Bula do Carbotrat para o Profissional

Bula do Carbotrat produzido pelo laboratorio Nativita Ind. Com. Ltda.
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento

O conteúdo abaixo foi extraído automaticamente da bula original disponibilizada no portal da ANVISA.

Bula do Carbotrat
Nativita Ind. Com. Ltda. - Profissional

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BULA COMPLETA DO CARBOTRAT PARA O PROFISSIONAL

CARBOTRAT®

carbocisteína

NATIVITA INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA

XAROPE ADULTO 50 MG/ML

XAROPE PEDIÁTRICO 20 MG/ML

I - IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO

Forma Farmacêutica e Apresentações:

Xarope adulto de 50mg/ml:

Frascos com 100, 120 ml ou 150 mL + copo-medida. Embalagem com 1, 48, 60 e 80 frascos.

USO ADULTO – xarope adulto

USO ORAL

Xarope pediátrico de 20mg/ml:

USO ADULTO E PEDIÁTRICO ACIMA DE 2 ANOS – xarope pediátrico

Composição:

Xarope adulto:

Cada mL do xarope adulto contém 50 mg de carbocisteína e veículo (sacarose, álcool etílico, aroma de

caramelo, corante marrom, edetato dissódico, hidróxido de sódio, metilparabeno, propilparabeno e água

purificada q.s.p. 1 mL).

Xarope pediátrico:

Cada mL do xarope pediátrico contém 20 mg de carbocisteína e veículo (sacarose, álcool etílico, aroma de

framboesa, corante vermelho, edetato dissódico, hidróxido de sódio, metilparabeno, propilparabeno e água

II- INFORMAÇÕES AO PROFISSIONAL DE SAÚDE

1. INDICAÇÕES

Carbotrat®

é indicado, em terapia adjuvante, como mucolítico e fluidificante das secreções, nas afecções

agudas ou crônicas do trato respiratório, onde a presença de secreção viscosa e/ou abundante seja um fator

agravante.

2. RESULTADOS DE EFICÁCIA

As doenças obstrutivas das vias respiratórias, como a bronquite crônica, a fibrose cística e o enfisema,

embora apresentem grandes diferenças etiológicas e epidemiológicas, possuem uma importante

característica em comum, que é o aumento da secreção brônquica, em algum estágio da doença. Esta

secreção, devido às suas propriedades bioquímicas e físicas alteradas, não é eliminada pelos mecanismos

mucociliares e pela tosse, determinando a necessidade de uma remoção terapêutica1

.

Vários estudos clínicos comprovaram a eficácia da carbocisteína nas doenças obstrutivas crônicas das vias

respiratórias, levando a alterações reológicas da secreção e o aumento da expectoração, indicando uma

melhora primária da função mucociliar2

Estudo duplo-cego comparou o uso da carbocisteína com placebo e com um esquema de nebulização com

água em 82 pacientes com bronquite crônica. No grupo que utilizou a carbocisteína, verificou-se uma

melhora consistente na viscosidade da secreção e da expectoração, com um aumento de 30% no volume

expectorado após 8 horas do tratamento (p<0,02)3

A eficácia terapêutica do uso de mucolíticos foi confirmada numa revisão de 23 estudos clínicos

randomizados, que comparou a utilização de mucolíticos com placebo, em pacientes adultos com bronquite

crônica estável e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Demonstrou-se que os mucolíticos reduzem

de forma significativa o número e a duração das exacerbações, além de reduzirem a necessidade do uso de

antibióticos4

A carbocisteína também foi comparada com a bromexina em um estudo duplo-cego em 30 pacientes

adultos com exacerbações de bronquite crônica e presença de secreção mucóide. Embora ambas as

substâncias tenham levado a um aumento significativo do volume e da fluidez da secreção, os efeitos

máximos foram observados já no terceiro dia de uso da carbocisteína, e apenas no sétimo dia de uso da

bromexina (p<0,05). Houve também melhora nos parâmetros subjetivos (expectoração fácil, severidade da

tosse e consistência da secreção). Porém, as respostas obtidas com o uso da carbocisteína foram observadas,

no mínimo, quatro dias antes dos verificados com a bromexina. A carbocisteína determinou ainda uma

melhora nos índices respiratórios, sendo também superiores aos obtidos com a bromexina5

Em outro estudo duplo-cego, o efeito a longo-prazo da terapia oral com a carbocisteína foi comparado com

placebo em 109 pacientes com bronquite crônica. Nos pacientes que utilizaram a carbocisteína, observou-se

um aumento significativo no fluxo expiratório máximo (15-20%), associado a melhora clínica

importante(p<0,05)6

A eficácia da carbocisteína também foi avaliada no tratamento de otite média secretória em crianças. Uma

metanálise envolvendo 430 crianças, com idades entre 3 e 12 anos observou que o uso da carbocisteína

diminuiu a necessidade de intervenção cirúrgica (timpanostomia) em 2,31 vezes, quando comparada com

crianças que receberam placebo (p<0,01). Além disto, a carbocisteína reverteu as alterações dos

timpanogramas para a normalidade7

Estes resultados foram confirmados em outro estudo com 60 crianças, onde a utilização de carbocisteína

reduziu de forma significativa a necessidade de inserção de tubos à timpanostomia (13%), em comparação

com as crianças que não receberam mucolíticos (76,6%)8

Em casos de crianças com otite média secretória, a taxa de sucesso clínico foi de 66% com o uso da

carbocisteína9

Além disto, estudos demonstraram que a carbocisteína tem o efeito de inibir a adesão da Moraxella

catarrhalis, do Haemophilus influenzae e do Streptococcus pneumoniae às células epiteliais do aparelho

respiratório, o que indica que a carbocisteína ajuda no tratamento das infecções respiratórias10, 11, 12

1. Brown DT. Carbocysteine. Drug Intell Clin Pharm 22:603-8, 1988

2. Brown DT, 1988

3. Edwards GF et al. S-carboxy-methyl-cysteine in the fluidification of sputum and treatment of chronic

airway obstruction. Chest 70:506-13, 1976

4. Poole PJ, Black PN. Oral mucolytic drugs for exacerbations of chronic obstructive pulmonary disease:

systematic review. BMJ 322(7297):1271-4, 2001

5. Aylward M. A between-patient double blind comparison of S-carboxymethylcysteine and bromhexine in

chronic obstructive bronchitis. Curr Med Res Opin 1:219-27, 1973

6. Grillage M, Barnard-Jones K. Long-term oral carbocisteine therapy in patients with chronic branchitis. A

double blind trial with placebo control. Br J Clin Pract 39:395-8, 1985

7. Pignataro O et al. Otitis media with effusion and S-carboxymethylcysteine and/or its lysine salt: a critical

overview. Int J Pediatr Otorhinolaryngol 35(3):231-41, 1996

8. Pollastrini L et al. Ruolo della S-carbossimetilcisteina nella terapia dellótite siero-mucosa in eta

pediatrica. Ped Oggi 11(4):96-9, 1991

9. Brkic F et al.Bronchobos in the therapy of chronic secretory otitis in children. Med Arh 53(2):89-91,

1999

10. Zheng CH et al. The effects of S-carboxymethylcysteine and N-acetylcysteine on the aderence of

Moraxella catarrhalis to human pharyngeal epithelial cells. Microbiol Immunol 43(2):107-13, 1999

11. Ndour CT et al. Modulating effects of mucoregulating drugs on the attachment of Haemophilus

influenzae. Microb Pathog 30(3):121-7, 2001

12. Cakan G et al. S-carboxymethylcysteine inhibits the attachment of Streptococcus pneumoniae to human

pharyngeal epithelial cells. Microb Pathog 34(6):261-5, 2003

3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS

A carbocisteína, cujo nome químico é S-(carboximetil)-1-cisteína, é um aminoácido dibásico, de peso

molecular 179,2 e fórmula molecular C5H9NO4S.

Propriedades farmacodinâmicas:

O exato mecanismo de ação da carbocisteína ainda não foi totalmente elucidado. No entanto, sua ação

parece estar relacionada à regulação da viscosidade das secreções mucosas do trato respiratório. Estudos

em animais e em humanos demonstram que a carbocisteína altera a síntese das glicoproteínas do muco,

aumentando, proporcionalmente, a produção de sialoglicoproteínas, o que torna a secreção mais fluida, e

assim melhora a depuração mucociliar, tornando a tosse mais efetiva. (Brown DT. Carbocysteine. Drug

Intell Clin Pharm 22:603-8, 1988).

Propriedades farmacocinéticas:

A carbocisteína é rapidamente absorvida após a administração oral. As concentrações séricas máximas são

alcançadas entre 1 a 2 horas após a administração e, após uma dose de 1,5 g, os valores máximos foram de

13 a 16 mg/l. A meia-vida plasmática foi estimada em 1,5 a 2 horas, e o volume aparente de distribuição foi

de aproximadamente 60 litros. A carbocisteína parece distribuir-se bem no tecido pulmonar e no muco

respiratório, sugerindo ação local.

É metabolizada através de acetilação, descarboxilação e sulfoxidação. A produção do derivado

descarboximetilado é muito pequena. A maior parte da droga é eliminada inalterada, por excreção urinária.

Dois terços dos indivíduos excretam um glicuronídeo, como metabólito menor. Não há relatos de atividade

farmacológica importante destes metabólitos. (Brown DT. Carbocysteine. Drug Intell Clin Pharm 22:603-8,

1988).

A ação de Carbotrat®

xarope inicia-se aproximadamente 1 a 2 horas após a ingestão.

4. CONTRAINDICAÇÕES

O produto não deve ser utilizado por pacientes com úlceras gástricas, duodenais ou nos casos de alergia aos

componentes da formulação.

Carbotrat®

xarope pediátrico – Este medicamento não deve ser utilizado em crianças menores de 2

anos de idade.

xarope adulto – Este medicamento é contraindicado para menores de 12 anos de idade.

5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES

Deve-se ter cautela em paciente com antecedentes de úlcera gástrica ou duodenal.

Deve-se ter cuidado no uso em pacientes com asma brônquica e insuficiência respiratória.

Carbotrat®

xarope adulto e xarope pediátrico – Atenção: Este medicamento contém Açúcar, portanto, deve

ser usado com cautela em portadores de Diabetes.

Pacientes idosos: não existem restrições ou precauções especiais com relação ao uso do produto.

Gravidez e Lactação: o efeito de Carbotrat®

na fertilidade humana não é conhecido e não há estudos

adequados e bem controlados em gestantes. Não se sabe se a carbocisteína é excretada no leite humano.

Categoria B de Risco na Gravidez - Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem

6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

Durante o tratamento com Carbotrat®

, não devem ser usados medicamentos que inibem a tosse como os

antitussígenos e/ou medicamentos atropínicos (como por exemplo, atropina).

7. CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO

Carbotrat®

xarope deve ser mantido em sua embalagem original. Conservar em temperatura ambiente (entre

15 - 30°C). Proteger da luz e umidade.

O prazo de validade de Carbotrat®

xarope é de 24 meses após a data de fabricação.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.

Características físicas e organolépticas

xarope adulto é um líquido límpido, pouco viscoso, de cor marrom; possui odor e sabor

artificiais de caramelo.

xarope pediátrico é um líquido límpido, pouco viscoso, de cor avermelhada; possui odor e sabor

artificiais de framboesa.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

8. POSOLOGIA E MODO DE USAR

Carbotrat®

xarope adulto: 5 a 10 mL (para medir o volume, utilize o copo-medida) do xarope (o que

equivale a 250 a 500 mg de carbocisteína), três vezes ao dia.

xarope pediátrico: 0,25 mL/Kg de peso de Carbotrat®

xarope pediátrico, o que equivale a 5 mg

de carbocisteína/Kg de peso, três vezes ao dia.

9. REAÇÕES ADVERSAS

Podem ocorrer as seguintes reações adversas com o uso do produto:

Reação comum (> 1/100 e < 1/10): Distúrbios gastrintestinais, como: náuseas, diarréia e desconforto

gástrico.

Reação incomum (> 1/1.000 e < 1/100): Insônia, cefaleia, tontura e erupções cutâneas.

Reações de frequência desconhecida: Sangramento gastrintestinal, palpitações, hipoglicemia leve.

Atenção: Para medir o volume de Carbotrat®

xarope, utilize o copo-

medida verificando a posologia a ser adotada.

Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária -

NOTIVISA, disponível em http://www8.anvisa.gov.br/notivisa/frmCadastro.asp, ou para a Vigilância

Sanitária Estadual ou Municipal. Informe também à empresa através do seu serviço de atendimento.

Cuidado! Todas as informações contidas neste site têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.