Bula do Becenun produzido pelo laboratorio Bristol-Myers Squibb Farmacêutica Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
Becenun
Pó liofilizado para solução injetável
100mg
Bristol-Myers Squibb Farmacêutica S.A.
BULA PARA O PROFISSIONAL DA SAÚDE - BECENUN – Rev1013 1
APRESENTAÇÃO
BECENUN pó liofilizado para solução injetável é apresentado na concentração 100 mg por frasco-ampola,
em embalagem com 10 frascos-ampola, acompanhados de 10 ampolas com 3,0 mL de diluente estéril.
USO INTRAVENOSO
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
Cada frasco-ampola de BECENUN contém 100 mg de carmustina sob a forma de pó liofilizado. Cada
ampola de diluente contém 3 mL de álcool etílico.
INFORMAÇÕES AO PROFISSIONAL DE SAÚDE
BECENUN é indicado na terapia paliativa, como agente isolado ou em combinação estabelecida com outros
agentes quimioterápicos aprovados, em:
- Tumores Cerebrais1
- glioblastoma, glioma do tronco cerebral, astrocitoma;
- Mieloma múltiplo2
- em combinação com prednisona;
- Doença de Hodgkin3
- como terapia secundária em combinação com outros medicamentos aprovados em
pacientes que apresentam recidiva enquanto são tratados com terapia primária, ou que deixam de responder à
mesma;
- Linfomas não-Hodgkin4
- como terapia secundária em combinação com outros medicamentos aprovados
em pacientes que apresentam recidiva enquanto são tratados com terapia primária, ou que deixam de
responder à mesma;
- Outros tumores sólidos- BECENUN tem sido usado na terapia de melanoma maligno da pele5
em
combinação com outros agentes terapêuticos, somente após outros métodos convencionais terem falhado.
1
CID C71 – Neoplasia maligna do encéfalo
2
CID C90.0 – Mieloma múltiplo
3
CID C81 – Doença de Hodgkin
4
CID C83 – Linfoma não-Hodgkin difuso
5
CID C43 – Melanoma Maligno da Pele
- Tumores Cerebrais
Uma metanálise realizada pela Cochrane1
abordou a quimioterapia (QT) como tratamento para gliomas de
alto grau. O uso de QT associada à radioterapia (RT) foi comparado à RT isolada pós-ressecção cirúrgica.
Sua última atualização incluiu artigos até agosto de 2003. Foram incluídos dados de 12 ensaios aleatórios e
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3.004 pacientes. Destes, 6 ensaios incluíam protocolos com carmustina. O resultado final da metanálise
demonstrou um significativo aumento da Sobrevida Global atribuída à QT, com uma razão de chances ou
Odds Ratio (OR) de 0,85 (IC 95%: 0,78 a 0,91; p=0,0004) e uma redução relativa de 15% no risco de morte.
Isto equivale a um aumento absoluto na taxa de sobrevida em 1 ano de 6% (IC 95%: 3% a 9%), passando de
40% para 46%, e um aumento de 2 meses na mediana de tempo de sobrevida (IC 95%: 1 mês a 3 meses). As
informações sobre Sobrevida Livre de Progressão (SLP) não estavam presentes em todos os ensaios,
reunindo-se, então, 2.022 pacientes em oito estudos. A OR de 0,83 (IC 95% = 0,75 a 0,91) indica uma
redução estatisticamente significativa (p=0,00008) de 17% de risco de progressão ou morte. Isto equivale a
um benefício absoluto de 5% aos 2 anos (IC 95% = 2% a 8%) aumentando a SLP de 10% para 15%. A SLP
mediana aumentou em um mês e meio (IC 95%: 0,5 a 3 meses), de 6 meses para 7 meses e meio. Os seis
estudos que envolvem a carmustina estão descritos na Tabela 1.
Tabela 1 – Estudos de Metanálise que utilizam carmustina em Gliomas de Alto Grau
Estudo População Intervenções Desfechos
BTSG 6901
(Walker
1978)
n=193
Astrocitoma anaplásico
após ressecção cirúrgica
definitiva
QT + RT versus RT
-BNCU 80 mg/m2
x3 IV, 6-8
semanas
-RT 50-60 Gy 30-35f 6-7
SG
OR=0,87 (0,58-1,29)
BTSG 7201
1980)
n=356
Glioma maligno após
ressecção cirúrgica
-MeCCNU 220mg/m2
oral, 6-8
-BCNU 80 mg/m2
semanas-RT 60 Gy 30-35f 6-7
OR=0,85 (0,62-1,17)
BTSG 7501
(Green 1983)
n=309
-BCNU 80mg/m2
x3 IV, 8
-PCB 150mg/m2
x 28 dias, 8
OR=0,83 (0,61-1,14)
EORTC
26882
(Hildebrand
1994)
n=270
Astrocitoma anaplásico e
glioblastoma após biópsia
estereotáxica, ressecção
-DBD 700 mg/m2
x7 oral
durante RT então
BCNU 150 mg/m2
IV
DBD 1000 mg/m2
oral, 6
OR=0,71 (0,51-1,00)
SLP
OR=0,64 (0,46-0,90)
Milan
(Solero 1979)
n=105
Glioblastoma multiforme
após ressecção total ou
subtotal
-CCNU 130mg/m2
OR=0,80 (0,43-1,48)
OR=0,68 (0,36-1,27)
RTOG 7401
(Chang 1983)
n=512
Astrocitoma grau III/IV
(Kernohan)
-MeCCNU 125mg/m2
oral, 8
DTIC 150mg/m2
x5 IV, 4
OR=0,86 (0,66-1,11)
OR=0,91 (0,70-1,17)
BCNU – carmustina; DBD – Dibromodulcitol; OR – Odds Ratio; PCB – Procarbazina; QT – Quimioterapia;
RT - Radioterapia
Em 1986, Eyre e col.2
avaliaram 278 pacientes em ensaio clínico randomizado multicêntrico para comparar a
BULA PARA O PROFISSIONAL DA SAÚDE - BECENUN – Rev1013 3
eficácia de três esquemas terapêuticos: RT + carmustina 80 mg/m2
IV por 3 dias, a cada 6 semanas versus
RT + procarbazina (PCB) 100 mg/m2
oral versus RT + dacarbazina (DTIC) 175 mg/m2
IV por 5 dias a cada 4
semanas para pacientes com glioma maligno após tratamento cirúrgico. A diferença entre as taxas de
resposta foi estatisticamente significativa (p<0,01) e mostrou que pacientes tratados com BCNU ou DTIC
tiveram taxas de resposta superiores aos tratados com PCB (Tabela 2). Não houve diferença significativa em
relação à duração da remissão (p>0,3), nem em relação à SG (p>0,3).
Schold3
comparou a carmustina (BCNU - 200 mg/m2
IV a cada 8 semanas) à diazicona (AZQ - 15 mg/m2
/dia
IV por 3 dias a cada 28 dias) no tratamento de 251 adultos com glioma anaplásico em ensaio clínico
randomizado. Todos os pacientes foram previamente submetidos a tratamento cirúrgico e RT. Não houve
diferença estatisticamente significativa em relação à mediana de tempo para a progressão (p=0,1), nem em
relação à SG.
Em outro ensaio clínico randomizado, Dinapoli e col.4
compararam PCNU (100 mg/m2
IV) à carmustina
(200mg/m2
IV) a cada 7 semanas por 1 ano e depois, a cada 10 semanas no segundo ano, ambos os grupos
em uso de RT, em 346 pacientes com glioma maligno. A randomização foi estratificada por idade, extensão
da cirurgia, tipo histológico e grau do tumor e performance status. Não houve diferença estatisticamente
significativa entre os resultados de eficácia nos dois grupos avaliados.
Os desfechos destes três estudos estão na Tabela 2.
Tabela 2 – Desfechos avaliados em Tumores Cerebrais (Gliomas Malignos)
Estudo Intervenção Taxa de resposta SG SLP
Eyre 1986(2)
BCNU
Completa=28%
Parcial=11%
Completa+Parcial=39%
45 semanas 41 semanas
PCB
Completa=8%
Parcial=5%
Completa+Parcial=13%
31 semanas 33 semanas
DTIC
Completa=20%
Parcial=18%
Completa+Parcial=38%
49 semanas 33 semanas
Schold 1993(3)
AZQ - - 170 dias
BCNU - - 195 dias
Dinapoli 1993(4)
PCNU
Regressão=16%
Doença Estável=72%
47,1 semanas 28 semanas
Regressão=23%
Doença Estável=66%
47,5 semanas 28 semanas
As diretrizes para prática clínica em oncologia no tratamento de tumores do sistema nervoso central do
National Comprehensive Cancer Network (NCCN) de 20095
indicam o uso de carmustina como segunda
linha na recidiva ou doença progressiva para o tratamento de astrocitoma supratentorial infiltrativo de baixo
grau do adulto e oligodendroglioma (exceto astrocitoma pilocítico). A posologia recomendada é de 210
mg/m2
IV a cada 6 semanas ou 80 mg/m2
/dia, por 3 dias consecutivos a cada 6 semanas. Para outros tumores
BULA PARA O PROFISSIONAL DA SAÚDE - BECENUN – Rev1013 4
(ependimoma, exceto subependimoma e mixopapilar, glioblastoma multiforme, astrocitoma anaplásico,
oligodendroglioma anaplásico) está indicado o uso da classe das nitrosuréias para a terapia pós- recidiva
Brandes e col.6
avaliaram em ensaio clínico fase II o uso de carmustina (100 mg/m2
em 1 dia a cada 6
semanas) associada ao irinotecano (175 mg/m2
/semana, por 4 semanas, a cada 6 semanas) como segunda
linha de tratamento em pacientes com glioblastoma que apresentaram progressão após tratamento cirúrgico,
radioterapia (RT) e primeira linha de quimioterapia (QT) com esquema baseado em temozolomida. Quarenta
e dois pacientes foram seguidos por um período médio de 5,7 meses. A sobrevida livre de progressão (SLP)
aos 6 meses foi de 30,3% (IC 95%: 18,5% a 49,7%). A mediana do tempo até progressão foi de 17 semanas
(IC 95%: 11,9 semanas a 23,9 semanas). Resposta parcial foi observada em 21,4% dos pacientes (IC 95%:
9% a 34%) e doença estável em 50% (IC 95%: 35% a 65%). O tempo mediano de sobrevida foi de 11,7
meses (IC 95%: 9,5 meses a não avaliado). Aos 6 meses e 12 meses, 71% (IC 95%: 57,7% a 88,3%) e 44,1%
(IC 95%: 26,4% a 73,6%) dos pacientes estavam vivos, respectivamente.
Tabela 3 – Resultados do estudo Brandes 2004
Resultado IC 95%
SLP aos 6 meses 30,3% 18,5% a 49,7%
SG 11,7 meses 11,9 semanas a 23,9 semanas
Sobrevida aos 6 meses 71% 57,7% a 88,3%
Sobrevida aos 12 meses 44,1% 26,4% a 73,6%
Tempo até progressão 17 semanas 11,9 semanas a 23,9 semanas
Resposta completa 0 -
Resposta parcial 21,4% 9% a 34%
Doença estável 50% 35% a 65%
- Mieloma Múltiplo
Em 1998, Myeloma Trialists’ Collaborative Group7
realizou uma metanálise envolvendo 6.633 pacientes em
27 ensaios clínicos que avaliaram a QT combinada (CCT) versus melfalano + prednisona (MP) em pacientes
com Mieloma Múltiplo. As taxas de resposta do pool de estudos analisados no grupo CCT foram
significativamente superiores ao grupo MP (60,0% versus 53,2%, diferença de 6,8%; p<0,00001). Houve
1,5% de redução na taxa de mortalidade favorável ao grupo CCT, porém este dado não atingiu significância
estatística (p=0,6). Foram realizadas análises para subgrupos por tipo de QT realizada ou por doses
utilizadas, mas tais análises não encontraram nenhum tratamento que fosse significativamente mais benéfico
ou que trouxesse mais danos aos pacientes. Por último, foi realizada análise por gravidade da doença, mas
não há evidências de que pacientes de baixo ou alto risco possam se beneficiar mais com alguma forma de
tratamento. As taxas de resposta para cada braço de tratamento somente dos estudos que incluíam carmustina
estão demonstradas na Tabela 4.
Tabela 4 - Estudos de Metanálise que incluiu carmustina para Mieloma Múltiplo
Estudo Taxa de resposta CCT Taxa de resposta MP
SWOG 7704 63,3% 42,2%
ECOG 2479 67,2% 48,3%
Harstad 70,5% 54,2%
BULA PARA O PROFISSIONAL DA SAÚDE - BECENUN – Rev1013 5
MGCS 1981 (stage
III)
52,4% 61,4%
IMMSG M-83 77,7% 82,9%
MGWS (stage III) 56,6% 58,2%
PETHEMA 1985 68,7% 56,9%
GMTG MM02 66,7% 49,3%
Kyle e col.8
desenvolveram um ensaio clínico envolvendo 65 pacientes com Mieloma Múltiplo resistentes ao
melfalano. Os pacientes foram randomizados em 2 grupos, para receberem ciclofosfamida (400 mg/m2
) +
doxorrubicina (30 mg/m2
) ambos a cada 3 semanas + prednisona (grupo CAP, n=30) ou carmustina (75
IV no dia 1) + doxorrubicina (30 mg/m2
nos dias 1 e 22) ambos a cada 6 semanas + prednisona
(grupo BAP, n=35). As respostas objetivas foram de 7% no CAP e de 22% no BAP, porém tal diferença não
atingiu significância estatística (p=0,22). A mediana de sobrevida global não atingiu diferença
estatisticamente significativa entre os dois grupos (p=0,75). Uma análise de subgrupo foi realizada
comparando-se, dentre os pacientes resistentes ao melfalano, os que inicialmente eram ou não sensíveis ao
tratamento com ele. Nesta análise, para o grupo de pacientes que inicialmente respondiam ao melfalano
houve diferença estatisticamente significativa com relação à resposta objetiva, sendo de 28% no grupo BAP
e de 0% no grupo CAP (p=0,08), conforme demonstrado na Tabela 5.
Tabela 5 – Análise de subgrupo com relação à resposta inicial ao melfalano (6)
Resposta inicial ao melfalano Resposta objetiva ao CAP Resposta objetiva ao BAP
Sem resposta 22% 20%
Com resposta 0 28%
Resposta desconhecida 0 0
Um ensaio clínico foi realizado por Monconduit9
, no qual 91 pacientes com Mieloma Múltiplo em estágio III
e critérios de severidade foram randomizados para receberem um dos esquemas de tratamento: vincristina (1
mg no dia 1) + carmustina (20 mg/m2
IV no dia 1) + ciclofosfamida (400 mg/m2
IV no dia 1) + melfalano (6
/dia, nos dias 2 a 5) + prednisona (nos dias 2 a 6) (esquema VMBCP, n=46) ou vincristina (0,4 mg/dia
por 4 dias) + doxorrubicina (9 mg/m2
/dia, nos dias 1 a 4) (esquema VAD, n=43). As diferenças encontradas
nos grupos com relação às taxas de resposta e sobrevida global estão demonstradas na Tabela 6 mas, apesar
das diferenças, não conseguiram atingir significância estatística.
Em 1998, Mineur e col.10
publicaram um ensaio clínico envolvendo 263 pacientes com Mieloma Múltiplo,
onde 103 pacientes com doença progressiva após tratamento com ciclofosfamida e prednisona foram
randomizados para um dos dois esquemas de tratamento: vincristina (1 mg no dia 1) + carmustina (20 mg/m2
IV no dia 1) + melfalano (6 mg/m2
/dia, nos dias 2 a 5) +
prednisona (nos dias 2 a 6) (esquema VMBCP, n=53) ou vincristina (0,4 mg/dia por 4 dias) + doxorrubicina
(9 mg/m2
/dia, nos dias 1 a 4) (esquema VAD, n=50). Não houve diferenças estatisticamente significativas
entre os grupos no que diz respeito às taxas de resposta e sobrevida global. Os resultados estão demonstrados
na Tabela 6.
Zervas e col.11
selecionaram um grupo de 89 pacientes com Mieloma Múltiplo com bom prognóstico, sem
tratamento prévio e, nestes pacientes, realizaram a randomização para que um grupo recebesse melfalano
(0,25 mg/kg/dia) + prednisona (2 mg/kg/dia), nos dias 1 a 4, a cada 35 a 42 dias (esquema MP, n=45) e outro
recebesse vincristina (1,2 mg/m2
IV no dia 1) + carmustina (20 mg/m2
IV no dia 1) + melfalano (8 mg/m2
nos
dia 1 a 4) + ciclofosfamida (400 mg/m2
IV no dia 1) + prednisona (40 mg/m2
nos dias 1 a 7), a cada 35 dias
(esquema VBMCP, n=44). Ambos os braços receberam interferon α recombinante. As taxas de resposta
foram de 67,4% (2,3% de resposta completa e 65,1% de resposta parcial) no grupo MP e de 69,1% (14,3%
de resposta completa e 54,8% de resposta parcial) no grupo VBMCP (p=0,59). Não houve diferença no
BULA PARA O PROFISSIONAL DA SAÚDE - BECENUN – Rev1013 6
tempo de duração da resposta, nem na sobrevida global entre os dois grupos. A mediana do tempo de
duração da resposta foi de 39,1 meses no grupo MP e não foi mensurada no grupo VBMCP (p=0,6). As taxas
de sobrevida em 5 anos foram estimadas em 66% e 62% nos grupos MP e VBMCP, respectivamente (p=0,8).
Tabela 6 – Desfechos avaliados em Mieloma Múltiplo
Kyle 1982(6)
CAP
Resposta objetiva=7%
Resposta indireta=29%
Alguma resposta=32%
8,4 meses -
BAP
Resposta objetiva=22%
Resposta indireta=28%
Alguma resposta=41%
7,7 meses -
Monconduit
1991(7)
VAD 39% 17 meses -
VMBCP 54% 14 meses -
Mineur 1998(8)
VAD 22% 16 meses -
VMBCP 13% 17,5 meses -
Zervas 2001(9)
VBMCP
Completa=14,3%
Parcial=54,8%
Completa+Parcial=69,1%
- Não mensurada
MP
Completa=2,3%
Parcial=65,1%
Completa+Parcial=67,4%
- 39,1 meses
- Doença de Hodgkin
As diretrizes para prática clínica em oncologia no tratamento de Linfomas Hodgkin do NCCN de 2009
indicam o uso de carmustina como segunda linha na recidiva ou doença progressiva em pacientes com
Doença de Hodgkin, como parte do esquema mini-BEAM (carmustina, citarabina, etoposideo e melfalano).12
Colwill e col.13
analisaram o esquema mini-BEAM (carmustina 60 mg/m2
no dia 1 + etoposideo 75 mg/m2
nos dias 2 a 5, citarabina 100 mg/m2
duas vezes ao dia nos dias 2 a 5 e melfalano 30 mg/m2
no dia 6) como
terapia de resgate para 44 pacientes com Doença de Hodgkin refratário ou recidivado após primeira linha de
QT. A taxa de resposta global foi de 84% (IC 95%: 70% a 92%), com resposta completa em 32% (IC 95%:
20% a 47%) e resposta parcial em 52% (IC 95%: 38% a 66%).
Em 2006, Kuruvilla e col.14
publicaram um estudo retrospectivo para comparar dois esquemas de QT para o
tratamento do linfoma de Hodgkin recidivado ou refratário. Trinta e quatro pacientes receberam o esquema
GDP (gencitabina 1000 mg/m2
IV no dia 1 + dexametasona 40 mg nos dias 1 a 4 + cisplatina 75 mg/m2
no dia 1) e 34 receberam o esquema mini-BEAM (carmustina 60 mg/m2
IV no dia 1 + etoposideo 75 mg/m2
IV nos dias 2 a 5 + citarabina100 mg/m2
IV duas vezes ao dia, nos dias 2 a 5 + melfalano 30 mg/m2
IV no
dia 5). A resposta ao grupo GDP foi de 62% (IC 95%: 45% a 78%), comparada a 68% (IC 95%: 52% a
83%) para o grupo mini-BEAM (p= 0,61). Após um seguimento mediano de 1,8 anos após transplante de
células tronco, os resultados da avaliação da SLP foram significativamente melhores para o grupo GDP
BULA PARA O PROFISSIONAL DA SAÚDE - BECENUN – Rev1013 7
(74% versus 35% após 1,5 anos, respectivamente; p<0,005). A SG em 1,5 anos foi de 91% após GDP e 82%
após mini-BEAM (p= 0,23).
Tabela 7 – Resultados do estudo Kuruvilla 2006
Intervenção Taxa de resposta SG SLP
GDP 62% 91% em 1,5 anos 74% em 1,5 anos
Mini-BEAM 68% 82% em 1,5 anos 35% em 1,5 anos
- Linfomas não-Hodgkin
As diretrizes para prática clínica em oncologia no tratamento de Linfomas não Hodgkin do NCCN de 2010
indicam o uso de carmustina como segunda linha na recorrência ou doença progressiva em pacientes com
linfoma difuso de grandes células B, como parte do esquema mini-BEAM (carmustina, citarabina,
etoposideo e melfalano).15
Girouard e colaboradores16
avaliaram a QT de resgate com esquema mini-BEAM para 104 pacientes com
linfoma não-Hodgkin refratário ou recidivado, seguido de transplante autólogo de medula óssea. A taxa de
resposta global foi de 37% (IC 95%: 28% a 46%), com 12% de resposta completa (IC 95%: 6% a 18%) e
25% de resposta parcial (IC 95%: 17% a 33%). A SG mediana foi de 36% em 3 anos e de 22% em 4 anos
entre os 104 pacientes.
- Outros tumores sólidos
Em 1987, Karakousis17
publicou um ensaio clínico no qual 59 pacientes com melanoma de alto risco pós-
recidiva foram randomizados em dois grupos onde, após tratamento cirúrgico, um recebeu tratamento com
BCNU (80 mg/m2
IV a cada 4 semanas) + actinomicina D (0,01 mg/Kg IV a cada 2 semanas) + vincristina
(1,0 mg/m2
IV a cada 2 semanas), por um total de 6 meses (n=31) e outro grupo foi apenas observado
(n=28). Os tempos de sobrevida livre de doença nos dois grupos foram de 8,7 meses e 4,5 meses nos grupos
QT e observação, respectivamente (p=0,01), resultado com significância estatística.
Descrição
A carmustina, componente ativo de BECENUN, (1,3-bis(2-cloroetil)-1-nitrosureia) é uma nitrosuréia. É um
pó amarelo claro com peso molecular de 214,06 altamente solúvel em álcool e em lipídeos e pouco solúvel
em água.
Propriedades Farmacodinâmicas
BECENUN alquila o DNA e o RNA e tem demonstrado inibir enzimas por carbamilação de aminoácidos nas
proteínas.
Propriedades Farmacocinéticas
- Distribuição
BECENUN administrado por via intravenosa é rapidamente degradado, sendo que o fármaco inalterado não
é detectado após 15 minutos. Observou-se nos estudos realizados com o fármaco marcado com C14
, níveis
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BULA PARA O PROFISSIONAL DA SAÚDE - BECENUN – Rev1013 8
prolongados do isótopo no plasma e tecidos, provavelmente representando fragmentos radioativos do
composto de origem.
Devido à alta solubilidade em lipídeos e à falta relativa de ionização a um pH fisiológico, BECENUN
atravessa prontamente a barreira hematoliquórica. Níveis de radioatividade no líquido cefalorraquidiano
representam 50% ou mais do que os observados concomitantemente no plasma.
- Metabolismo
As atividades antineoplásicas e tóxicas do BECENUN podem ser devidas aos metabólitos.
- Eliminação
Aproximadamente 60 a 70% da dose total é excretada na urina em 96 horas, e cerca de 10% como CO2 na
respiração. Não está determinado o que acontece com o restante do fármaco.
BECENUN é contraindicado para uso por indivíduos que tenham demonstrado hipersensibilidade prévia a
este medicamento ou a qualquer componente de sua formulação.
Tem-se administrado o BECENUN por via intra-arterial carotídea. Este procedimento não tem comprovação
científica e tem sido associado à toxicidade visual.
BECENUN deve ser administrado por indivíduos experientes em terapia antineoplásica.
BECENUN não apresenta resistência cruzada com outros agentes alquilantes.
Reações no local da injeção podem ocorrer durante a administração de BECENUN (vide 9. REAÇÕES
ADVERSAS). Devido à possibilidade de extravasamento, é recomendado monitoramento cuidadoso do local
de infusão para que sejam detectadas possíveis infiltrações durante a administração do medicamento.
Tratamentos específicos para reações de extravasamento não são conhecidos no momento.
Toxicidade Pulmonar:
A toxicidade pulmonar induzida por BECENUN foi relatada e casos fatais de toxicidade pulmonar
ocorreram (vide 9. REAÇÕES ADVERSAS). Estudos de função pulmonar basal devem ser conduzidos
juntamente com testes frequentes de função pulmonar durante o tratamento. Pacientes com o valor basal
inferior a 70% da Capacidade Vital Forçada (CVF) prevista ou da capacidade difusora de monóxido de
carbono (DLco) encontram-se particularmente em risco.
Os riscos e benefícios da terapia com BECENUN devem ser cuidadosamente considerados, especialmente
em pacientes jovens, devido ao risco extremamente alto de toxicidade pulmonar.
Toxicidade Hematológica:
A supressão da medula óssea é um efeito tóxico comum e grave de BECENUN (vide 9. REAÇÕES
ADVERSAS). O hemograma deve ser frequentemente monitorado durante pelos menos 6 semanas após a
administração do medicamento. Doses subsequentes de BECENUN não devem ser administradas com
frequência maior do que a cada 6 semanas. A toxicidade medular do BECENUN é cumulativa, e, portanto o
ajuste da dose deve ser considerado, baseando-se no nadir da contagem hematológica anterior (vide 8.
POSOLOGIA E MODO DE USAR). As funções hepática e renal também devem ser monitoradas.
Bristol-Myers Squibb Farmacêutica S.A.
BULA PARA O PROFISSIONAL DA SAÚDE - BECENUN – Rev1013 9
Gravidez:
Categoria de risco na gravidez: Categoria D
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Informe
imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez.
O uso seguro de BECENUN durante a gravidez não está estabelecido.
Carcinogênese, Mutagênese e Comprometimento da Fertilidade:
BECENUN demonstrou ser embriotóxico e teratogênico em ratos e embriotóxico em coelhos em doses
equivalentes às empregadas em seres humanos. BECENUN também afeta a fertilidade dos ratos machos em
doses um pouco maiores que as utilizadas em humanos. BECENUN é carcinogênico em ratos e
camundongos, produzindo um aumento acentuado na incidência de tumores em doses próximas às
empregadas clinicamente.
Deve-se pesar cuidadosamente o benefício para a mãe contra o risco de toxicidade à mesma e ao feto.
Uso Durante a Amamentação:
É desconhecido se BECENUN é excretado no leite materno. Devido ao potencial em causar graves eventos
adversos em lactentes, a amamentação deve ser interrompida durante o tratamento com BECENUN.
Uso Geriátrico:
Não há dados de estudos clínicos disponíveis para determinar se pacientes de 65 anos de idade ou mais
respondem de forma diferente dos pacientes jovens. Outras experiências clínicas não identificaram
diferenças nas respostas entre pacientes idosos e jovens.
BECENUN e seus metabólitos são substancialmente excretados pelos rins, sendo que os riscos de reações
tóxicas podem aumentar em pacientes com função renal comprometida. Considerando que os pacientes
idosos são mais prováveis a apresentarem função renal comprometida, deve-se tomar cuidado na seleção de
Aumento na mielotoxicidade (como leucopenia e neutropenia) foi relatado quando carmustina foi
administrada em combinação com cimetidina.
Até este momento não foram descritas interações com alimentos, álcool, nicotina ou exames laboratoriais.
Antes de abertos, os frascos de BECENUN devem ser armazenados sob refrigeração (2ºC a 8ºC).
Após reconstituição como recomendado (vide 8. POSOLOGIA E MODO DE USAR), BECENUN pode
ser usado em até 24 horas se conservado sob refrigeração (2ºCa 8ºC).
Frascos fechados com o produto não reconstituído devem ser transportados e armazenados sob refrigeração
(2o
C a 8o
C). Alternativamente, BECENUN pode ser transportado em gelo seco e subsequentemente
armazenado sob refrigeração (2o
C a 8 o
C). Isso impede a decomposição significativa do medicamento até a
data de validade indicada no cartucho.
Prazo de validade: até 24 meses após a data de fabricação.
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Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Os frascos contendo a solução reconstituída e armazenados sob refrigeração, devem ser examinados quanto à
formação de cristais antes do seu uso. Se forem observados cristais, estes podem ser novamente dissolvidos
aquecendo-se o frasco a temperatura ambiente com agitação.
A solução reconstituída adicionalmente diluída com NaCl ou soro glicosado a 5% deve ser protegida da luz.
A solução resultante é estável até 24 horas sob refrigeração (2 °C - 8 °C) e depois por 6 horas adicionais se
mantidas à temperatura ambiente (25 ° C). A solução resultante armazenada somente à temperatura
ambiente deve ser utilizada dentro de 3 horas e protegida da luz
Frascos de vidro foram utilizados para obtenção destes dados de estabilidade. Usar somente frascos de vidro
para administração do BECENUN. BECENUN não é estável em outros tipos de frascos tal como cloreto de
polivinilo (PVC)
Importante:
A formulação liofilizada de BECENUN não contém conservantes e o conteúdo dos frascos não deve ser
fracionado.
BECENUN apresenta um ponto de fusão baixo (aproximadamente 30,5o
C a 32,0o
C). A exposição do
medicamento a esta temperatura ou acima desta, fará com que o medicamento se liquefaça e apareça como
uma película oleosa no fundo do frasco. Este é um sinal de decomposição e, portanto, o frasco deverá ser
descartado. Se houver dúvida sobre a refrigeração adequada quando do recebimento do produto, inspecionar
imediatamente o frasco maior em cada cartucho. Aproximar o frasco a uma luz forte para a inspeção. A
carmustina terá o aspecto de uma pequena quantidade de flocos secos ou de uma massa congelada. Se isto
for evidente, o BECENUN é adequado para uso e deve ser refrigerado imediatamente.
BECENUN pó liofilizado para solução injetável pode apresentar um aspecto físico variando de flocos-
rendilhados a uma massa congelada, sem evidência de degradação do princípio ativo carmustina. Não usar
caso o produto tenha se liquefeito.
A diluição de BECENUN no diluente estéril conforme recomendado (vide 8. POSOLOGIA E MODO DE
USAR) resulta em uma solução clara, incolor ou levemente amarelada.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
BECENUN deve ser administrado por infusão intravenosa lenta. BECENUN não deve ser administrado por
injeção intravenosa rápida.
A dose recomendada do BECENUN como agente isolado a pacientes não tratados previamente, é de 200
mg/m2
por infusão intravenosa (IV) a cada 6 semanas. Pode ser administrada numa dose única ou dividida
em infusões diárias como de 100 mg/m2
em 2 dias consecutivos. Quando BECENUN é usado em
combinação com outros medicamentos mielossupressivos ou em pacientes com baixa reserva medular, as
doses devem ser ajustadas de acordo.
Um novo ciclo de BECENUN não deve ser administrado até que os elementos circulantes do sangue tenham
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retornado a níveis aceitáveis (plaquetas acima de 100.000/mm3
; leucócitos acima de 4.000/mm3
) e isto
geralmente ocorre dentro de 6 semanas. O hemograma deve ser monitorado frequentemente, e ciclos do
medicamento não devem ser repetidos antes de 6 semanas por causa da toxicidade tardia.
As doses subsequentes à dose inicial devem ser ajustadas de acordo com a resposta hematológica do paciente
à dose precedente. A resposta hematológica deve ser verificada antes da próxima
dose e a dose ajustada adequadamente. O seguinte regime é sugerido como guia para o ajuste da dose:
Nadir após a dose anterior % da dose anterior a ser
administradaLeucócitos Plaquetas
> 4.000 > 100.000 100%
3.000 - 3.999 75.000 - 99.999 100%
2.000 - 2.999 25.000 - 74.999 70%
< 2.000 < 25.000 50%
- Uso Geriátrico:
Em geral a seleção de dose em pacientes idosos deve ser cuidadosa, geralmente iniciando no limite inferior
da dose recomendada, devido à maior frequência, nesta população, de disfunção hepática, renal ou cardíaca,
doenças associadas e utilização concomitante de vários medicamentos (vide 5. ADVERTÊNCIAS E
PRECAUÇÕES).
Preparação de soluções intravenosas:
Para facilitar a reconstituição, deixar o BECENUN e o diluente estéril (álcool etílico) atingir a temperatura
ambiente (15o
C a 30o
C) antes da mistura. Dissolver o BECENUN completamente com 3 mL de diluente
estéril e em seguida acrescentar, assepticamente, 27 mL de água estéril para injeção à solução alcoólica (o
volume final do medicamento preparado será de 30 mL). Cada mL da solução resultante conterá 3,3 mg de
BECENUN em 10% de álcool etílico. (A solução no álcool etílico deve ser completa antes que a água estéril
para injeção seja acrescentada). O contato acidental do BECENUN reconstituído com a pele, causa
hiperpigmentação transitória das áreas afetadas. Caso o BECENUN pó liofilizado ou solução entrem em
contato com a pele ou mucosa, lavá-los imediatamente e completamente.
A solução de BECENUN preparado no diluente estéril conforme recomendado (vide 8. POSOLOGIA
E MODO DE USAR) poderá ser posteriormente diluída em soro fisiológico ou em soro glicosado a 5%. A
solução reconstituída deve ser usada apenas por via intravenosa e administrada por infusão em um período
de 1 a 2 horas. Se administrada em menor tempo, pode causar dor intensa e queimação no local da injeção. A
infusão intravenosa rápida do BECENUN pode produzir rubor intenso da pele e sufusão da conjuntiva dentro
de 2 horas, durando cerca de 4 horas.
Utilizar somente recipientes de vidro para a preparação e a administração.
Procedimento para Manipulação e Descarte dos medicamentos antineoplásicos:
O contato acidental do BECENUN reconstituído com a pele tem causado queimação e hiperpigmentação das
áreas afetadas.
A fim de minimizar os riscos de exposição dérmica, utilize sempre luvas impermeáveis quando manipular
frascos contendo BECENUN pó liofilizado para injeção. Isto inclui todas as atividades de manipulação em
clínicas, salas de armazenamento e ambientes domiciliares de cuidado à saúde, incluindo abertura da
embalagem, inspeção do produto, transporte, preparação da dose e administração.
Devem ser considerados os procedimentos quanto à manipulação e descarte dos medicamentos
antineoplásicos. Já foram publicados vários guias sobre este assunto (18 - 21)
, porém, não há um acordo geral de
que todos os procedimentos recomendados nesses guias sejam necessários ou apropriados.
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Não há estudos dos efeitos de BECENUN pó para solução injetável administrado por vias não
recomendadas. Portanto, por segurança e para eficácia desta apresentação, a administração deve ser
somente pela via intravenosa.
Reações adversas muito comuns (ocorrem em mais de 10% dos pacientes tratados com BECENUN):
- Reações Adversas Pulmonares
A toxicidade pulmonar induzida por BECENUN foi relatada em uma frequência de até 30%. A toxicidade
pulmonar usualmente ocorre dentro de um período de 3 anos da terapia e é caracterizada por infiltrado e/ou
fibrose pulmonar. Casos fatais de toxicidade pulmonar ocorreram. O aparecimento de toxicidade pulmonar
induzida por BECENUN pode ocorrer a partir de 1 ano e 10 meses de idade até 72 anos. Os fatores de risco
incluem fumo, presença de comprometimento do sistema respiratório, anormalidades radiográficas
preexistentes, irradiação torácica sequencial ou concomitante e associação com outros agentes que causam
danos ao pulmão. A incidência parece estar relacionada à dose, com doses cumulativas totais de 1.200 –
1.500 mg/m2
sendo associadas com o aumento da probabilidade de fibrose pulmonar. Casos de fibrose
pulmonar tardia, ocorrendo até 17 anos após o tratamento, também foram relatados. Em um recente estudo
de longo prazo com 17 pacientes que sobreviveram a tumores cerebrais na infância, 8 (47%) morreram de
fibrose pulmonar. Dessas 8 mortes, duas ocorreram dentro de 3 anos de tratamento e seis ocorreram 8 a 13
anos após tratamento. Dos pacientes que faleceram, a idade média durante o tratamento foi 2,5 anos
(variando de 1 - 12 anos); a idade média dos sobreviventes do estudo prolongado foi de 10 anos (5 - 16 anos
de tratamento). Todos os cinco pacientes tratados abaixo de 5 anos morreram por fibrose pulmonar. Nesta
série, a dose de BECENUN não influenciou o resultado fatal nem a coadministração de vincristina ou
irradiação espinal. Em todos os demais sobreviventes disponíveis para acompanhamento foi detectada
evidência de fibrose pulmonar. (vide 5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES).
A segurança e a eficácia do uso de carmustina na população pediátrica não foram estabelecidas.
Reações adversas cuja frequência da ocorrência não é conhecida:
- Reações Adversas Hematopoiéticas
A mielossupressão tardia é um frequente e grave evento adverso associado com a administração de
BECENUN, consistindo principalmente em trombocitopenia e leucopenia, as quais podem contribuir para
hemorragias e infecções graves em pacientes já comprometidos. Geralmente ocorre 4 a 6 semanas após a
administração do medicamento e está relacionada com a dose utilizada. Os nadires das plaquetas ocorrem
entre 4 a 5 semanas, e dos leucócitos entre 5 a 6 semanas depois da terapia. A trombocitopenia é geralmente
mais grave que a leucopenia, contudo, ambas podem ser toxicidades limitantes da dose. Anemia também
ocorre, mas é geralmente menos severa. BECENUN pode produzir mielossupressão cumulativa (vide 5.
ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES).
A ocorrência de leucemia aguda e displasias da medula óssea foram relatadas em pacientes após terapia de
longo prazo com nitrosureias.
Aumento na mielotoxicidade (como leucopenia e neutropenia) foi relatada quando carmustina foi
administrada em combinação com cimetidina (vide 6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS).
- Reações Adversas Gastrintestinais
Náusea e vômito após a administração IV de BECENUN são observados com frequência. Estas toxicidades
aparecem dentro de 2 horas, durando geralmente de 4 a 6 horas e estão relacionadas com a dose. A
administração prévia de antieméticos é eficaz no sentido de diminuir, e, às vezes, prevenir estes eventos
adversos.
- Reações Adversas Hepáticas
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Altas doses de BECENUN têm sido associadas com uma toxicidade hepática reversível, manifestada pelo
aumento dos níveis das transaminases, fosfatase alcalina e bilirrubinas.
- Reações Adversas Renais
Observou-se em pacientes que recebem altas doses cumulativas após terapia prolongada com BECENUN e
outras nitrosureias, anormalidades renais constituídas de redução do tamanho dos rins, azotemia progressiva
e insuficiência renal. Danos aos rins também foram observados ocasionalmente em pacientes que receberam
doses totais mais baixas.
- Reações Adversas Cardiovasculares
Hipotensão, taquicardia.
- Reações Adversas Raras
Febre, encefalopatia, cefaleia, dispneia, dor no peito, difculdade respiratória, doença pulmonar intersticial,
rash cutâneo, parestesia oral.
-Reações Adversas Muito Raras
Infecção, esfoliação na pele, inchaço na face, inchaço gengival, diarreia, alopécia, parestesia, desorientação,
inflamação nas mucosas, desconforto no peito, conjuntivite, broncoespasmo, alveolite, síndrome do
desconforto respiratório agudo, infecção por citomegalovírus, sensação de queimação na pele, dermatite
alérgica, dor nos olhos, edema labial, dor na boca, dor no maxilar, agitação, síndrome das pernas inquietas,
dor nos dentes, dor muscoloesquelética, flebite, herpes zoster, policromasia, reticulose, icterícia, infecção por
Staphylococcus, nefropatia tóxica, microftalmia, hipermetropia, dor nas costas, acidose metabólica, tensão
muscular, desconforto oral, enxaqueca, erupção cutânea tóxica.
- Outras Reações Adversas
Neurorretinite, dor torácica, cefaleia, reações alérgicas.
Queimação no local de injeção é comum, mas trombose verdadeira é rara.
Toxicidade local do tecido mole tem sido reportada após extravasamento de BECENUN. Infiltração de
BECENUN pode resultar em inchaço, dor, eritema, sensação de queimação e necrose cutânea.
A administração de BECENUN por via intra-arterial carotídea está sob investigação e tem sido associada à
toxicidade visual.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária -
NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância
Sanitária Estadual ou Municipal.