Bula do Carboplatina produzido pelo laboratorio Accord Farmacêutica Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
BULA PARA PROFISSIONAL DA SAÚDE – RDC 47/2009
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carboplatina
Accord Farmacêutica Ltda
Solução injetável
10 mg/mL
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Medicamento Genérico – Lei nº. 9.787, de 1999.
I. IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
Carboplatina
APRESENTAÇÕES
Carboplatina solução injetável de 10 mg/mL, é apresentada em frasco ampola de vidro âmbar de 5 mL, 15 mL ou 45 mL de
capacidade.
USO INJETÁVEL, APENAS POR VIA INTRAVENOSA
USO ADULTO
CUIDADO: AGENTE CITOTÓXICO
COMPOSIÇÃO
Cada mL da solução injetável contém:
Carboplatina............................................................................................................................................................................10 mg.
Excipientes: água para injetáveis.
II. INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
A carboplatina solução injetável faz parte da segunda geração de derivados da cisplatina que mostram atividade antineoplásica
contra uma série de malignidades.
A carboplatina solução injetável está indicada no tratamento de estados avançados do carcinoma de ovário de origem epitelial
(incluindo tratamentos de segunda linha e paliativo em pacientes que já tenham recebido medicamentos contendo cisplatina).
Está também indicado no tratamento do carcinoma de pequenas células de pulmão, nos carcinomas espinocelulares de cabeça e
pescoço e nos carcinomas de cérvice uterina.
Oitenta e oito pacientes com câncer epitelial de ovário fase IIB -III foram randomizados para receber em primeira linha
cisplatina como único agente (100 mg/m2
) mensal ou carboplatina (400 mg/m2
) mensal de até 5 ciclos. Crossover para o
análogo inverso ocorreu com a progressão ou a falta de resposta. O número mediano de episódios de vômitos por ciclo com
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cisplatina foi 16 e com carboplatina 2 (p < 0,001). No braço cisplatina 27/40 (67,5 %) desenvolveram toxicidade renal leve, 9/
40 (22,5%) neurotoxicidade OMS grau 1 e 18/ 40 (45%) evidência de ototoxicidade em audiometria. No braço carboplatina
não foi observada neuro ou ototoxicidade e 1/40 (2,5%) desenvolveram toxicidade renal OMS grau 1. Mielossupressão e
anemia foram mais comuns com carboplatina, mas apenas um episódio de trombocitopenia grau IV foi visto com a primeira
linha de carboplatina. A taxa de resposta clínica (CR + PR) para a cisplatina foi de 19 /40 e para carboplatina 27/40. A
sobrevida atuarial para o grupo cisplatina em 24 meses foi de 50% e para o grupo de carboplatina 58%, sem diferença
significativa. Carboplatina parece ser menos tóxica do que a cisplatina, com taxas de sobrevida e resposta semelhantes1
.
Meta-análise de 17 ensaios clínicos randomizados, compreendendo 4.920 pacientes, que comparam regimes à base de platina
como tratamento de primeira linha para carcinoma de pequenas células de pulmão mostrou que regimes a base de platina foram
associados com uma sobrevivência ligeiramente superior em um ano (RR = 1,08, IC de 95% 1,01-1,16, p = 0,03), melhor
resposta parcial (RR = 1,11, 95% CI 1,02-1,21, p = 0,02) e com um maior risco de anemia, náuseas e neurotoxicidade.
Regimes baseados em cisplatina melhoraram a sobrevida em 1 ano (RR = 1,16, 95% CI 1,06-1,27, p = 0,001), resposta
completa (RR = 2,29, 95% CI 1,08-4,88, p = 0,03) e resposta parcial (RR = 1,19, IC de 95% 1,07-1,32, p = 0,002), com um
aumento do risco de anemia, neutropenia, neurotoxicidade e náuseas. Por outro lado, os regimes baseados em carboplatina não
aumentaram a taxa de sobrevivência em 1 ano (RR = 0,95, 95% CI 0,85-1,07, p = 0,43). Houve diferença estatisticamente
significativa entre o efeito da cisplatina em comparação com carboplatina (p = 0,05)2
Quinze pacientes com carcinoma de cabeça e pescoço recorrente, previamente tratados com quimioterapia de indução
(Cisplatina e 5-FU), seguido por quimio e radioterapia foram tratados com carboplatina AUC 5 e paclitaxel 175 mg/m2
por via
intravenosa a cada 3 semanas. Todos os pacientes foram avaliados quanto à resposta e toxicidade. Após três ciclos de
quimioterapia, observou-se uma resposta completa (6,6%) e 7 respostas parciais (46,6%), com uma taxa de resposta geral de
53,2% (IC 95 % 26,6-78,7 %). Doença estável foi observada em 2 pacientes (13,3%) e doença progressiva foi observada em
cinco pacientes (33,3 %). A toxicidade foi leve: foi registrado um caso de toxicidade G3 (neutropenia) e nenhum efeito
colateral G4. Os autores concluem que a combinação de carboplatina e paclitaxel foi bem tolerada e pode ser administrada com
segurança a pacientes com carcinoma de cabeça e pescoço recorrente como tratamento de segunda linha3
Referências:
1. Adams M et al. A Comparison of the Toxicity and Efficacy of Cisplatin and Carboplatin in Advanced Ovarian Cancer. Acta
Oncologica 1989, Vol. 28, No. 1 , Pages 57-60.
2. Rajeswaran A et al. Efficacy and side effects of cisplatin- and carboplatin-based doublet chemotherapeutic regimens versus
non-platinum-based doublet chemotherapeutic regimens as first line treatment of metastatic non-small cell lung carcinoma: A
systematic review of randomized controlled trials. Lung Cancer 2008, 59(1):1-11.
3. Ferrari D et al. Safety and efficacy of the combination carboplatin and paclitaxel in patients (pts) with recurrent head and
neck squamous cell carcinoma (HNSCC). Journal of Clinical Oncology, 2006 ASCO Annual Meeting Proceedings (Post-
Meeting Edition). Vol 24, No 18S (June 20 Supplement), 2006: 15534.
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Propriedades Farmacodinâmicas
Grupo farmacodinâmico: a carboplatina é um agente antineoplásico composto de platina.
Mecanismo de ação: a carboplatina se liga ao DNA através de ligações cruzadas nas duas cadeias, alterando a configuração da
hélice e inibindo sua síntese. O efeito é provavelmente independente do ciclo.
Propriedades farmacodinâmicas: a carboplatina é um composto de platina, cis-diamina (1,1-ciclobutanodicarboxil) platina,
com efeito antineoplásico. As propriedades bioquímicas são similares às da cisplatina.
Propriedades Farmacocinéticas
Absorção: Após dose única por via intravenosa, sob infusão por 60 minutos, a concentração plasmática de platina total e
platina livre (ultra filtrada) apresenta redução bifásica conforme cinética de primeira ordem. A meia-vida inicial da platina
livre é da ordem de magnitude de 1 a 2 horas e a meia-vida final é de 3 a 6 horas. A platina total tem a mesma meia-vida
inicial, enquanto que a meia-vida final é mais baixa (aproximadamente 24 horas). Uma relação aproximadamente linear entre a
dose (na área de 300 – 500 mg/m2
) e a AUC plasmática de platina total e livre é atingida. Repetidas doses de carboplatina
durante 4 dias consecutivos não causam acúmulos de platina no plasma. Após 24 horas da administração da dose, 85% da
platina plasmática está ligada a proteínas.
Distribuição: o volume de distribuição para carboplatina é de 16 litros.
Eliminação: a carboplatina é excretada principalmente através da urina, na qual 30% da dose é secretada inalterada. Em
pacientes com clearance de creatinina de 60 mL/min ou mais, 65% e 70% da dose é recuperada após 12 e 24 horas
respectivamente. O clearance total da carboplatina é de 4,4 litros/hora.
Dados de segurança pré-clínicos
A DL50 da carboplatina intravenosa é de 150 e 61 mg/kg para camundongos e ratos respectivamente e acima de 31,1 mg/kg
para cães. Os principais órgãos atingidos após administração única foram sistema hematolinfopoiético, rins e trato
gastrintestinal. Efeitos tóxicos após repetidas doses foram investigados em camundongos, ratos e cães. Os principais órgãos
atingidos foram sistema hematolinfopoiético, trato gastrintestinal, rins, fígado e órgãos reprodutivos de ambos machos e
fêmeas.
O tratamento de ratos, machos e fêmeas, com carboplatina intravenosa antes do acasalamento e até a implantação, causou
aumento da letalidade fetal e diminuição de fetos vivos. O tratamento de ratas grávidas com carboplatina intravenosa durante a
organogenese (dias 7 – 17) causou retardo no desenvolvimento e crescimento fetal e crescimento pós-natal lento. O tratamento
sem interrupção de ratas a partir do 17º dia de gravidez, passando pelo período de amamentação, até o desmame, não causou
qualquer efeito no nascimento, na viabilidade ou no desenvolvimento da prole.
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Carboplatina apresentou-se genotóxica na maioria dos testes in vitro e in vivo que foram conduzidos.
Estudos de toxicidade demonstraram que o extravasamento da injeção causa necrose tissular.
A administração de carboplatina está contraindicada a pacientes com insuficiência renal grave, mielodepressão grave e/ou na
presença de sangramento volumoso. Está também contraindicada a pacientes com hipersensibilidade à carboplatina ou a outros
compostos contendo platina (por exemplo, cisplatina) e a pacientes grávidas ou que estejam amamentando.
Gerais
A carboplatina deve apenas ser administrada sob constante supervisão de médicos experientes em terapia citotóxica.
Monitoração cuidadosa da toxicidade é mandatória, particularmente no caso de administração de altas doses.
A carboplatina é um fármaco altamente tóxico, com estreito índice terapêutico e é improvável que ocorra efeito terapêutico
sem alguma evidência de toxicidade.
Função da Medula Óssea
A supressão da medula óssea (leucopenia, neutropenia e trombocitopenia) é dose-dependente e é a toxicidade dose-limitante da
carboplatina. Contagens de células sanguíneas periféricas devem ser realizadas em intervalos freqüentes (por exemplo,
semanalmente) em pacientes que estão recebendo carboplatina. Embora na dose recomendada a toxicidade hematológica da
carboplatina seja moderada e reversível, mielossupressão grave (especialmente trombocitopenia) pode ocorrer em pacientes
com insuficiência renal e em pacientes que estejam concomitantemente recebendo ou que receberam medicamentos
mielosupressores ou terapia radioativa. O critério de ajuste de dose para pacientes que apresentam mielosupressão após uma
dose de carboplatina está descrito no item 8. Posologia e Modo de usar. O nadir (efeito deteriorante máximo) para as plaquetas
verifica-se, em geral, entre os dias 14 e 21 após o tratamento inicial e, para os leucócitos, entre os dias 14 e 28. As contagens
mínimas devem ser de 50.000/mm3
para as plaquetas e de 2.000/mm3
para os leucócitos. No caso de contagens inferiores,
deve-se suspender a terapia até que haja recuperação completa, o que ocorre normalmente em 5 a 6 semanas. Nos casos mais
graves, pode ser necessária uma transfusão sanguínea de apoio, uma vez que a anemia é cumulativa. Como alternativa para
redução da dose, a administração da dose terapêutica total pode ser atrasada até a recuperação das contagens de neutrófilos e
plaquetas (valores maiores ou iguais a 2.000/mm3
e 100.000/mm3
, respectivamente). O tratamento da toxicidade hematológica
grave pode requerer cuidados de suporte, agentes anti-infecciosos para infecções complicadas, transfusões de produtos
sanguíneos, resgate com medula óssea autóloga, transplante de células-tronco periféricas e fatores estimulantes de colônia.
Função Renal
A carboplatina é excretada principalmente na urina e a função renal deve ser monitorada em pacientes que estejam recebendo
este medicamento. O clearance de creatinina parece ser a medida mais sensível para a função renal em pacientes que estão
recebendo este medicamento. O critério de ajuste de dose para pacientes que apresentam função renal prejudicada está descrito
no item “Posologia”. Diferentemente da cisplatina, a hidratação pré e pós tratamento não são necessárias com a carboplatina,
que é um fármaco que possui um potencial de nefrotoxicidade baixo, entretanto, a terapia prévia com cisplatina ou
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administração concomitante com outros fármacos nefrotóxicos (exemplo: antibióticos aminoglicosídeos) podem aumentar o
risco de nefrotoxicidade (vide item 6. Interações Medicamentosas).
Sistema Nervoso Central / Funções Auditivas
Devem ser realizadas regularmente monitorações e avaliações neurológicas antes e após o tratamento, particularmente em
pacientes previamente tratados com cisplatina e em pacientes com mais de 65 anos de idade.
A toxicidade neurológica periférica é geralmente rara e branda. A carboplatina pode causar ototoxicidade cumulativa e a
freqüência e gravidade dos distúrbios auditivos aumenta nos esquemas posológicos com altas doses ou doses repetidas, ou no
caso de tratamento prévio com cisplatina (também ototóxica). Audiogramas devem ser realizados antes do início da terapia e
durante o tratamento ou quando houver sintomas auditivos. A deterioração clinicamente importante da função auditiva pode
requerer modificações da dose ou descontinuação da terapia.
Efeitos gastrintestinais
A carboplatina pode induzir emese. A incidência e gravidade da emese pode ser reduzida pelo pré-tratamento com
antieméticos ou através da administração da carboplatina em infusão intravenosa por 24 horas, ou como administração
intravenosa em doses fracionadas em 5 dias consecutivos ao invés de uma infusão única. Inibidores seletivos dos receptores
serotonérgicos do tipo 3 (5HT3) (exemplo: ondansetron) ou benzamidas substituídas (exemplo: metoclopramida) podem ser
particularmente efetivos, e a terapia combinada pode ser considerada para pacientes que apresentam efeitos emetogênicos
graves ou persistentes.
Reações de hipersensibilidade
Assim como com outros compostos contendo complexos de platina, reações alérgicas à carboplatina foram relatadas. Os
pacientes devem ser monitorados quanto a possíveis reações alérgicas anafilactóides, e equipamento e medicações apropriados
devem estar prontamente disponíveis para tratar tais reações (por exemplo, anti-histamínicos, corticosteróides, epinefrina,
oxigênio) sempre que a carboplatina for administrada.
Mutagenicidade e carcinogenicidade
Estudos em animais demonstraram que a carboplatina é mutagênica e teratogênica. A carboplatina pode causar dano fetal
quando administrada a mulheres grávidas. Não foi estudado o potencial carcinogênico da carboplatina, embora compostos com
mecanismo de ação semelhante tenham sido relatados como carcinogênicos.
Efeitos Imunossupressores / Aumento da suscetibilidade a infecções
Administração de vacinas vivas ou vivas-atenuadas em pacientes imunocomprometidos por agentes quimioterápicos incluindo
carboplatina pode resultar em infecções sérias ou fatais. Vacinação com vacinas atenuadas deve ser evitada em pacientes
recebendo carboplatina. Vacinas mortas ou inativas podem ser administradas, entretanto, a resposta a estas vacinas pode ser
diminuída.
Uso em Crianças
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Não foram estabelecidas a segurança e a eficácia em crianças.
Uso em Idosos
Dos 789 pacientes inicialmente tratados no estudo de terapia combinada (NCIC e SWOG), 395 pacientes foram tratados com
carboplatina em combinação com a ciclofosfamida. Destes, 141 tinham mais que 65 anos de idade e 22 deles tinham 75 anos
ou mais. Neste estudo a idade não foi um fator prognóstico de sobrevivência. Em relação à segurança, pacientes idosos tratados
com a carboplatina estavam mais propensos a desenvolver trombocitopenia grave quando comparados aos pacientes mais
jovens. Em dados combinados de 1942 pacientes (414 com 65 anos ou mais) que receberam a carboplatina como agente único
para diferentes tipos de tumores, uma incidência similar dos eventos adversos foi observada nos pacientes com 65 anos ou
mais e em pacientes com idade inferior a 65 anos. Outras experiências de relatos clínicos não identificaram respostas diferentes
entre os pacientes idosos e os mais jovens, mas a sensibilidade maior de alguns pacientes idosos não pode ser descartada. A
função renal deve ser considerada na seleção da dose da carboplatina devido à função renal dos idosos muitas vezes estar
diminuída (vide item 8. Posologia e Modo de usar).
Uso durante a Gravidez
A carboplatina pode causar danos ao feto quando administrado a mulheres grávidas. A carboplatina deve ser utilizada em
mulheres grávidas apenas em situações de risco de morte ou diante da impossibilidade de uso de medicamentos seguros ou
quando outros medicamentos são ineficazes.
Caso a carboplatina seja utilizada durante a gravidez, ou se a paciente engravidar durante o tratamento, a paciente deverá ser
alertada sobre os riscos potenciais para o feto. As mulheres em idade fértil devem ser alertadas a evitar a gravidez durante o
tratamento com carboplatina.
A carboplatina é um medicamento classificado na categoria D de risco de gravidez. Portanto, este medicamento não
deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. A paciente deve informar imediatamente em caso de
suspeita de gravidez.
Uso durante a Lactação
Não está claramente estabelecido se a carboplatina ou seus metabólitos contendo platina são excretados no leite materno. No
entanto, devido ao risco potencial de reações adversas sérias em lactentes caso o fármaco passe para o leite, a amamentação
deve ser descontinuada durante a terapia.
Efeitos na habilidade de dirigir e operar máquinas
O efeito da carboplatina sobre a habilidade de dirigir ou operar máquinas não foi sistematicamente avaliado.
A tampa de borracha de fechamento do frasco contém látex natural.
A carboplatina é, na maioria das vezes, utilizada em combinação com fármacos antineoplásicos que possuem efeitos
citotóxicos similares. Nessas circunstâncias, é provável a ocorrência de toxicidade aditiva. O uso concomitante de carboplatina
e outros agentes mielossupressores ou radioterapia pode potencializar a toxicidade hematológica.
Uma incidência aumentada de vômitos tem sido relatada quando a carboplatina e outros fármacos emetogênicos são
administrados concomitantemente ou quando a carboplatina é administrada a pacientes recebendo terapia emetogênica prévia.
A administração concomitante de carboplatina e aminoglicosídeos resulta em risco aumentado de nefrotoxicidade e/ou
ototoxicidade, e os fármacos devem ser utilizados concomitantemente com cautela. O uso de outros fármacos nefrotóxicos
resulta em potencialização dos efeitos renais pela carboplatina.
A carboplatina interage com o alumínio levando à formação de um precipitado preto de platina e perda da potência. Kits de
infusão intravenosa, agulhas, cateteres e seringas contendo alumínio não devem ser utilizados para administração.
A carboplatina deve ser conservada em temperatura ambiente (entre 15°C e 30°C), protegido da luz e pode ser utilizada por 24
meses a partir da data de fabricação. Não congelar.
O medicamento é de uso único e qualquer solução não utilizada deve ser devidamente descartada.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido.
Guarde-o em sua embalagem original.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Características físicas e organolépticas do produto: carboplatina apresenta-se na forma de solução límpida, coloração incolor,
livre de partículas visíveis.
A carboplatina pode ser administrada tanto como agente único ou em combinação com outros medicamentos antineoplásicos.
A carboplatina deve ser utilizada apenas por via intravenosa e deve ser administrado por infusão IV por um período de no
mínimo 15 minutos.
A dose de carboplatina pode ser determinada através de: 1) Função Renal e 2) Área de superfície corporal.
1) Determinação de dose de carboplatina baseada na função renal:
Atualmente a maneira mais segura e aceitável de determinar a dose de carboplatina é através da função renal utilizando a TFG
do paciente (taxa de filtração glomerular) e da fórmula de Calvert para obter a AUC (área sob a curva) recomendada,
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normalmente no intervalo de 4 – 8 mg/mL x min, dependendo do protocolo, status pré tratamento, radioterapia concomitante
ou comorbidades que possam afetar a função renal do paciente. Este método considera o impacto do tratamento prévio na
função renal, que pode requerer doses mais baixas para pacientes com função renal debilitada. A dosagem por este método é
calculado em “mg” e não por mg/m2
.
Fórmula de Calvert:
Dose total (mg) = (AUC estabelecida) x (TFG + 25).
2) Dose de carboplatina baseada na Área de Superfície Corporal:
Alternativamente, a dose pode ser baseada na área de superfície corporal do paciente (m2
). Se o paciente for obeso ou tiver
grave retenção de fluidos, o peso corporal ideal pode ser usado para estimar a dose.
Terapia como agente único
A dose única inicial recomendada é de 360 a 400 mg/m2
Terapia concomitante
A carboplatina tem sido utilizada concomitantemente com outros fármacos antineoplásicos e a posologia varia de acordo com
o protocolo adotado. Devem-se realizar os ajustes de dose necessários, de acordo com o esquema posológico utilizado e com
os resultados da monitorização hematológica. Em combinação com outros agentes citotóxicos, a dose inicial de carboplatina
recomendada é de 300 mg/m2
. Como regra geral, a administração de carboplatina deve ser feita em intervalos cíclicos de 4
semanas. A dose terapêutica de carboplatina deve ser ajustada de acordo com a situação da medula óssea e função renal,
conforme descrito a seguir:
Medula óssea: a determinação do nadir hematológico durante o tratamento com carboplatina é recomendada para ajuste de
dose. Para pacientes que apresentem contagem de plaquetas e neutrófilos acima de 100.000 e 2.000/mm3
respectivamente, a
dose de carboplatina pode ser aumentada 25%. Entretanto, doses maiores que 125% da dose inicial não são recomendadas.
Para pacientes que apresentem contagem de plaquetas e neutrófilos nos intervalos de 100.000 a 50.000 e de 2.000 a 500/mm3
respectivamente, não é necessário ajuste de dose. Para pacientes que apresentem toxicidade hematológica moderada a grave
(como, por exemplo, contagem de plaquetas e neutrófilos abaixo de 50.000 e 500/mm3
respectivamente), uma redução de dose
de 25% deve ser considerada, tanto em terapia única como em terapia combinada.
Na presença de fatores de risco tais como baixo status de performance, terapias extensivas anteriores com mielossupressores
e/ou idade superior a 65 anos, a redução da dose de 20 – 25% é aconselhável; cuidados também são necessários quando a
carboplatina for administrado a pacientes que receberam previamente tratamento com fármacos nefrotóxicos, como a
cisplatina.
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A carboplatina interage com o alumínio levando à formação de um precipitado e perda da potência; portanto, não utilize
materiais contendo partes de alumínio na preparação ou administração de carboplatina.
Antes da administração, inspecione visualmente se há material particulado ou descoloração na solução de carboplatina. Use a
solução assim que possível após a preparação; a infusão deve ser finalizada dentro de 24 horas após a preparação e qualquer
resíduo deve ser descartado (vide item 8. Posologia e Modo de usar - Cuidados de Administração).
Uso em Crianças
Não há informações suficientes que permitam recomendações posológicas específicas.
CUIDADOS DE ADMINISTRAÇÃO
A carboplatina interage com o alumínio constituinte de agulhas, seringas e cateteres, levando à formação de um
precipitado e perda da potência. Não se deve, portanto, utilizar materiais contendo partes de alumínio que possam
entrar em contato com carboplatina na sua preparação ou administração.
Antes de sua administração, esse produto pode ser diluído com solução glicosada a 5% para infusão, numa concentração de 0,1
mg/mL. A carboplatina não contém qualquer tipo de conservante. O produto é acondicionado em frascos-ampola para dose
única e deve-se descartar qualquer resíduo não utilizado. Para reduzir o risco de contaminação microbiana, recomenda-se que a
diluição do produto para infusão seja realizada imediatamente antes do uso e que o procedimento de infusão se inicie o mais
rapidamente possível após a preparação da solução. Antes da administração, soluções de carboplatina devem ser inspecionadas
visualmente quanto à presença de material particulado ou mudança na coloração. A infusão deve ser completada dentro de 24
horas após a preparação e qualquer resíduo deve ser descartado.
Cuidados especiais para infusões IV prolongadas: a carboplatina diluída em solução de cloreto de sódio a 0,9% e armazenada a
25°C sofre degradação de, aproximadamente, 5% da concentração inicial em 24 horas. Além disso, as soluções de cloreto de
sódio a 0,9% não são consideradas apropriadas para a infusão pelo risco de conversão à cisplatina, com possibilidade de
aumento da toxicidade. Dessa forma, recomenda-se não diluir carboplatina em solução de cloreto de sódio a 0,9% quando se
pretende realizar infusão IV prolongada.
Conservação
A carboplatina deve ser conservada em temperatura ambiente (entre 15°C e 30°C), protegido da luz. Não congelar. O
medicamento é de uso único e qualquer solução não utilizada deve ser devidamente descartada.
Precauções especiais de utilização e manipulação
Precauções usuais para manuseio e preparo de medicamentos citotóxicos devem ser realizados durante a reconstituição e
administração de carboplatina.
A equipe deve ser treinada com boas técnicas para reconstituição e manuseio. Não é recomendável a manipulação de agentes
citotóxicos, como a carboplatina, por mulheres grávidas.
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A preparação deve ser realizada numa área reservada em fluxo laminar vertical, com a bancada de trabalho coberta com
material descartável constituído por papel absorvente de um lado e plástico de outro.
Deve-se tomar cuidado para evitar a inalação de partículas e a exposição da pele à carboplatina.
Roupas protetoras adequadas devem ser usadas, tais como, luvas de PVC, óculos de segurança, bata protetora e máscaras
descartáveis.
Recomenda-se checar se os encaixes do conjunto de seringas estão firmes para evitar vazamentos.
Em caso de contato acidental com os olhos, lavar com água ou solução salina. Se a pele entrar em contato com o medicamento,
lavar com muita água e, nos dois casos, procurar auxílio médico. Procure imediatamente um médico caso carboplatina seja
ingerido ou inalado.
Todos os materiais, agulhas, seringas, frascos e outros itens que tiveram contato com medicamentos citotóxicos devem ser
incinerados. Excreções também devem ser tratadas da mesma forma. Superfícies contaminadas devem ser lavadas com grande
quantidade de água.
Recomenda-se a utilização de seringas "Luer-Lock" ajustáveis e de largo diâmetro interno para minimizar a pressão e eventual
formação de "aerossol". A formação de "aerossol" pode ser diminuída pela utilização, durante a preparação, de agulha com
vácuo.
Precauções especiais para eliminação dos materiais utilizados na preparação do produto
Os materiais utilizados na preparação das soluções de carboplatina, ou materiais usados para proteção corporal, devem ser
colocados num saco de polietileno duplamente selado e incinerados a 1100ºC.
Procedimentos em caso de Extravasamento
Em caso de extravasamento, o acesso à área afetada deve ser restringido. Utilizar dois pares de luvas (borracha látex), máscara
respiratória, bata protetora e óculos de segurança. Limitar a extensão do extravasamento utilizando uma toalha absorvente ou
grânulos adsorventes. Pode-se também utilizar ácido sulfúrico 3M com permanganato de potássio 0,3M (2:1) ou hipoclorito de
sódio 5%. Reunir o material absorvente/adsorvente e outros resultantes do extravasamento e colocá-los num recipiente de
plástico estanque, rotulando-o de acordo com o conteúdo. Os resíduos citotóxicos devem ser considerados perigosos ou tóxicos
e claramente rotulados "RESÍDUO CITOTÓXICO PARA INCINERAÇÃO A 1100ºC". Estes resíduos devem ser incinerados
a essa temperatura durante, pelo menos, 1 segundo. Lavar o restante da área de extravasamento com quantidade abundante de
água.
Dose Omitida
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Como a carboplatina é um medicamento de uso exclusivamente hospitalar, o plano de tratamento é definido pelo médico que
acompanha o caso. Se o paciente não receber uma dose deste medicamento, o médico deve redefinir a programação do
tratamento. O esquecimento da dose pode comprometer a eficácia do tratamento.
Muitos efeitos colaterais do tratamento com carboplatina são inevitáveis devido as suas ações farmacológicas. No entanto, os
efeitos adversos são geralmente reversíveis se detectados precocemente.
As reações adversas como relatadas para os vários sistemas são as seguintes:
Tumores benignos, malignos e inespecíficos: raros casos de desenvolvimento de leucemias mielóides agudas e síndromes
mielodisplásicas foram observados em pacientes que foram tratados com carboplatina, principalmente quando tratados em
combinação com outros agentes potencialmente leucemogênicos.
Sangue e sistema linfático: a principal toxicidade dose-limitante da carboplatina é a supressão da medula óssea, que é
manifestada pela trombocitopenia, leucopenia, neutropenia e/ou anemia. A mielosupressão é relacionada à dose. O nadir de
plaquetas e leucócitos/granulócitos normalmente ocorre duas a três semanas após a administração do fármaco. Recuperação é
geralmente adequada a fim de permitir a administração subseqüente de dose de carboplatina após 4 semanas da administração
anterior. Anemia (hemoglobina abaixo de 11 g/dL), que pode ser sintomática, ocorre em grande parte dos pacientes. Este efeito
pode ser cumulativo e transfusões podem ser necessárias particularmente em pacientes sob terapia prolongada (exemplo: mais
de 6 ciclos). Seqüelas clínicas de medula óssea/toxicidade hematológica tais como febre, infecções, sepse/choque séptico e
hemorragia podem ser observadas.
Metabolismo e nutrição: podem ocorrer anormalidades dos eletrólitos (hipocalemia, hipocalcemia, hiponatremia e/ou
hipomagnesia).
Sistema nervoso: neuropatias periféricas podem ocorrer - principalmente na forma de parestesias e uma diminuição dos
reflexos dos tendões profundos. O efeito, mais comum em pacientes acima de 65 anos de idade, parece ser cumulativo,
ocorrendo principalmente em pacientes recebendo terapia prolongada e/ou naqueles que receberam terapia anterior com
cisplatina. Os efeitos no sistema nervoso central também podem ocorrer. Em alguns casos a neurotoxicidade observada com a
carboplatina pode ser um efeito retardado da terapia prévia com cisplatina.
Olhos: anormalidades visuais, com perda visual transitória (que pode ser completa para luz e cores) ou outros distúrbios
podem ocorrer em pacientes tratados com carboplatina. Melhora e/ou recuperação total da visão geralmente ocorre dentro de
semanas após a interrupção do fármaco. Cegueira cortical foi relatada em pacientes com alteração de função renal recebendo
altas doses de carboplatina.
BULA PARA PROFISSIONAL DA SAÚDE – RDC 47/2009
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Ouvido e Labirinto: tinido e perda auditiva foram relatados em pacientes recebendo carboplatina. O risco de ototoxicidade
pode ser aumentado pela administração concomitante de outros fármacos ototóxicos (por exemplo, aminoglicosídeos).
Cardíaco: insuficiência cardíaca congestiva, doença arterial coronariana isquêmica (por exemplo: infarto do miocárdio, parada
cardíaca, angina e isquemia do miocárdio).
Vascular: eventos cerebrovasculares.
Gastrintestinal: náuseas e/ou vômitos, que são geralmente leves a moderados em relação à gravidade, podem ocorrer dentro
de 6 a 12 horas após a administração de carboplatina, podendo persistir por até 24 horas ou mais. Outras reações
gastrintestinais como mucosite, diarréia, constipação e dor abdominal também foram relatadas.
Hepatobiliar: podem ocorrer elevações leves e geralmente transitórias nas concentrações de fosfatase alcalina sérica, aspartato
aminotransferase ou bilirrubina. Anormalidades substanciais nos testes de funções hepáticas foram relatadas por pacientes
tratados com carboplatina que receberam altas doses de carboplatina e transplante autólogo de medula óssea.
Sistema imune: reações alérgicas à carboplatina têm sido relatadas. E incluem: reações de anafilaxia/anafilactóides,
hipotensão, broncoespasmos e pirexia. Reações de hipersensibilidade podem ocorrer em poucos minutos após administração
intravenosa da carboplatina.
Pele e tecido subcutâneo: podem ocorrer raramente dermatites esfoliativas. Casos de rash eritematoso, pruridos, urticária e
alopecia relacionadas ao uso de carboplatina têm sido observados.
Musculoesquelético e de tecido conectivo: mialgia / artralgia.
Renal e urinário: insuficiência renal aguda tem sido raramente reportada. Síndrome hemolítico-urêmica. Elevações leves e
transitórias de concentrações de creatinina sérica e de nitrogênio sanguíneo podem ocorrer. Risco de nefrotoxicidade induzida
pela carboplatina (como, por exemplo, clearance de creatinina diminuído) é maior em altas doses ou em pacientes previamente
tratados com cisplatina.
Geral: astenia, sintomas semelhantes à gripe e reações no local da injeção.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária - NOTIVISA, disponível em
http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.