Bula do Cloridrato de Bupivacaína Hiperbárica produzido pelo laboratorio Hypofarma - Instituto de Hypodermia e Farmácia Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
CLORIDRATO DE BUPIVACAÍNA HIPERBÁRICA
Cloridrato de Bupivacaína + glicose
Medicamento Genérico, Lei n°. 9.787, de 1999
APRESENTAÇÕES
Solução estéril e injetável. Embalagem com 50 ampolas contendo 4 mL cada.
VIA INTRATECAL
USO ADULTO E PEDIÁTRICO
COMPOSIÇÃO
Cada mL contém:
Cloridrato de Bupivacaína.................................5 mg
Glicose...............................................................80 mg
Excipientes q.s.p................................................1 mL
Excipientes: hidróxido de sódio e água para injeção
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INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISIONAIS DE SAÚDE
Este medicamento é indicado para causar raquianestesia para cirurgia ( exemplo: cirurgia urológica e dos
membros inferiores de 2-3 horas de duração, cirurgia abdominal de 45-60 minutos de duração ).
A bupivacaína é um anestésico local do tipo amida. Quando administrada como um anestésico para
raquianestesia tem um rápido início de ação e uma duração de média a longa. A duração é dose-
dependente.
Cloridrato de bupivacaína é hiperbárica e a sua difusão inicial no espaço subaracnóide é
consideravelmente afetada pela gravidade. O cloridrato de bupivacaína hiperbárica difunde na direção da
cabeça mais extensivamente do que as soluções isobáricas, mesmo na posição horizontal quado o efeito
da gravidade é mínimo. Devido à maior distribuição intratecal e à conseqüente menor concentração
média, a duração da anestesia tende a ser menor. Portanto, as soluções sem glicose produzem um nível de
bloqueio mais baixo, mas de maior duração, que a solução hiperbárica.
Propriedades Farmacodinâmicas
O cloridrato de bupivacaína, assim como outros anestésicos locais, causa um bloqueio reversível da
propagação dos impulsos ao longo das fibras nervosas ao impedir a entrada de íons através da membrana
do nervo. Admite -se que os anestésicos locais tipo amida atuem dentro dos canais de sódio da membrana
nervosa.
Propriedades Farmacocinéticas
O cloridrato de bupivacaína tem um pKa de 8,1 a 25ºC e um coeficiente de partição óleo/água de 27,5.
A absorção a partir do espaço subaracnóide é relativamente lenta e este fato, juntamente com a pequena
dose necessária para a raquianestesia, lenta a concentração plasmática máxima, que é aproximadamente
0,4 mcg/mL para cada 100 mg injetados. Isto significa que a máxima dose recomendada (20 mg )
resultaria em níveis plasmáticos inferiores a 0,1 mcg/mL. Após injeção i.v., o cloridrato de bupivacaína
tem um clearance plasmático total de 0,58 L/min, um volume de distribuição no estado de equilíbrio de
73L, uma meia-vida de eliminação de 2,7 h e uma taxa de extração hepática de 0,40. O clearance do
cloridrato de bupivacaína é quase completamente devido ao metabolismo hepático, e depende do fluxo
sangüíneo hepático e da atividade das enzimas metabolizadoras. O cloridrato de bupivacaína atravessa
prontamente a placenta e o equilíbrio com respeito ao fármaco livre será alcançado. A taxa de ligação
plasmática no feto é menor que a da mãe, o que resulta em concentração plasmática mais baixa no feto do
que na mãe. Entretanto, a concentração de fármaco livre é igual na mãe e no feto.
O cloridrato de bupivacaína passa para o leite materno, mas em quantidades tão pequenas que não acarreta
risco para a criança.
Somente 6% do cloridrato de bupivacaína é excretada na forma inalterada, sendo os principais metabólitos
a 2,6-pipecolilxilidina (PPX) e seus derivados.
A duração da analgesia ( até o nível dos segmentos T10 e T12) varia entre 2 e 3 horas. A solução de
cloridrato de bupivacaína hiperbárica a 0,5% produz moderado relaxamento muscular dos membros
inferiores que dura por 2 a 2,5 horas. O bloqueio motor da musculatura abdominal torna a solução
adequada para a realização de cirurgia abdominal (45 – 60 min ). A duração do bloqueio motor não excede
a duração da analgesia.
Hipersensibilidade conhecida aos anestésicos locais do tipo amida ou aos outros componentes da fórmula.
Doenças cérebro-espinhais, tais como meningite, tumores, poliomielite e hemorragia cerebral. Artrite,
espondilite e outras doenças da coluna que tornem impossível a punção. Também é contra-indicado na
presença de tuberculose ou lesões metastáticas na coluna.
Septicemia.
Anemia perniciosa com degeneração subaguda da medula espinhal.
Descompensação cardíaca, derrame pleural maciço e aumento acentuado da pressão intra-abdominal
como ocorre em ascites maciças e tumores.
Infecção pirogênica da pele no local ou adjacente ao local da punção.
Choque cardiogênico e choque hipovolêmico.
Alterações da coagulação ou sob tratamento com anticoagulante.
Risco na gravidez: Grau C - Não foram realizados estudos em animais e nem em mulheres grávidas.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do
cirurgião-dentista.
A raquianestesia deve ser apenas usada por ou sob a supervisão de médicos com o conhecimento e
experiência necessários. Raquianestesia deve ser administrada apenas em local totalmente equipado, onde
todos os equipamentos de ressuscitação e drogas devem estar imediatamente disponíveis. O anestesista
deve estar atento até que a operação termine e deve supervisionar a recuperação até que a anestesia tenha
acabado.
As injeções devem ser sempre administradas lentamente e com freqüente aspiração para evitar injeção
intravascular acidental rápida que possa causar efeitos tóxicos.
Acesso intravenoso, por exemplo, uma infusão i.v., deve ter sido estabelecido antes de iniciar a
raquianestesia.
Independentemente do anestésico local usado, podem ocorrer hipotensão e bradicardia. Este risco pode ser
reduzido quer seja pelo aumento do volume circulatório com soluções cristaloidais, ou injetando um
vasopressor como a efedrina 20-40 mg i.m., ou tratado imediatamente com, por exemplo, 5-10 mg de
efedrina intravenosamente, que pode ser repetida, se necessário.
A hipotensão é comum em pacientes com hipovolemia devida a hemorragia ou desidratação e naqueles
com oclusão cavo-aórtica devido a tumor abdominal ou ao útero grávido na gravidez avançada. A
hipotensão é mal tolerada por pacientes com doenças coronarianas ou cerebrovasculares.
A raquianestesia pode ser imprevisível e bloqueios muitos altos são encontrados algumas vezes, com
paralisia dos músculos intercostais, e até mesmo do diafragma, especialmente na gravidez. Em ocasiões
raras pode ser necessário assistir ou controlar a ventilação.
Acredita – se que desordens neurológicas crônicas como esclerose múltipla, hemiplegia antiga devida a
acidente vascular cerebral, etc., não são adversamente afetadas pela raquianestesia, mas exigem cuidados.
NOTA: Considerando que a raquianestesia pode ser preferível à anestesia geral em alguns pacientes de
alto risco, quando o tempo permitir, deve-se tentar otimizar sua condição geral pré – operatoriamente.
Efeitos sobre a capacidade de dirigir autos e operar máquinas
A raquianestesia por si tem pequeno efeito na função mental e coordenação, mas prejudicará
temporariamente a locomoção e o estado de atenção.
Uso durante a gravidez e lactação
É razoável presumir que tem sido administrada o cloridrato bupivacaína a um grande número de mulheres
grávidas e mulheres em idade fértil. Até o momento, nenhum distúrbio específico do processo reprodutivo
foi relatado, como exemplo, nenhum aumento da incidência de más – formações.
O cloridrato de bupivacaína passa para o leite materno, porém, em pequenas quantidades e, geralmente,
não há risco de afetar o neonato.
Como para qualquer outra droga, o cloridrato de bupivacaína somente deve ser usada durante a gravidez
ou lactação se, a critério médico, os benefícios potenciais superarem os possíveis riscos.
Risco na gravidez: Grau C - Não foram realizados estudos em animais e nem em mulheres grávidas. Este
medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-
O cloridrato de bupivacaína hiperbárica deve der usada com precauções em pacientes recebendo agentes
estruturalmente relacionados com anestésicos locais, uma vez que os efeitos tóxicos são aditivos.
Conservar em temperatura ambiente ( 15ºC a 25ºC ). Não congelar. Proteger da luz e umidade.
A solução não deve ser armazenada em contato com metais ( por ex.: agulhas ou partes metálicas de
seringas ), pois os íons metálicos dissolvidos podem causar edema no local da injeção.
Caramelização da glicose pode ocorrer durante autoclavagem, portanto cloridrato de bupivacaína +glicose
não deve ser reesterilizada.
Não se recomenda, geralmente, adicionar soluções à cloridrato de bupivacaína hiperbárica.
A solução de cloridrato de bupivacaína + glicose não contém conservantes, portanto, deve ser usada
imediatamente após a abertura da ampola. Qualquer solução que sobrar deve ser descartada.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
A solução deve se apresentar límpida e incolor ou levemente amarelada.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Via de administração: intratecal
A dose que deve ser considerada como guia para uso em adultos é de 2-4 mL ( 10 – 20 mg ) de cloridrato
de bupivacaína. A difusão anestesia obtida com cloridrato de bupivacaína hiperbárica depende de vários
fatores, sendo os mais importantes o volume da solução injetada e a posição do paciente.
Quando são injetados 3 mL de cloridrato de bupivacaína hiperbárica entre L3 e L4 com o paciente sentado,
são alcançados os segmentos T7 a T10, sendo que com a mesma quantidade injetada na posição supina, o
bloqueio alcança T4 -T7.
Não foram estudados os efeitos de dose superiores a 4 mL, portanto não se recomendam esses volumes.
Tabela 1 - Frequência das reações adversas
Muito comum (> 1/10) Transtornos cardíacos: hipotensão, bradicardia
Transtorno gastrointestinal: náusea
Comum (> 1/100<1/10) Transtorno do sistema nervoso: cefaléia após punção pós-dural
Transtorno gastrointestinal: vômito
Transtornos urinário e renal: retenção urinária, incontinência urinária
Incomum
(> 1/1.000<1/100)
Transtornos do sistema nervoso: paresesia, paresia, disestesia
Transtornos musculoesqueléticos do tecido conectivo e ósseo: fraqueza
muscular, lombalgia
Raro (<1/1.000) Transtorno cardíaco: parada cardíaca
Transtornos do sistema imunológico: reações alérgicas, choque anafilático
Transtornos do sistema nervoso: bloqueio espinhal total involuntário, paraplegia,
paralisia, neuropatia, aracnoidite
Transtorno respiratório: depressão respiratória
Em caso de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária - NOTIVISA,
disponível em http: / /www.anvisa.gov.br/hotsite /notivisa/index.htm ou para a
Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
A primeira consideração é a prevenção, sendo a mesma através de cuidadoso e constante monitoramenrto
dos sinais vitais respiratório e cardiovascular e do estado de consciência do paciente, após cada injeção do
anestésico local. Ao primeiro sinal de alteração, deverá ser administrado oxigênio.
Os sintomas mais comuns decorrentes da superdosagem são: hipotensão, apnéia e convulsões.
O tratamento de raquianestesia alta consiste em assegurar e manter livre a pesagem de ar e ventilação,
utilizado oxigênio por ventilação controlada ou assistida, de acordo com a necessidade com 100% de
oxigênio com um sistema de liberação capaz de permitir uma pressão positiva e imediata das vias aéreas
por meio do uso de máscara. Isto deverá prevenir as convulsões, caso ainda não tenha ocorrido.
As convulsões, quando ocorrem, devem ser tratadas rapidamente pela administração intravenosa de 5 –
100 mg de succinilcolina e/ou 5 – 15 mg de diazepam. Alternativamente, pode -se utilizar 100 – 200 mg
de tiopentona. Se ocorrer fibrilação ventricular ou parada cardíaca, deve – se realizar manobras efetivas de
reanimação. Deve – se administrar epinefrina em repetidas doses e bicarbonato de sódio o mais rápido
possível.
A hipotensão devido ao relaxamento simpático pode ser controlada administrando líquidos
intravenosamente (como Cloreto de Sódio 0,9% ou Ringer Lactato) como tentativa de aliviar a obstrução
mecânica do retorno venoso, ou pelo uso de vasopressores (tais como a efedrina que aumenta a força de
contração do miocárdio) e se indicado, administrando expansores do plasma ou sangue total.
Em caso de intoxicação ligue para 0800-722 6001, se você precisar de mais orientações.
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