Bula do Citoneurin produzido pelo laboratorio Merck S/a
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
CITONEURIN®
(cianocobalamina/cloridrato de piridoxina/
nitrato de tiamina)
Merck S/A
Drágeas
5.000 mcg/100 mg/100 mg
APRESENTAÇÕES
Embalagens contendo 20 drágeas.
USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
Cada drágea contém:
Vitamina B1 (nitrato de tiamina) .................................................. 100 mg
Vitamina B6 (cloridrato de piridoxina) ......................................... 100 mg
Vitamina B12 (cianocobalamina) ................................................. 5.000 mcg
Excipientes: carbonato de cálcio, celulose microcristalina, cera alba, cera de carnaúba,
galactomanan, carmelose sódica, amidoglicolato de sódio, dióxido de silício, dióxido de
titânio, estearato de magnésio, farinha de trigo, gelatina, glicerol, goma arábica, hietelose, laca
vermelha, lactose, povidona, sacarose, talco.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Auxiliar no tratamento de neuralgia e neurite.
Um estudo clínico foi realizado para avaliar a segurança e eficácia do uso de uma combinação
intramuscular das vitaminas B1, B6 e B12 no tratamento dos sinais e sintomas de neuralgia
plantar e neuragia trigêmea. Os pacientes foram submetidos a um período de tratamento
aberto com duração de nove dias, com três administrações do medicamento do estudo. Foi
realizada uma série de avaliações clínicas e laboratoriais antes da primeira dose de tratamento
e em cada uma das três visitas seguintes ao centro de estudo. A incidência de eventos
adversos e o uso de medicamentos concomitantes foram monitorados em cada visita durante o
estudo, quando as avaliações de eficácia foram também realizadas, que incluiram uma
avaliação VAS de 100 mm de dor, bem como avaliações globais e de satisfação completados
pelo paciente e o médico investigador. Adicionalmente, ao final do período de tratamento, os
pacientes foram solicitados a avaliarem a sua disposição de continuar o tratamento com o
medicamento do estudo. Uma comparação de diferenças nas avaliações laboratoriais de cada
visita bem como a incidência e severidade dos eventos adversos foram utilizadas para avaliar
a segurança clínica. A eficácia clínica foi avaliada com a comparação entre as visitas do
estudo das avaliações realizadas pelos pacientes e o médico investigador. Um total de
cinquenta e oito pacientes foi incluído no estudo. Para todas as avaliações de eficácia, uma
melhora clinicamente significativa foi observada do pré-tratamento em relação à avaliação
realizada ao final do estudo. Nenhuma alteração clinicamente significativa foi observada nas
avaliações clínicas realizadas durante o período de tratamento. Com base nos resultados deste
estudo clínico, conclui-se que a administração intramuscular da combinação de
cianocobalamina, cloridrato de piridoxina e cloridrato de tiamina é segura e eficaz no
tratamento dos sinais e sintomas de neuralgia plantar e neuralgia do trigêmeo.
Referência: Higashi, Rafael; Krymchantowski, Abouch Valenty; Cohen, Jose Carlos; Nunes,
Carlos Pereira; Boulanger, Ari; Geller, Mauro. Evaluation of the safety and efficacy of an
injectable B-vitamin combination in acute neuralgias. RBM Rev. Bras. Med; 64 (3): 138-141,
mar, 2007.
Vitamina B1
A tiamina é essencial para o metabolismo dos hidratos de carbono. Funciona como coenzima
nas reações de descarboxilação oxidativa do ácido pirúvico até acetil-coenzima A, ponte entre
a glicólise anaeróbia e o ciclo do ácido cítrico, necessária para a síntese de proteínas e
lipídeos, assim como do neurotransmissor acetilcolina. Funciona também como coenzima na
descarboxilação oxidativa do 2-oxoglutarato até succinato no ciclo do ácido cítrico. A tiamina
age, ainda, como coenzima da transcetolase, que desempenha importante papel no ciclo da
pentose fosfato. Este ciclo representa uma via metabólica adicional à glicólise, para a
utilização da glicose. É uma importante fonte de energia para diversos processos metabólicos,
especialmente os de oxirredução nas mitocôndrias. A carência de tiamina determina acúmulo
de ácidos lático e pirúvico no organismo, com grande comprometimento estrutural e funcional
dos músculos esqueléticos e cardíaco, assim como do sistema nervoso central e periférico.
Vitamina B6
A piridoxina converte-se no organismo em fosfato de piridoxal, que atua como coenzima de
cerca de 60 enzimas, a maioria das quais relacionada com o metabolismo de proteínas e
aminoácidos. Desempenha importante papel na síntese de neurotransmissores como a
noradrenalina, dopamina, serotonina, GABA e histamina. Participa de reações de degradação
de aminoácidos, em que um dos produtos finais é a acetil-coenzima A, necessária à produção
de energia e à síntese de proteínas, lipídeos e acetilcolina. O fosfato de piridoxal atua como
coenzima na primeira etapa da síntese de esfingosina, substância que ocupa posição chave no
metabolismo dos esfingolipídeos, componentes essenciais nas membranas celulares das
bainhas de mielina. Uma vez que os esfingolipídeos têm renovação metabólica muito rápida, a
preservação da integridade estrutural e funcional do sistema nervoso requer síntese constante
de esfingosina, dependente de vitamina B6. O fosfato de piridoxal também age como
coenzima da lisil-oxidase, enzima que induz o entrelaçamento das fibrilas de colágeno,
originando tecido conjuntivo elástico e resistente. A carência de piridoxina determina
alterações: na pele e mucosas - lesões seborréicas da face, glossite, estomatite; no sistema
nervoso central e periférico - convulsões, depressão, neuropatia; na hematopoese - anemia
microcítica hipocrômica, com reserva normal ou aumentada de ferro (anemia sideroblástica).
Vitamina B12
A cianocobalamina participa do metabolismo lipídico, glicídico e proteico e da produção de
energia pelas células. É necessária às reações de transmetilação, tais como, a formação de
metionina a partir da homocisteína, da serina a partir da glicina e a síntese de colina a partir da
metionina. Também toma parte na formação de bases pirimidínicas e no metabolismo de
purina, além de estar envolvida na síntese do desoxirribosídio do ácido nucleico. Favorece a
regeneração de formas ativas de folato e a entrada de metilfolato nos eritrócitos. A vitamina
B12 é essencial para o crescimento normal, a hematopoese, a produção de células epiteliais e
a manutenção da bainha de mielina no sistema nervoso. Ela é necessária sempre que há
reprodução celular e, consequentemente, ocorre síntese de ácido nucleico. Sua ação sobre a
síntese de ácidos nucleicos e o metabolismo do ácido fólico confere-lhe capital importância na
hematopoese. A carência de vitamina B12 determina anemia de tipo megaloblástico e
alterações degenerativas no sistema nervoso central e periférico.
As vitaminas B1, B6 e B12, em seu papel de coenzimas, exercem efeito regulatório sobre a
atividade metabólica enzimática. Esse mecanismo de regulação baseia-se, mesmo em
condições de alimentação e metabolismo normais, em saturação parcial das apoenzimas,
presentes no organismo, por suas coenzimas. Administrando-se doses de vitaminas superiores
às necessidades mínimas diárias, pode-se elevar os níveis de coenzimas no organismo. A
curto prazo, isso induz aumento na atividade metabólica, por elevar o grau de saturação das
apoenzimas pelas coenzimas. A longo prazo, a elevação dos níveis de coenzimas resulta em
liberação aumentada de apoenzimas, por indução da síntese enzimática. Isso leva a um
aumento adicional na atividade metabólica. Ademais, as doses elevadas de vitaminas B1, B6 e
B12, segundo numerosos relatos, exercem efeito antálgico em casos de neuropatias dolorosas,
além de favorecerem a regeneração das fibras nervosas lesadas.
Citoneurin®
1.000 e Citoneurin®
5.000 Solução Injetável estão contraindicados em pacientes
com reconhecida hipersensibilidade à tiamina ou a qualquer outro componente do produto e
em pacientes parkinsonianos em uso de levodopa isolada.
Este medicamento é contraindicado em crianças de qualquer faixa etária.
Nos pacientes com anemia macrocítica, causada por deficiência de fator intrínseco ou
gastrectomia, o tratamento com Citoneurin®
1.000 e Citoneurin®
5.000 Solução injetável não
deve ser interrompido bruscamente. Após alcançar valores hemáticos normais, a dose de
manutenção deverá ser estabelecida individualmente, observando-se controle contínuo através
de hemograma. Nos casos com comprometimento do sistema nervoso as doses iniciais
poderão ser mantidas, mesmo após normalização do quadro sanguíneo, até que se obtenha
melhora do estado neurológico. Há relatos de neuropatia induzida pela vitamina B6 quando
utilizada em doses diárias superiores a 50 mg durante uso prolongado (6-12 meses); assim,
recomenda-se monitoramento regular em tratamentos de longa duração. A cianocobalamina
não deve ser usada em pacientes com Atrofia Óptica Hereditária de Leber, uma vez que tem
sido reportada uma atrofia rápida do nervo ótico na administração a estes pacientes. Pacientes
com suspeita de estado carencial desta vitamina devem ser submetidos a um diagnóstico
preciso antes de serem submetidos a um tratamento com este medicamento. Doses superiores
a 10 mcg/dia de cianocobalamina podem produzir respostas hematológicas em pacientes com
deficiência de folatos, ao ponto de que o uso indiscriminado de cianocobalamina pode
mascarar um diagnóstico preciso. O uso de ácido fólico no tratamento de anemia
megaloblástica pode resultar numa recuperação hematológica, mas pode mascarar uma
deficiência contínua de vitamina B12 e permitir o desenvolvimento ou progresso de uma lesão
neurológica. Este medicamento não deve ser utilizado em casos graves de neuralgia e neurite;
embora as pesquisas tenham indicado eficácia e segurança quando corretamente indicado,
faltam estudos que validem o seu uso em todos os tipos e graus de manifestações clínicas
possíveis incluídas nas neuralgias e neurites.
Gravidez e lactação
Gravidez: categoria de risco B. Não são conhecidos riscos associados ao uso de vitaminas do
complexo B durante a gestação, nas doses recomendadas. Lactação: as vitaminas B1, B6 e
B12 são secretadas para o leite materno, porém não são conhecidos riscos de superdose para a
criança. Em casos individuais, altas doses de vitamina B6 (superiores a 600 mg dia) podem
inibir a produção de leite.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica
ou do cirurgião-dentista.
Efeitos sobre a capacidade de dirigir e operar máquinas
Existem relatos de que a tiamina pode aumentar o efeito de bloqueadores neuromusculares,
desconhecendo-se seu significado clínico. A piridoxina reforça a descarboxilação periférica
da levodopa e reduz sua eficácia no tratamento da doença de Parkinson. A administração
concomitante de carbidopa com levodopa previne este efeito. O cloridrato de piridoxina não
deve ser administrado em doses superiores a 5 mg por dia em pacientes sob tratamento com
levodopa unicamente. A administração de 200 mg ao dia de cloridrato de piridoxina durante
um mês produz diminuição das concentrações séricas de fenobarbital e de fenitoína em até
50%. Antagonistas da piridoxina (isoniazida, ciclosserina, penicilamina, hidralazina) podem
diminuir a eficácia da vitamina B6. A administração da piridoxina reduz os efeitos
secundários neuronais decorrentes do uso destes fármacos. A utilização prolongada de
penicilamina pode causar deficiência de vitamina B6. A piridoxina pode diminuir as
concentrações plasmáticas da ciclosporina, quando administradas simultaneamente. A
administração concomitante de cloranfenicol e de vitamina B12 pode antagonizar a resposta
hematopoiética à vitamina. Diuréticos de alça podem reduzir o nível sanguíneo da tiamina.
Conservar em temperatura ambiente (entre 15°C e 30°C). Proteger da luz e umidade.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem
original.
Características do medicamento: a ampola I de Citoneurin®
1.000 e Citoneurin®
5.000
Solução injetável contém uma solução transparente, de cor ligeiramente amarelada. A ampola
II de Citoneurin®
5.000 Solução injetável contém uma solução
transparente, de cor vermelha intensa. Ao misturar a ampola I com a ampola II, ocorre a
formação de uma solução homogênea de coloração avermelhada.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Citoneurin®
1.000 e Citoneurin®
5.000
No momento da aplicação de Citoneurin®
5.000 Solução injetável,
aspira-se, para uma seringa de capacidade mínima de 2 ml, o conteúdo de uma ampola I e o
de uma ampola II. A mistura deve ser aplicada por via intramuscular profunda, de preferência
nas nádegas. Uma vez abertas, as ampolas devem ser imediatamente utilizadas. Não guardar
ampolas já abertas para posterior aplicação.
Modo de quebrar a ampola
-Neurites e neuralgias
Uma injeção (ampola I + ampola II – solução vermelha) a cada três dias
-Anemia perniciosa
Uma injeção (ampola I + ampola II – solução vermelha) por via intramuscular profunda, a
cada dois ou três dias, até normalização do hemograma. Nos casos mais graves, administrar
uma injeção (ampola I + ampola II) intramuscular em dias alternados. Após correção do
quadro hematológico a dose de manutenção será estabelecida individualmente, com controle
do hemograma. Em grande número de casos é suficiente a aplicação mensal de uma injeção
(ampola I + ampola II – solução vermelha) de Citoneurin®
5.000 Solução
injetável.
Duração do tratamento
A critério médico.
Uso em crianças
5.000 Solução injetável não são recomendados em crianças.
Uso em idosos
Não existem advertências ou recomendações especiais sobre o uso do produto por pacientes
idosos.
Podem ocorrer as reações indesejáveis descritas a seguir (as freqüências são definidas em
muito comuns (> 1/10); comuns (> 1/100 e < 1/10); incomuns (> 1/1.000 e < 1/100); raras
(> 1/10.000 e < 1/1.000); muito raras (< 1/10.000).
Distúrbios do sistema imunológico
Muito raras: choque anafilático.
Frequência não conhecida: reações de hipersensibilidade, tais como sudação, taquicardia e
reações cutâneas com prurido e urticária.
Distúrbios gastrintestinais
Frequência não conhecida: distúrbios gastrointestinais, como náuseas, vômitos, diarréia e dor
abdominal.
Distúrbios da pele e tecido subcutâneo
Frequência não conhecida: casos individuais de acne ou eczema foram relatados após doses
parenterais elevadas de vitamina B12.
Distúrbios gerais e condições no local da aplicação.
Frequência não conhecida: reações no local da injeção.
Observações: existem relatos isolados de reações secundárias à administração parenteral a
longo prazo de tiamina e de cianocobalamina, provavelmente devido a casos raros de
hipersensibilidade. Em pessoas com reconhecida hipersensibilidade à tiamina podem ocorrer
fenômenos alérgicos, caracterizados por eritema, prurido, naúseas, vômitos e reação
anafilática. Esses fenômenos são raros, parecendo estar mais relacionados à administração
endovenosa de tiamina pura. A administração de tiamina associada a outras vitaminas do
complexo B parece reduzir o risco dessas reações. Em alguns pacientes podem ocorrer dor e
irritação no local da aplicação. A administração de megadoses de piridoxina pode produzir
certas síndromes neuropáticas sensoriais; contudo, estudos histopatológicos não
demonstraram o relacionamento destas síndromes com degeneração neuronal em nenhum
grau. Com a suspensão do uso da piridoxina, a função neuronal melhora gradativamente até a
completa recuperação do paciente.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária -
NOTIVISA, disponível www.anvisa.gov.br/notivisa ou para a Vigilância Sanitária Estadual
ou Municipal.
Reações alérgicas deverão ser tratadas com anti-histamínicos e/ou corticóides. Nas reações
anafiláticas, utilizar adrenalina (subcutânea ou endovenosa) e corticóides endovenosos,
promover reposição hídrica e alcalinização com bicarbonato de sódio. Superdose prolongada
de vitamina B6 (por exemplo, mais de 1 g ao dia por mais de dois meses) pode ocasionar
efeitos neurotóxicos.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.