Bula do Brometo de Ipratrópio produzido pelo laboratorio Laboratório Teuto Brasileiro S/a
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
brometo de ipratrópio
Solução para inalação 0,250mg/mL
MODELO DE BULA COM INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS
PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Medicamento genérico Lei nº 9.787, de 1999.
APRESENTAÇÕES
Embalagens contendo 01, 100 e 200 frascos com 20mL.
USO INALATÓRIO
USO ADULTO E PEDIÁTRICO
COMPOSIÇÃO
Cada mL da solução para inalação 0,250mg/mL (20 gotas) contém:
brometo de ipratrópio...................................................................................................0,250mg
Veículo q.s.p.......................................................................................................................1mL
Excipientes: cloreto de benzalcônio, edetato dissódico, cloreto de sódio, ácido clorídrico e
água de osmose reversa.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Este medicamento é indicado como broncodilatador para o tratamento de manutenção do
broncoespasmo associado à doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), que inclui
bronquite crônica e enfisema.
O brometo de ipratrópio solução para inalação também é indicado em combinação com
medicação beta-2-agonista no tratamento do broncoespasmo agudo associado à asma e
doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), incluindo bronquite crônica.
Em estudos controlados de 85-90 dias em pacientes com broncoespasmo associado à doença
pulmonar obstrutiva crônica (bronquite crônica e enfisema), observou-se uma significante
melhora na função pulmonar dentro de 15 minutos, alcançando o pico em 1 a 2 horas e
persistindo, por 4-6 horas.
O efeito broncodilatador de ipratrópio no tratamento do broncoespasmo agudo associado à
asma foi demonstrado em estudos realizados em adultos e crianças acima de 6 anos de
idade. Na maioria destes estudos o brometo de ipratrópio foi administrado em combinação
com um beta-agonista inalatório.
1.Summers Q. Tarala RA. Nebulized ipratropium in the treatment of acute asthma. Chest
1990;97(2):425-429.
2.Roeseler J, Reynaert MS. A comparison of fenoterol and fenoterol - ipratropium
nebulisation treatment in acute asthma. A short report. Acta Ther 1987;13:571-578.
3. Watson WTA, Becker AB, Simons FER. Comparison of ipratropium solution, fenoterol
solution, and their combination administered by nebulizer and face mask to children with
acute asthma. J Allergy Clin Immunol 1988;82(6):1012-1018.
Farmacodinâmica
Este medicamento tem como princípio ativo o brometo de ipratrópio, que é um composto de
amônio quaternário com propriedades anticolinérgicas (parassimpaticolíticas). Em estudos
pré-clínicos, parece inibir os reflexos mediados pelo vago por antagonismo do receptor da
acetilcolina, o neurotransmissor liberado pelo nervo vago. Agentes anticolinérgicos
previnem o aumento da concentração intracelular de cálcio provocado pela interação da
acetilcolina com o receptor muscarínico no músculo liso dos brônquios.
A liberação de cálcio é mediada pelo sistema de segundo mensageiro que consiste em IP3
(inositol trifosfato) e DAG (diacilglicerol).
A broncodilatação observada após a inalação de brometo de ipratrópio é devido
primariamente a sua ação local e específica para o pulmão, não apresentando natureza
sistêmica.
Evidências pré-clínicas e clínicas não sugerem qualquer efeito predudicial de ipratrópio
sobre a ação secretora da mucosa brônquica, na depuração mucociliar ou troca gasosa.
Farmacocinética
O efeito terapêutico de ipratrópio é produzido por ação local nas vias aéreas. A
broncodilatação e a farmacocinética sistêmica não correm em paralelo. O efeito inicia-se
dentro de poucos minutos após a inalação. Em pacientes asmáticos, cerca de 50% do efeito
broncodilatador do brometo de ipratrópio surge em torno de 3 minutos e 80% de seu efeito
em até 30minutos após sua inalação.
Após inalação, 10 a 30% da dose deposita-se nos pulmões, dependendo da formulação e da
técnica de inalação. A maior parte da dose é deglutida e passa para o trato gastrintestinal.
A porção da dose depositada nos pulmões atinge rapidamente a circulação (dentro de
minutos).
A excreção renal cumulativa (0-24 horas), do composto inalterado é de aproximadamente
46% de uma dose administrada por via endovenosa, abaixo de 1 % de uma dose oral e cerca
de 3-13% de uma dose inalada. Baseado nestes dados, a biodisponibilidade sistêmica da
dose oral e inalada de brometo de ipratrópio é estimada em 2% e 7-28%, respectivamente.
Levando isso em consideração, a ingestão de parte da dose de brometo de ipratrópio não
contribui de forma relevante para exposição sistémica.
Os parâmetros farmacocinéticos que descrevem a distribuição de ipratrópio foram
calculados a partir das concentrações plasmáticas após administração IV. É observado um
rápido declínio bifásico das concentrações plasmáticas. O volume de distribuição no estado
estacionário (Vdss) é de aproximadamente 176L (≈ 2,4 L / kg). Menos de 20% da droga
liga-se às proteínas plasmáticas. O ipratrópio por ser uma amina quartenária não atravessa a
barreira hematoencefálica.
A meia-vida da fase terminal de eliminação é de aproximadamente 1,6 horas.
A depuração total do ipratrópio é de 2,3L/min e a depuração renal de 0,9L/min. Após
administração endovenosa, cerca de 60% da dose é metabolizada, provavelmente em sua
maioria, por oxidação hepática.
Em um estudo sobre balanço da excreção, a excreção renal cumulativa (6 dias) do fármaco
radioativo (incluindo sua forma inalterada e seus metabolitos) representou 72,1% após a
administração endovenosa, 9,3% após a administração oral e 3,2% após a inalação. A
radioatividade total excretada pelas fezes foi de 6,3% após administração endovenosa,
88,5% após uso oral e 69,4% após a inalação. Em relação a excreção do composto
radioativo após a administração endovenosa, ela ocorre principalmente através dos rins. A
meia-vida de eliminação do fármaco-radioativo (a substância ativa e metabolitos) é de 3,6
horas. Os principais metabólitos urinários se ligam fracamente ao receptor muscarínico e
devem ser considerados inefetivos.
Este medicamento é contraindicado a pacientes com hipersensibilidade conhecida à atropina
ou a seus derivados e/ou a quaisquer componentes da fórmula.
Podem ocorrer reações de hipersensibilidade imediata após administração de brometo de
ipratrópio, como demonstrado por casos raros de urticária, edema angioneurótico, erupção
da pele, broncoespasmo, edema orofaríngeo e anafilaxia.
Este medicamento deve ser usado com prudência em pacientes com predisposição a
glaucoma de ângulo fechado ou com patologia obstrutiva do trato urinário inferior pré-
existente (como obstrução do colo da bexiga ou hiperplasia da próstata).
Pacientes com fibrose cística podem estar mais sujeitos a distúrbios na motilidade
gastrintestinal.
Embora raros, já foram relatados complicações oculares (como midríase, aumento da
pressão intraocular, glaucoma de ângulo fechado e dor ocular) quando o conteúdo de
aerossois contendo brometo de ipratrópio, combinado ou não com beta-2-agonistas, atingiu
inadvertidamente os olhos.
Desconforto ou dor ocular, visão turva, visão de imagens coloridas ou halos em associação
com olhos avermelhados decorrentes de congestão conjuntiva e edema de córnea podem ser
sinais de glaucoma de ângulo fechado. Desenvolvendo-se qualquer desses sintomas, deve-se
administrar soluções mióticas e procurar um especialista imediatamente.
Os pacientes devem ser orientados quanto à correta administração de ipratrópio solução para
inalação.
Deve-se tomar cuidado para não expor os olhos à solução para inalação. Recomenda-se que
a solução nebulizada seja administrada através de um bocal. Se este não estiver disponível e
for utilizada uma máscara para nebulização, esta deve ajustar-se perfeitamente. Pacientes
com predisposição a glaucoma devem ser alertados especificamente a proteger os olhos.
Este medicamento contém cloreto de benzalcônio como conservante, e edetato dissódico di-
hidratado como estabilizante. Quando inalados estes componentes podem causar
broncoespasmo em pacientes sensíveis com hiperreatividade das vias aéreas.
Não foram realizados estudos sobre os efeitos na capacidade de dirigir veículos e operar
máquinas. No entanto, os pacientes devem ser advertidos de que durante o tratamento com
ipratrópio podem ocorrer efeitos indesejáveis tais como tonturas, distúrbio acomodação
visual, midríase e visão turva. Portanto, deve-se recomendar cautela ao dirigir automóveis
ou operar máquinas. Se os pacientes apresentarem os eventos adversos mencionados acima
devem evitar tarefas potencialmente perigosas como dirigir ou operar máquinas.
Gravidez, Lactação e Fertilização
A segurança do uso de brometo de ipratrópio durante a gravidez não está estabelecida. Os
benefícios com o uso de ipratrópio durante a gravidez ou quando há suspeita de gravidez
devem ser considerados contra o possível perigo ao feto. Estudos pré-clínicos não
mostraram efeitos embriotóxicos nem teratogênicos após inalação ou aplicação intranasal de
doses consideravelmente mais altas que as recomendadas para o ser humano.
O brometo de ipratrópio está classificado na categoria B de risco na gravidez.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica
ou do cirurgião-dentista.
Não se sabe se o ipratrópio é excretado no leite materno. Embora cátions quaternários
insolúveis em lipídios passem para o leite materno, não é de se esperar que o brometo de
ipratrópio alcance o lactente de maneira importante, quando administrado por via inalatória
à lactante. Entretanto, como muitas drogas são excretadas no leite materno, o ipratrópio
deve ser administrado com cuidado a lactantes.
Estudos pré-clínicos realizados com brometo de ipratrópio não mostraram nenhum evento
adverso na fertilidade. Não há dados clínicos disponíveis para o brometo de ipratrópio sobre
Agentes beta-adrenérgicos (como fenoterol, salbutamol, isoxsuprina, piperidolato e
terbutalina) e derivados de xantina (como aminofilina e bamifilina) podem intensificar o
efeito broncodilatador.
O risco de glaucoma agudo em pacientes com histórico de glaucoma de ângulo fechado
pode aumentar com a administração simultânea de brometo de ipratrópio nebulizado e
betamiméticos (como fenoterol, salbutamol, salmeterol).
DURANTE O CONSUMO ESTE PRODUTO DEVE SER MANTIDO NO CARTUCHO
DE CARTOLINA, CONSERVADO EM TEMPERATURA AMBIENTE (15 A 30°C).
PROTEGER DA LUZ E UMIDADE.
Prazo de validade: 24 meses a partir da data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem
original.
Características físicas e organolépticas: Solução límpida, incolor e inodora.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
A posologia deve ser adaptada conforme as necessidades do paciente, que deve ser mantido
sob supervisão médica durante o tratamento.
Aconselha-se a não exceder a dose diária recomendada durante o tratamento de manutenção
ou da crise aguda.
Se o tratamento não produzir melhora significativa, ou se houver piora do paciente, deverá
ser determinado um novo esquema terapêutico. Os pacientes devem ser instruídos a procurar
imediatamente o médico em caso de dispneia aguda ou piora rápida da mesma.
A menos que seja prescrito de modo diferente, recomenda-se a seguinte dosagem:
Cada 1mL (20 gotas) de brometo de ipratrópio solução para inalação contém 0,25mg de
brometo de ipratrópio, que correspondem a 0,202mg de ipratrópio. Cada gota contém
0,0125mg de brometo de ipratrópio.
Tratamento de manutenção
-Adultos (incluindo idosos e adolescentes acima de 12 anos): 2 mL (40 gotas = 0,5mg), 3 a
4 vezes ao dia.
-Crianças entre 6-12 anos: 1,0mL (20 gotas = 0,25mg), 3 a 4 vezes ao dia.
-Crianças com menos de 6 anos: 0,4-1,0mL (8-20 gotas = 0,1 a 0,25mg), 3 a 4 vezes ao
dia.
Devido à informação limitada nesta faixa etária, o ipratrópio só deve ser administrado a
crianças até 12 anos sob supervisão médica.
Tratamento da crise aguda
-Adultos (incluindo idosos e adolescentes acima de 12 anos): 2mL (40 gotas = 0,5mg).
-Crianças entre 6-12 anos: 1,0mL (20 gotas = 0,25mg).
-Crianças com menos de 6 anos: 0,4-1,0mL (8-20 gotas = 0,1-0,25mg).
As doses acima podem ser repetidas até que o paciente se estabilize. O intervalo entre as
doses deve ser determinado pelo médico. O brometo de ipratrópio pode ser administrado em
associação com um beta-agonista inalatório.
Doses diárias acima de 2mg para adultos e crianças acima de 12 anos, e 1mg para crianças
menores de 12 anos de idade, devem ser administradas sob supervisão médica.
Devido à informação limitada nesta faixa etária, este medicamento só deve ser administrado
a crianças até 12 anos sob supervisão de um adulto.
Modo de usar
As instruções de uso devem ser cuidadosamente lidas para garantir o uso correto do
medicamento.
O frasco do brometo de ipratrópio vem com um moderno gotejador fácil de usar: rompa o
lacre da tampa e vire o frasco na posição vertical. Para começar o gotejamento bata
levemente com o dedo no fundo do frasco e deixe gotejar a quantidade desejada.
A dose recomendada deve ser diluída em solução fisiológica até um volume final de 3-4mL.
A solução diluída deve ser nebulizada e inalada até ser totalmente consumida. A solução
sempre deve ser diluída antes de cada utilização. Qualquer quantidade residual da solução
deve ser eliminada. A dose pode depender do modo de inalação e da qualidade da
nebulização.
A duração da inalação pode ser controlada pelo volume de diluição. O brometo de ipratrópio
pode ser utilizando com qualquer aparelho de nebulização comercialmente disponível. Onde
houver oxigênio disponível, a solução é melhor administrada com fluxo de 6 a 8
litros/minuto.
O brometo de ipratrópio solução para inalação pode ser combinado com mucolíticos como o
ambroxol e a bromexina e com beta-2-agonistas como o fenoterol em solução para inalação.
O ipratrópio não deve ser misturado com cromoglicato dissódico no mesmo nebulizador,
pois pode ocorrer precipitação do produto.
Muitos dos eventos adversos listados podem ser atribuídos às propriedades anticolinérgicas
de ipratrópio. Assim como acontece com todo inalatório, no tratamento com ipratrópio pode
ocorrer sintomas de irritação local. Os eventos adversos foram identificados a partir de
dados obtidos em estudos clínicos e pela farmacovigilância durante o uso após a aprovação
do medicamento.
-Reações comuns (> 1/100 e <1/10): cefaleia; tontura; irritação na garganta; tosse; boca
seca; náusea; distúrbios da motilidade gastrintestinal.
-Reação incomum (> 1/1.000 e < 1/100): hipersensibilidade; reação anafilática; visão turva;
midríase; aumento da pressão intra-ocular; glaucoma; dor ocular; visão de halos; hiperemia
conjuntival; edema de córnea; palpitações; taquicardia supraventricular; broncoespasmo;
broncoespasmo paradoxal; espasmo da laringe; edema oro-faríngeo; garganta seca; diarreia;
constipação; vômito; estomatite; erupção cutânea; prurido, edema angioeneurótico, retenção
urinária.
-Reação rara (>1/10.000 e < 1/1.000): distúrbios na acomodação visual; fibrilação atrial;
aumento da frequência cardíaca (taquicardia); urticária.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância
Sanitária – NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm,
ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.