Bula do Cloridrato de Betaxolol produzido pelo laboratorio Geolab Indústria Farmacêutica S/a
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
V.00_11/2014
CLORIDRATO DE BETAXOLOL
Geolab Indústria Farmacêutica S/A
Solução Oftálmica
5mg/mL
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MODELO DE BULA PARA O PROFISSIONAL DE SAÚDE
Esta bula é continuamente atualizada. Favor proceder a sua leitura antes de utilizar o medicamento.
cloridrato de betaxolol
Medicamento genérico, Lei n° 9.787 de 1999
FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO:
Solução oftálmica estéril de 5mg/mL: Embalagem contendo 1 frasco gotejador com 5mL.
USO OFTÁLMICO
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
Cada mL (33 gotas) da solução oftálmica contém:
cloridrato de betaxolol..................................................................................................................................................5,6mg
*equivalente a 5mg de betaxolol
Excipientes: cloreto de sódio, edetato dissódico, hidróxido de sódio, cloreto de benzalcônio e água purificada.
O cloridrato de betaxolol é eficaz na redução da pressão intraocular e está indicado para o tratamento da hipertensão
ocular e glaucoma crônico de ângulo aberto. Pode ser usado isolado ou em combinação com outras drogas
antiglaucomatosas.
Uma metanálise de 28 estudos randomizados publicados demonstrou que o betaxolol 0,5% tem a eficácia de redução da
pressão intraocular (PIO) em comparação à linha basal de 23% (25% to 22%) para os picos de PIO e diminuição de
20% (23% to 17%) para as pressões mais baixas.
Van der Valk R, Webers CA, Schouten JS, Zeegers MP, Hendrikse F, Prins MH. - Intraocular pressure-lowering effects
of all commonly used glaucoma drugs: a meta-analysis of randomized clinical trials. Ophthalmology. 2005
Jul;112(7):1177-85
Danos ao nervo óptico e perda de campo visual é resultado de uma pressão intraocular elevada e sustentada de perfusão
ocular pobre. Betaxolol reduz a pressão intraocular normal e elevada e o mecanismo de ação hipotensivo ocular parece
ser uma redução na produção aquosa que pode ser demonstrada por tonografia e fluorofotometria aquosa. O início de
ação com o betaxolol pode ser geralmente notado dentro de 30 minutos e o efeito máximo detectado 2 horas após a
administração tópica. Uma dose única proporciona uma redução de 12 horas na pressão intraocular. A observação
clínica dos pacientes com glaucoma tratados com o cloridrato de betaxolol por até três anos mostra que o efeito redutor
da pressão intraocular é bem conservado.
Os estudos clínicos mostram que a solução tópica de cloridrato de betaxolol oftalmológica reduz a pressão intraocular
em 25% do valor basal. Nos ensaios com 22mmHg, como um índice geralmente aceito de controle da pressão
intraocular, o cloridrato de betaxolol foi eficaz em mais de 94% da população estudada, dos quais 73% foram tratados
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com betabloqueador sozinho. Em estudos controlados, duplo-cego, a magnitude e a duração do efeito hipotensor ocular
de cloridrato de betaxolol e soluções oftálmicas de timolol foram clinicamente equivalentes.
O cloridrato de betaxolol também tem sido utilizado com sucesso em pacientes com glaucoma que se submeteram a
trabeculoplastia a laser e precisaram complementar com terapia hipotensora ocular de longo prazo. O cloridrato de
betaxolol foi bem tolerado em pacientes com glaucoma usando lentes gelatinosas e rígidas, e em pacientes afácicos.
O cloridrato de betaxolol não produz miose ou espasmo de acomodação, que são frequentemente vistos com agentes
miótico. A visão turva e cegueira noturna, muitas vezes associada à terapia padrão miótica não estão associadas com o
uso do cloridrato de betaxolol. Assim, os pacientes com opacidades lenticulares central evitam a deficiência visual
causada por constrição da pupila.
Em estudos clínicos, cloridrato de betaxolol foi usado com segurança para reduzir a pressão intraocular em 47 pacientes
com glaucoma e doença reativa das vias aéreas, os quais foram monitorados por um período médio de 15 meses. Porém,
deve-se ter precaução no tratamento de pacientes com doenças reativas graves das vias aéreas ou histórico de asma.
Farmacologia: O cloridrato de betaxolol, um agente bloqueador do receptor (beta-1-adrenérgico) cardiosseletivo, não
apresenta atividade estabilizadora de membrana (anestésica local) e é destituída de ação simpatomimética intrínseca.
Quando oralmente administrada os agentes bloqueadores beta-adrenérgicos reduzem os batimentos cardíacos em
pacientes saudáveis e em pacientes com doença cardíaca. Em pacientes com diminuição severa da função miocárdica,
os antagonistas do receptor beta-adrenérgico podem inibir os efeitos necessários dos estímulos simpáticos para manter
adequadamente a função cardíaca.
Quando instilado no olho, o cloridrato de betaxolol reduz a pressão intraocular elevada bem como a normal, associada
ou não com glaucoma. O cloridrato de betaxolol tem efeitos mínimos nos parâmetros cardiovasculares e pulmonares.
O cloridrato de betaxolol (uma gota em cada olho) quando comparada a timolol e placebo em um estudo cruzado de três
grupos de tratamento envolvendo nove pacientes com doenças nas vias aéreas que foram selecionados tendo como base
no mínimo 15% de redução no Volume Expiratório Forçado em 1 segundo (FEV1) após administração do timolol
oftálmico. Cloridrato de betaxolol não teve efeito significante na função pulmonar como mensurado no Volume
Expiratório Forçado em um segundo (FEV1), na Capacidade Vital Forçada (FVC) e no FEV1/FVC. Adicionalmente, a
ação do isoproterenol, um beta-estimulante, administrado no final do estudo não foi inibida pelo betaxolol oftálmico. Ao
contrário, o timolol oftálmico diminuiu significativamente estas funções pulmonares.
FEV1 – Variação percentual da linha base
Média
Betaxolol 1% a
Timolol 0,5% Placebo
Linha base 1,6 1,4 1,4
60 minutos 2,3 -25,7* 5,8
120 minutos 1,6 -27,4* 7,5
240 minutos -6,4 -26,9* 6,9
Isoproterenol b 36,1 -12,4* 42,8
1
.Schoene, R.B. et al., Am. J. Ophthal. 97:86, 1984
a
. Dobro da concentração clínica.
b
. Inalado em 240 minutos; medido em 270 minutos.
* Timolol estaticamente é diferente do betaxolol e placebo (p<0.05).
Nenhuma evidência de bloqueio beta-adrenégico cardiovascular foi observada durante o exercício com betaxolol em um
estudo cruzado de três tratamentos, duplo mascarado, em 24 pacientes normais comparados ao cloridrato de betaxolol,
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timolol e placebo para efeitos na pressão sanguínea e na frequência cardíaca. A média da pressão sanguínea arterial não
foi afetada por nenhum tratamento, entretanto timolol oftálmico produziu uma diminuição significativa na média da
frequência cardíaca.
Média da frequência cardíaca 1
Tratamento
Teste ergométrico
Minutos
0 79,2 79,3 81,2
2 130,2 126,0 130,4
4 133,4 128,0* 134,3
6 136,4 129,2* 137,9
8 139,8 131,8* 139,4
10 140,8 131,8* 141,3
. Atkins, J. M. et al., Am J. Oph. 99:173-175, Feb. 1985
*
Mean pulse rate significantly lower for timolol than betaxolol or placebo (p < 0.05).
O cloridrato de betaxolol é contraindicado em bradicardia sinusal, maior do que o bloqueio atrioventricular de
primeiro grau, choque cardiogênico ou pacientes com insuficiência cardíaca comprovada.
Também é contraindicado para pessoas que tenham hipersensibilidade conhecida a qualquer componente da fórmula.
Gravidez: Categoria C: Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica
ou do cirurgião-dentista.
Este medicamento é contraindicado para menores de 18 anos.
Advertências: EXCLUSIVAMENTE PARA USO TÓPICO OFTÁLMICO. Agentes bloqueadores beta-adrenégicos de
uso tópico podem ser absorvidos sistemicamente. As mesmas reações adversas que ocorrem com a administração
sistêmica de agentes bloqueadores beta-adrenérgicos podem ocorrer com a administração tópica. Por exemplo, reações
respiratórias severas (falta de ar) e reações cardíacas (diminuição dos batimentos cardíacos), incluindo morte por
broncoespasmo em pacientes com asma e raramente morte associada a insuficiência cardíaca, foram relatadas após a
aplicação tópica de agentes bloqueadores beta-adrenérgicos.
O cloridrato de betaxolol tem demonstrado através de estudos clínicos pouco efeito sobre a frequência cardíaca e
pressão arterial. Deve-se ter cautela no tratamento de pacientes com histórico de insuficiência ou bloqueio cardíaco. O
tratamento com o cloridrato de betaxolol deve ser interrompido nos primeiros sinais de insuficiência Deve-se ter
cuidado ao administrar o cloridrato de betaxolol em pacientes com doença severa nas vias aéreas ou histórico de asma.
O conservante presente no medicamento, cloreto de benzalcônio, pode ser absorvido pelas lentes de contato gelatinosas.
Não utilizar este medicamento com lentes de contato nos olhos.
Precauções:
• Diabetes mellitus: Os agentes bloqueadores beta-adrenérgicos devem ser administrados com cautela em pacientes
sujeitos a hipoglicemia espontânea ou pacientes diabéticos (especialmente aqueles com diabetes lábil) que estejam
recebendo insulina ou agentes hipoglicêmicos orais. Os agentes bloqueadores do receptor beta-adrenérgico podem
mascarar os sinais e sintomas de uma hipoglicemia aguda.
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• Tireotoxicose: Os agentes bloqueadores beta-adrenérgicos podem mascarar certos sinais clínicos (por ex.,
taquicardia) de hipertireoidismo. Os pacientes suspeitos de desenvolver tireotoxicose devem ser cuidadosamente
tratados para evitar a retirada repentina de agentes bloqueadores beta-adrenérgicos, que poderiam precipitar uma crise
tireoidiana.
• Fraqueza muscular: Tem sido relatado que o bloqueio beta-adrenérgico é capaz de potencializar a fraqueza muscular
relacionada a certos sintomas de miastenia (por ex., diplopia, ptose e fraqueza generalizada).
• Cirurgia: Deve-se considerar a interrupção gradual dos agentes bloqueadores beta-adrenérgicos antes da anestesia
geral, devido à reduzida capacidade do coração de responder aos estímulos reflexos do simpático mediado beta-
adrenergicamente.
• Pulmonar: Deve-se ter cautela no tratamento de pacientes glaucomatosos com excessiva restrição da função
pulmonar. Foram relatados ataques asmáticos e disfunção pulmonar durante o tratamento com betaxolol. Apesar da
reintrodução de cloridrato de betaxolol em alguns pacientes não ter afetado adversamente os resultados dos testes da
função pulmonar, a possibilidade de efeitos pulmonares adversos em pacientes sensíveis aos betabloqueadores não pode
ser descartada.
• Risco de reação anafilática: Considerando-se betabloqueadores, pacientes com histórico de atopia ou com histórico
de reações anafiláticas severas a diversos alérgenos, enquanto estiverem usando betabloqueadores, tornam-se mais
responsivos a repetidas exposições a estes alérgenos, sejam estas acidentais, para diagnóstico ou terapêuticas. Tais
pacientes podem não responder às doses usuais de epinefrina no tratamento de reações anafiláticas.
• Ocular: Em pacientes com glaucoma de ângulo fechado, o objetivo imediato do tratamento é reabrir o ângulo por
constrição da pupila com um agente miótico. O betaxolol possui pouco ou nenhum efeito sobre a pupila. Quando o
cloridrato de betaxolol for utilizado para reduzir a pressão intraocular elevada em glaucoma de ângulo fechado, o
produto deve ser usado em conjunto com um miótico e não isoladamente.
• Carcinogênese, mutagênese, diminuição da fertilidade: Foram completados estudos vitalícios com cloridrato de
betaxolol em camundongos e ratos utilizando-se doses de 6, 20 ou 60mg/kg/dia e 3, 12 ou 48mg/kg/dia,
respectivamente. Betaxolol não demonstrou efeito carcinogênico. Doses maiores não foram testadas. O cloridrato de
betaxolol não demonstrou ser mutagênico em uma variedade de testes in vitro e in vivo em células bacterianas e de
mamíferos.
GRAVIDEZ: CATEGORIA C: Estudos de reprodução, teratologia e peri e pós-natal foram realizados em ratos e
coelhos utilizando-se cloridrato de betaxolol por via oral. Houve evidência de perda pós-implantação, relacionada à
droga, em coelhos e ratos com doses acima de 12mg/kg e 128mg/kg, respectivamente.
Entretanto, o cloridrato de betaxolol não demonstrou ser teratogênico e não ocorreram outros efeitos adversos na
reprodução com doses subtóxicas. Não há estudos adequados e bem controlados do cloridrato de betaxolol em mulheres
grávidas. O cloridrato de betaxolol deve ser usado durante a gravidez somente se o benefício potencial justificar o
risco potencial para o feto.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Lactantes: Não se sabe se o cloridrato de betaxolol é excretado no leite humano. Devido ao fato de muitas drogas
serem excretadas no leite materno, devem se ter cautela quando administrar o cloridrato de betaxolol à mulheres
lactantes.
Crianças: A segurança e a eficácia do uso em crianças não foram determinadas.
Idosos: Não foram observadas diferenças de eficácia e segurança entre pacientes jovens e idosos.
Pacientes que estejam em tratamento com agentes bloqueadores beta-adrenérgicos por via oral e o cloridrato de
betaxolol devem ser observados quanto ao potencial efeito aditivo, tanto na pressão intraocular como nos efeitos
sistêmicos comuns aos betabloqueadores. Recomenda-se cuidadosa observação do paciente quando se administra um
betabloqueador a pacientes em tratamento com drogas depletoras de catecolaminas, tais como a reserpina, por causa de
possíveis efeitos aditivos e produção de hipotensão e/ou bradicardia. Betaxolol é um agente bloqueador adrenérgico,
portanto, deve-se ter cautela nos pacientes que usam concomitantemente drogas psicotrópicas adrenérgicas.
O cloridrato de betaxolol deve ser mantido em temperatura ambiente (15°C a 30°C), protegido da luz e umidade.
A validade do produto é de 24 meses.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características físicas e organolépticas:
O cloridrato de betaxolol apresenta-se como solução estéril límpida e incolor.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.
A dose recomendada é de 1 a 2 gotas do cloridrato de betaxolol no(s) olho(s) afetado(s) 2 vezes por dia. Em alguns
pacientes, a resposta de redução da pressão intraocular ao cloridrato de betaxolol pode requerer algumas semanas para
estabilizar-se. Como acontece ao se administrar uma medicação nova, recomenda-se o acompanhamento cuidadoso dos
pacientes.
Se a pressão intraocular do paciente não estiver adequadamente controlada com este tratamento, pode-se instituir
terapêutica concomitante com pilocarpina, outros mióticos, epinefrina ou inibidores da anídrase carbônica.
Assim como qualquer medicamento, podem ocorrer reações indesejáveis com a aplicação do cloridrato de betaxolol.
As seguintes reações adversas são classificadas de acordo com a seguinte convenção: muito comum (ocorre em 10%
dos pacientes que utilizam este medicamento), comum (ocorre entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam este
medicamento), incomum (ocorre entre 0,1% e 1% dos pacientes que utilizam este medicamento), rara (ocorre entre
0,01% e 0,1% dos pacientes que utilizam este medicamento), ou muito rara (ocorre em menos de 0,01% dos pacientes
que utilizam este medicamento). Dentro de cada um-grupo de frequência, as reações adversas são apresentadas por
ordem decrescente de gravidade.
Distúrbios psiquiátricos Raro: ansiedade
Distúrbios no Sistema Nervoso
Comum: dor de cabeça
Raro: síncope
Doenças oculares
Muito comum: desconforto nos olhos
Comum: visão borrada, aumento de lágrimas
Incomum: úlcera de córnea, inflamação da córnea,
conjuntivite, inflamação nas pálpebras, deficiência visual,
sensibilidade a luz, dor nos olhos, olho seco, vistas
cansadas, contração involuntária da pálpebra, coceira nos
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olhos, secreção ocular, crosta na margem das pálpebras,
inflamação nos olhos, irritação nos olhos, doenças na
conjuntiva, inchaço na conjuntiva, vermelhidão nos olhos
Raro: catarata
Distúrbios cardíacos
Incomum: diminuição ou aumento dos batimentos
cardíacos
Distúrbios vasculares Raro: hipotensão (pressão sanguínea baixa)
Doenças respiratórias, torácicas e do mediastino
Incomum: asma, dificuldade para respirar, rinite
Raro: tosse, rinorreia (corrimento excessivo de muco
nasal)
Doenças gastrointestinais
Incomum: náusea
Raro: diminuição do senso do paladar
Doenças na pele e tecidos subcutâneos Raro: dermatite (alergias na pele), manchas na pele
Doenças dos órgãos genitais e da mama Raro: diminuição da libido (apetite sexual)
Outras reações adversas identificadas a partir da vigilância pós-comercialização, incluem o seguinte (as frequências não
puderam ser estimadas a partir dos dados disponíveis):
Distúrbios do Sistema imunológico hipersensibilidade (alergias)
Distúrbios psiquiátricos insônia, depressão
Distúrbios no Sistema Nervoso tontura
Doenças oculares vermelhidão da pálpebra
Distúrbios cardíacos arritmia
Doenças na pele e tecidos subcutâneos queda de cabelo
Perturbações gerais e alterações no local de administração fraqueza
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária - NOTIVISA,
disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou
Municipal.