Bula do Cloridrato de Fluoxetina (Port 344/98 - Lista C1) produzido pelo laboratorio Laboratório Teuto Brasileiro S/a
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
cloridrato de fluoxetina
Cápsula 20mg
MODELO DE BULA COM INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS
PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Medicamento genérico Lei nº 9.787, de 1999.
APRESENTAÇÕES
Embalagens contendo 14, 28, 30, 56, 60, 70 e 100 cápsulas.
USO ORAL
USO ADULTO ACIMA DE 18 ANOS
COMPOSIÇÃO
Cada cápsula contém:
cloridrato de fluoxetina (equivalente a 20mg de fluoxetina)......................................22,36mg
Excipiente q.s.p..........................................................................................................1 cápsula
Excipientes: amido e óleo vegetal hidrogenado.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSONAIS DE SAÚDE
A fluoxetina é indicada para o tratamento da depressão, associada ou não à ansiedade, da
bulimia nervosa, do transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e do transtorno disfórico pré-
menstrual (TDPM), incluindo tensão pré-menstrual (TPM), irritabilidade e disforia.
A eficácia de fluoxetina durante o uso no longo prazo (mais de 13 semanas no tratamento
do transtorno obsessivo-compulsivo e mais de 16 semanas no tratamento da bulimia
nervosa) não foi sistematicamente avaliada em estudos controlados com placebo. Portanto,
o médico deve reavaliar periodicamente o uso de fluoxetina em tratamentos no longo prazo.
Depressão
Doses Diárias: A eficácia de fluoxetina para o tratamento de pacientes com depressão (≥
18 anos) foi comprovada em estudos clínicos placebo-controlados de 5 e 6 semanas.
Fluoxetina mostrou ser significantemente mais eficaz que o placebo conforme mensurado
pela Escala de Depressão de Hamilton (HAM-D). A fluoxetina também foi
significantemente mais eficaz que o placebo na subpontuação da HAM-D para humor
deprimido, distúrbio do sono e subfator de ansiedade. Dois estudos clínicos controlados de
6 semanas (N=671, randomizados), comparando fluoxetina 20mg e placebo, mostraram que
fluoxetina 20mg em doses diárias é eficaz no tratamento de pacientes idosos (≥ 60 anos de
idade) com depressão. Nesses estudos, fluoxetina produziu uma taxa de resposta e de
remissão significativamente mais altas definidas, respectivamente, por uma diminuição de
50% na pontuação da HAM-D e uma pontuação total de avaliação na HAM-D ≤ 8.
Fluoxetina foi bem tolerada e a taxa de interrupção do tratamento devido a eventos
adversos não foi diferente entre fluoxetina (12%) e o placebo (9%).
Um estudo foi conduzido envolvendo pacientes ambulatoriais deprimidos que responderam
ao final de uma fase inicial de tratamento aberto de 12 semanas com fluoxetina 20mg/dia
(pontuação modificada da HAMD-17 ≤ 7 durante cada uma das 3 últimas semanas de
tratamento aberto e ausência de depressão pelos critérios da DSM-III-R). Estes pacientes
(N=298) foram randomizados para continuarem no estudo duplo-cego com fluoxetina
20mg/dia ou com placebo. Em 38 semanas (50 semanas totais), uma taxa de recaída
estatisticamente mais baixa (definida como sintomas suficientes para atender a um
diagnóstico de depressão por 2 semanas ou pontuação modificada da HAMD-17 ≥ 14 por 3
semanas) foi observada em pacientes tomando fluoxetina comparada àqueles usando
placebo.
Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC)
A eficácia de fluoxetina para o tratamento do transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) foi
demonstrada em dois grupos de estudo paralelos, multicêntricos, de 13 semanas (Estudos 1
e 2), com pacientes adultos ambulatoriais que receberam doses fixas de fluoxetina de 20, 40
ou 60mg/dia (uma vez ao dia, pela manhã) ou placebo. Os pacientes em ambos os estudos
tinham TOC moderado a grave (DSM-III-R), com taxas iniciais médias na Escala
Obsessiva-Compulsiva Yale-Brown (YBOCS, pontuação total) variando de 22 a 26. No
Estudo 1, pacientes recebendo fluoxetina apresentaram reduções médias de
aproximadamente 4 a 6 unidades na pontuação total da YBOCS, comparado com uma
redução de 1 unidade para os pacientes tratados com placebo. No Estudo 2, pacientes
recebendo fluoxetina apresentaram reduções médias de aproximadamente 4 a 9 unidades na
pontuação total da YBOCS, comparado a uma redução de 1 unidade para os pacientes com
placebo. Apesar de não ter havido indicação de relação dose-resposta para a eficácia no
Estudo 1, esta relação foi observada no Estudo 2, com respostas numericamente melhores
nos dois grupos de dose mais alta.
Bulimia Nervosa
A eficácia de fluoxetina para o tratamento de bulimia foi demonstrada em dois estudos de 8
semanas e um estudo de 16 semanas, multicêntricos, paralelos, em pacientes adultos que
atendiam ao critério de bulimia na escala DSM-III-R. Os pacientes dos estudos de 8
semanas receberam 20 ou 60mg/dia de fluoxetina ou placebo pela manhã. Os pacientes do
estudo de 16 semanas receberam uma dose fixa de 60mg/dia de fluoxetina ou placebo. Os
pacientes nesses três estudos tinham bulimia de moderada a grave, com frequências
medianas de episódios de compulsão alimentar e vômito, variando de 7 a 10 e de 5 a 9 por
semana, respectivamente. Nesses três estudos, fluoxetina 60mg, mas não a dose de 20mg,
foi estatisticamente superior ao placebo, reduzindo o número de episódios de compulsão
alimentar e vômito por semana. O efeito estatisticamente superior das 60mg versus placebo
foi observado logo na Semana 1 e persistiu durante cada estudo. A redução nos episódios
bulímicos relacionada à fluoxetina pareceu ser independente da depressão inicial, conforme
avaliada pela escala de Depressão de Hamilton. Em um desses três estudos, o efeito do
tratamento, conforme medido pelas diferenças entre fluoxetina 60mg e placebo, na redução
mediana do valor basal na frequência dos comportamentos bulímicos no final do estudo,
variou entre 1 a 2 episódios por semana para compulsão alimentar e de 2 a 4 episódios por
semana para vômito.
O tamanho do efeito foi relacionado à frequência inicial, com reduções maiores vistas em
pacientes com frequências iniciais mais altas. Embora alguns pacientes tenham deixado de
apresentar episódios de compulsão alimentar e comportamentos purgativos como um
resultado de tratamento, para a maioria, o benefício foi uma redução parcial na frequência
dos episódios de compulsão alimentar e comportamentos purgativos.
Em um estudo no longo prazo, 150 pacientes reunindo os critérios (DSM-IV) para bulimia
nervosa, subtipo purgativo, que tiveram resposta na fase do tratamento agudo, simples-
cego, de 8 semanas com fluoxetina 60mg/dia, foram randomizados para seguir em outro
estudo, sendo este duplo-cego, com administração de 60mg de fluoxetina ou placebo por
dia, e houve remissão em até 52 semanas. A resposta durante a fase simples-cega foi
definida pelo alcance de pelo menos uma diminuição de 50% na frequência de vômito,
quando comparada à inicial. A remissão durante a fase duplo-cega foi definida como um
retorno persistente da frequência de vômito inicial ou julgamento médico sobre a recidiva
da doença. Os pacientes que continuaram recebendo fluoxetina 60mg/dia apresentaram um
tempo significativamente mais longo para remissão durante as 52 semanas subsequentes
comparando-se com aqueles que receberam placebo.
Transtorno Disfórico Pré-menstrual (TDPM)
Os sintomas relacionados com TDPM incluem alterações do humor e sintomas físicos. Nos
estudos clínicos, fluoxetina mostrou ser eficaz no alívio das alterações do humor (tensão,
irritabilidade e disforia) e dos sintomas físicos (cefaleia, edema e mastalgia) relacionados
ao TDPM.
A eficácia de fluoxetina para o tratamento do TDPM foi estabelecida em três estudos
clínicos placebo-controlados (um estudo de dose intermitente e dois estudos de dose
contínua). Em um estudo clínico de dose intermitente descrito abaixo, as pacientes
reuniram os critérios do Manual Estatístico e de Diagnóstico, 4ª edição (DSM-IV), para
TDPM. Nos estudos clínicos de dose contínua descritos abaixo, as pacientes reuniram os
critérios do Manual Estatístico e de Diagnóstico – 3ª edição revisada para o Transtorno
Disfórico da Fase Lútea Tardia (TDFLT), a entidade clínica agora referida como TDPM no
DSM-IV. Pacientes usando anticoncepcionais orais foram excluídas desses estudos.
Portanto, a eficácia de fluoxetina em combinação com anticoncepcionais orais para o
tratamento do TDPM é desconhecida.
Em um grupo de estudos duplo-cego, paralelo, de dose intermitente de 3 meses de duração,
as pacientes (N=260, randomizadas) foram tratadas com fluoxetina 10mg/dia, fluoxetina
20mg/dia ou placebo. Iniciou-se o tratamento com fluoxetina ou o placebo 14 dias antes do
início previsto da menstruação e continuado até o 1º dia do fluxo menstrual. A eficácia foi
avaliada com o Relato Diário da Gravidade dos Problemas (DRSP), um instrumento
dependente da avaliação e colaboração da paciente, que se espelha nos critérios de
diagnóstico para TDPM, conforme indicado no DSM-IV, e inclui avaliações para humor,
sintomas físicos e outros sintomas. Fluoxetina 20mg/dia mostrou ser significantemente
mais eficaz que o placebo, conforme mensurado pela pontuação do DRSP. Fluoxetina
10mg/dia não mostrou ser significativamente mais eficaz que o placebo nesse estudo. A
média da pontuação total do DRSP diminuiu 38% para o fluoxetina 20mg/dia, 35% para
fluoxetina 10mg/dia e 30% para o placebo.
No primeiro grupo de estudos duplo-cego, paralelos, de dose contínua de 6 meses de
duração, envolvendo N=320 pacientes, doses fixas de fluoxetina 20 e 60mg/dia
administradas diariamente durante o ciclo menstrual, mostraram ser significativamente
mais eficazes que o placebo, conforme mensurado por uma pontuação total de Escala
Visual Análoga (EVA) (incluindo humor e sintomas físicos). A média da pontuação total da
EVA diminuiu 7% no tratamento com placebo, 36% no tratamento com fluoxetina 20mg e
39% no tratamento com fluoxetina 60mg. A diferença entre as doses de 20 e 60mg não foi
estatisticamente significante.
No segundo estudo cruzado, duplo-cego, de dose contínua, as pacientes (N=19) foram
tratadas diariamente com fluoxetina 20mg a 60mg/dia (dose média=27 mg/dia) e placebo
durante o ciclo menstrual por um período de 3 meses cada. Fluoxetina foi
significativamente mais eficaz que o placebo, conforme mensurado pelas alterações do
ciclo folicular à fase lútea na pontuação total da EVA (humor, sintomas físicos e prejuízo
social). A média da pontuação total EVA (aumento da fase folicular à lútea) foi 3,8 vezes
mais alta durante o tratamento com placebo do que aquela observada durante o tratamento
com a fluoxetina.
Em outro grupo de estudos duplo-cego, paralelo, de dose contínua, pacientes com TDFLT
(N=42) foram tratadas diariamente com fluoxetina 20mg/dia, bupropiona 300mg/dia ou
placebo por 2 meses. Nem a fluoxetina e nem a bupropiona mostraram ser superiores ao
placebo em uma avaliação primária, isto é, a taxa de resposta.
Descrição: O cloridrato de fluoxetina é o cloridrato de (±)-N-metil-3-fenil-3-[( α,α,α-
trifluoro-p-tolil)-oxi]propilamina, com a fórmula molecular C17H18F3NO•HCl. Uma dose
de 20mg equivale a 64,7 micromoles de fluoxetina. Seu peso molecular é 345,79. É um pó
cristalino branco a quase branco, solúvel em água numa concentração de 14mg/mL.
Propriedades Farmacodinâmicas: A fluoxetina é um inibidor seletivo da recaptação da
serotonina, sendo este seu suposto mecanismo de ação. A fluoxetina praticamente não
possui afinidade com outros receptores tais como α1, α2 e β-adrenérgicos, serotoninérgicos,
dopaminérgicos, histaminérgicos H1, muscarínicos e receptores do GABA. A etiologia do
transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM) é desconhecida, porém esteroides endógenos
envolvidos no ciclo menstrual parecem estar relacionados com a atividade serotoninérgica
neuronal.
Propriedades Farmacocinéticas:
Absorção e distribuição: A fluoxetina é bem absorvida após administração oral.
Concentrações plasmáticas máximas são alcançadas dentro de 6 a 8 horas. A fluoxetina se
liga firmemente às proteínas do plasma e se distribui largamente. Concentrações
plasmáticas estáveis são alcançadas após doses contínuas durante várias semanas e, após
doses prolongadas, são similares às concentrações obtidas em 4 a 5 semanas.
Metabolismo e excreção: A fluoxetina é extensivamente metabolizada no fígado à
norfluoxetina e em outros metabólitos não identificados, que são excretados na urina. A
meia-vida de eliminação de fluoxetina é de 4 a 6 dias e a de seu metabólito ativo é de 4 a 16
dias.
Hipersensibilidade: Este medicamento é contraindicado em pacientes com
hipersensibilidade conhecida à fluoxetina ou a qualquer um dos excipientes.
Inibidores da monoaminoxidase (IMAOs): Fluoxetina não deve ser usada em
combinação com um IMAO ou dentro de 14 dias da suspensão do tratamento com um
IMAO. Deve-se deixar um intervalo de, pelo menos, cinco semanas (ou talvez mais,
especialmente se a fluoxetina foi prescrito para tratamento crônico e/ou em altas doses)
após a suspensão de fluoxetina e o início do tratamento com um IMAO. Casos graves e
fatais de síndrome serotoninérgica (que pode se assemelhar e ser diagnosticada como
síndrome neuroléptica maligna) foram relatados em pacientes tratados com a fluoxetina e
um IMAO com curto intervalo entre uma terapia e outra.
Tioridazina: Fluoxetina não deve ser usada em combinação com tioridazina ou dentro de,
pelo menos, cinco semanas após a suspensão de fluoxetina (ver INTERAÇÕES
MEDICAMENTOSAS).
Risco de suicídio: A possibilidade de uma tentativa de suicídio é inerente à depressão e a
outros transtornos psiquiátricos e pode persistir até que uma remissão significante ocorra.
Assim como outras drogas de ação farmacológica similar (antidepressivos), casos isolados
de ideação e comportamentos suicidas foram relatados durante o tratamento com cloridrato
de fluoxetina ou logo após a sua interrupção.
Embora não tenha sido estabelecida uma relação causal entre fluoxetina e a indução de tais
eventos, algumas análises realizadas a partir de um grupo de estudos de antidepressivos em
transtornos psiquiátricos encontraram um aumento do risco para ideação e/ou
comportamento suicida nos pacientes pediátricos e jovens adultos (< 25 anos de idade),
comparados ao placebo.
Um acompanhamento mais próximo a pacientes de alto risco deve ser feito durante o
tratamento. Os médicos devem incentivar os pacientes de todas as idades a relatarem
quaisquer pensamentos ou sentimentos depressivos em qualquer fase do tratamento.
Em uma análise de estudos controlados em adultos com transtorno depressivo maior, os
fatores de risco para suicídio com ambos, placebo e fluoxetina, foram os seguintes:
-Antes do tratamento: maior gravidade da depressão e presença de pensamento de morte.
-Durante o tratamento: piora da depressão e desenvolvimento de insônia.
O desenvolvimento de ativação psicomotora grave (por ex: agitação, acatisia e pânico)
também foi um fator de risco durante o tratamento com fluoxetina.
A presença ou surgimento dessas condições antes ou durante o tratamento sugere que se
deve levar em consideração o aumento do monitoramento clínico ou possível alteração da
terapia.
Efeitos Cardiovasculares: Pode ocorrer prolongamento do intervalo QT no tratamento
com fluoxetina. A fluoxetina deve ser utilizada com precaução em pacientes com síndrome
congênita do QT longo; síndrome do QT longo adquirida (por exemplo, devido ao uso
concomitante de um medicamento que prolonga o QT); histórico familiar de
prolongamento do QT; ou outras condições clínicas que predispõem a arritmias (por ex:
hipocalemia ou hipomagnesemia) ou exposição aumentada à fluoxetina (por ex:
insuficiência hepática).
Erupções de pele: Erupção de pele, reações anafilactoides e reações sistêmicas
progressivas, algumas vezes graves e envolvendo pele, fígado, rins ou pulmões, foram
relatadas por pacientes tratados com fluoxetina. Após o aparecimento de erupção cutânea
ou de outra reação alérgica para a qual uma alternativa etiológica não pode ser identificada,
fluoxetina deve ser suspensa.
Convulsões: Assim como com outros antidepressivos, a fluoxetina deve ser administrada
com cuidado a pacientes com histórico de convulsões.
Hiponatremia: Foram relatados casos de hiponatremia (alguns com sódio sérico abaixo de
110mmol/L). A maioria desses casos ocorreu em pacientes idosos e em pacientes que
estavam tomando diuréticos ou com depleção de líquidos.
Controle Glicêmico: Em pacientes com diabetes, ocorreu hipoglicemia durante a terapia
com fluoxetina e hiperglicemia após a suspensão do medicamento. A dose de insulina e/ou
hipoglicemiante oral deve ser ajustada, quando for instituído o tratamento com fluoxetina e
após sua suspensão.
Midríase: Midríase foi relatada em associação com fluoxetina; por isso, deve-se ter cautela
na prescrição de fluoxetina a pacientes com pressão intraocular elevada ou aqueles com
risco de glaucoma de ângulo estreito agudo.
Sangramento anormal: ISRSs e ISRSNs, incluindo a fluoxetina, podem aumentar o risco
de sangramentos, incluindo sangramentos gastrintestinais (ver REAÇÔES ADVERSAS).
Sendo assim, aconselha-se precaução a pacientes que tomam fluoxetina concomitantemente
com anticoagulantes e/ou produtos medicinais que afetam a função plaquetária (por ex:
AINEs e Aspirina®) e em pacientes com tendência a sangramentos.
Carcinogênese, Mutagênese e Danos à fertilidade: Não houve evidência de
carcinogenicidade ou mutagênese a partir de estudos in vitro ou em animais. Não foram
observados danos à fertilidade em animais adultos em doses até 12,5mg/kg/dia
[aproximadamente 1,5 vezes a dose humana máxima recomendada (MRHD) em base de
mg/m2
].
Em um estudo toxicológico em ratos CD jovens, a administração de 30mg/kg de fluoxetina
(entre o 21º e o 90º dia após o nascimento), resultou em um aumento dos níveis séricos de
creatinina quinase e aspartato aminotransferase (TGO), que foram acompanhadas
microscopicamente através da degeneração da musculatura esquelética, necrose e
regeneração. Outros achados em ratos aos quais também foram administrados 30mg/kg de
fluoxetina constataram degeneração e necrose dos túbulos seminíferos dos testículos,
vacuolização do epitélio do epidídimo dos ratos e imaturidade/ inatividade do trato
reprodutivo das ratas. As concentrações plasmáticas alcançadas nestes animais foram
maiores quando comparadas às concentrações plasmáticas normalmente alcançadas em
pacientes pediátricos (em animais que receberam 30mg/kg, o aumento foi de
aproximadamente 5 a 8 vezes para fluoxetina e de 18 a 20 vezes para norfluoxetina. Em
animais que receberam 10mg/kg, o aumento foi de aproximadamente 2 vezes para
fluoxetina e 8 vezes para norfluoxetina). Após um período de recuperação de
aproximadamente 11 semanas, foram realizadas avaliações de esperma em ratos que
haviam sido medicados com 30mg/kg de fluoxetina, que indicaram uma diminuição de
aproximadamente 30% nas concentrações de esperma sem afetar sua morfologia ou
motilidade. Uma avaliação microscópica dos testículos e epidídimos destes ratos indicou
que a degeneração testicular foi irreversível. Ocorreram atrasos na maturação sexual nos
machos tratados com 10mg/kg e nas fêmeas e machos tratados com 30mg/kg. A relevância
destes achados em seres humanos é desconhecida. Houve uma diminuição na extensão de
crescimento do fêmur de ratos tratados com 30mg/kg quando comparados com o grupo
controle.
Gravidez (Categoria C): Resultados de um número de estudos epidemiológicos avaliando
o risco de gestantes expostas à fluoxetina foram inconsistentes e não apresentaram
evidências conclusivas de um risco aumentado de malformação congênita. Entretanto, uma
meta-análise sugere um risco potencial de defeitos cardiovasculares em bebês de mulheres
expostas à fluoxetina durante o primeiro trimestre da gravidez, comparado aos bebês de
mulheres que não foram expostas à fluoxetina.
O uso de fluoxetina deve ser considerado durante a gravidez somente se os benefícios
do tratamento justificarem o risco potencial para o feto, tendo em conta os riscos do
não tratamento da depressão.
Deve-se ter cuidado no final da gravidez, pois foram relatados, raramente, sintomas
transitórios de retirada (ex: tremores transitórios, dificuldade na amamentação, taquipneia e
irritabilidade) em recém-nascidos cujas mães fizeram uso de fluoxetina próximo ao término
da gravidez.
Lactantes: Este medicamento é excretado no leite humano, portanto deve-se ter cuidado
quando for administrado a mulheres que estejam amamentando.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas ou amamentando sem
orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Trabalho de parto e nascimento: O efeito da fluoxetina sobre o trabalho de parto e
nascimento nos seres humanos é desconhecido.
Efeitos sobre a habilidade de dirigir e operar máquinas: a fluoxetina pode interferir na
capacidade de julgamento, pensamento e ação. Portanto, os pacientes devem evitar dirigir
veículos ou operar maquinário até que tenham certeza de que seu desempenho não foi
afetado.
Uso geriátrico: Não foram observadas diferenças na segurança e eficácia entre pacientes
idosos e jovens. Outros relatos de experiências clínicas não identificaram diferenças nas
respostas de pacientes jovens ou idosos, mas uma sensibilidade maior de alguns indivíduos
Drogas metabolizadas pelo citocromo P4502D6: Devido ao potencial de a fluoxetina em
inibir a isoenzima do citocromo P4502D6, o tratamento com drogas predominantemente
metabolizadas pelo sistema CYP2D6 e que tenham um índice terapêutico estreito deve ser
iniciado com o limite mais baixo de dose, caso o paciente esteja recebendo a fluoxetina
concomitantemente ou a tenha recebido nas cinco semanas anteriores. Se a fluoxetina for
adicionada ao tratamento de um paciente que já esteja recebendo uma droga metabolizada
pelo CYP2D6, a necessidade de diminuição da dose da medicação original deve ser
considerada.
Drogas com ação no sistema nervoso central: Foram observadas alterações nos níveis
sanguíneos de fenitoína, carbamazepina, haloperidol, clozapina, diazepam, alprazolam,
lítio, imipramina e desipramina e, em alguns casos, manifestações clínicas de toxicidade.
Deve ser considerado o uso de esquemas conservadores de titulação de drogas
concomitantes e monitoração do estado clínico. O uso concomitante de outras drogas com
atividade serotoninérgica (ex: inibidores seletivos da recaptação da serotonina, inibidores
seletivos da recaptação da noradrenalina, triptanos ou tramadol) podem resultar numa
síndrome serotoninérgica.
Ligação às proteínas do plasma: Devido ao fato de a fluoxetina estar firmemente ligada
às proteínas do plasma, a administração de a fluoxetina a um paciente que esteja tomando
outra droga que seja firmemente ligada à proteína pode causar uma mudança nas
concentrações plasmáticas da mesma.
Varfarina: Efeitos anticoagulantes alterados (valores de laboratório e/ou sinais clínicos e
sintomas), incluindo sangramento, sem um padrão consistente, foram reportados com pouca
frequência quando fluoxetina e varfarina foram coadministrados. Com a mesma prudência
do uso concomitante de varfarina com muitas outras drogas, os pacientes em tratamento
com varfarina devem ser cuidadosamente monitorados quanto à coagulação quando se
inicia ou interrompe o tratamento com a fluoxetina.
Tratamento eletroconvulsivo: Houve raros relatos de convulsões prolongadas em
pacientes usando fluoxetina e que receberam tratamento eletroconvulsivo.
Meia-vida de eliminação: Devido ao fato de a fluoxetina e de seu principal metabólito, a
norfluoxetina, possuírem uma longa meia-vida de eliminação, a administração de drogas
que interajam com essas substâncias pode produzir consequências ao paciente após a
interrupção do tratamento com a fluoxetina.
Tioridazina: Devido ao risco de arritmias ventriculares graves e de morte súbita,
potencialmente associada com uma elevação dos níveis de tioridazina, não deve ser
realizada a administração concomitante de tioridazina com a fluoxetina ou, deve-se
aguardar no mínimo 5 semanas após o término do tratamento com a fluoxetina para se
administrar a tioridazina.
Drogas que interferem na homeostase (anti-inflamatórios não esteroidais – AINEs,
ácido acetilsalicílico, varfarina, etc.): A liberação de serotonina pelas plaquetas
desempenha um papel importante na homeostase. Estudos epidemiológicos, caso-controle e
coorte têm demonstrado uma associação entre o uso de drogas psicotrópicas (que
interferem na recaptação da serotonina) e a ocorrência de aumento de sangramento
gastrintestinal, que também tem sido demonstrado durante o uso concomitante de uma
droga psicotrópica com um AINE ou ácido acetilsalicílico. Portanto, os pacientes devem ser
advertidos sobre o uso concomitante destas drogas com a fluoxetina.
Álcool: Em testes formais, a fluoxetina não aumenta os níveis de álcool no sangue ou
também não intensifica os efeitos do álcool. Entretanto, a combinação do tratamento de
inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS) e álcool não é aconselhável.
Alimentos: A fluoxetina pode ser administrada com alimentos sem que interações
medicamentosas ocorram.
Ervas medicinais: Assim como outros ISRS, Hypericum perforatum pode interagir com a
fluoxetina, aumentando os efeitos adversos, como a síndrome serotoninérgica.
Nicotina: Não há estudos que relatam a possibilidade de interação entre fluoxetina e
nicotina.
Exames laboratoriais e não laboratoriais: Não há estudos em humanos a respeito desta
interação.
DURANTE O CONSUMO ESTE PRODUTO DEVE SER MANTIDO NO CARTUCHO
DE CARTOLINA, CONSERVADO EM TEMPERATURA AMBIENTE (15 A 30°C).
PROTEGER DA LUZ E UMIDADE.
Este medicamento tem validade de 24 meses a partir da data de sua fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem
original.
Aspectos físicos: a fluoxetina é apresentada na forma de cápsulas brancas.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
A fluoxetina deve ser administrada por via oral e pode ser tomado independente das
refeições.
Caso o paciente deixe de tomar uma dose, deverá tomá-la assim que possível.
Não tomar mais que a quantidade de fluoxetina recomendada para período de 24 horas.
Depressão: A dose recomendada é de 20mg/dia.
Bulimia Nervosa: A dose recomendada é de 60mg/dia.
Transtorno Obsessivo-Compulsivo: A dose recomendada é de 20mg/dia a 60mg/dia.
Transtorno Disfórico Pré-menstrual: A dose recomendada é de 20mg/dia administrada
continuamente (durante todos os dias do ciclo menstrual) ou intermitentemente (isto é, uso
diário, com início 14 dias antes do início previsto da menstruação, até o primeiro dia do
fluxo menstrual. A dose deverá ser repetida a cada novo ciclo menstrual).
Para todas as indicações: A dose recomendada pode ser aumentada ou diminuída. Doses
acima de 80mg/dia não foram sistematicamente avaliadas.
Idade: Não há dados que demonstrem a necessidade de doses alternativas tendo como base
somente a idade do paciente.
Doenças e/ou terapias concomitantes: Uma dose mais baixa ou menos frequente deve ser
considerada em pacientes com comprometimento hepático, doenças concomitantes ou
naqueles que estejam tomando vários medicamentos.
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
Como reportado com outros antidepressivos ISRS, foram relatadas as seguintes reações
adversas com fluoxetina:
Reação muito comum (> 1/10): diarreia, náusea, fadiga (incluindo astenia), dor de cabeça
e insônia (incluindo despertar cedo, insônia inicial e insônia de manutenção).
Reação comum (> 1/100 e ≤ 1/10): palpitações, visão turva, boca seca, dispepsia, vômitos,
calafrios, sensação de tremor, diminuição de peso, prolongamento do intervalo QT (QTcF ≥
450 mseg), diminuição do apetite (incluindo anorexia), distúrbio de atenção, vertigem,
disgeusia, letargia, sonolência (incluindo hipersonia e sedação), tremor, sonhos anormais
(incluindo pesadelos), ansiedade, diminuição da libido (incluindo perda da libido),
nervosismo, impaciência, distúrbio do sono, tensão, micções frequentes (incluindo
polaciúria), distúrbios da ejaculação (incluindo falha na ejaculação, disfunção da
ejaculação, ejaculação precoce, retardo na ejaculação e ejaculação retrógrada), sangramento
ginecológico (incluindo hemorragia no colo uterino, disfunção do sangramento uterino,
hemorragia genital, menometrorragia, menorragia, metrorragia, polimenorreia, hemorragia
pós-menopausal, hemorragia uterina e hemorragia vaginal), disfunção erétil, bocejo,
hiperidrose, prurido, erupção cutânea (incluindo 9 eritema, erupção cutânea esfoliativa,
erupção cutânea provocada pelo calor, erupção cutânea, erupção cutânea eritematosa,
erupção cutânea folicular, erupção cutânea generalizada, erupção cutânea macular, erupção
cutânea máculo-papular, erupção cutânea morbiliforme, erupção cutânea papular, erupção
cutânea prurítica, erupção cutânea vesicular e erupção cutânea eritematosa no cordão
umbilical), urticária e rubor (incluindo fogachos).
Reação incomum (> 1/1.000 e ≤ 1/100): midríase, disfagia, sensação de anormalidade,
sensação de frio, sensação de calor, mal-estar, contusão, contração muscular, inquietação
psicomotora, ataxia, distúrbios do equilíbrio, bruxismo, discinesia, mioclonia,
despersonalização, humor elevado, humor eufórico, alteração do orgasmo (incluindo
anorgasmia), pensamento anormal, disúria, alopecia, suor frio, tendência aumentada para
contusão e hipotensão.
Reação rara (> 1/10.000 e ≤ 1/1.000): dor esofágica, reação anafilática, doença do soro,
síndrome buco-glossal, convulsão, hipomania, mania, angioedema, equimose, reação de
fotossensibilidade, vasculite e vasodilatação.
Não relatados: distúrbios na micção.
Relatos pós-comercialização: secreção inapropriada do hormônio antidiurético, hepatite
idiossincrática muito rara, síndrome serotoninérgica, priapismo, eritema multiforme,
comprometimento da memória, disfunção sexual (ocasionalmente persistindo após a
descontinuação do uso), sangramento gastrintestinal [incluindo hemorragia das varizes
esofágicas, sangramento gengival e da boca, hematêmese, hematoquezia, hematomas (intra-
abdominal e peritoneal), hemorragia (anal, esofágica, gástrica, gastrintestinal superior e
inferior, hemorroidal, peritoneal e retal), diarreia hemorrágica e enterocolites, diverticulite
hemorrágica, gastrite hemorrágica, melena e úlcera hemorrágica (esofágica, gástrica e
duodenal)], galactorreia e hiperprolactinemia.
Em caso de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância
Sanitária – NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm,
ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
Sintomas: Os casos de superdose de fluoxetina isolada geralmente têm uma evolução
favorável. Os sintomas de superdose incluem náusea, vômito, convulsões, disfunção
cardiovascular variando desde arritmias assintomáticas (incluindo ritmo nodal e arritmias
ventriculares) ou indicativo de alterações no ECG do prolongamento do QTc até parada
cardíaca (incluindo muitos casos raros de Torsade de Pointes), disfunção pulmonar e sinais
de alteração do sistema nervoso central (variando de excitação ao coma). Os relatos de
morte por superdose de fluoxetina isolada têm sido extremamente raros.
Tratamento: Recomenda-se a monitoração dos sinais cardíacos e vitais, junto com as
medidas sintomáticas gerais e de suporte. Não é conhecido antídoto específico. A diurese
forçada, diálise, hemoperfusão e transfusão provavelmente não serão benéficas. No
tratamento da superdose deve ser considerada a possibilidade do envolvimento de múltiplas
drogas.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.