Bula do Buprovil produzido pelo laboratorio Multilab Indústria e Comércio de Produtos Farmacêuticos Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
Buprovil
(ibuprofeno)
Multilab Ind. e Com. de Produtos Farmacêuticos Ltda
Comprimido revestido
600 mg
2
Bula Profissional de Saúde_Buprovil 600mg
ibuprofeno
MEDICAMENTO SIMILAR EQUIVALENTE AO MEDICAMENTO DE REFERÊNCIA
FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÕES
Comprimidos revestidos de 600mg – Embalagens contendo 20, 30 ou 600 comprimidos.
USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
Cada comprimido revestido contém:
ibuprofeno ............................................................ 600 mg
excipiente .....................q.s.p.......................... 1 comprimido
(dióxido de silício, celulose microcristalina, lactose monoidratada, croscarmelose sódica, amido de
milho pré-gelatinizado, óleo vegetal hidrogenado, dióxido de titânio, hipromelose, macrogol, álcool
etílico e água purificada)
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Febre e dores leves a moderadas, associadas a gripes e resfriados comuns, dor de garganta, cefaleia,
dor de dente, dorsalgia, dismenorreias e mialgias.
O estudo PAIN (Paracetamol, Aspirin, lbuprofen new tolerability) foi um estudo randomizado e
cego, delineado para comparar três analgésicos no tratamento da dor aguda. Um total de 8.677
adultos foram randomizado s para tratamento com ibuprofeno (1.200mg/d), paracetamol (3g/d) e
aspirina (3g/d). As principais indicações foram dor musculoesquelética (31-33%), resfriado comum
(19-20%), dorsalgia (15-17%) e cefaleia (10-11%). Observou-se maior incidência de eventos
adversos com aspirina (10, 1%) em comparação com ibuprofeno (7,0%, P < 0,001) ou paracetamol
(7,8%). Eventos adversos gastrintestinais ocorreram em menor frequência nos pacientes tratados
com ibuprofeno (4,0%) em comparação com aspirina (7,1%, P < 0,001) ou paracetamol (5,3%, p =
Bula profissional – Buprovil Suspensão oral - REVB Page 20
0,025).
O Boston University Fever Study envolveu 84.192 crianças com idade entre seis meses e 12 anos,
com doença febril. As crianças foram randomizadas para tratamento com paracetamol (12mg/kg por
dose a cada 4-6 horas) ou ibuprofeno (5-10mg/kg por dose a cada 4-6horas). O desfecho primário
foi à ocorrência de eventos adversos graves como sangramento gastrintestinal, insuficiência renal
aguda ou anafilaxia. O desfecho secundário foi à ocorrência de internação hospitalar por outras
complicações. Não se observou diferença estatisticamente significativa entre as duas medicações
quanto à necessidade de internação hospitalar por evento adverso, ou qualquer alteração
significativa da função renal nos pacientes tratados com ibuprofeno. Por outro lado, as crianças que
foram tratadas com ibuprofeno apresentaram menor risco de consultas médicas por asma (3,0%;
IC95% 2,1-4, 1%) do que aquelas tratadas com paracetamol (5,1%; IC95% 3,5-7,1%), P = 0,02.
Magni e colaboradores realizaram um estudo multicêntrico, aberto e randomizado para avaliar a
atividade antipirética e a tolerabilidade de doses orais únicas de ibuprofeno versus dipirona em
lactentes e crianças febris. Cento e vinte e dois pacientes de ambos os sexos, com idade entre 6
meses e 8 anos de idade, com temperatura axilar ≥ 38,0°C foram randomizados (1:1) para
ibuprofeno (10mg/kg) ou dipirona (l5mg/kg), administrados em doses orais únicas. A temperatura
axilar e os eventos adversos foram avaliados após 10, 20, 30 e 45 minutos e, a seguir, de 1 em 1
hora, durante 8 horas após a administração. As médias de temperatura foram significativamente
menores nos pacientes que receberam ibuprofeno, em relação aos que receberam dipirona, nos
grupos de febre alta entre (>39,1°C) e baixa (38,0°C e 39,1°C) (p = 0,04). Após 1, 2 e 4 horas da
administração das drogas, o valor absoluto da soma ponderada das diferenças de temperatura a
partir dos valores basais foi significativamente menor no grupo de febre alta da dipirona, quando
comparado ao grupo de febre alta do ibuprofeno, o que significa maior efeito para este último.
Houve diferenças estatisticamente significativas no tempo para normalização da temperatura
(<37,2°C) entre o ibuprofeno e a dipirona nos grupos de temperatura baixa (3,1 ± 2,04 vs. 4,5 ±
3,06 horas, p = 0,01) e alta (2.7 ± 1,68 vs. 5,4 ± 3,15 horas, p = 0,003). A diferença do tempo de
persistência do efeito antipirético foi também estatisticamente significativa para o grupo de
temperatura alta, a favor do ibuprofeno (3,4 ± 2,03 vs. 1,8 ± 1,89 hora, p = 0,01). As duas drogas
apresentaram perfis de tolerabilidade comparáveis. Os autores concluíram que uma dose oral única
de ibuprofeno demonstrou proporcionar antipirese mais rápida, potente e por um tempo mais longo
do que uma dose oral única de dipirona, especialmente na presença de febre alta.
Autret e colaboradores conduziram um estudo randomizado, aberto, multicêntrico e comparativo
entre ibuprofeno (7,5mg/kg), paracetamol (10mg/kg) e aspirina (10mg/kg), que envolveu 351
crianças com idade entre 6 e 24 meses com febre (temperatura retal > 39°C). A temperatura foi
avaliada após 1, 4 e 6 horas da administração. Observou-se maior queda da temperatura nas
Bula profissional – Buprovil Suspensão oral - REVB Page 21
crianças tratadas com ibuprofeno em comparação com aquelas tratadas com aspirina ou
paracetamol. A avaliação do conforto das crianças através de escala visual mostrou superioridade do
ibuprofeno frente aos outros tratamentos.
1. Moore N, van Ganse E, Le Pare JM. The PAIN study: paracetamol, aspirin and ibuprofen new
tolerability study: a large-scale, randomized clinical trial comparing the tolerability of aspirin,
ibuprofen and paracetamol for short-term analgesia. Clin Drug lnvest. 1999; 18:89-98.
2. Lesko SM, Mitchell AA. An assessment of the safety of pediatric ibuprofen: a practitioner-based
randomized clinical trial. JAMA. 1995;273(12):929-33.
3. Magni AM, Rosário N, Murahovschi J, et al. Efeito antipirético e tolerabilidade do ibuprofeno
versus a dipirona, em dose oral única, em pacientes pediátricos - estudo aberto, randomizado,
multicêntrico brasileiro. Ped Mod. 2007;43(1):32-40.
4. Autret E, Reboui-Marty J, Henry-Launois B, et al. Evaluation of ibuprofen versus aspirin and
paracetamol on efficacy and comfort in children with fever. Eur J Clin Pharmacol. 1997;51(5):367-
71.
Farmacodinâmica
Buprovil contém ibuprofeno, um derivado do ácido fenilpropânico, inibidor da síntese das
prostaglandinas, tendo propriedades analgésicas e antipiréticas. Os antipiréticos e analgésicos
inibem a ação da cicloxigenase, diminuindo a formação de precursores das prostaglandinas e dos
tromboxanos a partir do ácido araquidônico, diminuindo a ação destes mediadores no termostato
hipotalâmico e nos receptores de dor (nociceptores).
Farmacocinética
O ibuprofeno apresenta boa absorção oral, com aproximadamente 80% da dose absorvida no trato
gastrintestinal, havendo diferença quando da administração em jejum ou após refeição, pois a
presença de alimentos diminui a absorção. O início de ação ocorre em aproximadamente 15 a 30
minutos. A taxa de ligação proteica é alta (99%) e a concentração plasmática máxima é atingida em
1,2 a 2,1 horas, tendo duração de 4 a 6 horas, com meia-vida de eliminação de 1,8 a 2 horas. A
biotransformação é hepática e a excreção praticamente se completa em 24 horas após a última dose,
sendo menos de 1% excretado na forma inalterada.
Buprovil não deverá ser administrado a pacientes com antecedentes de hipersensibilidade prévia ao
ibuprofeno ou a qualquer componente da formulação. Não utilizar em indivíduos com úlcera
Bula profissional – Buprovil Suspensão oral - REVB Page 22
péptica ativa, sangramento gastrintestinal ou em casos em que o ácido acetilsalicílico, iodeto e
outros anti-inflamatórios não esteroides tenham induzido asma, rinite, urticária, pólipo nasal,
angioedema, broncoespasmo e outros sintomas de reação alérgica ou anafilática.
Não utilizar Buprovil concomitante com bebidas alcoólicas.
Buprovil é contraindicado a pacientes com úlcera gastroduodenal ou sangramento
gastrintestinal.
Este medicamento é contraindicado para menores de 6 meses de idade.
5. ADVERTENCIAS E PRECAUÇÕES
O uso de ibuprofeno em crianças com menos de 2 anos de idade deve ser feito sob orientação
médica.
Deve-se ter cuidado na administração do ibuprofeno ou de qualquer outro agente analgésico e
antipirético em pacientes desidratados ou sob risco de desidratação (com diarreia, vômitos ou baixa
ingestão de líquidos), em pacientes com história atual ou prévia de úlcera péptica, gastrites ou
desconforto gástrico e em pacientes que apresentaram ou apresentam reações alérgicas,
independente da gravidade, com agentes analgésicos e antitérmicos.
Uso em idosos - Utilizar com cautela em pacientes idosos, iniciando o tratamento com doses
reduzidas. A idade avançada exerce mínima influência na farmacocinética do ibuprofeno.
Alterações relacionadas à idade, na fisiologia renal, hepática e do sistema nervoso central assim
como comorbidades e medicações concomitantes, devem ser consideradas antes do início da terapia
com Buprovil. Em todas as indicações, a dose deve ser ajustada individualmente e a menor dose
administrada. Monitoração cuidadosa e educação do paciente idoso são essenciais.
Uso durante a gravidez e amamentação
A administração de Buprovil não é recomendada durante a gravidez ou a lactação. O uso de AINEs
no terceiro trimestre está associado a malformações cardíacas como fechamento prematuro do
ductus arteriosus e prolongamento do trabalho de parto e deverá ser evitado após a 30a
semana de
gestação.
Categoria de risco no primeiro e segundo trimestres da gravidez – B
Os estudos em animais não demonstraram risco fetal, mas não há estudos controlados em mulheres
grávidas. A prescrição deste medicamento depende da avaliação do risco/benefício para a paciente.
Categoria de risco no terceiro trimestre da gravidez – D
Este medicamento demonstrou evidências positivas de risco fetal humano. A prescrição deste
medicamento depende da avaliação do risco/benefício para a paciente.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica.
Bula profissional – Buprovil Suspensão oral - REVB Page 23
Informe imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez.
Durante o período de aleitamento materno ou doação de leite humano, só utilize
medicamentos com o conhecimento do seu médico ou cirurgião-dentista, pois alguns
Deve-se evitar o uso concomitante de Buprovil com AINEs sistêmicos não aspirina, incluindo
inibidores da COX- 2. O uso concomitante de dois AINEs sistêmicos pode aumentar a frequência de
úlceras gastrintestinais e sangramento.
Efeitos cardíacos:
5
Bula Profissional de Saúde_Buprovil 600mg
Os AINEs podem causar um aumento no risco de eventos trombóticos cardiovasculares graves, infarto
do miocárdio e derrame, que podem ser fatais. O risco pode aumentar com a duração do uso. Pacientes
com doença cardiovascular conhecida podem estar sob um risco maior. A fim de minimizar o risco
potencial para um evento cardiovascular em pacientes tratados com Buprovil, a menor dose eficaz
deve ser usada pelo menor tempo possível.
Médicos e pacientes devem estar alertas para o desenvolvimento de tais eventos, mesmo na ausência
de sintomas cardiovasculares prévios. Os pacientes devem ser informados sobre os sinais e/ou
sintomas de toxicidade cardiovascular grave e as medidas a serem tomadas se isso ocorrer.
Retenção de líquido/edema:
Assim como com outros fármacos conhecidos por inibir a síntese de prostaglandinas, foram
observados retenção de líquidos e edema em alguns pacientes usando AINEs, incluindo Buprovil.
Portanto, Buprovil deve ser usado com cautela em pacientes com função cardíaca comprometida e
outras condições que predisponham a, ou piorem pela retenção de líquidos. Os pacientes com
insuficiência cardíaca congestiva pré-existente ou hipertensão devem ser cuidadosamente monitorados.
Efeitos gastrintestinais:
Os AINEs, incluindo Buprovil, podem causar eventos gastrintestinais graves incluindo inflamação,
sangramento, ulceração e perfuração do estômago, intestino delgado ou grosso, que podem ser fatais.
Quando sangramento ou ulceração gastrintestinal ocorre em pacientes recebendo Buprovil o
tratamento deve ser descontinuado. A maioria dos pacientes sob risco de desenvolver esses tipos de
complicações gastrintestinais com AINEs são os idosos, pacientes com doença cardiovascular,
pacientes usando ácido acetilsalicílico concomitante, ou pacientes com história prévia de, ou com
doença gastrintestinal ativa, tais como ulceração, sangramento gastrintestinal ou condições
inflamatórias. Portanto, Buprovil deve ser administrado com cautela nesses pacientes.
Efeitos hepáticos:
6
Da mesma forma que com outros anti-inflamatórios não esteroides, podem ocorrer elevações limítrofes
em um ou mais testes laboratoriais hepáticos em até 15% dos pacientes. Essas anormalidades podem
progredir, permanecer essencialmente inalteradas ou serem transitórias com a continuidade do
tratamento. Pacientes com sinais e/ou sintomas sugerindo disfunção hepática ou com testes hepáticos
anormais, devem ser avaliados quanto a evidências de desenvolvimento de reações hepáticas mais
graves durante terapia com Buprovil. Foram relatadas reações hepáticas graves, inclusive icterícia e
casos de hepatite fatal, com o uso de ibuprofeno ou outros anti-inflamatórios não esteroides. Embora
tais reações sejam raras, caso os testes hepáticos anormais persistam ou piorem, caso se desenvolvam
sinais e sintomas clínicos consistentes com doença hepática, ou se ocorrerem manifestações sistêmicas
(por ex.: eosinofilia, rash), o tratamento com Buprovil deve ser suspenso.
Efeitos oftalmológicos:
Foram relatados diminuição da acuidade visual e/ou visão turva, escotomas e/ou alterações na "visão
em cores". Se o paciente desenvolver quaisquer dessas reações durante o tratamento com Buprovil, o
medicamento deve ser descontinuado e o paciente submetido a um exame oftalmológico que inclua
testes de campo visual central e visão de cores.
Reações cutâneas:
Reações cutâneas graves, algumas delas fatais, incluindo dermatite esfoliativa, síndrome de Stevens-
Johnson e necrólise epidérmica tóxica, foram relatadas muito raramente em associação com o uso de
AINEs, incluindo Buprovil. Os pacientes parecem estar sob um risco maior de desenvolverem esses
eventos no início do tratamento, com o início do evento ocorrendo, na maioria dos casos, dentro do
primeiro mês de tratamento. Buprovil deve ser descontinuado ao primeiro sinal de rash cutâneo, lesões
na mucosa ou qualquer outro sinal de hipersensibilidade.
Efeitos renais:
Em raros casos, os AINEs, incluindo Buprovil, podem causar nefrite intersticial, glomerulite, necrose
papilar e síndrome nefrótica. Os AINEs inibem a síntese de prostaglandinas renais que atuam como
7
auxiliares na manutenção da perfusão renal em pacientes cujo fluxo sanguíneo renal e volume
sanguíneo são reduzidos. Nesses pacientes, a administração de um AINE pode precipitar uma
descompensação renal evidente, que é tipicamente seguido pela recuperação, retornando-se ao estado
pré-tratamento com a descontinuação do tratamento de AINEs.
Os pacientes que correm maior risco são aqueles com insuficiência cardíaca congestiva, cirrose
hepática, síndrome nefrótica e doença renal evidente. Tais pacientes devem ser cuidadosamente
monitorados durante o tratamento com AINEs.
Como o ibuprofeno é eliminado principalmente pelos rins, pacientes com função renal
significativamente prejudicada devem ser cuidadosamente monitorados e uma redução na dose deve
ser antecipada para evitar acúmulo do fármaco. Os pacientes com alto risco de desenvolverem
disfunção renal com o uso crônico de ibuprofeno devem ter a função renal avaliada periodicamente.
Uso com Anticoagulantes Orais:
O uso concomitante de AINEs, incluindo ibuprofeno, com anticoagulantes orais aumenta o risco de
sangramento gastrintestinal e não gastrintestinal e deve ser administrado com cautela. Anticoagulantes
orais incluem varfarina/tipo cumarina e modernos anticoagulantes orais (p. ex., apixabana, dabigatrana
e rivaroxabana). A anticoagulação/INR deve ser monitorada em pacientes utilizando anticoagulante
varfarina/tipo cumarina (vide item 6. Interações Medicamentosas).
Precauções gerais:
Hipersensibilidade: Cerca de 10% dos pacientes asmáticos podem ter asma sensível ao ácido
acetilsalicílico. O uso de ácido acetilsalicílico em pacientes com asma sensível a esse medicamento foi
associado ao broncoespasmo grave, que pode ser fatal. Foi registrada reatividade cruzada, incluindo
broncoespasmo, entre ácido acetilsalicílico e outros medicamentos anti-inflamatórios não esteroides
em pacientes com sensibilidade ao ácido acetilsalicílico; portanto, Buprovil não deve ser administrado
8
à pacientes com esse tipo de sensibilidade ao ácido acetilsalicílico (vide item 4. Contraindicações) e
deve ser usado com cautela em todos os pacientes com asma pré-existente.
Podem ocorrer reações anafilactoides mesmo em pacientes sem exposição prévia ao ibuprofeno (vide
item 4. Contraindicações).
Buprovil, como outros agentes anti-inflamatórios não esteroides, pode inibir a agregação plaquetária,
embora esse efeito seja quantitativamente menor e tenha menor duração que o observado com o ácido
acetilsalicílico. Foi demonstrado que o ibuprofeno prolonga o tempo de sangramento (porém dentro
dos limites normais) em indivíduos normais. Como esse efeito pode ser mais acentuado em pacientes
com distúrbios hemostáticos subjacentes, Buprovil deve ser usado com cautela em indivíduos com
defeitos intrínsecos da coagulação e naqueles utilizando anticoagulantes.
A atividade antipirética e anti-inflamatória do ibuprofeno pode reduzir a febre e a inflamação,
diminuindo assim a utilidade desses sinais como meio de diagnóstico na detecção de complicações de
presumíveis condições dolorosas não infecciosas e não inflamatórias.
Relatou-se, raramente, meningite asséptica com febre e coma em pacientes em terapia com ibuprofeno.
Embora sua ocorrência seja mais provável em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico e doenças do
tecido conjuntivo relacionadas, ela foi relatada em pacientes que não apresentavam doença crônica
subjacente. Se forem observados sinais ou sintomas de meningite em um paciente em tratamento com
Buprovil, deve-se considerar a possibilidade de relação com o tratamento.
Anormalidades em testes laboratoriais:
Foi observada diminuição da hemoglobina em 1 g ou mais em aproximadamente 20% dos pacientes
recebendo até 2.400 mg de ibuprofeno por dia. Achados similares foram observados com outros
fármacos anti-inflamatórios não esteroides; o mecanismo é desconhecido.
Precauções em populações especiais:
Uso em Idosos: A idade avançada exerce mínima influência na farmacocinética do ibuprofeno.
Pacientes idosos ou debilitados toleram menos a ulceração e sangramento do que outros indivíduos, e a
9
maioria dos relatos espontâneos de eventos gastrintestinais fatais ocorreram na população geriátrica.
Alterações, relacionadas à idade, na fisiologia hepática, renal e do SNC, assim como condições de
comorbidades e medicações concomitantes devem ser consideradas antes do início da terapia com
Buprovil. Monitoração cuidadosa e educação do paciente idoso são essenciais.
Uso em Crianças: Não foram realizados estudos clínicos controlados para avaliar a segurança e
eficácia do ibuprofeno em crianças.
Fertilidade: Com base no mecanismo de ação, o uso de AINEs, pode retardar ou impedir a ruptura
dos folículos ovarianos, o que tem sido associado com a infertilidade reversível em algumas mulheres.
Em mulheres que têm dificuldade em engravidar ou que estão realizando estudos de infertilidade, a
retirada de AINEs, incluindo Buprovil deve ser considerada.
Uso durante a Gravidez: Não se recomenda a administração de Buprovil durante a gravidez. Estudos
de reprodução em animais não mostraram evidências de anormalidades no desenvolvimento. Contudo,
esses estudos não são sempre preditivos da resposta humana. Não existem estudos adequados e bem
controlados em pacientes grávidas. Devido aos efeitos conhecidos dos anti-inflamatórios não
esteroides sobre o sistema cardiovascular fetal (fechamento do canal arterial), deve-se evitar seu uso
durante o período tardio da gravidez.
A inibição da síntese das prostaglandinas pode afetar negativamente a gravidez. Dados de estudos
epidemiológicos sugerem um risco aumentado de aborto espontâneo após o uso de inibidores da
síntese de prostaglandinas no início da gravidez. Em animais, a administração de inibidores da síntese
de prostaglandinas tem mostrado o aumento da perda de pré e pós-implantação.
Da mesma forma que ocorre com outros fármacos que inibem a síntese de prostaglandinas, ocorreu um
aumento da incidência de distocia e parto retardado em ratas. Não se recomenda o uso de ibuprofeno
durante o trabalho de parto.
Uso durante a Lactação:
10
Em número limitado de estudos com um método de detecção de até 1 mcg/mL não se mostrou a
presença de ibuprofeno no leite de nutrizes. Entretanto, devido à natureza limitada desses estudos e dos
possíveis efeitos adversos dos fármacos inibidores de prostaglandinas em neonatos, Buprovil não é
recomendado no período de amamentação.
Buprovil é um medicamento classificado na categoria C de risco de gravidez no primeiro e segundo
trimestre de gestação e D no terceiro trimestre. Portanto, durante o primeiro e segundo trimestres de
gravidez, este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do
cirurgião-dentista. E, durante o terceiro trimestre de gravidez, este medicamento não deve ser utilizado
por mulheres grávidas sem orientação médica. A paciente deve informar imediatamente seu médico
em caso de suspeita de gravidez.
Efeitos na Habilidade de Dirigir e Operar Máquinas:
Interações medicamento-medicamento
O uso do ibuprofeno e de outros analgésicos e antipiréticos concomitantemente com
corticosteroides aumenta o risco de úlceras gástricas. O uso concomitante de medicamentos à base
de furosemida e tiazídicos diminui o efeito diurético dessas drogas. O uso do produto
concomitantemente com medicamentos à base de probenecida aumentará o efeito terapêutico do
ibuprofeno. Durante a terapia com o ibuprofeno, deve-se evitar a administração de hormônios
tireoidianos. O ibuprofeno pode aumentar o efeito dos anticoagulantes orais (heparina), a
concentração sanguínea de lítio e a atividade antiagregante plaquetária, desaconselhando-se,
portanto, a administração simultânea de ibuprofeno e tais substâncias.
O uso concomitante de qualquer AINE com os seguintes fármacos deve ser evitado, especialmente
nos casos de administração crônica: ácido acetilsalicílico, paracetamol, colchicina, iodetos,
medicamentos fotossensibilizantes, outros anti-inflamatórios não esteroides, corticosteroides,
corticotrofina, uroquinase, hipoglicemiantes orais ou insulina, anti-hipertensivos e diuréticos, ácido
valpróico, plicamicina, sais de ouro, ciclosporina, lítio, probenecida, inibidores da ECA, agentes
anticoagulantes ou trombolíticos, inibidores de agregação plaquetária, cardiotônicos digitálicos,
digoxina e metotrexato.
Interação medicamento-exame laboratorial.
Poderá ocorrer diminuição dos níveis de hemoglobina e do hematócrito. Se houver sangramento
gastrintestinal devido ao uso do ibuprofeno, haverá positividade na pesquisa de sangue oculto nas
fezes. Poderá causar diminuição da glicemia. Não existe interferência conhecida com outros
exames.
Conservar em temperatura ambiente (entre 15 e 30 °C).
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem
original.
Buprovil Suspensão Oral - Gotas 50 mg/mL é uma suspensão branca, com aroma e sabor
característico de tutti-fruti.
Bula profissional – Buprovil Suspensão oral - REVB Page 24
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
USO ORAL:
Agite antes de usar. Não precisa diluir.
Crianças:
A dose recomendada para crianças a partir de 6 meses de idade pode variar de 1 a 2 gotas/kg de
peso, em intervalos de 8 a 6 horas, ou seja, de 3 a 4 vezes ao dia.
A dose máxima por dose em crianças menores de 12 anos de idade é de 40 gotas (200 mg) e a dose
máxima permitida por dia é de 160 gotas (800 mg).
Adultos:
Em adultos, a dose habitual do Buprovil, para febre é de 40 gotas (200 mg) a 160 gotas (800 mg),
podendo ser repetida por, no máximo, 4 vezes por dia.
A dose máxima permitida por dia em adultos é de 640 gotas (3200 mg).
Dose recomendada por no máximo 4 vezes ao dia:
Peso (kg)
Febre baixa
(< 39ºC)
Febre alta
(≥ 39ºC)
5kg 5 gotas 10 gotas 23kg 23 gotas 40 gotas
6kg 6 gotas 12 gotas 24kg 24 gotas 40 gotas
7kg 7 gotas 14 gotas 25kg 25 gotas 40 gotas
8kg 8 gotas 16 gotas 26kg 26 gotas 40 gotas
9kg 9 gotas 18 gotas 27kg 27 gotas 40 gotas
10kg 10 gotas 20 gotas 28kg 28 gotas 40 gotas
11kg 11 gotas 22 gotas 29kg 29 gotas 40 gotas
12kg 12 gotas 24 gotas 30kg 30 gotas 40 gotas
13kg 13 gotas 26 gotas 31kg 31 gotas 40 gotas
14kg 14 gotas 28 gotas 32kg 32 gotas 40 gotas
15kg 15 gotas 30 gotas 33kg 33 gotas 40 gotas
16kg 16 gotas 32 gotas 34kg 34 gotas 40 gotas
17kg 17 gotas 34 gotas 35kg 35 gotas 40 gotas
18kg 18 gotas 36 gotas 36kg 36 gotas 40 gotas
19kg 19 gotas 38 gotas 37kg 37 gotas 40 gotas
20kg 20 gotas 40 gotas 38kg 38 gotas 40 gotas
21kg 21 gotas 40 gotas 39kg 39 gotas 40 gotas
22kg 22 gotas 40 gotas 40kg 40 gotas 40 gotas
Bula profissional – Buprovil Suspensão oral - REVB Page 25
Podem ocorrer as reações indesejáveis descritas a seguir. As frequências são definidas em muito
comuns (> 1/10); comuns (1/100 e < 1/10); incomuns (> 1/1.000 e < 1/100); raras (> 1/10.000 e <
1/1.000); muito raras (< 1/10.000).
Reações comuns (ocorrem entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medicamento):
- Sistema nervoso central: tontura.
- Pele: “rash” cutâneo.
- Sistema gastrintestinal: epigastralgia; náuseas.
Reações incomuns (ocorrem entre 0,1% e 1% dos pacientes que utilizam este
medicamento):
- Pele: prurido.
- Sistema gastrintestinal: dispepsia; obstipação intestinal; anorexia; vômitos; diarreia; flatulência.
- Sistema geniturinário: retenção de sódio e água.
- Sistema nervoso central: cefaleia; irritabilidade; zumbido.
Reações raras (ocorrem entre 0,001% e 0,001% dos pacientes que utilizam este
- Pele: alergia; eritema multiforme; necrólise epidérmica tóxica; síndrome de Stevens-Johnson;
urticária; síndrome “lupus-like”; doença do soro; equimoses; fotosensibilidade.
- Sistema nervoso central: depressão; ansiedade; meningite asséptica; confusão mental; alucinações;
alterações de humor; insônia.
- Sistema nervoso periférico: parestesia.
- Sistema gastrintestinal: icterícia; úlcera esofágica; úlcera péptica gástrica; úlcera duodenal;
hepatite medicamentosa; pancreatite aguda; sangramento digestivo.
- Sistema geniturinário: insuficiência renal; necrose tubular aguda; necrose de papila renal; cistite;
hematúria; poliúria.
- Sangue: anemia hemolítica; pancitopenia; hipoplasia medular; anemia; trombocitopenia;
leucopenia; agranulocitose; eosinofilia.
- Visão: diplopia; redução de acuidade visual; hiperemia ocular; xeroftalmia.
- Ouvido, nariz e garganta: diminuição da acuidade auditiva; inflamação da mucosa nasal; epistaxe;
edema de glote; xerostomia.
- Sistema cardiovascular: aumento de pressão arterial; infarto agudo do miocárdio; arritmia
cardíaca; taquicardia; palpitações; insuficiência cardíaca congestiva; acidente vascular cerebral;
Bula profissional – Buprovil Suspensão oral - REVB Page 26
vasculite.
- Sistema respiratório: broncoespasmo; sibilância; dispneia; dor torácica.
Em casos de eventos adversos, notifique ao sistema de Notificação em Vigilância Sanitária
NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm ou para a Vigilância
Sanitária Estadual ou Municipal.
O tratamento da superdose pelo ibuprofeno é de suporte, uma vez que não existem antídotos para
este fármaco. Os sintomas podem incluir vertigem, nistagmo, apneia, inconsciência, hipotensão e
insuficiência respiratória. Nos casos de intoxicação aguda com comprometimento hemodinâmico
e/ou respiratório, devem-se administrar líquidos, mantendo-se uma boa diurese. Como o fármaco é
ácido e é excretado pela urina; teoricamente é benéfica a administração de álcali, além de volume.
O esvaziamento gástrico deve ser realizado pela indução de vômito ou lavagem gástrica e deve ser
instituída a administração de carvão ativado. Medidas de suporte auxiliarão no procedimento
terapêutico específico de superdose.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.