Bula do Cinton para o Profissional

Bula do Cinton produzido pelo laboratorio Blau Farmacêutica S.a.
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento

O conteúdo abaixo foi extraído automaticamente da bula original disponibilizada no portal da ANVISA.

Bula do Cinton
Blau Farmacêutica S.a. - Profissional

Download
BULA COMPLETA DO CINTON PARA O PROFISSIONAL

Blau Farmacêutica S/A.

CINTON®

Blau Farmacêutica S.A.

Solução Injetável

150 mg/mL

MODELO DE BULA DO PROFISSIONAL DE SAÚDE RDC 47/09

cloridrato de cimetidina

APRESENTAÇÕES

Solução injetável. Embalagem contendo 50 ampolas com 2 mL

VIA DE ADMINISTRAÇÃO: INTRAMUSCULAR OU INTRAVENOSA

USO ADULTO E PEDIÁTRICO

COMPOSIÇÃO

Cada mL solução injetável contém:

cloridrato de cimetidina (equivalente a 150 mg de cimetidina) ...........................................................................................171,6 mg

excipientes q.s.p.............................................................................................................................................................................1 mL

excipientes: hidróxido de sódio, fenol e água para injetáveis.

I) INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

1. INDICAÇÕES

Este medicamento é destinado ao tratamento de distúrbios do trato gastrintestinal superior nos quais a redução da secreção gástrica,

a obtenção da remissão e a prevenção da recorrência sejam benéficas para o alívio sintomático como no tratamento agudo da úlcera

duodenal, úlcera gástrica benigna, úlcera de boca anastomática e pós-cirúrgica, úlcera péptica recorrente e esofagite péptica; no

controle de condições hipersecretórias patológicas, como na síndrome de Zollinger-Ellison, na mastocitose sistêmica, adenomas

endócrinos múltiplos, síndrome pós-operatória de intestino curto, hipersecreção idiopática; na prevenção de úlceras de estresse em

pacientes gravemente enfermos e de alto risco, e também como medida de apoio no controle de hemorragia devido a úlceras

pépticas ou erosões do trato gastrintestinal superior, nos pacientes sob anestesia geral, e, inclusive, em mulheres submetidas a

cesarianas, a cimetidina reduz a acidez e o volume das secreções gástricas, diminuindo o risco de dano pulmonar promovido pela

aspiração do conteúdo gástrico; tratamento em curto prazo dos sintomas de condições dispépticas caracterizadas por dor abdominal

superior, particularmente quando relacionadas com as refeições e quando não se consegue identificar qualquer causa orgânica; e

prevenção de recidiva de úlceras gástricas e duodenais, em particular naqueles pacientes com história de recidivas ou complicações

frequentes, assim como em pacientes com patologias concomitantes que possam tornar a cirurgia um risco maior do que o habitual.

2. RESULTADOS DE EFICÁCIA

A cimetidina demonstrou eficácia no tratamento da úlcera duodenal em 88% dos pacientes quando utilizado em duas doses diárias

de 400 mg por oito semanas. Nas formas grau I da esofagite péptica a dose de 800 mg duas vezes ao dia atinge eficácia de 72 a 92%.

Referências:

ZATERKA, S. et al. Very-low dose antacid in treatment of duodenal ulcer. Comparison with cimetidine. Dig Dis Sci, v.36, n.10,

p.1377-1383, out. 1991.

TYTGAT, G. N. Efficacy of different doses of cimetidine in the treatment of reflux esophagitis. A review of three large, double-

blind, controlled trials. Gastroenterology, v.99, n.3, p. 629-634, set.1990.

3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS

Propriedades Farmacodinâmicas

A cimetidina é um antagonista de receptores H2, sendo portanto, estruturalmente semelhante à histamina. Corresponde

quimicamente à N-ciano-N'- metil-N”-[2-[[(5-metil-1H-imidazol-4-il)-metil]tio]etil] guanidina.

A cimetidina atua através de inibição competitiva com a histamina pelos receptores H2 das células parietais. Dessa forma, inibe a

secreção gástrica basal, estimulada por alimentos, betazol, pentagastrina, cafeína e insulina, reduzindo o volume e a acidez da

secreção. A cimetidina não reduz a secreção da pepsina, mas sua produção total fica reduzida como efeito exercido sobre o volume

das secreções gástricas. Além de apresentar efeito antissecretor, a cimetidina apresenta ação citoprotetora, auxiliando na manutenção

da integridade da mucosa gástrica.

Mesmo após tratamento prolongado com cimetidina, a suspensão da terapia não promove rebote ácido. Por não apresentar

propriedades colinérgicas ou anticolinérgicas, a cimetidina não interfere com a motilidade gastrintestinal.

Propriedades Farmacocinéticas

A cimetidina apresenta volume de distribuição de 1l/kg e encontra-se fracamente ligado às proteínas plasmáticas, aproximadamente

20%. Atravessa a barreira placentária.

A administração da solução injetável de cimetidina permite que o fármaco aumente sua biodisponibilidade, pois evita que este sofra

metabolismo hepático de primeira passagem. O tempo médio de eliminação da cimetidina é de 2 a 3 horas, embora sofra

metabolismo hepático passando a sulfóxido e hidroximetilcimetidina, grande parte é excretada na urina sem ser metabolizada. Desta

forma, a insuficiência renal exige redução na dosagem deste fármaco, pois pode aumentar a meia vida plasmática. É também

excretado no leite materno.

4. CONTRAINDICAÇÕES

Cinton® (cloridrato de cimetidina) é contraindicado para mulheres grávidas ou no período de lactação, para pessoas asmáticas ou

com doença cardíaca, nos casos de úlcera gástrica maligna e à pacientes com hipersensibilidade conhecida ao fármaco ou a qualquer

outro componente da fórmula.

Categoria de risco na gravidez: Categoria B.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.

5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES

Antes da instituição de terapia para úlcera gástrica com Cinton® (cloridrato de cimetidina), deve-se excluir a possibilidade de

malignidade da lesão, uma vez que os sintomas podem ser mascarados pelo uso da cimetidina.

Blau Farmacêutica S/A.

O uso de antagonistas dos H2 favorece o desenvolvimento de bactérias no trato gastrintestinal devido à diminuição da acidez

gástrica.

Pacientes portadores de insuficiência renal podem apresentar aumentos na concentração plasmática de cimetidina, aumentando o

risco de reações adversas, principalmente sobre o sistema nervoso central (SNC).

Pacientes que apresentam patologias graves e que usam concomitantemente Cinton® (cloridrato de cimetidina) com outros

fármacos conhecidamente redutores da contagem de células sanguíneas são mais propensos a apresentarem redução na contagem

leucocitária, inclusive agranulocitose.

Foram descritos estados confusionais reversíveis com o uso de antagonistas dos receptores H2, porém mais comumente em pacientes

idosos e/ou gravemente enfermos, portadores de insuficiência renal ou síndrome de sofrimento cerebral. Estes estados confusionais

normalmente desaparecem nas primeiras 24 horas após suspensão do tratamento.

Os pacientes idosos não apresentaram divergências quanto às reações adversas e posologia em relação aos pacientes mais jovens.

Portanto, não há necessidade de ajuste de dose para pacientes idosos com funções renal e hepática normais.

Outros pacientes com problemas renais ou hepáticos devem passar por uma avaliação risco/benefício, pelo médico.

Até o momento a experiência com o uso de cimetidina em pacientes grávidas é limitada e dados adequados sobre o uso durante a

lactação humana não são disponíveis. Porém, sabe-se que a cimetidina atravessa a barreira placentária e é encontrada em altas

concentrações no leite materno. Assim, a cimetidina não deve ser usada durante a gravidez e lactação.

Categoria de risco na gravidez: Categoria B.

6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

Cinton® (cloridrato de cimetidina) inibe o metabolismo hepático de várias drogas que se ligam ao citocromo P450, além de

diminuir a absorção de outras, podendo ocorrer interações como:

-Cetoconazol, digoxina, fluconazol, indometacina, tetraciclina e sais de ferro: Pode ter sua absorção reduzida, portanto a cimetidina

deve ser administrada pelo menos 2 horas após a administração destas drogas.

-Antidepressivos tricíclicos, xantinas, benzodiazepina, bloqueador de canal de cálcio, cafeína, carbamazepina, cloroquina, fenitoína,

lidocaína, metronidazol, propranolol, teofilina e varfarina: Devido a cimetidina inibir a atividade do citocromo P450, ocorre um

decréscimo no metabolismo desses fármacos, o que pode provocar eliminação retardada ou aumento da concentração sanguínea,

podendo exacerbar a ação e reações adversas.

-Anticoagulantes: Recomenda-se a monitorização do tempo de protrombina, podendo ser necessário ajuste de dose.

-Fenitoína e teofilina: Pode haver aumento no risco de ataxia devido ao aumento da concentração desses fármacos no sangue. Um

ajuste posológico pode ser necessário.

-Metoprolol e propranolol: Deve-se realizar monitorização da pressão sanguínea.

-Nifedipino: Possui sua ação hipotensora potencializada.

Cinton® (cloridrato de cimetidina) não apresenta interações clinicamente significativas com os betabloqueadores.

Têm sido relatadas interações de mínimo valor clínico com o diazepam e o clordiazepóxido.

Não há interação significante entre Cinton® (cloridrato de cimetidina) e os benzodiazepínicos que são metabolizados por

glicuronidação, como é o caso do oxazepam e do lorazepam. Pode provocar aumento de reações adversas de analgésicos narcóticos.

Alterações em exames laboratoriais: foram relatados aumentos da creatinina plasmática que não progrediram com a manutenção da

terapia e desapareceram ao seu final. Também foram observadas elevações das transaminases séricas.

7. CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO

O produto deve ser mantido em sua embalagem original, em local fresco entre 8ºC e 15ºC, protegido da luz e umidade.

Prazo de validade: 24 meses a partir da data de fabricação.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.

Características físicas e organolépticas

Solução límpida, incolor a levemente amarelada de odor característico, isenta de partículas visíveis.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

8. POSOLOGIA E MODO DE USAR

Fazer a higiene rigorosa com álcool no local da aplicação.

Via intramuscular: Aplicar no quadrante superior externo da região glútea; conforme a figura.

A agulha deve ser posicionada perpendicularmente à pele e introduzida profundamente no músculo.

Áreas de tecido adiposo abundante devem ser evitadas, pois o medicamento não deve ser aplicado na região subcutânea.

Após a introdução da agulha é obrigatória a aspiração do êmbolo, para certificar-se de que não houve perfuração de vaso sanguíneo.

Se for aspirado sangue, ou se ocorrer dor intensa, interromper imediatamente a aplicação. A aplicação deve ser feita lentamente.

Adultos

Blau Farmacêutica S/A.

Via intramuscular: Administrar 300 mg de Cinton® (cloridrato de cimetidina) (1 ampola), a cada 4 a 6 horas.

Via intravenosa: Para infusão intermitente, administrar 300 mg do medicamento diluído em 100 mL de solução intravenosa

compatível e infundir por um período mínimo de 30 minutos.

A dose diária total não deve ser maior que 2400 mg (8 ampolas). Para a infusão contínua, administrar 300 mg do medicamento

diluído em 100 mL de solução de cloreto de sódio a 0,9%. A velocidade de infusão não deve ser superior a 75 mg/h, durante 24

horas. A dose total diária não deve ser maior que 2400 mg. Para injeção simples diluir 300 mg do fármaco em até 20 mL de uma

solução intravenosa compatível e administrar lentamente por no mínimo 2 minutos. A dose diária é de 800 mg a 1600 mg, em doses

divididas.

Anestesia geral: Na prevenção da pneumonia por aspiração, administrar 300 mg da droga, preferencialmente por via intramuscular,

uma hora antes da indução da anestesia. Nas cirurgias prolongadas, repetir a administração a cada 4 horas.

Pacientes com insuficiência renal: As doses de cimetidina estão relacionadas com o clearance renal. O ajuste posológico está

descrito na tabela abaixo:

Clearance de creatinina (mg/mL) Posologia (cimetidina)

0 a 15 200 mg, 2 vezes ao dia

15 a 30 200 mg, 3 vezes ao dia

30 a 50 200 mg, 4 vezes ao dia

> 50 Posologia normal

Crianças

Recém-nascidos: Administrar 10 a 15mg/kg/dia, divididos a cada 4 a 6 horas.

Menores de 1 ano: Administrar 20mg/kg/dia, divididos a cada 4 a 6 horas.

De 1 a 12 anos: Administrar 20 a 25mg/kg/dia, divididos a cada 4 a 6 horas.

9. REAÇÕES ADVERSAS

Durante o tratamento com cimetidina foram relatadas algumas reações adversas. As mais frequentes, mesmo que tenha sido relatado

um número reduzido de casos, foram: diarreia leve e transitória, cansaço, tontura e instabilidade e erupções cutâneas, algumas vezes

graves.

Outras reações adversas como ginecomastia e galactorreia (que podem permanecer durante o tratamento ou desaparecer após seu

término). Os antagonistas dos receptores H2 podem afetar a hematimetria, foram descritos casos de redução na contagem

leucocitária, inclusive agranulocitose, trombocitopenia e raros casos de anemia aplástica. Também têm sido raramente relatadas:

anafilaxia, confusão mental, alucinação, depressão, hepatite, febre, nefrite intersticial, pancreatite, bradicardia sinusal, taquicardia,

bloqueio cardíaco e vasculite de hipersensibilidade, sendo que a maioria destes casos os pacientes apresentavam alguma outra

patologia grave, insuficiência renal ou hepática, síndrome de sofrimento cerebral ou recebiam tratamento com outras drogas. Essas

reações tendem a desaparecer após a suspensão do tratamento.

A injeção intramuscular de cimetidina pode provocar dor leve e transitória no local da aplicação.

Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária - NOTIVISA, disponível em

www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.

Cuidado! Todas as informações contidas neste site têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.