato + Mefloquina são limitados. Em um estudo

de Farmanguinhos Artesunato + Mefloquina em pessoas saudáveis, não houve prolongamento significativo ou

encurtamento nos valores médios QT e QTc. Anormalidades morfológicas insignificantes como ritmo atrial ectópico,

intervalo PR curto e alterações não específicas de ondas T foram notados após o tratamento. Em um estudo em

pacientes com malária, houve um aumento no intervalo QTc atribuído à redução no ritmo cardíaco em paralelo a

diminuição da febre.

O tratamento e profilaxia com mefloquina foram associados, em raras instâncias, a distúrbios de condução cardíaca

clinicamente significativos. Deve haver cautela ao usar Farmanguinhos Artesunato + Mefloquina em pacientes com

alteração de condução cardíaca subjacente e distúrbios arrítmicos conhecidos.

Farmanguinhos Artesunato + Mefloquina não deve ser administrado a pacientes epiléticos. No entanto, se não houver

outra escolha, profissionais de saúde devem estar cientes de que a mefloquina reduz os níveis plasmáticos de

anticonvulsivantes.

Efeito na Capacidade de dirigir e operação de máquinas

Pelo fato da mefloquina ter causado tonteira e grave vertigem, pacientes que apresentem estes efeitos colaterais durante

o tratamento ou em que tais efeitos persistam após o tratamento com Farmanguinhos Artesunato + Mefloquina não

devem dirigir, operar máquinas ou realizar tarefas que exijam um alto grau de destreza psicomotora e/ou manual.

Uso durante a gravidez(Categoria de risco D) : este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem

orientação médica. Informe imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez.

Mulheres grávidas com malária sintomática aguda são um grupo de alto risco e devem receber medicamentos

antimalária eficazes. A malária na gravidez está associada com baixo peso ao nascimento, anemia aumentada e, em

áreas de baixa transmissão, a um maior risco de malária grave com consequente aumento da mortalidade materna e

fetal.

Nos últimos anos, houve um aumento da experiência com o uso de derivados da artemisinina em gestações no segundo

e terceiro trimestres (mais de 1000 gestações bem documentadas). Nestes estudos, não foram documentados efeitos

adversos para mãe ou feto. De acordo com as diretrizes de tratamento da Organização Mundial da Saúde 2010, a

avaliação atual de benefícios do tratamento comparada aos riscos potenciais sugere que os derivados da artemisinina

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devem ser usados no segundo e no terceiro trimestres de gravidez, mas NÃO devem ser usados no primeiro trimestre até

que mais informações se tornem disponíveis. A mefloquina foi associada com um risco aumentado de natimortos em

amplos estudos retrospectivos observacionais na Tailândia, mas não em estudos em Malawi.

É importante ressaltar, no entanto, que o tratamento antimalárico efetivo não deve ser postergado em mulheres grávidas.

Uso durante a lactação: como a mefloquina está presente no leite materno, Farmanguinhos Artesunato +

Mefloquina não deve ser administrado a mães no curso do aleitamento ou a amamentação deve ser interrompida

durante o período de tratamento. Relatos isolados na Tailândia sugerem que crianças amamentadas por mães tratadas

6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

Nenhum estudo formal de interação medicamentosa foi conduzido com Farmanguinhos Artesunato + Mefloquina.

Alimentos

Não há dados clínicos em pacientes sobre o efeito de alimentos na ação da mefloquina quando administrada em

combinação com o artesunato. Embora haja um aumento significativo na ASC de mefloquina com alimentos em

voluntários saudáveis, esse efeito é menos evidente em pacientes.

Medicamentos Antimaláricos

O prolongamento do intervalo QT observado com tratamento de halofantrina é potenciado com a terapia concomitante

de mefloquina para malária falciparum. Como a halofantrina é conhecida como causadora de prolongamento fatal do

intervalo QTc, Farmanguinhos Artesunato + Mefloquina não deve ser administrado juntamente com a halofantrina.

Farmanguinhos Artesunato + Mefloquina pode ser dado três semanas após a halofantrina, para permitir tempo

suficiente para eliminação da halofantrina. Se halofantrina for prescrita para pacientes que tenham recentemente

recebido Farmanguinhos Artesunato + Mefloquina, é sugerido um intervalo de três meses.

Co-admnistração de mefloquina e quinino produz um aumento modesto do intervalo QTc em pacientes e voluntários.

Nestes últimos, o intervalo QTc não aumentou significativamente após administração de quinino ou mefloquina de

forma isolada. A importância destes dados não é clara e não existem provas de interação clínica adversa relevante entre

esses compostos.

Uso concomitante de mefloquina com a cloroquina ou quinino pode aumentar o risco de convulsões, existindo a

possibilidade deste risco aumentado também se aplicar a associação Farmanguinhos Artesunato + Mefloquina.

Não há evidências de uma interação clinicamente significativa entre artesunato, mefloquina e arteméter-lumefantrina.

Efeitos cardíacos adversos são improváveis com a co-administração de arteméter-lumefantrina e Farmanguinhos

Artesunato + Mefloquina.

Anti-hipertensivos e Antiarrítmicos

Vários medicamentos de uso em patologias cardíacas (por exemplo, quinidina, amiodarona, sotalol, disopiramida) são

conhecidos por prolongar o intervalo QTc. Existe a possibilidade teórica que este prolongamento possa ser aumentado

pelo uso concomitante de Farmanguinhos Artesunato + Mefloquina.

O tratamento antimalárico com vários tipos de medicamentos, entre os quais Farmanguinhos Artesunato +

Mefloquina, resulta em uma lentificação da frequência cardíaca relacionada à resolução do processo febril. Pacientes

que estejam tomando drogas que reduzem a frequência cardíaca, por exemplo, digoxina, β-bloqueadores, verapamil,

diltiazem, ivabradina podem ter uma resposta cardiovascular enfraquecida e um pulso basal mais lento comparado a

indivíduos normais após a cura da malária.

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Outros medicamentos que produzem prolongamento QTc

Vários medicamentos estão associados com o prolongamento de QTc, por exemplo, antidepressivos tricíclicos,

fenotiazinas, haloperidol, pimozida, terfenadina, astemizol, moxifloxacina, cisaprida, e metoclopramida. Há uma

possibilidade teórica de que o prolongamento de QTc possa ser aumentado com o uso concomitante de Farmanguinhos

Agentes antimicrobianos (exceto os antimaláricos)

Concentrações de mefloquina são aumentadas com a co-administração de ampicilina e tetraciclina. As concentrações de

mefloquina são reduzidas com o uso concomitante com rifampicina.

Há um relato isolado de risco aumentado de arritmia ventricular com o uso concomitante de mefloquina e uma nova

quinolona, moxifloxacina. A moxifloxacina é conhecida por prolongar o intervalo QTc tanto em modelos clínicos como

pré-clínicos. Existe uma possibilidade teórica de um prolongamento do intervalo de QTc e arritmias cardíacas com a co-

administração de moxifloxacina e Farmanguinhos Artesunato + Mefloquina.

Anticonvulsivantes

Farmanguinhos Artesunato + Mefloquina não deve ser administrado a pacientes epiléticos. No entanto, se não houver

outra escolha, profissionais de saúde devem estar cientes de que a mefloquina reduz os níveis plasmáticos de

anticonvulsivantes (por exemplo carbamazepina, fenobarbital, fenitoina, ácido valpróico). Ajuste de dose do tratamento

anticonvulsivo pode ser necessário com a administração de comprimidos de Farmanguinhos Artesunato +

Mefloquina.

Vacinas

A mefloquina pode causar atenuação da vacina oral de febre tifóide (Ty21). Especialistas recomendam a conclusão do

curso de vacinação para febre tifóide antes de iniciar a profilaxia com a mefloquina, com intervalos de tempo variando

em um máximo de uma semana. Profissionais de saúde não devem atrasar o início de tratamento por malária falciparum

com Farmanguinhos Artesunato + Mefloquina mesmo se o curso da vacina oral de febre tifóide não tenha sido

terminado.

7. CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO

Farmanguinhos Artesunato + Mefloquina deve ser conservado em sua embalagem original, em temperatura ambiente

(15 a 30°C), protegido da luz e umidade.

Número de lote e data de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.

Aspecto Físico

Os comprimidos revestidos de Farmanguinhos Artesunato + Mefloquina são redondos, lisos, biconvexos e de cor

azul.

Características Organolépticas

Os comprimidos não possuem sabor ou odor característico.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.

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Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

8. POSOLOGIA E MODO DE USAR

Dose recomendada

A dose de Farmanguinhos Artesunato + Mefloquina se baseia em quatro categorias de idade-peso (Tabela 2). Para

uma determinada categoria de dose, a dose efetiva mg/kg dada, será a melhor aproximação da dose-alvo de cada

medicamento (4 mg/kg para artesunato e 8 mg/kg para mefloquina, correspondendo à dose total de 12 mg/kg e 24

mg/kg, respectivamente).

Tabela 2. Dose recomendada de artesunato e mefloquina para um tratamento de 3 dias, de acordo com quatro

categorias de peso e idade:

Peso (Kg) Idade Dose recomendada por 3 dias

5 a < 9 kg 6 -11 meses 1 comprimido de (25+50) mg em dose única diária

9 a < 18 kg 1-6 anos 2 comprimidos de (25+50) mg em dose única diária

18 a 29 kg 7 –12 anos 1 comprimido de (100+200) mg em dose única diária

≥ 30 kg 12 anos e acima 2 comprimidos de (100+200) mg em dose única diária

No caso de haver possibilidade de pesar o paciente (adulto ou criança), a dose calculada por peso deve ser

utilizada.

Farmanguinhos Artesunato + Mefloquina (25+50) mg não é recomendado para tratamento em crianças com menos

de 6 meses de idade e/ou pesando menos que 5kg. Em pacientes nos extremos de peso para suas faixas etárias (em caso

de desnutrição ou obesidade), a dose deve ser ajustada com base no peso do paciente. Em pacientes adultos pesando

mais de 80 kg, deve ser prescrita a dose de três comprimidos de maior potência diariamente por três dias e aconselhar ao

paciente a retornar se não houver melhora clínica dentro das primeiras 48 a 72 horas.

No curso de um tratamento completo, se não houver melhora dentro de 48 –72 horas o paciente deve ser reavaliado.

Se ocorrer vômito dentro de 30 minutos da administração do medicamento, uma dose completa de Farmanguinhos

Artesunato + Mefloquina deve ser admnistrada. Em caso de vômito após 1 hora da tomada, meia dose de

Farmanguinhos Artesunato + Mefloquina deve ser administrada.

Instruções de uso

Você deve tomar os comprimidos Farmanguinhos Artesunato + Mefloquina inteiros com um pouco de líquido.

Este medicamento não deve ser partido ou mastigado.

USO EM IDOSOS, CRIANÇAS E OUTROS GRUPOS DE RISCO

Embora os dados disponíveis sejam limitados, nenhum ajuste à dose adulta é recomendado para pacientes idosos,

pacientes com insuficiência renal e pacientes com insuficiência hepática moderada ou leve.

9. REAÇÕES ADVERSAS

Em estudos clínicos da co-formulação de Farmanguinhos Artesunato + Mefloquina, foram observados eventos

adversos em cerca de 50% dos pacientes tratados. Estes eventos geralmente ocorrem dentro dos primeiros 28 dias após

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início do tratamento e foram relatados como leves e relativamente breves em duração. Os eventos adversos mais

freqüentemente relatados ocorreram nas categorias de “Distúrbios do Sistema Nervoso” e “Distúrbios Gastrintestinais”.

Os eventos adversos mais comumente relatados são: tonteira, distúrbio do sono e vômitos, relatados em >10% dos

pacientes (veja TABELA 3).

Uma análise sistemática de tolerabilidade envolvendo 5277 pacientes recrutados em 18 ensaios clínicos com diferentes

regimes de associação de artesunato e mefloquina demonstrou que estes medicamentos são relativamente bem

tolerados. Os eventos adversos mais frequentes, alguns dos quais são comuns à doença em si, foram neurológicos

(tonteira, distúrbios do sono, cefaléia) e gastrintestinais (vômito, náusea, anorexia, diarréia). Combinações usando

doses divididas de mefloquina reduzem o risco de vômito precoce em 30%, náusea em 50%, dor abdominal em 52% e

fraqueza em 48% comparado a esquemas de tratamento usando uma dose única de mefloquina. Em geral, o esquema de

tratamento com mefloquina em uma dose diária similar à da co-formulação artesunato-mefloquina apresentou o melhor

perfil de segurança, com uma densidade-incidência de eventos adversos em 28 dias reduzida em comparação a outras

combinações de artesunato-mefloquina. A incidência de reações neuropsiquiátricas graves nesta análise foi estimada

em 2 por 1000.

Na literatura médica, outros eventos adversos relatados com artesunato em combinações com mefloquina, incluem

fraqueza, urticária/erupção cutânea, calafrios, tremor, confusão e parestesias. Graves eventos adversos

neuropsiquiátricos (depressão, surtos maníacos e psicose aguda) e hemoglobinúria foram relatados raramente.

Tabela 3: Eventos adversos em estudos clínicos

Distúrbios gastrintestinais

Muito frequente Vômito

Frequente Náusea, dor abdominal, diarréia

Distúrbios do sistema nervoso

Muito frequente Tonteira

Frequente Dor de cabeça

Distúrbios psiquiátricos

Muito frequente Distúrbio do sono

Infrequente Alucinação (visual)

Distúrbios do metabolismo e da nutrição

Frequente Anorexia

Distúrbios gerais e condições de local de

administração

Frequente Fadiga

Distúrbios cardíacos

Frequente Palpitações

Distúrbios músculo-esqueléticos e do tecido conectivo

Frequente Mialgia, artralgia

Distúrbios do ouvido e labirinto

Frequente Diminuição da audição

Infecções e infestações

Frequente Recrudescência de malária

Distúrbios hepatobiliares

Comum Hiperbilirrubinemia

Infrequente Hepatite

Distúrbios oculares

Infrequente Visão turva, perturbação visual

Distúrbios de pele e subcutâneos

Infrequente Prurido

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Atenção: este produto é um medicamento que possui nova associação no país e, embora as pesquisas tenham

indicado eficácia e segurança aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado corretamente, podem ocorrer

eventos adversos imprevisíveis ou desconhecidos. Neste caso, notifique os eventos adversos pelo Sistema de

Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA, disponível em

http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.

CASO TENHA CONHECIMENTO DE QUALQUER EVENTO ADVERSO, ENTRE EM CONTATO COM NOSSO

SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO CIDADÃO. SUA INFORMAÇÃO É MUITO IMPORTANTE PARA QUE A

QUALIDADE E O USO RACIONAL DESTE MEDICAMENTO SEJAM MANTIDOS.

10. SUPERDOSE

Em caso de superdose, os sintomas descritos em REAÇÕES ADVERSAS podem ser mais pronunciados; sintomas

cardíacos, hepáticos e neurológicos foram relatados. Pacientes devem ser monitorados por eletrocardiograma e

observados quanto a sintomas neuropsiquiátricos por ao menos 24 horas. Suporte deve ser fornecido, conforme

indicação clínica.

Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.

Cuidado! Todas as informações contidas neste site têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.