Bula do Asercit para o Profissional

Bula do Asercit produzido pelo laboratorio Fresenius Kabi Brasil Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento

O conteúdo abaixo foi extraído automaticamente da bula original disponibilizada no portal da ANVISA.

Bula do Asercit
Fresenius Kabi Brasil Ltda - Profissional

Download
BULA COMPLETA DO ASERCIT PARA O PROFISSIONAL

Asercit BU 04 PS

jun/14

ASERCIT

Fresenius Kabi

Pó liófilo injetável

100 e 200 mg

dacarbazina

FORMAS FARMACÊUTICAS E APRESENTAÇÕES:

100 mg. Embalagem com 1 frasco-ampola.

200 mg. Embalagem com 1 frasco-ampola.

USO INTRAVENOSO

USO ADULTO E PEDIÁTRICO ACIMA DE 2 ANOS DE IDADE

COMPOSIÇÃO:

Cada frasco-ampola de ASERCIT (dacarbazina) 100 mg contém:

dacarbazina............................................................................. 100 mg

excipientes* q.s.p..................................................................... 1 frasco-ampola

*Excipientes: ácido cítrico, manitol.

Cada frasco-ampola de ASERCIT (dacarbazina) 200 mg contém:

dacarbazina............................................................................. 200 mg

INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

1. INDICAÇÕES

ASERCIT (dacarbazina) é indicado no tratamento de melanoma maligno metastático. Além disto,

ASERCIT (dacarbazina) é indicado na doença de Hodgkin, como uma terapia de segunda linha, quando

em combinação com outros agentes eficazes.

2. RESULTADOS DE EFICÁCIA

• Melanoma maligno

A eficácia da dacarbazina no tratamento do melanoma metastático foi avaliada em vários estudos clínicos.

Segundo a revisão de Serrone e cols1

, a monoterapia com dacarbazina determina uma taxa de resposta

objetiva de aproximadamente 20%, com uma duração de resposta mediana de 5 (cinco) a 6 (seis) meses e

taxas de resposta completa de 5%.

No estudo de Middleton e cols.2

, a dacarbazina na dose inicial de 250 mg/m2

/dia durante 5 (cinco) dias a

cada 21 (vinte e um) dias foi administrada a 149 (cento e quarenta e nove) pacientes ≥ 18 (dezoito) anos

de idade portadores de melanoma metastático avançado cirurgicamente irresecável. Os pacientes

deveriam ter doença mensurável e performance status (OMS) ≤ 2. Foram excluídos pacientes que já

haviam recebido tratamento prévio para doença metastática (exceto radioterapia local), ou que

apresentavam metástases em sistema nervoso central (SNC). Na população com intenção de tratamento

(ITT), o tempo de sobrevida mediano foi de 6,4 meses e o tempo de sobrevida livre de progressão

mediano foi de 1,5 meses. Resposta completa (RC), parcial (RP) e estabilização da doença foram

observadas, respectivamente, em 2,7%, 9,4% e 15,8% dos pacientes tratados.

Dentre os pacientes respondedores (RC e RP), o tempo de sobrevida global mediano foi de 20 (vinte)

meses.

Vários estudos avaliaram regimes de quimioterapia, ou bioquimioterapia, contendo dacarbazina. Legha e

cols.3

analisaram a atividade antitumoral e a toxicidade do regime, contendo cisplatina (20 mg/m2

/d por 4

(quatro) dias), vinblastina (1,6 mg/m2

/d por 4 (quatro) dias) e dacarbazina (800 mg/m2

IV no dia 1 (um))

em combinação com interferon alfa (5 x 106

U/m2

/d SC por 5 dias) e interleucina-2 (9 x 106

UI/m2

/d IV

por infusão contínua, por 4 (quatro) dias), repetidos a intervalos de 21 (vinte e um) dias, em 53 (cinquenta

e três) pacientes portadores de melanoma metastático com lesões mensuráveis, performance status

(ECOG) ≤ 2 e sem metástases sintomáticas em SNC. A resposta foi avaliada após dois ciclos, e os

pacientes que responderam continuaram o tratamento até um total de seis ciclos. Onze pacientes (21%)

alcançaram RC e 23 (vinte e três) pacientes (43%) alcançaram RP, totalizando 64% de resposta objetiva

global, a qual teve duração mediana de 6,5 meses. Considerando-se todos os pacientes, o tempo mediano

para progressão da doença foi de 5 (cinco) meses e a sobrevida mediana foi de 11,8 meses.

Eton e cols.4

realizaram um estudo clínico de fase III para comparar os efeitos da quimioterapia com

cisplatina, na dose de 20 mg/m2

, nos dias 1- 4 e 22-25, vinblastina na dose de 2 mg/m2

nos dias 1-4 e 22-

25 e dacarbazina 800 mg/m2

nos dias 1 e 22 (CVD), com aqueles da bioquimioterapia sequencial, que

Asercit BU 04 PS

jun/14

consistia no regime CVD (com vinblastina na dose de 1,5 mg/m2

) mais interleucina-2 administrada como

infusão contínua em 24 (vinte e quatro) horas, na dose de 9 MUI/m2

, nos dias 5-8, 17-20 e 26-29 e

interferon alfa-2b, na dose de 5 MU/m2

SC, nos dias 5-9, 17-21 e 26-30. Cada curso de tratamento

consistia de dois ciclos de 21 (vinte e um) dias de quimioterapia dados em um período de 6 (seis)

semanas. Os pacientes foram avaliados a cada 6 (seis) semanas e aqueles com evidência de redução

tumoral repetiam o tratamento. Dentre os 190 (cento e noventa) pacientes incluídos, 91 (noventa e um)

foram avaliáveis para o regime de bioquimioterapia e 92 (noventa e dois) para o regime de quimioterapia.

As taxas de resposta foram de 48% para a bioquimioterapia e 25% para a quimioterapia (p=0,001),

enquanto o tempo para progressão mediano foi de 4,9 e 2,4 meses, e a sobrevida mediana foi de 11,9 e 9,2

meses, respectivamente. Naqueles pacientes que apresentaram RC ou RP ao tratamento, a sobrevida

mediana foi de 18,7 meses no grupo que recebeu bioquimioterapia e 15,4 meses no grupo que recebeu

quimioterapia.

Atkins e cols.5

randomizaram 395 (trezentos e noventa e cinco) pacientes portadores de melanoma

metastático progressivo com doença mensurável e com performance status (ECOG) < 2 para receber o

regime CVD (cisplatina 20 mg/m2

/d nos dias 1-4; vinblastina 1,2 mg/m2

/d nos dias 1-4; dacarbazina 800

mg/m2

no dia 1; n=195) isoladamente, ou em combinação com interleucina-2 (9 MUI/m2

nos dias 1-4) e

interferon alfa-2b (5 MU/m2

nos dias 1-5, 8, 10 e 12; n=200) a cada 21 (vinte e um) dias por um máximo

de quatro ciclos. A resposta tumoral foi avaliada após os ciclos 2 (dois) e 4 (quatro) e, a seguir, a cada 3

(três) meses. A taxa de resposta foi de 19,5% no grupo que recebeu bioquimioterapia, e 13,8% no grupo

CVD (p =0,140). A sobrevida livre de progressão mediana foi significativamente mais longa com o

regime de bioquimioterapia que com o regime CVD (4,8 versus 2,9 meses; p = 0,015), embora isso não

tenha se traduzido em vantagem na sobrevida global mediana (9,0 versus 8,7 meses), ou na porcentagem

de pacientes vivos após 1 (um) ano (41% versus 36,9%).

• Doença de Hodgkin:

A eficácia da dacarbazina, como parte do regime ABVD, foi avaliada em vários estudos clínicos, no

tratamento da Doença de Hodgkin. Duggan e cols6

compararam o regime que alterna os esquemas MOPP

(mecloretamina, vincristina, procarbazina e prednisona) e ABV (MOPP/ABV) com o regime ABVD

(doxorubicina 25 mg/m2

, bleomicina 10 mg/m2

, vinblastina 6 mg/m2

e dacarbazina 375 mg/m2

nos dias 1

e 15) isoladamente em portadores de Doença de Hodgkin avançada. Um total de 856 (oitocentos e

cinquenta e seis) pacientes com doença histologicamente confirmada nos estádios III2A, IIIB, ou IV, ou

que haviam experimentado recidiva após radioterapia foram randomizados para uma das duas

modalidades de tratamento. As taxas de remissão completa (76% versus 80%), sobrevida livre de falência

em 5 (cinco) anos (63% versus 66%) e sobrevida global em 5 (cinco) anos (82% versus 81%) foram

semelhantes entre os grupos ABVD e MOPP/ABV, respectivamente. Uma vez que o regime MOPP/ABV

foi associado com maior incidência de toxicidade aguda pulmonar e hematológica (efeitos adversos de

outras drogas antineoplásicas), síndrome mielodisplásica e leucemia, os autores concluíram que o regime

ABVD deveria ser considerado o regime padrão no tratamento da doença de Hodgkin avançada.

Straus e cols7

tiveram como objetivo determinar se a combinação de quimioterapia e radioterapia (terapia

combinada) era superior à quimioterapia isoladamente em portadores de Doença de Hodgkin nos estádios

IA, IB, IIA, IIB e IIIA sem massa tumoral. Os pacientes foram randomizados para receber seis ciclos do

regime ABVD a cada 28 (vinte e oito) dias isoladamente ou seguido de radioterapia (3600 cGy). Dos 69

(sessenta e nove) pacientes avaliáveis em cada grupo, 94% alcançaram remissão completa. Em 60

(sessenta) meses, a duração da remissão completa e sobrevida global no grupo de terapia combinada

versus ABVD isoladamente foram 91% versus 87% e 97% versus 90%, respectivamente, não se

evidenciando diferenças estatisticamente significativas entre as duas modalidades de tratamento.

Bonadonna e cols8

compararam o tratamento com quatro ciclos do regime ABVD seguido por irradiação

nodal subtotal, ou por radioterapia da área envolvida em 136 (cento e trinta e seis) pacientes, com doença

de Hodgkin nos estádios IA, IB e IIA. Remissão completa foi alcançada em 100% e 97% dos pacientes, e

as taxas de sobrevida global foram de 96% e 94%, respectivamente. Os autores concluíram que o regime

ABVD seguido por radioterapia da área envolvida pode ser considerado uma modalidade de tratamento

efetiva e segura na Doença de Hodgkin inicial.

Engert e cols9

compararam a terapia combinada (dois ciclos de ABVD seguidos por radioterapia

estendida) com a radioterapia estendida isoladamente em 650 (seiscentos e cinquenta) pacientes com

Doença de Hodgkin recém diagnosticada nos estádios IA a IIB. Após um período de observação mediano

de 87 (oitenta e sete) meses, não houve diferenças entre os dois grupos de tratamento, na taxa de RC

(95% e 94%, respectivamente) e na sobrevida global (92% e 94%, respectivamente); porém, houve mais

recidivas nos pacientes tratados apenas com radioterapia (22%) em relação aos que receberam terapia

combinada (3%), o que demonstrou que esta última é mais eficaz que a radioterapia isolada.

Os resultados do tratamento para Linfoma de Hodgkin em pediatria com esquemas quimioterápicos que

incluem a dacarbazina tem se mostrado animadores.

Weiner et al10

conduziram um estudo randomizado empregando 8 ciclos de MOPP (mostarda

nitrogenada, vincristina, procarbazina e prednisona) e ABVD (doxorrubicina, bleomicina, vinblastina e

dacarbazina), associado ou não a radioterapia em baixas doses, em 183 crianças e adolescentes com

estádio IIB, IIIA2, IIIB e IV. A remissão completa foi obtida em 90% dos casos após o término dos oito

ciclos de quimioterapia. A sobrevida livre de eventos e a sobrevida global estimadas em 5 anos foi de

79% e 92%, respectivamente. A sobrevida livre de eventos em 5 anos para o grupo que recebeu apenas

quimioterapia foi de 79%, enquanto para aqueles que receberam também radioterapia foi de 80%,

sugerindo que, com o advento da quimioterapia MOPP-ABVD, a radioterapia em baixas doses não

melhora a SLE e a SG nesses pacientes.

Estudo retrospectivo brasileiro avaliou 69 crianças entre 2 e 18 anos (mediada de 11 anos) com doença de

Hodgkin. Até 1996, a terapia utilizada era adriamicina, bleomicina, vimblastina e dacarbazina /

vincristina, procarbazina, prednisona e adriamicina (ABVD/OPPA). Após 1996, a terapia utilizada foi

ABVD. A sobrevida global com resposta completa foi de 94,2%, a SLE foi de 87% e a duração mediana

de seguimento de 82 meses (12-332 meses)11

.

A tabela abaixo compila os resultados do tratamento do linfoma de Hodgkin em pacientes pediátricos

com esquemas utilizando dacarbazina12

Tabela: Resultados do tratamento do linfoma de Hodgkin em pacientes pediátricos com esquemas

utilizando dacarbazina

Quimioterapia Radioterapia Estádio

No.

Pacientes

Sobrevida

livre de

eventos

livre

de doença Sobrevida

Stanford

3 MOPP/3ABVD Sim I–IV 57 96% — 93%

St. Jude

4–5 COP(P)/3–4

ABVD

Sim II–IV 85 — 93% 93%

Pediatric

Oncology

Group

4 MOPP/4ABVD Sim IIB,

IIIA2,

IIIB–IV

80 80% — 87%

IIIB, IV

62 77% — 91%

Children's

Cancer Group

6 ABVD Sim III–IV 54 87% — 90%

12 ABVD Sim III–IV 64 87% — 89%

SFOP MDH-82

4 ABVD Sim I–IIA 79 — 90% 92%

2 MOPP/2ABVD Sim I–IIA 67 — 87%

3 MOPP/3ABVD Sim I–II 31 — 89%

3 MOPP/3ABVD Sim III 40 — 82%

3 MOPP/3ABVD Sim IV 21 — 62%

Adaptado de Hudson MM, Onciu M e Donaldson SD. Hodgkin Disease. Pizzo PA, Poplack DG, (edis.).

Principles and practice of pediatric oncology. Philadelphia: Lippincott-Raven Publishers; 2010 acesso on

line

3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS

• Farmacodinâmica

Embora o mecanismo de ação exato da dacarbazina seja desconhecido, existem três hipóteses prováveis:

1 - inibição da síntese de DNA pela ação como um análogo de purina;

2 - ação como um agente alquilante;

Asercit BU 04 PS

jun/14

3 - interação com grupos SH.

• Farmacocinética

Após administração intravenosa de dacarbazina, o volume de distribuição excede o conteúdo total de água

corpórea, o que sugere a localização em alguns tecidos corpóreos, provavelmente o fígado. A curva de

desaparecimento no plasma é bifásica, com uma meia vida inicial de 19 (dezenove) minutos e uma meia-

vida terminal de 5 (cinco) horas. Em um paciente com disfunções hepática e renal, as meias-vidas foram

aumentadas para 55 (cinquenta e cinco) minutos e 7,2 horas, respectivamente.

A excreção cumulativa média de dacarbazina inalterada na urina é 40% da dose injetada em 6 (seis)

horas. A dacarbazina está mais sujeita à secreção tubular renal do que à filtração glomerular. Em

concentrações terapêuticas, a dacarbazina não se liga apreciavelmente às proteínas plasmáticas. No

homem, a dacarbazina é amplamente degradada. Além da dacarbazina inalterada, 5-aminoimidazol-4-

carboxamida (AIC) é o maior metabólito da dacarbazina excretado na urina.

4. CONTRAINDICAÇÕES

O uso deste medicamento é contraindicado em caso de hipersensibilidade conhecida à dacarbazina e/ou

aos demais componentes da formulação.

Este medicamento é contraindicado para menores de 2 anos de idade.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Informe

imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez.

5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES

A depressão hematopoiética é a toxicidade mais comum com dacarbazina e envolve primariamente os

leucócitos e plaquetas, embora anemia possa ocorrer algumas vezes. Leucopenia e trombocitopenia

podem ser suficientemente graves, para causar a morte. Uma depressão da medula óssea requer cuidadosa

monitorização das contagens de leucócitos, eritrócitos e plaquetas.

A toxicidade hematopoiética pode justificar uma suspensão temporária, ou interrupção da terapia com

ASERCIT (dacarbazina). Toxicidade hepática acompanhada por trombose da veia hepática e necrose

hepatocelular, resultando em morte, foi relatada. A incidência de tais reações foi baixa, aproximadamente

0,01% dos pacientes tratados. Esta toxicidade foi observada principalmente quando a dacarbazina foi

administrada concomitantemente, com outras medicações antineoplásicas; entretanto, foi também relatada

em alguns pacientes tratados somente com dacarbazina. Pode ocorrer anafilaxia após administração de

ASERCIT (dacarbazina).

Hospitalização não é sempre necessária; porém, exames laboratoriais adequados devem estar disponíveis.

O extravasamento subcutâneo da medicação durante a administração I.V. pode resultar em dano ao tecido

e dor de forte intensidade. Dor local, sensação de ardência e irritação no local de injeção podem ser

aliviados por aplicação local de compressa quente.

A carcinogenicidade da dacarbazina foi estudada em ratos e camundongos. Lesões endocárdicas

proliferativas, incluindo fibrocarcinomas e sarcomas, foram induzidas pela dacarbazina em ratos. Em

camundongos, a administração de dacarbazina resultou na ocorrência de angiosarcomas do baço.

É recomendado que ASERCIT (dacarbazina) seja administrado sob supervisão de um médico

qualificado com experiência no uso de agentes quimioterápicos. No tratamento de cada paciente, o

médico deve estudar cuidadosamente a possibilidade de atingir o benefício terapêutico contra o

risco de toxicidade.

A dacarbazina demonstrou ser teratogênica em ratos quando administrada em doses 20 (vinte) vezes a

dose diária humana no 12º dia de gestação. A dacarbazina, quando administrada em doses 10 (dez) vezes

superiores a humana em ratos machos (2 (duas) vezes por semana por 9 (nove) semanas) não afetou a

libido; contudo, as fêmeas acasaladas tiveram maior incidência de reabsorção que os controles. Em

coelhos, doses diárias de dacarbazina 7 (sete) vezes a dose diária humana administrada nos 6º - 15º dias

de gestação resultaram em anormalidade no esqueleto do feto. Não existiram estudos adequados e bem

controlados em mulheres grávidas.

A dacarbazina somente deve ser usada durante a gravidez se o benefício justificar o risco potencial para o

feto.

Não se sabe se este fármaco é excretado no leite humano. Devido a vários medicamentos serem

excretados no leite humano e ao potencial para tumorigenicidade demonstrada pela dacarbazina em

estudos em animais, deve ser tomada uma decisão entre continuar a amamentação, ou descontinuação do

fármaco, levando-se em conta a importância da medicação para a mãe.

Uso na gravidez

Asercit BU 04 PS

jun/14

Categoria de risco D: O fármaco demonstrou evidências positivas de risco fetal humano; no entanto, os

benefícios potenciais para a mulher podem, eventualmente, justificar o risco, como por exemplo, em

casos de doenças graves, ou que ameaçam a vida, e para as quais não existam outros fármacos mais

seguros.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Informe

imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez.

Efeitos sobre a capacidade de dirigir ou operar máquinas

A dacarbazina pode influenciar a habilidade de dirigir ou operar máquinas devido a seus efeitos sobre o

6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

Existem relatos de que a dacarbazina, bem como outros antineoplásicos, pode afetar o comportamento de

vários fármacos, incluindo: digoxina, anticoagulantes orais, fenitoína, suxametônio, diminuição de

resposta a vacinas. A dacarbazina reduz os efeitos da levodopa. Por meio de efeito sinérgico, a

dacarbazina aumenta o risco de depressão da medula óssea, quando administrada concomitantemente com

placlitaxel, teniposídeo, topotecana e vinorelbina. Recomenda-se cautela quando dacarbazina for

administrada com algum desses medicamentos. A dacarbazina é metabolizada pelo citocromo P450

(CYP1A1, CYP1A2 e CYP2E1), o que deve ser levado em consideração se outros fármacos

metabolizados por essas enzimas hepáticas forem co-administradas. Também deve ser evitado o consumo

de erva de São João durante o tratamento com dacarbazina (pode causar fotossensibilidade).

7. CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO

Conservar em temperatura abaixo de 25° C. Proteger da luz.

Após reconstituição com água para injeção, o produto se mantém estável durante 8 (oito) horas se

armazenado em temperatura ambiente (15ºC – 30ºC) e durante 36 (trinta e seis) horas se armazenado sob

refrigeração (2ºC – 8ºC). A solução deve ser protegida da luz.

Após reconstituído, o produto poderá ser diluído em soro fisiológico 0,9% ou soro glicosado 5%. Após

diluição com soro fisiológico 0,9% ou soro glicosado 5%, o produto se mantém estável por 8 (oito) horas

se armazenado em temperatura ambiente (15ºC – 30ºC) e durante 24 (vinte e quatro) horas se armazenado

sob refrigeração (2ºC – 8ºC). A solução deve ser protegida da luz.

O prazo de validade do medicamento é de 24 (vinte e quatro) meses.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.

Este produto apresenta-se sob a forma de pó de cor branco marfim isento de partículas estranhas. Após

reconstituição, apresenta-se sob a forma de solução límpida, de cor amarelo pálido ou amarela e isenta de

partículas estranhas.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

8. POSOLOGIA E MODO DE USAR

Os frascos ampolas de 100 mg e 200 mg devem ser reconstituídos com 9,9 mL e 19,7 mL,

respectivamente, de água para injeção USP (volumes finais de 10 mL e 20 mL, respectivamente). A

solução resultante apresenta pH de 3 a 4 e contém dacarbazina na concentração de 10 mg/mL. A dose

calculada da solução é retirada com uma seringa e administrada somente por via intravenosa. A solução

reconstituída pode ser diluída posteriormente, com 200 a 500 mL de soro glicosado a 5% ou soro

fisiológico 0,9% e administrada como uma infusão IV, durante um período de 30 (trinta) a 60 (sessenta)

minutos. Infusões rápidas podem causar irritação venosa. A concentração da solução de dacarbazina

infundida não pode ser maior do que 10 mg/mL.

Procedimento para o manuseio adequado e utilização de fármacos antineoplásicos devem ser

considerados. A solução de dacarbazina é quimicamente incompatível com heparina, hidrocortisona e L-

cisteína.

A dacarbazina não deve ser administrada por via oral, subcutânea, ou intramuscular, pois pode causar

lesões e dor intensa nos locais de aplicação.

Asercit BU 04 PS

jun/14

A reconstituição e o manuseio da dacarbazina devem ser feitos por pessoal especializado na manipulação

de fármacos antineoplásicos, que deverão usar vestimenta apropriada, como aventais, gorros, máscaras e

luvas descartáveis. Deverá ser designada uma área para reconstituição (preferivelmente sob um sistema

de fluxo laminar vertical) e a superfície de trabalho deverá ser protegida com papel absorvente

descartável. Todos os itens utilizados para reconstituição, administração, ou limpeza deverão ser

classificados de alto risco, devendo ser colocados em sacolas fechadas e incinerados. Funcionárias

grávidas deverão ser excluídas da manipulação com este fármaco. Se houver contato do produto com a

pele, lavar imediatamente com água e sabão. Se houver contato com membranas mucosas, lavar a região

com água.

Posologia

• Melanoma maligno:

A dosagem recomendada é de 2 a 4,5 mg/kg/dia IV por 10 dias. O tratamento pode ser repetido em

intervalos de 4 (quatro) semanas. Uma dosagem recomendada alternativa é de 250 mg/m2

dia IV por 5

(cinco) dias. O tratamento pode ser repetido a cada 3 (três) semanas.

• Doença de Hodgkin:

A dosagem recomendada de dacarbazina no tratamento da Doença de Hodgkin é 150 mg/m2

por 5 (cinco)

dias, em combinação com outros fármacos eficazes. O tratamento pode ser repetido a cada 4 (quatro)

semanas. Uma dosagem recomendada alternativa é de 375 mg/m2

, em combinação com outras doses

eficazes, nos dias 1 e 15 do curso de tratamento. O tratamento deve ser repetido a cada 4 (quatro)

semanas, contando a partir do dia 1 de tratamento.

Populações especiais:

Em pacientes com insuficiência renal ou hepática leves, não é necessário ajuste de dose. Em pacientes

com insuficiência renal e hepática combinadas, a eliminação da dacarbazina é prolongada; no entanto,

não há reduções de doses validadas.

Uso em pacientes idosos

ASERCIT (dacarbazina) pode ser usada por pessoas acima de 65 (sessenta e cinco) anos de idade desde

que sejam observadas as precauções comuns ao produto.

Uso pediátrico (acima de dois anos de idade)

A dosagem recomendada de dacarbazina no tratamento da Doença de Hodgkin na população pediátrica é

de 375 mg/m2

, em combinação com outras doses eficazes, nos dias 1 e 15 do curso de tratamento. O

tratamento deve ser repetido a cada 4 (quatro) semanas, contando a partir do dia 1 de tratamento.

9. REAÇÕES ADVERSAS

As reações tóxicas mais frequentemente observadas são sintomas de anorexia, náusea e vômito. Mais de

90% dos pacientes são afetados com as doses iniciais. Os vômitos persistem por 1 (um) – 12 (doze) horas

e são atenuados com fenobarbital e/ou proclorperazina. Raramente, em casos de náusea, ou vômito, houve

necessidade de descontinuação da terapia. É muito rara a ocorrência de casos de diarreia. Propõe-se a

restrição ao paciente da ingestão de alimentos por 4 (quatro) – 6 (seis) horas, antes do tratamento. A

rápida tolerância a esses sintomas sugere que um mecanismo do SNC possa estar envolvido, e geralmente

estes sintomas diminuem após o primeiro, ou segundo dia. Alguns pacientes experimentam sintomas

semelhantes à gripe, com febre a 39°C, mialgias e mal-estar. Estes sintomas geralmente ocorrem após

administração de uma dose única elevada; podem persistir por vários dias e podem acontecer com

tratamentos sucessivos. Alopécia, rubor facial e parestesia facial foram observados. Foram relatados

poucos casos de anormalidades nos testes de função renal (Achado anormal de exame químico do sangue,

não especificado), ou hepática em seres humanos, após a administração de ASERCIT (dacarbazina).

Raramente, podem ocorrer reações de fotossensibilidade. Entretanto, estas anormalidades foram

constatadas mais frequentemente nos estudos, em animais. Eritemas e exantema urticariforme foram

observados com menor frequência, após administração de ASERCIT (dacarbazina).

Os efeitos adversos da dacarbazina são apresentados em ordem de gravidade decrescente na tabela

abaixo:

Frequência das Reações Adversas

Muito comuns

> 1/10 (> 10%)

Anorexia

Náuseas e vômitos

Comuns (frequentes)

> 1/100 e < 1/10 (> 1% e < 10%)

Anemia, leucopenia, trombocitopenia

Asercit BU 04 PS

jun/14

Incomuns (infrequentes)

> 1/1.000 e < 1/100 (> 0,1% e < 1%)

Sintomas semelhantes a gripe (Febre com calafrios;

Mialgia)

Alopecia

Hiperpigmentação

Fotosensibilidade

Raras

> 1/10.000 e < 1.000 (> 0,01% e < 0,1%)

Irritação no local da aplicação

Eritema, exantema, urticária

Reações anafiláticas

Insuficiência renal

Elevação das enzimas hepáticas

Necrose hepática devido à doença venooclusiva do fígado

Diarreia

Rubor facial

Pancitopenia (Hipoplasia medular)

Agranulocitose

Cefaleia

Diminuição da acuidade visual

Letargia

Convulsões

Parestesia cutânea facial

Muito raras

< 1/10.000 (< 0,01%)

-

Em casos de eventos adversos, notifique ao sistema de Notificações em Vigilância Sanitária –

NOTIVISA,

disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária

Estadual ou Municipal.

10. SUPERDOSE

A superdose de dacarbazina caracteriza-se por sintomas semelhantes aos eventos adversos causados por

este medicamento, porém de intensidade mais grave: reações alérgicas, depressão da medula óssea,

náuseas e vômitos, diarreia, anorexia, alopecia, rubor facial, parestesias cutâneas. O tratamento da

superdose deve ser feito com terapia de suporte e monitorização da contagem das células sanguíneas. O

tempo para ocorrência das contagens mais baixas de leucócitos e plaquetas é de 4 (quatro) semanas.

Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.

Cuidado! Todas as informações contidas neste site têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.