Bula do Ártico produzido pelo laboratorio Eurofarma Laboratórios S.a.
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
Ártico
Bula para profissional da saúde
Pó para solução oral
1,5 G + 1,2 G
VERSÃO 03 DA RDC 47- esta versão altera a Versão 02
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ÁRTICO
sulfato de glicosamina + sulfato sódico de condroitina
FORMAS FARMACÊUTICAS E APRESENTAÇÕES
Pó para solução oral em sachês contendo 1,5 g de sulfato de glicosamina e 1,2 g de sulfato sódico de condroitina.
Embalagens com 10 ou 30 sachês de dose única.
USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO:
Cada sachê contém:
sulfato de glicosamina (sob a forma de sulfato de glicosamina cloreto sódico) ........................................................... 1,5 g
sulfato sódico de condroitina........................................................................................................................................ 1,2 g
excipientes* ............................................................................................................................................................q.s.p. 5 g
* povidona, corante amarelo crepúsculo, ácido cítrico, sucralose, aroma de laranja, bicarbonato de sódio e sorbitol.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
ÁRTICO (sulfato de glicosamina + sulfato sódico de condroitina) é uma formulação oral indicada no tratamento das
osteoartroses primárias e secundárias.
A administração do sulfato de glicosamina e do sulfato de condroitina em associação é preconizada por sociedades
científicas internacionais como a European League Against Rheumatism (EULAR) e a Osteoarthritis Research Society
International (OARSI) e pela Sociedade Brasileira de Reumatologia. Estes agentes têm se mostrado eficazes no alívio
sintomático e no controle da progressão da doença, mostrando-se seguros e bem tolerados, respondendo assim à
necessidade da população acometida pela osteoartrose (OA).
ÁRTICO (sulfato de glicosamina + sulfato sódico de condroitina) demonstrou eficácia e segurança em estudo clinico
fase III multicêntrico, randomizado e duplo-cego no tratamento de osteoartrose do joelho e no alívio dos sinais e
sintomas estudados, não havendo diferença significativa com relação ao medicamento comparador.
Foram incluídos no estudo, após preencherem os critérios de inclusão e exclusão designados no protocolo clínico, 100
pacientes com idade superior a 40 anos, de ambos os sexos, e pertencentes a diversos grupos étnicos, portadores de
osteoartrose nos joelhos comprovada através de exame radiológico. Noventa e cinco pacientes receberam a
administração da medicação em estudo uma vez o dia, pela manhã, durante no mínimo um mês. Dentre estes, 77
pacientes completaram o estudo, realizando tratamento de 120 dias. Ao final do tratamento, realizou-se avaliação
através da Escala Visual Analógica (EVA), avaliação do investigador através da Escala de Likert (dor e consumo de
medicação resgate) e avaliação de tolerabilidade baseada na ocorrência de eventos adversos relacionados à medicação
utilizada seguindo os critérios estabelecidos na avaliação de causalidade.
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A distribuição demográfica da população do estudo apresentou homogeneidade entre os dois grupos de tratamento com
predominância do sexo feminino e maior presença de pacientes da raça caucasiana. (Tabela 1).
A avaliação final do investigador foi estabelecida com base em sua opinião, somada com o resultado da diminuição dos
sinais e sintomas através da EVA, consumo de medicação resgate para dor e avaliação clínica (figuras 1, 2 e 3).
A avaliação da evolução de intensidade dos sinais e sintomas foi baseada em questionários respondidos pelos próprios
pacientes. Da análise desses dados, observou-se que todos os sinais e sintomas analisados apresentaram uma melhora
estatisticamente significante (p<0,005 quando comparados os questionários pré e pós-tratamento) em ambos os grupos
estudados (figuras 1 e 2).
Figura 1: Avaliação dos sintomas comparando o questionário pré e pós-tratamento através da EVA para pacientes
tratados com Ártico cápsulas (sulfato de condroitina e sulfato de glicosamina)(valores expressos em média). * P<0,05
em relação ao respectivo parâmetro pré-tratamento (Teste T).
Figura 2 - Avaliação dos sintomas comparando o questionário pré e pós-tratamento através da EVA para pacientes
tratados com o comparador (valores expressos em média). * P<0,05 em relação ao respectivo parâmetro pré-
tratamento (Teste T).
O investigador também avaliou a eficácia dos tratamentos comparados, utilizando-se da escala de Likert, analisando os
parâmetros dor, consumo de medicação resgate, avaliação clínica e a avaliação de eficácia através da EVA. Esta
avaliação revelou que a maioria dos pacientes apresentou classificação “ótima”, “muito boa” e “boa” (67 pacientes) em
ambos os grupos de tratamento, sendo que a classificação que mais se destacou foi a “excelente” (28 pacientes). Não
houve diferença significante entre os dois tratamentos (Figura 3).
A segurança dos tratamentos com a associação em teste e o medicamento referência foi estabelecida através da
avaliação da tolerabilidade. De forma semelhante, ambos os grupos de tratamento apresentaram tolerabilidade ótima
para a grande maioria dos pacientes, 94,7% ou 90 pacientes e não houve diferença significante entre os grupos
comparados (Figura 4).
O tratamento com a associação de Ártico cápsulas (sulfato de glicosamina + sulfato sódico de condroitina) apresentou
bons resultados na avaliação de eficácia (classificada na maioria dos pacientes como “ótima”, “muito boa” e “boa”). Não
houve diferença significante entre os dois grupos comparados.
O tratamento com Ártico cápsulas (sulfato de glicosamina + sulfato sódico de condroitina) apresentou uma tolerabilidade
ótima, demonstrando ser seguro sem diferença significativa entre os grupos tratados. Desta forma, os resultados obtidos
demonstraram a eficácia e a segurança do uso de Ártico cápsulas (sulfato de glicosamina + sulfato sódico de condroitina)
no tratamento de osteoartrose do joelho e no alívio dos sinais e sintomas estudados, não havendo diferença significante
com relação ao medicamento comparador.
Referência: Brandão GC, Korukian M, Brandão DC et al. Associação de sulfato de glicosamina e sulfato de
condroitina para pacientes portadores de osteoartrose de joelho. Rev Bras Med. 2009;66(11):405-408.
Propriedades Farmacocinéticas e Farmacodinâmicas
Glicosamina
A glicosamina é um aminossacarídeo que constitui o principal componente das glicosaminoglicanas que formam a
matriz de todos os tecidos conjuntivos, incluindo o tecido conjuntivo cartilaginoso. É produzida no organismo pela
união de um grupo amino à glicose, molécula posteriormente acetilada à acetil-glicosamina. A glicosamina não se
encontra ligada e sim incorporada a proteínas plasmáticas, principalmente a globulinas, apresentando um volume de
distribuição de 2,5L. Após administração oral, sua biodisponibilidade é de aproximadamente 26% e seu início de ação
na osteoartrose (OA) se dá em 2 a 3 semanas.
A glicosamina sofre extensa metabolização hepática, originando moléculas menores, dióxido de carbono, água e ureia.
Sua excreção se dá principalmente por via renal, sendo também excretada em menor proporção por via fecal e pulmonar
e apresenta uma meia-vida de eliminação de 70 horas.
Os mecanismos de ação da glicosamina incluem aumento da síntese de proteoglicanas (glicosaminoglicanas associadas
a proteínas) e redução da degradação de condrócitos. Demonstrou-se que a adição de glicosamina a culturas de
condrócitos humanos obtidos a partir de cartilagens de pacientes portadores de OA proporciona um estímulo dose-
dependente da síntese de proteoglicanas. A glicosamina também inibe enzimas tais como a colagenase, a fosfolipase A2
e enzimas lisossomais, reduzindo danos teciduais à cartilagem. A glicosamina inibe vários mediadores pró-
inflamatórios como o óxido nítrico (NO), a cicloxigenase-2 (COX-2) e metaloproteases.
Demonstrou-se in vitro que o sulfato de glicosamina reduz a síntese de prostaglandina E2 (PGE2) e age sobre o fator de
transcrição nuclear kappa B em condrócitos e células sinoviais.
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Condroitina
O sulfato de condroitina é uma glicosaminoglicana responsável por propriedades biomecânicas fundamentais da
cartilagem tais como resistência e elasticidade. Constitui um componente importante da matriz extracelular do tecido
conjuntivo de inúmeros tecidos como cartilagem, osso, tendões, ligamentos e pele. Corresponde a uma
glicosaminoglicana sulfatada constituída por longas cadeias de polissacarídeos contendo estruturas repetidas de
dissacarídeos compostos por N-acetil-galactosamina e ácido glicurônico. É rapidamente absorvido pelo trato
gastrointestinal, com biodisponibilidade variando entre 10% e 20% e pico de concentração plasmática 2 horas após
administração oral, aumentando em até 6 horas.
Uma característica importante do sulfato de condroitina é sua capacidade de se acumular nos tecidos articulares: após
administração oral em humanos, um elevado conteúdo de sulfato de condroitina radiomarcado foi detectado em tecidos
articulares como líquido sinovial e cartilagem. A meia-vida plasmática aproximada do sulfato de condroitina e seus
derivados é de 15 horas.
Com base em sua eficácia clínica, observou-se que 50% de seu efeito máximo está presente 35 dias após administração
oral em pacientes portadores de OA e seu efeito máximo em 3 a 6 meses. O sulfato de condroitina não é metabolizado
pelo citocromo P450, o que limita sua interação com outras medicações.
O sulfato de condroitina age ao nível do osso subcondral e da membrana sinovial, atuando sobre o desequilíbrio ósseo
que se observa na OA e reduzindo o derrame articular presente em grande número de pacientes acometidos pela doença.
Sua ação na OA envolve quatro mecanismos principais: inibição da síntese de mediadores inflamatórios, inibição da
síntese de enzimas catabolizantes, estímulo à síntese de componentes da matriz cartilaginosa e redução da apoptose dos
condrócitos articulares.
Seu mecanismo de ação na OA se baseia em sua atividade anti-inflamatória e na promoção da síntese de proteoglicanas.
O sulfato de condroitina também promove redução da atividade catabólica de condrócitos e inibe algumas enzimas
proteolíticas e mediadores inflamatórios tais quais TNF-α, IL-1β, COX-2, PGE2, NFκB. Demonstrou-se que o sulfato
de condroitina reduz a síntese de NO articular, um mediador implicado na degradação da cartilagem.
O uso deste medicamento é contraindicado em caso de hipersensibilidade conhecida ao sulfato de glicosamina, sulfato
sódico de condroitina e/ou demais componentes da formulação, em pacientes grávidas, lactantes, pacientes com
fenilcetonúria e pacientes com insuficiência renal grave.
Gravidez: Categoria de Risco C
Devido à inexistência de dados do uso de ÁRTICO (sulfato de glicosamina + sulfato sódico de condroitina) durante a
gravidez, não deve ser utilizado nesta condição.
Este medicamento deve ser utilizado apenas se o benefício potencial justificar o risco potencial para o feto.
Lactação:
Não existem informações sobre a passagem do medicamento para o leite materno, sendo desaconselhado seu uso nesta
condição. As lactantes sob tratamento não devem amamentar.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Este medicamento é contraindicado para uso por pacientes grávidas, lactantes, pacientes com fenilcetonúria e
pacientes com insuficiência renal severa. Este medicamento é contraindicado para menores de 18 anos.
Esse medicamento deve ser administrado somente por via oral.
Recomenda-se cautela quanto ao uso de ÁRTICO (sulfato de glicosamina + sulfato sódico de condroitina) em
pacientes com sintomas indicativos de distúrbios gastrointestinais, história de úlcera gástrica ou intestinal,
diabetes mellitus ou na constatação de distúrbios do sistema hematopoiético ou da coagulação sanguínea devido
ao risco anticoagulante da condroitina, bem como portadores de insuficiência renal, hepática ou cardíaca.
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Se ocorrer eventualmente ulceração péptica ou sangramento gastrointestinal em pacientes sob tratamento, a medicação
deverá ser suspensa imediatamente pelo médico.
Não deve ser utilizado durante a gravidez, lactação ou em casos de fenilcetonúria. Este medicamento não deve
ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
O sulfato sódico de condroitina presente no ÁRTICO (sulfato de glicosamina + sulfato sódico de condroitina) é
um polissacarídeo de origem marinha (cartilagem de tubarão), contendo também sulfato de queratan em sua
A administração oral de sulfato de glicosamina pode favorecer a absorção gastrointestinal de tetraciclinas e reduzir a de
penicilina e cloranfenicol. A condroitina pode potencializar a ação de anticoagulantes como a varfarina e ácido
acetilsalicílico, aumentando as chances de sangramento. Assim, a administração de Ártico (sulfato de glicosamina +
sulfato sódico de condroitina) deve ser evitada em associação a estes medicamentos.
Testes laboratoriais: não se observaram diferenças significativas nos valores médios nem nos dados individuais das
provas laboratoriais e constantes vitais.
Conservar o produto em temperatura ambiente (entre 15ºC e 30º C). Proteger da luz e da umidade.
O prazo de validade do medicamento encontra-se impresso na embalagem externa.
O prazo de validade deste medicamento é de 24 meses.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Pó granulado levemente amarelado. Após reconstituição, a solução efervescente apresenta cor e sabor de laranja.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
POSOLOGIA
Um sachê por dia, dissolvido em aproximadamente 100 mL de água.
Duração do tratamento: a critério médico.
MODO DE USAR
ÁRTICO (sulfato de glicosamina + sulfato sódico de condroitina) pó para solução oral deve ser administrado por via
oral. Adicionar o conteúdo do sachê em aproximadamente 100 mL de água, agitar vigorosamente com o auxílio de uma
colher até dissolução completa e ingerir em seguida.
Os efeitos adversos mais comuns são reações de origem gastrintestinal de intensidade leve a moderada, como
desconforto gástrico e diarreia. Outros efeitos adversos mais comuns são náusea, prurido e cefaleia.
Frequência das Reações Adversas:
>1/10.000 e <1.000 (>0,01% e <0,1%) rara: Enjôo, indigestão, vômito, dor abdominal ou epigástrica, constipação,
diarreia, pirose, falta de apetite, coceira, alergia e fotosensibilidade, cefaleia, insônia, sonolência.
>1/100.000 (<0,01%) muito rara: Inchaço, palpitação, hipertensão reversível.
Atenção: este produto é um medicamento novo e, embora as pesquisas tenham indicado eficácia e segurança
aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado corretamente, podem ocorrer eventos adversos imprevisíveis ou
desconhecidos. Nesse caso, notifique os eventos adversos pelo Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária
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NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária
Estadual ou Municipal.