Bula do Cefaliv produzido pelo laboratorio Aché Laboratórios Farmacêuticos S.a.
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
Cefaliv
Aché Laboratórios Farmacêuticos
comprimidos
1 mg + 350 mg + 100 mg
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BULA PARA PROFISSIONAL DE SAÚDE
Bula de acordo com a Resolução-RDC nº 47/2009
I- IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
mesilato de di-hidroergotamina
dipirona sódica
cafeína
APRESENTAÇÕES
Comprimidos 1 mg + 350 mg + 100 mg: blíster com 12 comprimidos.
USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
Cada comprimido contém:
mesilato de di-hidroergotamina ................................................................................................ 1 mg
dipirona sódica ...................................................................................................................... 350 mg
cafeína ................................................................................................................................... 100 mg
Excipientes: amido, celulose microcristalina, estearato de magnésio, povidona, corante amarelo FDC n°. 5
laca de alumínio, corante amarelo FDC n°. 6 laca de alumínio e manitol.
II- INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Cefaliv é destinado ao tratamento das crises agudas de enxaqueca e outras cefaléias de origem vascular.
Em estudo multicêntrico realizado em 14 centros, foram incluídos 667 pacientes com quadros de cefaléia
vascular e enxaqueca que foram orientados a tomar 1 ou 2 comprimidos de Cefaliv aos primeiros sinais
de enxaqueca. Caso não houvesse melhora dos sintomas o paciente deveria tomar mais um comprimido a
cada 30 ou 40 minutos até a remissão dos sintomas ou até ser alcançada a dose máxima de 6 comprimidos
ao dia. Todos os sintomas apresentaram diminuição importante da intensidade após o tratamento. A dor
remitiu em 72.2% dos casos, as náuseas em 76.7% dos casos, as tonturas em 77% e os vômitos em 86.9%
dos pacientes. Vale ressaltar que 90% dos sintomas que persistiram ao final do tratamento foram de
intensidade leve a moderada. Cerca de 52% dos pacientes apresentaram melhora completa dos sintomas
com a dose inicial ou com apenas um comprimido adicional. Quando observamos os pacientes que
necessitaram de até 2 comprimidos adicionais este número sobe para 75.5%. Na avaliação global da
eficácia, os resultados excelentes e bons totalizaram 92.8% dos casos e a tolerabilidade foi considerada
excelente ou boa em 92.7% dos casos.
Rodrigues EJ, Brito Neto AJ, Cunha J. Avaliação da eficácia terapêutica e tolerância da associação di-
hidroergotamina, cafeína e dipirona no tratamento das crises de enxaqueca e cefaléia. Rev Bras Med.
1995; 52(10): 1234-40.
O mesilato de di-hidroergotamina é um bloqueador alfa-adrenérgico com um efeito estimulante direto
sobre o músculo liso dos vasos sanguíneos periféricos cranianos e produz depressão dos centros
vasomotores centrais. Este fármaco é também um antagonista parcial dos receptores da serotonina. O
mesilato de di-hidroergotamina apresenta início de ação em 30 minutos, biodisponibilidade oral de 1% e
metabolização hepática. Apresenta meia-vida de eliminação bifásica, sendo a primeira de 0.7 a 1 hora e a
segunda de 10 a 13 horas. A via principal de eliminação da droga envolve mecanismos extra-renais, que
compreendem metabolismo hepático e eliminação através da bile e fezes.
A dipirona sódica é um analgésico e antitérmico de ação central, que, por sua elevada solubilidade, é
rapidamente absorvida, possibilitando pronto alívio das manifestações dolorosas. A dipirona é submetida
à extensa metabolização hepática e sua excreção é predominantemente renal.
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A cafeína potencializa a ação da di-hidroergotamina, através de aumento de sua absorção por via oral.
Trata-se de uma metilxantina, um estimulante do sistema nervoso central estruturalmente relacionado
com a teofilina. A cafeína produz estado de alerta mental e tende a corrigir a sonolência. É um adjuvante
analgésico, bem absorvido por via oral, com níveis de pico plasmático entre 15 a 45 minutos; sua meia-
vida de eliminação é de 4 a 5 horas; seu metabolismo é hepático e a excreção é renal.
Este medicamento é contra-indicado para menores de 18 anos.
Cefaliv é contra-indicado em pacientes que apresentem: enxaqueca hemiplégica/basilar,
hipersensibilidade a produtos derivados dos alcaloides do ergot, infarto do miocárdio, doença vascular
periférica, gravidez e lactação, hipotensão prolongada, sepse, insuficiência hepática/renal grave,
hipertensão descontrolada, doença isquêmica do coração, angina, cirurgia vascular. Devido à presença da
dipirona sódica na sua formulação, Cefaliv é contra-indicado nos casos de discrasias sanguíneas,
supressão da medula óssea, hipersensibilidade à dipirona, aspirina ou outros medicamentos anti-
inflamatórios. Deve-se ter precaução em pacientes com condições cardíacas incluindo hipertensão,
agravadas pela retenção de líquidos e edema, deficiência de glicose-6-fostato desidrogenase, história de
ulceração gastrointestinal, hemorragia ou perfuração, infecção pré-existente, porfiria.
Este medicamento é contra-indicado para uso por pacientes com severo comprometimento da
função hepática ou renal.
Categoria de risco na gravidez: X.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas ou que possam ficar grávidas
durante o tratamento.
Contra-indicado durante o aleitamento materno.
Este medicamento não deve ser utilizado durante a lactação. Os alcalóides do ergot inibem a lactação e
podem causar ergotismo no neonato.
Atenção: Este produto contém o corante amarelo de TARTRAZINA que pode causar reações de
natureza alérgica, entre as quais asma brônquica, especialmente em pessoas alérgicas ao ácido
acetilsalicílico.
Cefaliv deve ser destinado ao tratamento das crises de dor; não sendo indicado para tratamento
prolongado ou profilático.
Devido às ações estimulantes da cafeína sobre a secreção gástrica, recomenda-se que seu uso em
pacientes portadores de gastrite e úlceras gastroduodenais seja feito somente após criteriosa avaliação
médica dos riscos e benefícios envolvidos.
Uma vez que ocasionalmente pode ocorrer sedação, o paciente deve evitar dirigir veículos ou operar
máquinas.
A literatura cita as seguintes interações, apesar de não possuírem significância clínica conhecida:
Interação medicamento/medicamento:
O uso concomitante de Cefaliv com inibidores potentes do CYP3A4, como antiretrovirais (inibidores de
protease e de transcriptase reversa), antibióticos macrolídeos (imidazólicos e triazólicos), antifúngicos,
antidepressivos (fluoxetina, fluvoxamina e nefazodona), metronidazol e zileuton pode elevar a
concentração de ergotamina no plasma, aumentando o risco de ergotismo. A lidocaína e agentes
vasoconstritores quando associados ao Cefaliv, podem produzir elevação extrema da pressão arterial. O
uso de Cefaliv concomitante com agentes que causam vasoespasmo (como sumatriptam) pode resultar em
efeito aditivo, levando a um prolongamento do vasoespasmo. O propranolol pode potencializar a ação
vasoconstritora da ergotamina, portanto seu uso associado ao Cefaliv deve ser feito com cautela, apenas
sob orientação médica. A nitroglicerina pode elevar a AUC da ergotamina em até 50%, portanto seu uso
em pacientes que utilizam Cefaliv demanda cuidado. A associação de Cefaliv com inibidores da
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recaptação da serotonina (dexfenfluramina e sibutramina) pode aumentar o risco de síndrome
serotoninérgica.
No caso dos triptanos e de outras medicações contendo derivados do ergot, um intervalo de 24 horas deve
ser respeitado entre o uso das duas drogas.
Interação medicamento/alimento:
Está contra-indicada a ingestão de toranja (grapefruit) por pacientes que utilizam Cefaliv, pois esta fruta
pode aumentar os níveis séricos de derivados do ergot e, conseqüentemente, aumentar o risco de
ergotismo.
Interação medicamento/substância química:
A nicotina pode provocar vasoconstricção em alguns pacientes, predispondo a uma resposta isquêmica
mais acentuada à terapia com derivados do ergot. Outras drogas como dronedarona, rilonacept e
tocilizumabe também podem alterar os níveis séricos da ergotamina e requerem monitoração adequada
durante o uso concomitante a Cefaliv.
Interação medicamento/doença:
A di-hidroergotamina foi associada a crises agudas de porfiria e não é considerada segura para uso em
pacientes porfíricos.
Conservar em temperatura ambiente (temperatura entre 15 e 30°C). Proteger da luz e umidade.
Desde que respeitados os cuidados de armazenamento, o medicamento apresenta uma validade de 36
meses a contar da data de sua fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Cefaliv é um comprimido levemente alaranjado, redondo, com barra de divisão em uma face e gravação
Cefaliv na outra.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Tomar 1 a 2 comprimidos ao primeiro sinal de enxaqueca; caso não haja melhora da sintomatologia,
ingerir 1 comprimido a cada 30 minutos, até um máximo de 6 comprimidos ao dia. Não utilizar por mais
de 10 dias consecutivos.
Em estudo realizado com o produto, os eventos adversos mais comuns foram:
Muito comuns (>10%): epigastralgia, sonolência, tontura, náuseas
Comuns (1 a 10%): mialgia, vômitos, parestesias, azia, boca seca, astenia, hipotensão, taquicardia, rash
cutâneo, sudorese, dor abdominal, confusão mental e dispepsia
Incomuns (0,1 a 1%): plenitude gástrica, insônia e diarréia
Abaixo se encontram os eventos relacionados a cada um dos componentes isoladamente.
Di-hidroergotamina
Efeitos Cardiovasculares
A di-hidroergotamina, quando associada à heparina, pode levar ao aumento do risco de vasoespasmo.
Taquicardia transitória, dor precordial, taquicardia sinusal transitória, bradicardia, hipotensão,
hipertensão, hemorragia cerebral, acidente cerebrovascular, doença isquêmica do intestino, infarto do
miocárdio, isquemia periférica, hemorragia subaracnóidea, vasoespasmo ou claudicação resultando em
dor nas extremidades foram associadas ao uso da di-hidroergotamina.
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A incidência de vasoconstrição e gangrena parecem ser menores com a di-hidroergotamina que com a
ergotamina.
Sintomas de ergotismo devido ao uso de altas doses de di-hidroergotamina (ou uso prolongado) incluem:
alterações da circulação manifestadas através de esfriamento da pele, dor muscular severa e estase
vascular, que pode resultar em gangrena. Os sintomas são relacionados à vasoconstrição intensa e
formação de trombos.
Efeitos Dermatológicos
Edemas localizados e pruridos podem ocorrer no ergotismo crônico.
Necrose muscular e da pele ocorreram durante o tratamento em conjunto com a heparina para a profilaxia
de trombose venosa profunda.
Efeitos Endócrinos/Metabólicos
A di-hidroergotamina foi associada a ataques agudos de porfiria e considerada insegura para os pacientes
porfíricos.
Efeitos Gastrointestinais
Náusea, vômito, desconforto epigástrico e constipação podem ocorrer durante o uso de di-
hidroergotamina, particularmente com altas doses e durante administração prolongada.
Efeitos Neurológicos
Parestesias em extremidades, fraqueza nas pernas, cefaléia, confusão, sedação e possivelmente
convulsões foram associados a altas doses ou uso prolongado de di-hidroergotamina. Esfriamento da pele,
dormência e palidez das extremidades são indicativos de ergotismo.
Efeitos oftálmicos
Miose pode estar presente durante ergotismo crônico.
Efeitos Renais
Falência renal pseudocrônica foi relatada em uma paciente que utilizou 10 mg ao dia de di-
hidroergotamina durante 2 semanas e 20mg em 24 horas.
Efeitos Respiratórios
Alterações pleuropulmonares foram encontradas em 8 pacientes que utilizaram derivados do ergot
(incluindo a di-hidroergotamina) por tempo prolongado (de 16 meses a 15 anos). Todos os pacientes
apresentaram espessamento pleural ou efusão. Os sintomas foram resolvidos em alguns meses após a
suspensão do medicamento.
Cafeína
Cafeína em altas doses (maiores que 250 mg/dia) pode produzir arritmia cardíaca, rubor facial,
palpitações, taquicardia, hipertensão,aumento do risco de infarto do miocárdio.
A ingestão moderada de cafeína prolonga significativamente a duração do QRS, porém não a duração da
onda P ou a freqüência cardíaca.
Reação comum (> 1/100 e < 1/10): acidose e cicatrização anormal.
Alterações nos níveis séricos de glicose (hipoglicemia e hiperglicemia) edos níveis hormonais foram
relatadas com o uso da cafeína, incluindo diminuição na biodisponibilidade da testosterona e aumento dos
níveis de estrona e de hormônios sexuais ligados a globulinas.
O uso excessivo de cafeína pode resultar em hipocalemia, paralisia muscular e sintomas consistentes com
a rabdomiólise.
Efeitos Musculoesqueléticos
Um estudo retrospectivo caso-controle demonstrou que o consumo diário de altas doses de cafeína foi
associado à lombalgia crônica.
Cefaléia é um dos sintomas mais característicos da retirada da cafeína.
Cafeína em altas doses pode causar reações adversas no sistema nervoso central como agitação,
excitação, insônia, nervosismo, irritabilidade, tremores e espasmos musculares.
Efeitos Psiquiátricos
Psicose foi relatada devido ao uso de cafeína.
Cafeína pode promover diurese com doses acima de 250 mg/dia.
Efeitos no Sistema Reprodutor
O consumo de cafeína tem sido associado à diminuição dos níveis de fertilidade.
Hiperventilação e taquipnéia foram associadas ao uso de doses maiores que 250 mg/dia de cafeína.
Reação comum (> 1/100 e < 1/10): rash cutâneo, pele seca, ruptura de pele.
Reação comum (> 1/100 e < 1/10): intolerância alimentar, enterocolite necrosante, gastrite e hemorragia
gastrointestinal.
Efeitos Hematológicos
Reação comum (> 1/100 e < 1/10): coagulação intravascular disseminada, hemorragia.
Outros
Alterações na voz foram observadas após dose única de 250 mg de cafeína.
Dipirona
Reações anafiláticas foram raramente relatadas em pacientes que utilizaram a dipirona, que podem se
manifestar com prurido, ardor, rubor, urticária, edema, dispnéia, e sintomas gastrintestinais, podendo
progredir para formas mais graves como urticária generalizada, angioedema grave, broncoespasmo,
arritmias cardíacas, queda da pressão sanguínea e choque circulatório. Também podem ocorrer erupções
como exantema (raramente) e síndrome de Stevens-Johnson ou Lyell (em casos isolados).
Reações hipotensivas transitórias isoladas podem ocorrer ocasionalmente após a administração da
dipirona, em casos raros estas reações apresentam-se sob a forma de queda crítica da pressão sanguínea.
Podem ocorrer raramente leucopenia e, em casos muito raros, agranulocitose ou trombocitopenia.
Em casos muito raros, especialmente em pacientes com história de doença renal, pode ocorrer piora aguda
da função renal, em alguns casos com oligúria, anúria ou proteinúria. Em casos isolados pode ocorrer
nefrite intersticial aguda.
A dipirona também está entre as drogas que podem desencadear crises agudas em pacientes com porfiria.
“Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária -
NOTIVISA, disponível em http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância
Sanitária Estadual ou Municipal.”