Bula do Carbidol produzido pelo laboratorio Laboratório Teuto Brasileiro S/a
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
Carbidol®
Comprimido 25mg+250mg
MODELO DE BULA COM INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS
PROFISSIONAIS DE SAÚDE
carbidopa
levodopa
APRESENTAÇÕES
Embalagens contendo 30 e 50 comprimidos.
USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
Cada comprimido contém:
carbidopa monoidratada (equivalente a 25mg de carbidopa)...................................26,991mg
levodopa.........................................................................................................................250mg
Excipiente q.s.p...................................................................................................1 comprimido
Excipientes: celulose microcristalina, álcool etílico, povidona, croscarmelose sódica,
estearato de magnésio, dióxido de silício, manitol e corante azul indigotina.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Este medicamento é destinado ao tratamento da doença e da síndrome de Parkinson. É útil
para aliviar muitos dos sintomas do parkinsonismo, particularmente a rigidez e a
bradicinesia. É frequentemente útil no controle do tremor, da disfagia, da sialorreia e da
instabilidade postural, associados com a doença e a síndrome de Parkinson.
Quando a resposta terapêutica à levodopa, administrada isoladamente, é irregular, e os
sinais e sintomas da doença de Parkinson não são uniformemente controlados, a
substituição pelo Carbidol®
é em geral eficaz, reduzindo as flutuações na resposta.
Reduzindo certas reações adversas produzidas pela levodopa isolada, o Carbidol®
permite,
a um maior número de pacientes, obter adequado alívio dos sintomas da doença de
Parkinson.
Este medicamento também é indicado nos pacientes com doença de Parkinson que estejam
tomando preparações vitamínicas contendo cloridrato de piridoxina (vitamina B6).
Um grande estudo multicêntrico avaliou 618 pacientes com Doença de Parkinson que
nunca fizeram uso de levodopa. Eles receberam tratamento com carbidopa + levodopa e
foram acompanhados durante 5 anos. Os pacientes apresentaram grande melhora nas
atividades de vida diária, demonstrada pelas escalas Unified Parkinson Disease Rating
Scale (UPDRS) e Nottingham Health Profile (NHP). O efeito colateral mais comum foi
náusea, em 20% dos pacientes, e houve pequena incidência de flutuações motoras e
dicinesia.
Um estudo duplo-cego comparando os efeitos de carbidopa e levodopa combinados em um
único comprimido com levodopa isoladamente foi realizado em 50 pacientes com doença
de Parkinson. Após 6 meses, houve uma melhora estatisticamente significativa na
pontuação total, rigidez e tremor nos pacientes randomizados para carbidopa / levodopa.
Além disso, 40% dos pacientes tratados com a carbidopa / levodopa mostraram uma
melhoria clínica evidente (com redução maior que 50% na sua pontuação total), mais
expressiva do que a obtida com levodopa. Náuseas, vômitos, anorexia estiveram presentes
em 56% dos pacientes com levodopa, mas em apenas 27% com carbidopa / levodopa.
Avaliação após acompanhamento por 7 anos de 127 pacientes parkinsonianos fazendo uso
de levodopa isoladamente ou em associação com carbidopa mostrou que 60-65% deles
continuaram a apresentar melhoria após este período, embora em menor intensidade do que
durante o primeiro e segundo ano de terapia. Os autores concluem que, apesar da
diminuição da eficácia da terapia com o tempo, o tratamento com levodopa isolada ou
combinado com carbidopa contribui de forma significativa na melhoria da qualidade de
vida dos pacientes com Parkinson.
Referências bibliográficas:
Block G., et al. Comparison of immediate-release and controlled release
carbidopa/levodopa in Parkinson's disease. A multicenter 5-year study. The CR First Study
Group. Eur Neurol. 1997. 1:23-7.
Lieberman A, et al. Comparison of dopa decarboxylase inhibitor (carbidopa) combined with
levodopa and levodopa alone in Parkinson's disease. Neurology, 1975. 10:911-6.
Battistin L, et al. Long-term treatment of Parkinson's disease with L-Dopa and Dopa-
decarboxylase inhibitor: therapeutic results and side effects. Acta Neurol Scand. 1978.
2:186-92.
O medicamento é uma combinação de carbidopa, um aminoácido aromático inibidor de
descarboxilase, e a levodopa, um precursor metabólico da dopamina, para o tratamento da
doença e da síndrome de Parkinson. A levodopa alivia os sintomas da doença de Parkinson
através da descarboxilação para dopamina no cérebro. A carbidopa, que não cruza a
barreira hemoliquórica, inibe a descarboxilação extracerebral da levodopa, liberando mais
levodopa para transporte ao cérebro e subsequente conversão em dopamina.
O medicamento melhora a terapêutica global, em comparação com a levodopa, além de
propiciar níveis plasmáticos eficazes de levodopa, que se prolongam por muito tempo em
doses aproximadamente 80% inferiores às exigidas com o fármaco isolado.
Enquanto o cloridrato de piridoxina (vitamina B6) acelera o metabolismo periférico da
levodopa em dopamina, a carbidopa evita essa atividade.
Não se deve usar simultaneamente inibidores da monoaminoxidase-A e Carbidol®
(exceto
inibidores da MAO-B em doses baixas). Esses inibidores devem ser interrompidos pelo
menos duas semanas antes de se iniciar o tratamento com este medicamento.
Este medicamento é contraindicado em pacientes com hipersensibilidade à carbidopa ou à
levodopa ou a qualquer componente da formulação e em pacientes com glaucoma de
ângulo estreito.
Dada a possibilidade da levodopa ativar o melanoma maligno, este medicamento não deve
ser utilizado em pacientes com lesões cutâneas suspeitas e não diagnosticadas ou com
histórico de melanoma.
Este medicamento é contraindicado para uso por gestantes e a lactentes.
O Carbidol®
pode ser administrado a pacientes que já estejam recebendo levodopa
isoladamente. A substituição do tratamento anterior por tratamento com a associação deve
ser feita em posologia que propicie aproximadamente 20% da posologia prévia da levodopa
(ver Posologia).
Não é recomendado o uso da Carbidol®
para o tratamento de reações extrapiramidais de
origem medicamentosa.
Deve-se administrar este medicamento com cautela em pacientes com graves afecções
cardiovasculares ou pulmonares, doenças renais, hepáticas, endócrinas e com asma
brônquica.
Do mesmo modo como com a levodopa, o Carbidol®
deve ser administrado
cuidadosamente em pacientes com histórico de infarto do miocárdio que apresentem
arritmia atrial, nodal ou ventricular. Nesses pacientes, deve-se monitorar a função cardíaca
com particular cuidado durante o período de ajuste da posologia inicial.
Todos os pacientes devem ser controlados cuidadosamente quanto ao desenvolvimento de
distúrbios mentais, depressão com tendências suicidas ou qualquer outra alteração de
comportamento.
Assim como a levodopa, o Carbidol®
pode provocar movimentos involuntários e distúrbios
mentais. Pacientes com histórico ou presença de intensos movimentos involuntários ou
episódios psicóticos, quando tratados com levodopa isoladamente, devem ser
cuidadosamente observados ao se substituir a levodopa pela associação carbidopa +
levodopa. Acredita-se que tais reações se devem ao aumento da dopamina no cérebro após
administração da levodopa e, assim, o uso da associação pode causar recidiva.
Foi relatado um complexo sintomático que lembra a síndrome neuroléptica maligna,
incluindo rigidez muscular, aumento da temperatura corporal, alterações mentais e aumento
da creatinina-fosfoquinase sérica, ligado à retirada abrupta de agentes antiparkinsonianos.
Portanto, os pacientes devem ser cuidadosamente observados quando se reduz
abruptamente a posologia do Carbidol®
, especialmente se fizerem uso de neurolépticos.
Deve-se tomar cuidado na administração concomitante de fármacos psicoativos com
Carbidol®
(ver Interações Medicamentosas).
Deve-se ter cautela ao administrar este medicamento a pacientes com histórico de
convulsões.
Pacientes com glaucoma de ângulo aberto crônico podem ser tratados cautelosamente com
o Carbidol®
, desde que a pressão intraocular esteja bem controlada e o paciente
cuidadosamente monitorado quanto a alterações na pressão intraocular durante o
tratamento. Como acontece com a levodopa, há a possibilidade de ocorrer hemorragia
gastrintestinal em pacientes com histórico de úlcera péptica.
Se for necessário a aplicação de anestesia geral, pode-se continuar o tratamento com
até o momento em que for permitido ao paciente a ingestão de líquidos e uso de
medicação por via oral. Se a terapêutica for interrompida temporariamente, a dose diária
usual poderá ser administrada tão logo o paciente seja capaz de tomar medicação oral.
Uso pediátrico: não foi estabelecida a segurança deste medicamento em pacientes com
menos de 18 anos de idade.
Categoria de risco na gravidez: C.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação
médica ou do cirurgião-dentista.
Em estudos com ratos houve diminuição do número de filhotes vivos de ratas recebendo
duas vezes a máxima dose humana recomendada (MDHR) de carbidopa e cinco vezes a
MDHR de levodopa durante a organogênese. A carbidopa + levodopa causou
malformações viscerais e esqueléticas em coelhos, em doses que variam de 10/5 vezes até
20/10 vezes a MDHR.
Os efeitos do Carbidol®
na gravidez e na lactação humana são desconhecidos. Portanto, o
uso deste produto durante a gravidez requer que os possíveis benefícios do medicamento
sejam confrontados com os riscos potenciais. O Carbidol®
não deve ser administrado a
nutrizes.
Pacientes idosos
Pacientes idosos podem requerer doses inferiores, já que há relatos que essa população tem
maior probabilidade de experimentar reações adversas sérias, como hipotensão, síncope e
Interação medicamento-medicamento
Anti-hipertensivos: Pode ocorrer hipotensão postural sintomática quando a carbidopa +
levodopa for administrada a pacientes sob tratamento com anti-hipertensivos, podendo ser
necessário ajustar a posologia do anti-hipertensivo. Para pacientes em uso de inibidores da
MAO, esses inibidores devem ser interrompidos pelo menos duas semanas antes de se
iniciar o tratamento com o Carbidol®
.
Antidepressivos: Há raros relatos de reações adversas, incluindo hipertensão e discinesia,
resultado do uso concomitante com antidepressivos tricíclicos.
Antagonistas dopaminérgicos (por ex.: fenotiazidas e butirofenonas): podem reduzir os
efeitos terapêuticos da levodopa. Além disso, os efeitos benéficos da levodopa na doença
de Parkinson foram revertidos pela fenitoína e papaverina, em alguns relatos. Os pacientes
que usam estas drogas com Carbidol®
devem ser cuidadosamente monitorados quanto à
perda de resposta terapêutica.
Interações medicamento-alimento
Como a levodopa compete com certos aminoácidos, sua absorção pode ser prejudicada em
alguns pacientes sob dieta rica em proteínas.
DURANTE O CONSUMO ESTE PRODUTO DEVE SER MANTIDO NO CARTUCHO
DE CARTOLINA, CONSERVADO EM TEMPERATURA AMBIENTE (15 A 30ºC).
PROTEGER DA LUZ E UMIDADE.
O prazo de validade do medicamento é de 24 meses a partir da data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem
original.
Características físicas: Comprimido circular de cor azul mosqueado.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
A dose diária ideal deve ser administrada individualmente, segundo as necessidades de
cada paciente.
Os comprimidos de Carbidol®
estão disponíveis em uma razão de 1:10 de carbidopa para
levodopa para facilitar o ajuste posológico ótimo para cada paciente.
Considerações gerais
A posologia deve ser titulada de acordo com as necessidades individuais, o que pode exigir
ajuste tanto de cada dose, quanto frequência da administração.
Tem-se observado resposta em um dia e às vezes após uma dose. Doses plenamente
eficazes são, em geral, alcançadas dentro de 7 dias, em confronto com semanas ou meses
exigidos pela levodopa isoladamente.
Estudos mostram que a enzima periférica dopa-descarboxilase é saturada pela carbidopa
com doses entre 70 e 100mg diariamente. Pacientes recebendo menos do que esta
quantidade de carbidopa estão mais sujeitos a experimentar náusea e vômito.
Pacientes não recebendo levodopa
Inicial: 1/2 comprimido de Carbidol®
uma ou duas vezes ao dia.
Ajuste: acrescente 1/2 comprimido de Carbidol®
cada dia, ou em dias alternados, até ser
atingida a dose ótima.
Manutenção: um comprimido 3 a 4 vezes por dia. Se necessário, a posologia pode ser
aumentada em 1/2 a 1 comprimido a cada dia, ou em dias alternados, até o máximo de 8
comprimidos por dia.
É limitada a experiência com doses diárias superiores a 20mg de carbidopa.
A terapia deve ser individualizada e ajustada de acordo com a resposta terapêutica desejada.
Como transferir pacientes de uma terapia com levodopa para terapia com associação
carbidopa + levodopa
Em virtude da ocorrência mais rápida das respostas terapêuticas e das reações adversas com
carbidopa + levodopa, em relação à levodopa administrada isoladamente, os pacientes
devem ser estreitamente observados durante o período de ajuste posológico.
Especificamente movimentos involuntários ocorrerão mais rapidamente com carbidopa +
levodopa do que em pacientes sob tratamento com levodopa isolada. A ocorrência de
movimentos involuntários pode requerer redução posológica. Em alguns pacientes,
blefarospasmo pode ser um útil sinal precoce do excesso posológico.
A administração de levodopa deve ser interrompida pelo menos 12 horas antes de ser
iniciado o tratamento com a associação carbidopa + levodopa (24 horas para os preparados
de liberação lenta de levodopa). A posologia diária de Carbidol®
escolhida deve ser a que
proporciona 20% da posologia diária prévia de levodopa.
Os efeitos colaterais que geralmente ocorrem em pacientes sob tratamento com Carbidol®
são devidos a atividade neurofarmacológica central da dopamina. Estas reações geralmente
podem ser diminuídas pela redução posológica.
As reações adversas mais comuns são náuseas, discinesias, incluindo os movimentos
coreiformes, distônicos e outros movimentos involuntários. Contrações musculares e
blefarospasmo podem ser tomados como sinais de alerta para se considerar a redução
posológica.
Outras reações são alterações comportamentais, incluindo ideação paranoide e episódios
psicóticos; depressão com ou sem desenvolvimento de tendências suicidas e demência.
Reações menos frequentes são: irregularidades cardíacas e/ou palpitações, episódios de
hipotensão ortostática, episódios bradicinéticos (fenômeno on - off), anorexia, vômito,
tontura e sonolência.
Raramente ocorreram convulsões, no entanto, não foi estabelecida uma relação causal com
o produto.
Alterações de exames laboratoriais
Anormalidades temporárias em testes de laboratório que, todavia, não têm sido associadas
com evidências clínicas de disfunções, incluíram elevações de nitrogênio ureico sanguíneo,
TGO (AST), TGP (ALT), desidrogenase láctica, bilirrubina, fosfatase alcalina ou proteína
ligada a iodo.
Diminuição da hemoglobina e hematócrito, glicose sérica elevada, leucócitos, bactérias e
sangue na urina têm sido reportados. Geralmente, níveis de nitrogênio ureico sanguíneo,
creatinina e ácido úrico são menores durante a administração deste medicamento do que
com levodopa.
Teste de Coombs positivo tem sido reportado com ambos, carbidopa + levodopa e levodopa
isolada, mas anemia hemolítica é extremamente rara. O Carbidol®
pode causar uma reação
falso-positiva para corpos cetônicos urinários quando é usado papel indicador para
determinação de cetonúria.
Esta reação não será alterada pela ebulição da amostra urinária. Testes falso-negativos
podem resultar do uso de métodos de glicose-oxidase para testar a glicosúria.
Outras reações adversas reportadas com levodopa foram:
Sistema nervoso: ataxia, torpor, aumento do tremor das mãos, contrações musculares,
blefarospasmo, cãibras, trismo, ativação de síndrome de Horner latente.
Psiquiátricos: confusão, sonolência, insônia, pesadelos, alucinações, ilusões, agitação,
ansiedade, euforia.
Gastrintestinais: boca seca, gosto amargo, sialorreia, disfagia, bruxismo, soluços, dor e
desconforto abdominal, constipação, diarreia, flatulência, sensação de queimação na língua.
Metabólicos: perda ou ganho de peso, edema.
Tegumentários: rubor facial, sudorese aumentada, suor escuro, erupção cutânea, queda de
cabelo.
Urogenitais: retenção urinária, incontinência, urina escura, priapismo.
Visuais: turvação visual, diplopia, midríase, crises oculógiras.
Vários: fraqueza, desmaios, fadiga, cefaleia, rouquidão, mal-estar, fogachos, sensação de
estimulação, padrões respiratórios bizarros, síndrome neuroléptica maligna, melanoma
maligno (ver Contraindicações).
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância
Sanitária - NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm,
ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
Devem ser empregadas medidas gerais de suporte, associadas a lavagem gástrica imediata.
Soluções intravenosas devem ser dadas com cuidado e as vias aéreas mantidas
adequadamente. Deve-se instituir monitorização eletrocardiográfica e observação cuidadosa
quanto ao desenvolvimento de arritmias; se necessário devem ser dadas drogas
antiarrítmicas apropriadas. Deve-se considerar a possibilidade do paciente ter tomado
outros fármacos além do Carbidol®
. Até o momento não foi relatado a experiência com
diálise; portanto, seu valor na superdosagem é desconhecido. A piridoxina não tem efeito
na reversão das ações deste medicamento.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.