Bula do Calnate produzido pelo laboratorio Eurofarma Laboratórios S.a.
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
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Calnate
(poliestirenossulfonato de cálcio)
Bula para profissional da saúde
Pó para suspensão
900 mg/g
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MEDICAMENTO SIMILAR EQUIVALENTE AO MEDICAMENTO DE REFERÊNCIA
FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO:
Embalagem contendo 60 envelopes contendo 30 g.
USO ORAL E/OU RETAL
USO ADULTO E PEDIÁTRICO
Composição:
Cada grama contém:
poliestirenossulfonato de cálcio*.................................................................. 900 mg
excipientes**. ..............................................................................................q.s.p. 1g
*Cada 900 mg de poliestirenossulfonato de cálcio equivale a 3,3 mEq de cálcio.
Após a administração do poliestirenossulfonato de cálcio, os íons cálcio presentes nesta resina são parcialmente
liberados e substituídos por íons potássio. A progressão da resina ocorre através do intestino ou então esta fica
**Excipientes: ácido cítrico e sacarose.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Calnate (poliestirenossulfonato de cálcio) está indicado no tratamento da hiperpotassemia em casos de
insuficiência renal.
Foi realizada uma avaliação clínica de resina troca cátions no tratamento e prevenção da hiperpotassemia no
Hospital das Clínicas em São Paulo, que utilizou a resina troca cálcio no tratamento da hipercalemia em 20
pacientes com insuficiência renal, onde a dose administrada variou de 30 a 90 gramas diárias, com uma média de
50 gramas, em várias tomadas em intervalos de 4 a 6 horas.
O tempo de tratamento foi de 3 a 50 dias, com média de 11,5 dias. A eficiência terapêutica foi considerada
excelente pelos autores no controle da hiperpotassemia, onde 100% dos casos obtiveram sucesso. Não houve
efeito sobre a acidose metabólica concomitante.
Em nenhum caso houve aparecimento de hipercalcemia e os efeitos colaterais foram praticamente nulos.
Ref.: Loureiro, A.A.C.; Ianhez, L.E.; Sabbaga, E. Avaliação Clínica de Resina Troca Cátions (calcium serdolit)
no Tratamento e Prevenção da Hiperpotassemia. Rev. Hosp. Clin. Fac. Med. S. Paulo. 27:267-272, 1972.
Descrição
O poliestirenossulfonato de cálcio é uma resina permutadora de cátions. Cada grama de poliestirenossulfonato de
cálcio troca cerca de 1,3 mmol (1,3 mEq) de potássio.
Propriedades Farmacocinéticas
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retida no cólon, após administração sob a forma de enema. É durante esta progressão que ocorre a permutação
dos cátions.
Esta ação ocorre principalmente no intestino grosso, que excreta os íons potássio em maior grau que o intestino
delgado. A resina é então eliminada nas fezes. A eficiência deste processo é limitada e variável.
A ação permutadora de íons se inicia com a progressão do poliestirenossulfonato de cálcio pelo intestino,
principalmente o intestino grosso (ação imediata).
Calnate (poliestirenossulfonato de cálcio) não deve ser utilizado no tratamento de pacientes com
hiperparatireoidismo, mieloma múltiplo, sarcoidose ou carcinoma metastático que possam apresentar
insuficiência renal e hipercalcemia. Pacientes com litíase renal ou hipercalcemia de qualquer etiologia não
devem receber Calnate (poliestirenossulfonato de cálcio).
Como a diminuição efetiva do potássio sérico com Calnate (poliestirenossulfonato de cálcio) pode levar de horas
a dias, o tratamento apenas com esta droga pode ser insuficiente para corrigir rapidamente a hiperpotassemia
severa associada à destruição tecidual massiva (por exemplo, queimaduras e insuficiência renal) ou a
hiperpotassemia intensa considerada emergência médica. Portanto, outras medidas definitivas, incluindo diálise,
devem sempre ser consideradas e podem ser imperativas.
Pode ocorrer séria deficiência de potássio durante o tratamento com Calnate (poliestirenossulfonato de cálcio). O
efeito deve ser cuidadosamente controlado por determinações frequentes do potássio sérico dentro de cada
período de 24 horas.
Uma vez que a deficiência intracelular de potássio nem sempre é reflexo dos níveis séricos de potássio, o nível
em que o tratamento com Calnate (poliestirenossulfonato de cálcio) deve ser interrompido deve ser determinado
individualmente para cada paciente. A condição clínica do paciente e o eletrocardiograma são importantes
auxiliares na determinação da interrupção do tratamento. Os sinais clínicos precoces de hipopotassemia grave
incluem um padrão de confusão com irritabilidade e retardo dos processos de pensamento.
Eletrocardiograficamente, a hipopotassemia grave está frequentemente associada a prolongamento do intervalo
Q-T, alargamento, achatamento ou inversão da onda T e ondas U proeminentes. Além disso, pode ocorrer
arritmias cardíacas, como contrações ventriculares nodais e atriais prematuras e taquicardias ventriculares e
supraventriculares. Os efeitos tóxicos dos digitálicos podem, provavelmente, estar exacerbados. A
hipopotassemia severa pode também manifestar-se por fraqueza muscular grave, algumas vezes estendendo-se
para paralisia franca.
Como todas as resinas permutadoras de cátions, Calnate (poliestirenossulfonato de cálcio) não é totalmente
seletivo (para o potássio) em sua ação, e pequenas quantidades de outros cátions, como magnésio e sódio, podem
também ser perdidas durante o tratamento. Em vista disso, os pacientes recebendo Calnate
(poliestirenossulfonato de cálcio) devem ser monitorizados quanto a todos os distúrbios eletrolíticos pertinentes.
Podem ocorrer hipercalcemia e hipercalciúria com o uso de Calnate (poliestirenossulfonato de cálcio). Isto é
mais provável em pacientes com hipoparatireoidismo (CID 10 – E20) que estejam recebendo altas doses de
vitamina D, ou em pacientes com comprometimento da função renal, em tratamento de diálise ou não. Os
sintomas de hipercalcemia incluem anorexia, náusea, vômito, constipação, dor abdominal, boca seca, sede e
poliúria. O quadro pode ser evitado por avaliações frequentes dos níveis plasmático e urinário do cálcio. Os
níveis urinários de cálcio podem elevar-se antes dos níveis plasmáticos. Muitos pacientes em insuficiência renal
crônica têm níveis séricos baixos de cálcio e altos de fosfato, mas alguns, que infelizmente não podem ser
identificados de antemão, apresentam uma rápida elevação das concentrações séricas de cálcio após o
tratamento. Esse risco, portanto, enfatiza a necessidade de controle bioquímico adequado.
Caso ocorra constipação, os pacientes podem ser tratados com sorbitol (10 a 20 ml de xarope a 70% a cada 2
horas ou conforme necessário, de modo a produzir uma a duas evacuações aquosas por dia), medida essa que
também reduz qualquer tendência à impactação fecal.
Calnate (poliestirenossulfonato de cálcio) pode ser utilizado em qualquer faixa etária, devendo o médico
considerar os principais aspectos clínico-fisicos inerentes a cada faixa etária, levando sempre em consideração a
relação risco/benefício.
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Atenção: Este medicamento contém açúcar, portanto, deve ser usado com cautela em portadores de
Diabetes.
Calnate (poliestirenossulfonato de cálcio) é um medicamento classificado na categoria D de risco de
gravidez. Portanto, este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação
Alcalose sistêmica tem sido relatada após administração oral de resinas permutadoras de cátion, em combinação
com antiácidos não-absorvíveis doadores de cátions e laxantes, como hidróxido de magnésio e carbonato de
alumínio. Esse tipo de administração simultânea também pode reduzir a capacidade de troca da resina.
Conservar em temperatura ambiente (temperatura entre 15 e 30°C). Proteger da luz e umidade.
O prazo de validade deste medicamento é de 24 meses.
A suspensão da droga deve ser preparada no momento do uso e não deve ser guardada.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Calnate (poliestirenossulfonato de cálcio) -
o.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Calnate (poliestirenossulfonato de cálcio) pode ser administrado por via oral ou através de enemas de retenção.
Sempre que possível, deve-se dar preferência à via oral uma vez que os resultados são mais evidentes.
POSOLOGIA
As recomendações posológicas descritas abaixo constituem orientação geral. As necessidades precisas devem ser
decididas face a determinações regulares dos eletrólitos séricos.
1. Via Oral
- Adultos, incluindo idosos: 15 g, três ou quatro vezes ao dia.
- Crianças: 1 g por quilograma de peso por dia, administrada em doses divididas, em hiperpotassemia aguda. A
dose pode ser reduzida para 0,5 g por quilograma de peso por dia, em doses divididas para tratamento de
manutenção.
Cada dose deve ser administrada na forma de suspensão em pequena quantidade de água. A quantidade de
líquido usualmente varia de 20 a 100 ml, dependendo da dose. A suspensão pode também ser preparada
adicionando-se 3 a 4 ml de líquido por grama de resina. O sorbitol pode ser administrado, a fim de evitar
constipação. A resina não deve ser administrada em sucos de frutas que tenham um alto conteúdo de potássio.
Se houver dificuldade na deglutição, a resina pode ser administrada através de sonda gástrica de 2 a 3 mm de
diâmetro e, se desejado, misturada a uma dieta apropriada para insuficiência renal.
2. Via Retal
- Adultos, incluindo idosos: Em casos onde vômitos tornem a administração oral difícil, Calnate
(poliestirenossulfonato de cálcio) pode ser administrado por via retal na forma de suspensão de 30 g de resina em
veículo aquoso (p. ex. 200 ml de metilcelulose a 1% ou 100 ml de sorbitol); como enema de retenção,
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diariamente. Cada dose é administrada como suspensão aquecida (à temperatura corporal). A suspensão deve ser
levemente agitada durante a administração.
Nos estágios iniciais, a administração por via retal associada à via oral pode ajudar a diminuir mais rapidamente
os níveis séricos de potássio. Inicialmente se ambas as vias forem usadas, provavelmente será desnecessário
continuar a administração retal após a resina oral ter atingido o reto.
Se possível, o enema deve ser retido pelo menos por 9 horas, e então seguido por um enema de lavagem.
Após um enema de lavagem inicial, uma sonda de borracha macia de tamanho grande (French 28) é inserida via
retal por cerca de 20 cm, com a extremidade atingindo o sigmoide e fixada nessa posição. A resina é então
suspensa em quantidade apropriada de veículo aquoso à temperatura corporal e introduzida por gravidade,
enquanto as partículas são mantidas em suspensão por agitação. A suspensão é lavada com 50 a 100 ml de
líquido, seguido do clampeamento da sonda, mantendo-a no local. Se ocorrer refluxo, os quadris devem ser
elevados com travesseiros ou o paciente deve ficar temporariamente em posição genupeitoral. Pode-se utilizar
uma suspensão um pouco mais densa; entretanto, deve-se evitar formação da pasta, que reduzirá a superfície de
troca, sendo inefetiva se depositada na ampola retal. A suspensão deve ser mantida no cólon sigmoide por várias
horas, se possível. Então, o cólon é lavado com solução que não contém cálcio, à temperatura corporal, a fim de
remover a resina. Dois litros de solução para lavagem podem ser necessários. O retorno é drenado
constantemente através de uma conexão em Y.
- Crianças: Quando recusada por boca, ou em caso de vômito, a resina pode ser administrada por via retal,
usando uma dose no mínimo igual à que deveria ser administrada por via oral, diluída na mesma proporção
descrita para adultos.
A intensidade e duração da terapia dependem da severidade e persistência da hiperpotassemia.
Calnate (poliestirenossulfonato de cálcio) não deve ser aquecido, pois suas propriedades de troca podem ser
alteradas.
As reações descritas a seguir ocorreram com freqüência maior que 1% dos pacientes que utilizaram o
medicamento: poliestirenossulfonato de cálcio pode causar certo grau de irritação gástrica. anorexia, náusea,
vômito e constipação também podem ocorrer, especialmente com altas doses. Ocasionalmente pode haver
diarreia.
Doses altas em pessoas idosas podem causar impactação fecal. Este efeito pode ser evitado pelo uso da resina em
enemas.
Hipopotassemia, hiponatremia hipomagnesemia e retenção significante de cálcio podem ocorrer.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária - NOTIVISA,
disponível em http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária
Estadual ou Municipal.