Bula do Cloridrato de Amitriptilina (Port. 344/98 Lista C1) produzido pelo laboratorio Laboratório Teuto Brasileiro S/a
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
cloridrato de amitriptilina
Comprimido revestido 25mg
MODELO DE BULA COM INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS
PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Medicamento genérico Lei nº 9.787, de 1999.
APRESENTAÇÕES
Embalagens contendo 20, 30, 60,100 e 200 comprimidos.
USO ORAL
USO ADULTO E PEDIÁTRICO ACIMA DE 11 ANOS
COMPOSIÇÃO
Cada comprimido revestido contém:
cloridrato de amitriptilina.................................................................................................25mg
Excipiente q.s.p...................................................................................................1 comprimido
Excipientes: água de osmose reversa, amido, celulose microcristalina, corante amarelo de
tartrazina laca de alumínio, dióxido de silício, dióxido de titânio, estearato de magnésio,
macrogol, talco, álcool polivinílico e fosfato de cálcio dibásico.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
1. INDICAÇÃO
O cloridrato de amitriptilina é recomendado para o tratamento da depressão em suas
diversas formas e enurese noturna, na qual as causas orgânicas foram excluídas.
2. RESULTADO DA EFICÁCIA
A eficácia da amitriptilina no tratamento da depressão tem sido demonstrada e comprovada
por inúmeros estudos clínicos, sendo que, mesmo com a vinda de novos antidepressivos
não tricíclicos, mantêm-se os índices de eficácia terapêutica e uso.
Além do tratamento da depressão, a amitriptilina tem sido administrada de forma eficaz em
outras situações clínicas, como a enurese noturna.
Foi realizado um estudo terapêutico de amitriptilina versus placebo no tratamento de
enurese noturna em 83 crianças na faixa etária de 5 a 15 anos, onde foi relatado que a taxa
de cura total com o fármaco variou de 28,8% após um período de seis semanas de
tratamento e no final de seis meses obteve-se a taxa de 68,89% a 53,3%, respectivamente 1
.
Mishra PC et cols. Therapeutic trial of amitryptiline in the treatment of nocturnal enuresis –
a controlled study. Indian Pediatrics 1980; 17 (3): 279-85
Em estudo duplo-cego com a amitriptilina em crianças com enurese, concluiu-se que a
amitriptilina é bem utilizada para esta indicação. Pelo fato dos pacientes não terem
completado o ciclo todo, a resposta do estudo foi expressa em número das noites sem
enurese, semanalmente por um período de tratamento. O resultado do grupo da amitriptilina
foi de 4,67 comparado com 3,51 do grupo placebo. Esta diferença foi altamente
significativa (p< 0,001) 2
Lines DR. A double-blind trial of amitryptiline in enuretic children. The Medical Journal of
Australia 1968; 2 (7): 307-8.
O cloridrato de amitriptilina é quimicamente definido como cloridrato de 3-10,11-diidro-5-
H-dibenzo [a,d] ciclohepteno-5-ilideno)-N,N-dimetil-1-propanamina. Trata-se de um
composto branco cristalino, facilmente solúvel em água, cujo peso molecular é 313,87.
A fórmula empírica é C20H23N.HCl
Farmacologia
A amitriptilina inibe o mecanismo de bomba da membrana responsável pela captação da
norepinefrina e serotonina nos neurônios adrenérgicos e serotonérgicos.
Farmacologicamente, essa atividade pode potencializar ou prolongar a atividade neural,
uma vez que a recaptação dessas aminas biogênicas é fisiologicamente importante para
suprir suas ações transmissoras. Alguns acreditam que essa interferência na recaptação da
norepinefrina e/ou serotonina é a base da atividade antidepressiva da amitriptilina.
Farmacocinética
A amitriptilina é rapidamente absorvida pelo trato gastrintestinal e as concentrações
plasmáticas atingem ápice dentro de 6 horas após a dose oral.
Metabolismo
A amitriptilina sofre intenso metabolismo de primeira passagem, e é desmetilada no fígado
pelas isoenzimas do citocromo P450 (CYP3A4, CYP2C9, E CYP2D6), em seu metabólito
primário, nortriptilina. Outras vias de metabolização da amitriptilina incluem a hidroxilação
pela CYP2D6 e a N-oxidação; a nortriptilina segue vias similares. A amitriptilina é
excretada na urina, principalmente sob a forma de seus metabolitos, livres ou em forma
conjugada. A amitriptilina e a nortriptilina são amplamente distribuídas por todo o corpo e
são extensivamente ligadas às proteínas do plasma e teciduais. A variação da meia-vida de
eliminação da amitriptilina foi estimada em cerca de 9 a 25 horas, que pode ser
consideravelmente estendida em caso de sobredosagem. As concentrações plasmáticas de
amitriptilina e nortriptilina podem variar amplamente entre os indivíduos e nenhuma
correlação simples com uma resposta terapêutica foi estabelecida.
Eliminação
Em torno de 50 a 66% do medicamento é excretado na urina dentro de 24 horas como
glicuronídeo ou sulfato conjugado de metabólitos. Uma pequena quantidade de fármaco
não alterado é excretado na urina.
A amitriptilina é contraindicada para pacientes que mostraram hipersensibilidade anterior à
substância. Não deve ser ministrada simultaneamente com um inibidor da
monoamidoxidase, haja vista que têm ocorrido crises hiperpiréticas, convulsões graves e
mortes em pacientes que receberam antidepressivos tricíclicos e medicamentos inibidores
da monoaminoxidase concomitantemente.
Quando se deseja substituir um inibidor da monoaminoxidase (IMAO) pela amitriptilina,
deve-se esperar um mínimo de quatorze dias depois do IMAO ter sido interrompido. A
amitriptilina deve, então, ser iniciada cautelosamente e a posologia aumentada
gradativamente até ser obtida uma resposta ideal.
A amitriptilina é contraindicada para pacientes que recebem cisaprida por causa da
possibilidade de reações adversas cardíacas, inclusive prolongação do intervalo QT,
arritmias cardíacas e distúrbios do sistema de condução.
Este medicamento não é recomendado para uso durante a fase de recuperação aguda após
infarto do miocárdio.
Veja Gravidez em advertências.
Gerais
A amitriptilina deve ser usada com cautela em pacientes com histórico de convulsão,
função hepática comprometida, histórico de retenção urinária (em virtude de sua ação
atropínica) ou naqueles com glaucoma de ângulo estreito ou pressão intraocular aumentada.
Em pacientes com glaucoma de ângulo estreito, mesmo doses médias podem precipitar uma
crise.
Foi relatada a ocorrência de um caso de arritmia fatal em um período de até 56 horas após a
administração de uma superdose de amitriptilina.
Se possível, interrompa o medicamento vários dias antes das intervenções cirúrgicas não
urgentes. Pacientes em uso de antidepressivos tricíclicos estão sob risco de desenvolver
hipotensão ou arritmias cardíacas durante a anestesia. Podem, inclusive, potencializar os
efeitos de drogas vasopressoras, que podem ser necessárias durante o procedimento.
Cautela em pacientes usuários de lentes de contato, visto que há reportes associando o uso
da amitriptilina e redução do fluxo lacrimal, que pode ser suficiente para causar
ressecamento da córnea.
A amitriptilina é considerada insegura para uso por pacientes portadores de porfiria
(associação com crises de porfiria).
Hiperpirexia tem sido relatada quando antidepressivos tricíclicos são administrados com
agentes anticolinérgicos ou medicações neurolépticas, particularmente durante o calor.
O medicamento pode comprometer o estado de alerta em alguns pacientes; por isso, deve-
se evitar dirigir automóveis e fazer outras atividades cujo risco aumenta pela diminuição do
estado de alerta.
Doenças Cardiovasculares
Os pacientes com distúrbios cardiovasculares devem ser observados atentamente. Os
antidepressivos tricíclicos (inclusive o cloridrato de amitriptilina) têm mostrado produzir
arritmia, taquicardia sinusal e prolongamento do tempo de condução, particularmente
quando ministrados em doses altas. Têm sido relatados infarto do miocárdio e acidente
vascular cerebral com medicamentos desta classe.
Doenças Endócrinas
É necessária observação constante quando a amitriptilina é ministrada a pacientes
hipertireoideanos ou que recebem medicação tireoideana.
É recomendada cautela em pacientes portadores de Diabetes Mellitus. Os antidepressivos
tricíclicos podem causar alterações na glicemia. A amitriptilina, em especial, tem sido
relacionada a não percepção da hipoglicemia.
Doenças do Sistema Nervoso Central
A possibilidade de suicídio nos pacientes deprimidos permanece durante o tratamento; por
essa razão, os pacientes não deverão ter acesso a grandes quantidades do medicamento
durante o tratamento.
Quando o cloridrato de amitriptilina é usado para tratar o componente depressivo da
esquizofrenia, os sintomas psicóticos podem ser agravados. Da mesma forma, na psicose
maníaco-depressiva, os pacientes deprimidos podem apresentar uma mudança para a fase
maníaca. Nesses casos, delírios paranoides, com ou sem hostilidade associada, podem ser
exacerbados. Em quaisquer dessas circunstâncias, pode ser aconselhável reduzir a dose da
amitriptilina ou usar um antipsicótico simultaneamente.
Gravidez
Categoria de risco C
Não há estudos bem controlados em mulheres grávidas; portanto, ao administrar a
medicação as pacientes grávidas ou mulheres que podem engravidar, os possíveis
benefícios devem ser confrontados contra os eventuais riscos para a mãe e a criança.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação
médica ou do cirurgião-dentista.
Amamentação
A amitriptilina é detectável no leite materno. Em razão do potencial para reações adversas
graves causadas pela amitriptilina em crianças, deve-se decidir entre descontinuar o
medicamento ou a amamentação.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica.
Informe imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez.
Uso em Idosos, Crianças e Outros Grupos de Risco
Uso Pediátrico
Em vista da falta de experiência com o uso desta substância no tratamento da depressão em
crianças, o seu uso não é recomendado para pacientes deprimidos com menos de 12 anos de
idade.
Uso em Idosos
Em geral, recomendam-se as posologias mais baixas para estes pacientes. Para adolescentes
e pacientes idosos que podem não tolerar doses mais altas, 50mg por dia podem ser
satisfatórios. A dose diária necessária pode ser administrada em doses divididas ou como
Outros Antidepressivos: a potência de cloridrato de amitriptilina é tal que a adição de
outros medicamentos antidepressivos ao seu esquema geralmente não resulta qualquer
benefício terapêutico adicional; ao contrário, têm sido relatadas reações indesejáveis após o
uso combinado de antidepressivos com outros mecanismos de ação. Consequentemente, o
uso combinado de cloridrato de amitriptilina com outros antidepressivos deveria ser
realizado somente com o devido reconhecimento da possibilidade de potencialização e com
amplos conhecimentos acerca da farmacologia desses medicamentos. Não há indícios de
eventos adversos quando os pacientes que recebiam cloridrato de amitriptilina mudaram
seu tratamento imediatamente para protriptilina ou vice-versa.
Guanetidina: a amitriptilina pode bloquear a ação anti-hipertensiva da guanetidina ou de
compostos de ação similar.
Agentes Anticolinérgicos/Simpatomiméticos: quando a amitriptilina é administrada
concomitantemente com agentes anticolinérgicos ou simpatomiméticos, incluindo
epinefrina combinada com anestésico local, são necessários supervisão próxima e
cuidadoso ajuste na posologia. Pode ocorrer íleo paralítico em pacientes que tomam
antidepressivos tricíclicos em combinação com medicamentos anticolinérgicos.
Depressores do Sistema Nervoso Central: a amitriptilina pode aumentar a resposta ao
álcool e os efeitos dos barbitúricos e de outros depressores do SNC. É aconselhável
precaução se o paciente receber concomitantemente grande dose de etclorvinol, haja vista
que foi relatado delírio transitório em pacientes que foram tratados com 1g de etclorvinol e
75-150mg de amitriptilina.
Dissulfiram: foi relatado delírio após administração concomitante de amitriptilina e
dissulfiram.
Terapia por Eletrochoque: a administração concomitante de amitriptilina e terapia por
eletrochoque pode aumentar os danos da terapia; por isso, este tratamento deverá ser
limitado aos pacientes para os quais seja essencial.
Analgésicos: os antidepressivos tricíclicos podem aumentar o risco de tontura em pacientes
que recebem tramadol.
Medicamento Metabolizado pelo Citocromo P450 2D6: o uso concomitante de
antidepressivos tricíclicos com substâncias que podem inibir o citocromo P450 2D6 (por
exemplo: quinidina, cimetidina) e aquelas que são substratos para P450 2D6 (vários outros
antidepressivos, fenotiazinas e os antiarrítmicos Tipo 1C propafenona e flecainida) pode
requerer doses mais baixas que a normalmente prescrita para qualquer antidepressivo
tricíclico ou outro medicamento. Sempre que uma dessas outras medicações é retirada da
terapia combinada, pode ser necessário o aumento da dose do antidepressivo tricíclico.
Apesar de todos os inibidores seletivos de recaptação da serotonina (SSRIs), tais como a
fluoxetina, a sertralina e a paroxetina inibirem o citocromo P450 2D6, o grau de inibição
pode variar.
Síndrome da serotonina: a “síndrome da serotonina” (alterações de cognição,
comportamento, função do sistema nervoso autônomo e atividade neuromuscular) foi
relatada quando a amitriptilina foi administrada concomitantemente com outras substâncias
que aumentam a serotonina.
Pacientes em tratamento com o medicamento não devem ingerir bebidas alcoólicas, pois
pode ocorrer potencialização dos efeitos do álcool.
7. CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO
DURANTE O CONSUMO ESTE PRODUTO DEVE SER MANTIDO NO CARTUCHO
DE CARTOLINA, CONSERVADO EM TEMPERATURA AMBIENTE (15 A 30ºC).
PROTEGER DA LUZ E UMIDADE.
Este medicamento tem validade de 24 meses a partir da data de sua fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use o medicamento com prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem
original.
Características físicas: Comprimido circular de cor amarela.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Considerações posológicas: deve-se administrar uma dose baixa no início do tratamento e
aumentá-la gradualmente, observando cuidadosamente a resposta clínica e qualquer indício
de intolerância.
Depressão
-Dose Inicial para Adultos em Ambulatório: 75mg/dia em doses fracionadas podendo ser
aumentada até 150mg/dia. Os aumentos são feitos, de preferência, nas doses do início da
noite e/ou na hora de deitar. O efeito sedativo é, em geral, manifestado rapidamente e a
atividade antidepressiva aparece dentro de 3 a 4 dias, podendo levar até 30 dias para
desenvolver-se totalmente. Um método alternativo pode ser o de iniciar o tratamento com
50 a 100mg à noite, ao deitar-se, podendo, esta dose, ser aumentada de 25 a 50mg por noite
até 150mg/dia.
-Dose de Manutenção para Adultos em Ambulatório: 50 a 100mg/dia, de preferência à
noite em uma única dose diária. Alcançada a melhora, reduzir até a mínima dose
necessária. É apropriado continuar a terapia de manutenção por três meses ou mais para
reduzir a possibilidade de recidiva.
-Dose para Pacientes Hospitalizados: início de 100mg/dia, gradualmente aumentados
segundo a necessidade até 200mg/dia. Alguns pacientes necessitam de 300mg/dia.
-Dose para Adolescentes e Idosos: Estes grupos de pacientes geralmente apresentam
tolerância reduzida aos antidepressivos tricíclicos e, por isso, doses de até 50mg diárias de
amitriptilina podem ser mais adequadas, administradas de forma fracionada ou em dose
única diária, preferencialmente ao dormir. Metade da dose usual de manutenção geralmente
é suficiente.
-Uso em crianças: em razão da falta de experiência com este medicamento na terapia da
depressão infantil, não se recomenda o uso para tratamento da depressão em crianças
menores de 12 anos.
Enurese Noturna
Doses de 25 a 50mg ao deitar para crianças a partir de 11 anos. A maioria dos pacientes
responde nos primeiros dias de terapia, e nesses pacientes a melhora tende ser contínua e
crescente no decorrer do período de tratamento. O tratamento contínuo geralmente é
requerido para manter a resposta até ser estabelecido o controle.
As doses de cloridrato de amitriptilina recomendadas para o tratamento da enurese são
baixas se comparadas com aquelas usadas no tratamento da depressão. Os ajustes
posológicos devem ser feitos pelo médico de acordo com a resposta clínica do paciente.
Níveis Plasmáticos
Em virtude da ampla variação na absorção e na distribuição dos antidepressivos tricíclicos
nos líquidos orgânicos, é difícil correlacionar diretamente os níveis plasmáticos e o efeito
terapêutico. Entretanto, a determinação dos níveis plasmáticos pode ser útil na identificação
de pacientes que apresentam efeitos tóxicos e podem ter níveis excessivamente altos, ou
nos pacientes em que se suspeita falta de absorção ou não adesão ao tratamento. Os ajustes
posológicos devem ser feitos de acordo com a resposta clínica do paciente e não com base
nos níveis plasmáticos.
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
9. REAÇOES ADVERSAS
Reações comuns (> 1/100 e < 1/10): Xerostomia, sonolência, tontura, alteração do paladar,
ganho de peso, aumento do apetite, cefaleia.
Reações incomuns (> 1/1.000 e < 1/100): Sintomas de Parkinson, visão turva, bradicardia,
arritmia, hipotensão, impotência sexual, alucinações, tremores involuntários, micção
dolorosa ou difícil, nervosismo, confusão, problemas sexuais, lentificação do trânsito
intestinal, insônia, transpiração, vômitos, azia, diarreia.
Reações raras (> 1/10.000 e < 1.000): (todas de intensidade grave)
Síndrome serotoninérgica, zumbido, infarto do miocárdio, bloqueio cardíaco, sinais
elétricos cardíacos anormais, prolongamento do intervalo QT no ECG, acidente vascular
encefálico, edema testicular, aumento dos seios, descarga mamilar em mulheres não
lactantes e em homens, fotosensibilidade, alergia cutânea, prurido intenso, queda de
cabelos, concussão, hiperbilirrubinemia, urticária, síndrome da secreção inadequada de
hormônio antidiurético, agranulocitose, distúrbios sanguíneos, ansiedade, ideação suicida,
hipertensão arterial, taquicardia e palpitação.
Frequência das Reações Adversas
> 1/10 (>10%) Muito comum
> 1/100 e <1/10 (> 1% e < 10%) Comum (frequente)
> 1/1.000 e <1/100 (> 0,1% e < 1%) Incomum (infrequente)
> 1/10.000 e <1/1.000 (> 0,01% e < 0,1%) Rara
< 1/10.000 (< 0,01%) Muito rara
Nota: foram incluídas na relação que se segue algumas reações adversas que não foram
relacionadas com esta substância específica; entretanto, as similaridades farmacológicas
entre os antidepressivos tricíclicos requerem que cada uma dessas reações seja considerada
quando a amitriptilina é administrada.
Cardiovasculares: hipotensão, síncope, hipertensão, taquicardia, palpitação, infarto do
miocárdio, arritmias, bloqueio cardíaco, acidente vascular cerebral, alterações não
específicas no ECG e alterações na condução AV.
Relacionadas ao SNC e Neuromusculares: estados confusionais, distúrbios de
concentração, desorientação, delírios, alucinações, excitação, ansiedade, inquietação,
sonolência, insônia, pesadelos, torpor, formigamento e parestesias das extremidades,
neuropatia periférica, falta de coordenação, ataxia, tremores, coma, tonturas, alteração dos
traçados do EEG, sintomas extrapiramidais (incluindo movimentos involuntários anormais
e discinesia tardia), disartria e zumbidos.
Anticolinérgicas: secura na boca, turvação visual, midríase, distúrbios da acomodação,
aumento da pressão intraocular, constipação, íleo paralítico, hiperpirexia, retenção urinária,
dilatação do trato urinário.
Alérgicas: erupção cutânea, prurido, urticárias, fotos sensibilização, edema da face e da
língua.
Hematológicas: depressão da medula óssea (incluindo agranulocitose, leucopenia,
eosinofilia, púrpura, trombocitopenia).
Gastrintestinais: náusea, desconforto epigástrico, vômitos, anorexia, estomatite, alteração
do paladar, diarreia, tumefação da parótida, língua negra e, raramente, hepatite (inclusive
disfunção hepática e icterícia).
Endócrinas: aumento ou diminuição da libido, elevação ou redução dos níveis da glicemia
e síndrome da secreção inapropriada do ADH (hormônio antidiurético). Ainda no homem:
tumefação testicular, ginecomastia e impotência; e na mulher: aumento das mamas e
galactorreia;
Outras: tontura, fraqueza, fadiga, cefaleia, aumento ou perda de peso, edema, aumento da
transpiração e da frequência urinária e alopecia.
Sintomas Causados pela Interrupção do Medicamento: a interrupção abrupta do
tratamento após administração prolongada pode produzir náusea, cefaleia e mal-estar.
Observou-se que a redução gradual da posologia em duas semanas produz sintomas
transitórios que compreendem irritabilidade, inquietação e distúrbios do sono e dos sonhos;
esses sintomas não são indicativos de dependência. Raros casos de mania ou hipomania
foram relatados entre 2 a 7 dias após a interrupção da terapia crônica com os
antidepressivos tricíclicos.
Na Enurese: as doses de cloridrato de amitriptilina recomendadas para o tratamento da
enurese são baixas se comparadas com as que são utilizadas no tratamento da depressão,
mesmo considerando as diferenças de idade e de peso. Consequentemente, as reações
adversas são ainda menos frequentes do que as observadas quando se utiliza o
medicamento no tratamento da depressão. Quando ocorrem, as mais comuns são:
1. Sonolência - É improvável constituir desvantagem quando o medicamento é tomado ao
deitar (nesse caso, na verdade, pode ser vantajoso).
2. Efeitos Anticolinérgicos - Também pode ser vantajoso, pois há muito tempo os
anticolinérgicos são utilizados no tratamento da enurese.
As únicas outras reações adversas relatadas com as doses de cloridrato de amitriptilina
recomendadas para enurese têm sido sudorese e prurido moderados; estas, no entanto, têm
ocorrido com pouca frequência.
Relação Causal Desconhecida: as seguintes reações adversas adicionais estão sendo
reportadas; porém, a relação causal da terapia com a amitriptilina não tem sido
estabelecida:
Organismo como um todo: síndrome tipo lúpus (artrite migratória, ANA positivo e fator
reumatoide).
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância
Sanitária - NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm,
ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
Podem ocorrer mortes por superdose com essa classe medicamentosa. A ingestão de mais
de uma medicação (incluindo álcool) é comum em superdose deliberada de antidepressivo
tricíclico. Como o tratamento da superdose é complexo e variado, é recomendado que o
médico contate um centro de controle toxicológico para obter informação atualizada sobre
o tratamento mais adequado. Os sinais e sintomas de toxicidade desenvolvem-se
rapidamente depois da superdose com um antidepressivo tricíclico; portanto, é necessário
monitoramento hospitalar o mais rápido possível.
Manifestações
As manifestações críticas de superdose incluem: arritmias cardíacas, hipotensão grave,
convulsões e depressão do SNC, inclusive coma. Alterações no eletrocardiograma,
particularmente no eixo ou na duração do segmento QRS, são indicadores clinicamente
significativos da toxicidade do antidepressivo tricíclico. Outros sinais de superdose podem
incluir: confusão, distúrbio de concentração, alucinações visuais transitórias, dilatação das
pupilas, agitação, hiperreflexia, estupor, sonolência, rigidez muscular, vômito, hipotermia,
hiperpirexia ou quaisquer dos sintomas citados em Reações Adversas.
Conduta
Geral
Obtenha um ECG e inicie imediatamente o monitoramento cardíaco. Proteja a via
respiratória do paciente, estabeleça um acesso intravenoso e inicie a descontaminação
gástrica. É necessário um mínimo de seis horas de observação com monitoramento cardíaco
e observação de sinais de depressão do SNC ou depressão respiratória, hipotensão,
arritmias cardíacas e/ou bloqueios de condução e tonturas. Se ocorrerem sinais de
toxicidade durante esse período, é necessário estender o monitoramento. Foram relatados
casos de pacientes que sucumbem a arritmias fatais tardiamente após a superdose. Esses
pacientes apresentaram evidência clínica de envenenamento significativo antes da morte e a
maioria recebeu descontaminação gastrintestinal inadequada. O monitoramento do nível
plasmático da medicação não deve determinar a conduta do tratamento do paciente.
Descontaminação Gastrintestinal
Todos os pacientes com suspeita de superdose de antidepressivo tricíclico devem ser
submetidos a descontaminação gastrintestinal, que deve incluir grande volume de lavagem
gástrica, seguido por carvão ativado. Se a consciência for alterada, a via respiratória deve
ser protegida antes da lavagem. A êmese é contraindicada.
Cardiovascular
A duração máxima do segmento QRS de ≥ 0,10 segundos pode ser a melhor indicação da
gravidade da superdose. Deve ser usado bicarbonato de sódio intravenosamente para
manter o pH do soro entre 7,45 a 7,55. Se a resposta do pH for inadequada, também pode
ser usada hiperventilação. O uso concomitante de hiperventilação e bicarbonato de sódio
deve ser feito com extrema cautela, com frequente monitoramento do pH. É indesejável um
pH >7,60 ou uma pCO2 < 20mmHg. As arritmias indiferentes à terapia com bicarbonato de
sódio/hiperventilação podem responder à lidocaína, ao bretilium ou à fenitoína. Os
antiarrítmicos tipo 1A e 1C são geralmente contraindicados (por exemplo: quinidina,
disopiramida e procainamida).
Em raros casos, a hemoperfusão pode ser benéfica em instabilidade cardiovascular
refratária aguda em pacientes com intoxicação aguda. Porém, hemodiálise, diálise
peritoneal, transfusão e diurese forçada geralmente foram relatadas como ineficazes no
tratamento de envenenamento com antidepressivo tricíclico.
SNC
Em pacientes com depressão do SNC, entubação precoce é aconselhável em razão do
potencial para deterioração abrupta. As convulsões devem ser controladas com
benzodiazepinas ou, se estas forem ineficazes, outros anticonvulsivantes (por exemplo:
fenobarbital, fenitoína). A fisostigmina não é recomendada, exceto para tratar sintomas de
risco de vida que foram indiferentes a outras terapias, e somente deve ser realizada após
consulta criteriosa a um centro de controle de toxicologia.
Acompanhamento Psiquiátrico
Considerando que a superdose é frequentemente premeditada, os pacientes podem tentar
suicídio por outros meios durante a fase de recuperação. Orientação psiquiátrica pode ser
conveniente.
Conduta Pediátrica
Os princípios da conduta de superdose de crianças e adultos são similares. É extremamente
recomendado que o médico contate um centro de controle de toxicologia local para
tratamento pediátrico específico.
Em caso de intoxicação, ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais
orientações.