Bula do Cloridrato de Sotalol para o Profissional

Bula do Cloridrato de Sotalol produzido pelo laboratorio Biosintética Farmacêutica Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento

O conteúdo abaixo foi extraído automaticamente da bula original disponibilizada no portal da ANVISA.

Bula do Cloridrato de Sotalol
Biosintética Farmacêutica Ltda - Profissional

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BULA COMPLETA DO CLORIDRATO DE SOTALOL PARA O PROFISSIONAL

 

cloridrato de sotalol

Biosintética Farmacêutica Ltda.

comprimidos

120 mg e 160 mg

cloridrato de sotalol_BU 01_VPS

BULA PARA PROFISSIONAL DA SAÚDE

Bula de acordo com a Resolução-RDC nº 47/2009

I- IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO

Medicamento genérico Lei nº 9.787, de 1999

Comprimidos

APRESENTAÇÕES

Comprimidos de 120 mg: embalagens com 30 comprimidos.

Comprimidos de 160 mg: embalagens com 20 comprimidos.

USO ORAL

USO ADULTO

COMPOSIÇÃO

II. INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

1. INDICAÇÕES

O cloridrato de sotalol é indicado no tratamento de:

Arritmias

- Taquiarritmia ventricular grave1

.

- Taquiarritmia ventricular não-sustentada sintomática2

e contrações ventriculares prematuras

sintomáticas3

- Profilaxia da taquicardia atrial paroxística4

, fibrilação atrial paroxística5

, taquicardia

paroxística do nó atrioventricular reentrante6

, taquicardia atrioventricular paroxística reentrante

por vias acessórias7

e taquicardia supraventricular paroxística8

após cirurgia cardíaca.

- Manutenção do ritmo sinusal normal após a conversão da fibrilação ou flutter atrial.

- Controle do índice ventricular em pacientes com fibrilação atrial crônica ou flutter atrial9

- Arritmias causadas por excesso de catecolaminas circulantes10

e aquelas devido ao aumento da

sensibilidade às catecolaminas11

Nenhum medicamento antiarrítmico tem demonstrado reduzir a incidência de morte súbita em

pacientes com arritmias supraventricular ou ventricular assintomática. Uma vez que a maioria

dos medicamentos antiarrítmicos têm potencial pró-arrítmico ou para aumentar a incidência de

morte súbita, os médicos devem considerar cautelosamente os riscos e os benefícios da terapia

antiarrítmica nestes pacientes.

Angina Pectoris12

O cloridrato de sotalol reduz a incidência e severidade dos ataques de angina e aumenta a

tolerância ao exercício.

Pode ser usado em todos os casos de angina pectoris incluindo casos severos e intratáveis.

Pós-Infarto do Miocárdio

O cloridrato de sotalol quando administrado dentro de 5 a 14 dias do infarto agudo do

miocárdio13

, produz uma significante redução no índice de reinfarto, e uma tendência de

mortalidade mais baixa durante o primeiro ano após o infarto (vide 5. ADVERTÊNCIAS E

PRECAUÇÕES/Infarto do miocárdio recente).

1, 2

CID I47.2 – Taquicardia ventricular

3

CID I49.3 – Despolarização ventricular prematura

4

CID I47 – Taquicardia paroxística

cloridrato de sotalol_BU 01_VPS

6, 7

CID R00 - Anormalidades do batimento cardíaco

5, 9

CID I48 – “Flutter” e fibrilação atrial

8, 10, 11

CID I47.1 – Taquicardia supraventricular

12

CID I20 – Angina pectoris

13

CID I21 – Infarto agudo do miocárdio

2. RESULTADOS DE EFICÁCIA

O estudo ESVEM (Estudo de Monitorização Eletrofisiológica versus Monitorização

Eletrocardiográfica) foi desenhado para comparar a escolha da terapia antiarrítmica (sotalol,

procainamida, quinidina, mexiletina, propafenona, imipramina e pirmenol) através da supressão

da estimulação elétrica programada (PES) contra pacientes selecionados pela monitorização por

Holter com história de taquicardia ventricular sustentada (TV)/fibrilação ventricular (FV) cuja

TV/FV também foram induzidos pelo PES e CVP (Contração Ventricular Prematura) de 10

batimentos/hora registrado pela monitorização do Holter. A resposta aguda global, limitada ao

primeiro fármaco randomizado, foi 39% para o sotalol e 30% para os outros fármacos juntos. O

índice de resposta aguda para o primeiro fármaco randomizado, usando a supressão da indução

do PES, foi de 36% para o sotalol contra uma média de 13% para os outros fármacos juntos.

Usando os resultados da monitorização por Holter, o sotalol obteve 41% de resposta contra 45%

para os outros fármacos combinados. Entre aqueles que responderam à terapia de longo prazo, o

sotalol foi identificado, de forma marcante, como eficaz quando comparado aos outros fármacos

juntos, obtendo a mais baixa mortalidade de 2 anos (13% contra 22%), o mais baixo índice de

recorrência de taquicardia ventricular em dois anos (30% contra 60%) e o mais baixo índice de

descontaminação (38% contra 75% a 80%). As doses de sotalol mais comumente usadas foram

320 a 480 mg/dia (66% dos pacientes), com 16% recebendo menor ou igual a 240 mg/dia e 18%

recebendo maior ou igual a 640 mg/dia.

3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS

O cloridrato de sotalol, a mistura racêmica de d- e l- cloridrato de sotalol, é um agente

bloqueador beta-adrenoreceptor com propriedades antiarrítmicas classe III de Vaughan

Willians, apresentado na forma de comprimidos para administração oral.

Propriedades Farmacodinâmicas

Mecanismo de ação

O cloridrato de sotalol é um agente bloqueador de receptor beta-adrenérgico não-seletivo, que

atua nos receptores beta 1 e beta 2, destituído de atividade simpatomimética intrínseca (ISA) e

atividade estabilizadora de membrana (MSA). O cloridrato de sotalol inibe a liberação de

renina.

Sua atividade bloqueadora beta-adrenérgica causa uma redução na frequência cardíaca (efeito

cronotrópico negativo) e uma limitada redução na força de contração (efeito inotrópico

negativo). Estas alterações no coração reduzem o consumo de oxigênio no miocárdio e o

trabalho cardíaco.

O cloridrato de sotalol tem propriedades antiarrítmicas de bloqueio do receptor beta-adrenérgico

(classe II de Vaughan Willians) e de prolongamento da duração do potencial de ação cardíaco

(classe III de Vaughan Willians).

As propriedades classe II e III podem ser refletidas no eletrocardiograma pelo prolongamento

dos intervalos PR, QT e QTc (intervalo QT corrigido pela frequência cardíaca) sem alteração

significante na duração do intervalo QRS.

Os isômeros d- e l- do cloridrato de sotalol têm efeitos antiarrítmicos similares a Classe III

enquanto que o isômero l- é virtualmente o responsável por toda a atividade beta-bloqueadora.

Embora possa ocorrer um betabloqueio significativo com doses orais tão baixas como 25 mg, os

efeitos classe III são, em geral, observados com doses diárias maiores de 160 mg.

Hemodinâmica

Em homens, cloridrato de sotalol produz reduções consistentes na frequência e débitos

cardíacos, sem redução no volume sistólico.

cloridrato de sotalol_BU 01_VPS

O cloridrato de sotalol causa pouca ou nenhuma alteração na pressão sanguínea sistêmica em

pacientes normotensos, e não foi observada alteração significante na pressão vascular pulmonar.

Em pacientes hipertensos, o cloridrato de sotalol produz reduções significantes nas pressões

sistólica e diastólica. Embora o cloridrato de sotalol seja geralmente bem tolerado

hemodinamicamente, deve-se ter cautela em pacientes com reserva cardíaca limítrofe, visto que

pode ocorrer deterioração na função cardíaca.

Eletrofisiologia

No homem, os efeitos eletrofisiológicos (betabloqueio) de classe II do cloridrato de sotaolol se

manifestam através do aumento da duração do ciclo sinusal (frequência cardíaca lenta -

bradicardia), diminuição da condução nodal atrioventricular e aumento da refratariedade nodal

atrioventricular. Os efeitos eletrofisiológicos de classe III incluem prolongamentos dos

potenciais de ação monofásico atrial e ventricular, e prolongamento do período refratário efetivo

dos músculos atrial, ventricular, e das vias acessórias atrioventriculares (onde houver) nas

direções anterógrada e retrógrada. Com doses orais de 160 a 640 mg/dia, o eletrocardiograma

pode mostrar aumentos médios relacionados à dose de 40 a 100 mseg no intervalo QT e 10 a 40

mseg no intervalo QTc (vide 5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES). Não foi observada

nenhuma alteração significativa no intervalo QRS.

Propriedades Farmacocinéticas

Após administração oral, os níveis máximos são alcançados em 2,5 a 4 horas, e o estado de

equilíbrio dos níveis plasmáticos são atingidos dentro de 2 a 3 dias. A absorção é reduzida em

aproximadamente 20%, quando administrado com uma refeição padrão, em comparação às

condições de jejum.

O cloridrato de sotalol não se liga às proteínas plasmáticas e não é metabolizado. A principal via

de eliminação é a renal. Aproximadamente 80% a 90% da dose é eliminada na urina de forma

inalterada, enquanto que o restante é eliminado nas fezes. Doses mais baixas são necessárias em

condições de comprometimento renal (vide 5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES/Infarto

do miocárdio recente). A idade não altera significantemente a farmacocinética, embora a

função renal comprometida em pacientes geriátricos possa diminuir o índice de eliminação,

resultando em aumento do acúmulo de fármaco.

4. CONTRAINDICAÇÕES

O cloridrato de sotalol é contraindicado em pacientes com:

- asma brônquica ou doença obstrutiva crônica das vias aéreas.

- evidências de hipersensibilidade prévia ao cloridrato de sotalol.

- choque cardiogênico.

- anestesia que produza depressão do miocárdio.

- bradicardia sinusal sintomática.

- síndrome da doença do nó sinusal, bloqueio atrioventricular de segundo e terceiro graus, a

menos que esteja usando um marcapasso funcionante.

- insuficiência cardíaca congestiva não controlada.

- insuficiência renal.

- síndrome do QT longo congênita ou adquirida.

5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES

Pró-arritmia

Os efeitos adversos mais perigosos dos fármacos antiarrítmicos é o agravamento das arritmias

pré-existentes ou a indução de novas arritmias. Os fármacos que prolongam o intervalo QT

podem causar torsades de pointes, uma taquicardia ventricular polimórfica associada com o

prolongamento do intervalo QT. A experiência até o momento indica que o risco de torsades de

pointes está associado com o prolongamento do intervalo QT, redução da frequência cardíaca,

redução do potássio e magnésio sérico (p. ex. como consequência do uso de diurético), altas

concentrações plasmáticas do fármaco (p. ex. como consequência de superdose ou insuficiência

renal) e com o uso concomitante de sotalol e outras medicações tais como antidepressivos e

cloridrato de sotalol_BU 01_VPS

antiarrítmicos de classe I, os quais foram associados com torsades de pointes. As mulheres

parecem ter o risco de desenvolvimento de torsades de pointes aumentado. Monitorização do

eletrocardiograma imediatamente antes ou após o episódio geralmente revela intervalos QT e

QTc significativamente prolongados. Nos estudos clínicos o uso de cloridrato de sotalol, em

geral, não foi iniciado em pacientes cujo intervalo QTc do pré-tratamento tenha excedido 450

mseg.

O cloridrato de sotalol deve ser titulado muito cautelosamente em pacientes com intervalos QT

prolongados.

O torsades de pointes é dependente da dose e, em geral, ocorre precocemente após o início da

terapia ou no escalonamento da dose e termina de forma espontânea na maioria dos pacientes.

Embora a maioria dos episódios de torsades de pointes sejam auto limitados ou associados com

sintomas (p. ex. síncope), eles podem progredir para fibrilação ventricular.

Durante os estudos clínicos, 4,3% dos 3257 pacientes com arritmias experimentaram novos

episódios ou agravamento de arritmia ventricular, incluindo taquicardia ventricular sustentada

(aproximadamente 1%) e torsades de pointes (2,4%). Além disso, em aproximadamente 1% dos

pacientes, as mortes foram consideradas possivelmente relacionadas ao fármaco. Em pacientes

com outras arritmias ventriculares e supraventriculares menos sérias, a incidência de torsades de

pointes foi 1% e 1,4%, respectivamente.

Pró-arritmias graves incluindo torsades de pointes estavam relacionadas com a dose como

indicado abaixo:

PORCENTAGEM DE INCIDÊNCIA DE PRÓ-ARRITMIAS GRAVES*,

DE ACORDO COM A DOSE, EM PACIENTES COM TV/FV

DOSE DIÁRIA (mg) INCIDÊNCIA DE PRÓ-

ARRITIMIAS GRAVES*

PACIENTES (n)

1 – 80 0 0/72

81 – 160 0,5% 4/838

161 – 320 1,8% 17/960

321 – 480 4,5% 21/471

481 – 640 4,6% 15/371

> 640 6,8% 7/103

* TORSADE DE POINTES OU NOVA TV/FV SUSTENTADA

Outros fatores de risco para torsades de pointes foram o prolongamento excessivo do intervalo

QTc e história de cardiomegalia ou insuficiência cardíaca congestiva (ICC). Os pacientes com

taquicardia ventricular sustentada e história de ICC tiveram um risco mais alto de pró-arritmia

grave (7%). Eventos pró-arrítmicos devem ser esperados não somente no início da terapia, mas

com cada ajuste crescente de dose; os eventos tendem a ocorrer dentro de 7 dias do início da

terapia ou com um aumento da dose.

Terapia inicial com 80 mg duas vezes ao dia com aumento gradual em consequência da

titulação da dose, reduz o risco de pró-arritmia (vide 8. POSOLOGIA E MODO DE USAR).

O cloridrato de sotalol deve ser usado com cautela caso o intervalo QTc seja maior que 500

mseg na terapia e deve-se considerar seriamente a redução da dose ou descontinuação da terapia

quando o intervalo QT exceder 550 mseg.

Devido aos múltiplos fatores de risco associados com o torsade de pointes, contudo, deve-se

usar de cautela com relação ao intervalo QTc.

Retirada repentina

Observou-se hipersensibilidade às catecolaminas nos pacientes onde ocorreu a retirada da

terapia com beta-bloqueadores. Casos ocasionais de agravamento da angina pectoris, arritmias

e, em alguns casos, infarto do miocárdio foram relatados após descontinuação repentina da

terapia com beta-bloqueadores.

Portanto, recomenda-se que, pacientes em uso crônico de cloridrato de sotalol devem ser

cuidadosamente monitorados quando da sua descontinuação, particularmente em pacientes com

isquemia cardíaca. Se possível a dose deve ser gradualmente reduzida em um período de uma a

duas semanas. Em razão da doença arterial coronariana ser comum e poder não ser reconhecida

em pacientes recebendo cloridrato de sotalol, a descontinuação repentina em pacientes com

arritmias pode deixar perceptível a insuficiência coronariana latente.

Insuficiência cardíaca congestiva

O beta-bloqueio pode levar à depressão da contratilidade do miocárdio e precipitar uma

insuficiência cardíaca mais severa. Recomenda-se cuidado quando do início da terapia em

pacientes com disfunção ventricular esquerda controlada pela terapia (p. ex. inibidor da ECA,

diuréticos, digitálicos, etc.). É conveniente uma dose inicial baixa e uma cuidadosa titulação de

dose.

Infarto do miocárdio recente

Em pacientes pós-infarto com função ventricular esquerda comprometida, deve-se considerar o

risco e o benefício da administração de sotalol. Uma cuidadosa monitorização e titulação de

dose são importantes durante o início e no acompanhamento da terapia. Os eventos adversos de

estudos clínicos envolvendo fármacos antiarrítmicos (isto é, aumento aparente na mortalidade)

sugerem que o cloridrato de sotalol deve ser evitado em pacientes com fração de ejeção do

ventrículo esquerdo menor ou igual a 40% sem arritmias ventriculares sérias.

Em um extenso estudo controlado em pacientes com infarto do miocárdio recente, sem

insuficiência cardíaca, que não tiveram necessariamente arritmias ventriculares, o tratamento

com cloridrato de sotalol oral foi associado com uma redução estatisticamente não significativa

do risco na mortalidade comparado ao grupo placebo (18%). Neste estudo pós-infarto usando

uma dose fixa de 320 mg uma vez ao dia e em um segundo estudo randomizado, pequeno, em

pacientes de alto risco pós-infartados com frações de ejeção do ventrículo esquerdo menor ou

igual a 40% tratados com altas doses (640 mg/dia), houve indícios de um excesso de mortes

precoces súbitas.

Distúrbios eletrolíticos

O cloridrato de sotalol não deve ser usado em pacientes com hipocalemia ou hipomagnesemia,

antes da correção do desequilíbrio; estas condições podem agravar o grau de prolongamento do

intervalo QT e aumentar o potencial para torsades de pointes. Atenção especial deve ser dada

para o balanço de eletrólitos e ácido-básico em pacientes com diarreia severa e prolongada ou

pacientes recebendo concomitantemente fármacos depletores de magnésio e/ou potássio.

Alterações eletrocardiográficas

Prolongamento excessivo do intervalo QT maior que 550 mseg pode ser um sinal de toxicidade

e deve ser evitado. Bradicardia sinusal (batimento cardíaco menor que 50 batimentos por

minuto) ocorreu com uma frequência de 13% em pacientes arrítmicos recebendo cloridrato de

sotalol nos ensaios clínicos. A bradicardia por si só aumenta o risco de torsades de pointes.

Pausa, parada e disfunção do nó sinusal ocorre em menos de 1% dos pacientes. A incidência de

bloqueio atrioventricular de 2ª ou 3ª grau é de aproximadamente 1%.

Anafilaxia

Pacientes com história de reação anafilática para uma variedade de alérgenos pode ter uma

reação mais severa com administrações repetidas enquanto recebendo beta-bloqueadores. Tais

pacientes podem não responder às doses usuais de epinefrina usadas para o tratamento de

reações alérgicas.

Anestesia

Recomenda-se cuidado com o uso de agentes bloqueadores do receptor beta-adrenérgico,

incluindo cloridrato de sotalol, em pacientes submetidos à cirurgia e em associação com

anestésicos que causem depressão do miocárdio, tais como ciclopropano e tricloroetileno.

Diabetes mellitus

Em pacientes com diabetes mellitus (especialmente diabetes instável) ou com história de

episódios de hipoglicemia espontânea, cloridrato de sotalol deve ser administrado com cautela

uma vez que o betabloqueador pode mascarar alguns sinais iniciais importantes de hipoglicemia

aguda, como por exemplo, taquicardia.

Tireotoxicose

Os beta-bloqueadores podem mascarar certos sinais clínicos (ex. taquicardia) de

hipertireoidismo.

Pacientes com suspeita de desenvolvimento de tireotoxicose devem ser tratados cuidadosamente

para evitar uma retirada repentina do beta-bloqueador, a qual pode ser seguida por um

agravamento dos sintomas de hipertireoidismo, incluindo crise tireotóxica.

Comprometimento hepático

Uma vez que o cloridrato de sotalol não está sujeito ao metabolismo de primeira passagem, os

pacientes com comprometimento hepático não demonstraram alteração na depuração do

cloridrato de sotalol.

Comprometimento renal

O cloridrato de sotalol é eliminado principalmente por via renal através de filtração glomerular e

em menor grau por secreção tubular. Há um relacionamento direto entre a função renal, medida

pela creatinina sérica ou pelo clearance de creatinina e a meia-vida de eliminação do cloridrato

de sotalol e sua excreção urinária. Um guia para dosagem em condições de comprometimento

renal é apresentado no item 8. POSOLOGIA E MODO DE USAR.

Psoríase

Fármacos beta-bloqueadores raramente têm sido relacionados ao aumento dos sintomas de

psoríase vulgar.

Gravidez

Embora não haja estudos adequados e bem controlados em mulheres grávidas, cloridrato de

sotalol demonstrou atravessar a placenta e é encontrado no líquido amniótico. Portanto,

cloridrato de sotalol somente deve ser usado durante a gravidez se o benefício potencial for

maior que o risco potencial.

Categoria de risco na gravidez: B

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou

do cirurgião-dentista.

Lactantes

O cloridrato de sotalol é excretado no leite de animais de laboratório e foi relatada sua presença

no leite humano.

Devido ao potencial de reações adversas do cloridrato de sotalol em lactentes, deve-se tomar a

decisão de interromper a amamentação ou descontinuar o medicamento, levando-se em conta a

importância do fármaco para a mãe.

Uso em idosos, crianças e outros grupos de risco

Uso pediátrico

A segurança e a eficácia do cloridrato de sotalol em crianças e adolescentes abaixo de 18 anos

não foram estabelecidas.

Uso geriátrico

Os agentes bloqueadores beta-adrenérgicos foram utilizados com segurança e eficácia em

pacientes idosos. Entretanto, pacientes idosos podem ser mais sensíveis a alguns efeitos

adversos destes agentes.

Os bloqueadores beta-adrenérgicos foram citados por causar ou exacerbar déficit mental no

idoso.

Entretanto, outras evidências sugerem que estes agentes não produzem letargia ou déficit mental

significante. É possível que a probabilidade de efeitos no sistema nervoso central (SNC) podem

estar relacionados à lipofilicidade dos bloqueadores beta-adrenérgicos. Entretanto, esta relação

não foi conclusivamente estabelecida.

Pacientes idosos são mais propensos a apresentar doença vascular periférica relacionada à idade,

a qual pode requerer cautela em pacientes recebendo bloqueadores beta-adrenérgicos. Além do

que, o risco do beta-bloqueador induzir à hipotermia pode estar aumentado em pacientes idosos.

Este medicamento pode causar doping.

Carcinogênese, mutagênese, prejuízo da fertilidade

Nenhuma evidência de potencial carcinogênico foi observada em ratos durante um estudo de 24

meses com uma dose aproximadamente 30 vezes (137-275 mg/kg/dia) a dose humana máxima

recomendada de sotalol ou em camundongos durante um estudo de 24 meses com uma dose

cerca de 450-750 vezes (4141-7122 mg/kg/dia) a dose oral humana.

Nenhuma redução significativa na fertilidade em ratos com doses orais de 1000 mg/kg/dia

(aproximadamente 100 vezes a dose máxima recomendada para humanos) antes do

6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

Antiarrítmicos: fármacos antiarrítmicos da classe Ia, tais como disopiramida, quinidina e

procainamida e outros fármacos da classe III (ex. amiodarona) não são recomendadas como

terapia concomitante com cloridrato de sotalol, devido ao seu potencial de prolongar a

refratariedade (vide 5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES). O uso concomitante de outros

agentes beta-bloqueadores com cloridrato de sotalol pode resultar em efeitos aditivos classe II.

Diuréticos depletores de potássio: hipocalemia ou hipomagnesemia podem ocorrer,

aumentando o potencial de torsades de pointes (vide 5. ADVERTÊNCIAS E

PRECAUÇÕES/distúrbios eletrolíticos).

Fármacos que prolongam o intervalo QT: O cloridrato de sotalol deve ser administrado com

extrema cautela em conjunto com outros fármacos conhecidos por prolongar o intervalo QT tais

como os agentes antiarrítmicos da classe I, fenotiazinas, antidepressivos tricíclicos, terfenadina,

astemizola e certos antibióticos quinolônicos (vide 5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES).

Digoxina: doses únicas ou múltiplas de cloridrato de sotalol não afetam significativamente os

níveis séricos de digoxina. Eventos pró-arrítmicos foram mais comuns nos pacientes tratados

com sotalol e também recebendo digoxina; no entanto, isto pode estar relacionado à presença de

insuficiência cardíaca congestiva, um conhecido fator de risco da pró-arritmia, no paciente

recebendo digoxina.

Bloqueadores dos canais de cálcio: a administração concomitante de agentes beta-

bloqueadores e bloqueadores de canais de cálcio resultaram em hipotensão, bradicardia,

distúrbios de condução e insuficiência cardíaca. Os beta-bloqueadores devem ser evitados em

associação com bloqueadores dos canais de cálcio cardiodepressores como verapamil e

diltiazem) devido aos efeitos aditivos na condução átrio-ventricular e na função ventricular.

Agentes depletores de catecolaminas: o uso concomitante de fármacos depletores de

catecolaminas como reserpina e guanitidina, com um beta-bloqueador pode produzir uma

redução excessiva do tônus nervoso simpático em repouso. Pacientes devem ser estritamente

cloridrato de sotalol_BU 01_VPS

monitorizados com relação a evidências de hipotensão e/ou bradicardia acentuada, os quais

podem produzir síncope.

Insulina e hipoglicemiantes orais: pode ocorrer hiperglicemia, e a dosagem do fármaco

antidiabético pode necessitar de ajuste. Os sintomas de hipoglicemia podem ser mascarados

pelo cloridrato de sotalol.

Estimulantes do receptor beta-2: os beta-agonistas como salbutamol, terbutalina e

isoprenalina podem necessitar de doses aumentadas quando usados concomitantemente com

cloridrato de sotalol (vide 4. CONTRAINDICAÇÕES).

Clonidina: os fármacos beta-bloqueadores podem potencializar a hipertensão rebote, algumas

vezes observada após a descontinuação da clonidina; portanto, o beta-bloqueador deve ser

vagarosamente descontinuado vários dias antes da retirada gradual da clonidina.

Interação Fármaco/Exames Laboratoriais: a presença de sotalol na urina pode resultar em

níveis falso-positivos elevados de metanefrina quando medidos por métodos fotométricos.

Pacientes com suspeita de feocromocitoma e que são tratados com sotalol devem ter sua urina

analisada através de cromatografia líquida de alta performance (HPLC) com extração em fase

sólida.

7. CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO

O cloridrato de sotalol deve ser conservado em temperatura ambiente (entre 15 e 30ºC),

protegido da luz e umidade. Manter o frasco bem fechado.

Prazo de validade: 24 meses após a data de fabricação.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem

original.

Características Físicas e Organolépticas

Os comprimidos de cloridrato de sotalol 120 mg são oblongos, de cor azul claro e biconvexo.

Os comprimidos de cloridrato de sotalol 160 mg são oblongos, de cor azul claro e biconvexo.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

8. POSOLOGIA E MODO DE USAR

O cloridrato de sotalol comprimidos deve ser administrado preferencialmente, 1 a 2 horas antes

das refeições.

Posologia

Pacientes apresentando bradicardia ou hipotensão excessiva no início da administração de

cloridrato de sotalol devem ter sua terapia suspensa; O cloridrato de sotalol pode ser

reintroduzido mais tarde em doses mais baixas.

Uma redução de dose pode também ser recomendável para aliviar sintomas de fraqueza e

tonturas em casos onde a pressão arterial permaneça baixa após mais de um mês de terapia.

Arritmias

Como os demais agentes antiarrítmicos, cloridrato de sotalol deve ser iniciado e ter suas doses

aumentadas em local onde haja possibilidade de monitorização e de avaliação do ritmo cardíaco.

A dose deve ser individualizada para cada paciente com base na resposta terapêutica e

tolerância. Eventos pró-arrítmicos podem ocorrer, não somente no início da terapia, mas

também com cada aumento durante o ajuste da dose.

cloridrato de sotalol_BU 01_VPS

A dosagem de cloridrato de sotalol deve ser ajustada gradualmente com 2 a 3 dias entre os

aumentos de dose a fim de se atingir o estado de equilíbrio e continuar monitorando o intervalo

QT. O ajuste gradual da dose ajudará a prevenir o uso de doses que sejam mais altas do que as

necessárias para controlar a arritmia. O esquema de dosagem inicial recomendado é 160 mg/dia,

administrado em duas doses divididas com intervalos de aproximadamente 12 horas. Esta dose

pode ser aumentada para 240 mg ou 320 mg/dia, se necessário, após avaliação adequada. Na

maioria dos pacientes, a resposta terapêutica é obtida com uma dose total diária de 160 a 320

mg/dia, administrado em duas doses divididas. Alguns pacientes com arritmias ventriculares

refratárias com risco de vida podem necessitar doses tão altas como 480 a 640 mg/dia; no

entanto, estas doses devem ser prescritas somente quando o benefício potencial exceder o

aumento do risco de eventos adversos, particularmente pró-arritmias.

Devido à longa meia-vida de eliminação do cloridrato de sotalol, posologia maior que duas

vezes ao dia não é geralmente necessária.

NOTA: Antes do início da terapia com cloridrato de sotalol, agentes antiarrítmicos prévios

devem ser interrompidos sob cuidadoso monitoramento, por um período mínimo de 2 a 4 meia-

vidas do fármaco, se as condições clínicas do paciente permitirem. Após descontinuação de

amiodarona, cloridrato de sotalol não deve ser iniciado até que o intervalo QTc seja menor que

450 MSEG (VIDE 5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES). O TRATAMENTO FOI INICIADO EM

alguns pacientes recebendo lidocaína intravenosa sem efeito prejudicial.

Angina pectoris / Pós-infarto do miocárdio

Recomenda-se que o início do tratamento em pacientes com cardiomiopatia ou insuficiência

cardíaca congestiva seja realizado em um ambiente hospitalar.

Dose inicial: 160 mg por dia em dose única.

Após a 1ª semana de tratamento, a dose inicial poderá ser aumentada, se necessário, em até

80mg por semana. A rapidez pela qual a dose é aumentada depende da tolerância do paciente,

em particular, medida pelo grau de bradicardia induzida e resposta clínica. Devido a sua meia-

vida relativamente longa, cloridrato de sotalol é eficaz na maioria dos pacientes quando

administrado uma vez ao dia.

Faixa de dosagem: 160-320 mg/diários.

Pacientes com insuficiência renal

Devido o cloridrato de sotalol ser excretado predominantemente na urina e sua meia-vida de

eliminação final ser prolongada na insuficiência renal, a dosagem de cloridrato de sotalol deve

ser reduzida quando a creatinina sérica for maior que 120 μmol/L de acordo com a seguinte

tabela:

Creatinina Sérica

(μmol/L) mg/dL Dose

Recomendada

<120

≥120-200

≥200-300

≥300-500

<1,2

≥1,2 - <2,3

≥2,3 - <3,4

≥3,4 - <5,7

Dose Normal de

Cloridrato de sotalol

3/4 da Dose Normal

1/2 da Dose Normal

1/4 da Dose Normal

A seguir tabela de dosagem para pacientes com insuficiência renal baseada nos resultados de

clearance de creatinina. Caso a dose recomendada pela creatinina sérica seja diferente da dose

recomendada pelo clearance de creatinina, administrar a dose de acordo com o clearance de

creatinina.

cloridrato de sotalol_BU 01_VPS

clearance de creatinina (mL/min) Dose Recomendada

> 60 Dose Normal de cloridrato de sotalol

30 – 60 1/2 da Dose Normal

10 – 30 1/4 da Dose Normal

< 10 Evitar ou Usar com cautela

O cloridrato de sotalol deve ser evitado ou usado com cautela em pacientes com função renal

gravemente diminuída (clearance de creatinina < 10 mL/mim).

Para segurança e eficácia desta apresentação, cloridrato de sotalol comprimidos não dever ser

administrado por vias não recomendadas. A administração deve ser somente pela via oral.

9. REAÇÕES ADVERSAS

O cloridrato de sotalol é bem tolerado na maioria dos pacientes, com os eventos adversos mais

frequentes originados de suas propriedades beta-bloqueadoras. Os eventos adversos são

geralmente transitórios e raramente necessitam de interrupção ou retirada do tratamento. Estes

eventos incluem dispneia, fadiga, tonturas, cefaleia, febre, bradicardia excessiva e/ou

hipotensão. Caso ocorram, estes efeitos adversos geralmente desaparecem quando a dose é

reduzida.

Os eventos adversos mais significativos, no entanto, são aqueles devido à pró-arritmia incluindo

torsades de pointes.

Uso em arritmias

Nos estudos clínicos, 3256 pacientes com arritmias cardíacas (1363 com taquicardia ventricular

sustentada) receberam cloridrato de sotalol oral, dos quais 2451 receberam o fármaco por pelo

menos duas semanas. Os eventos adversos mais significativos foram torsades de pointes e outras

novas arritmias ventriculares graves (vide 5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES), as quais

ocorreram nos seguintes índices:

População de pacientes

TV/FV

n = 1363

TVNS/CV

n = 946

AVS

n = 947

Torsades de Pointes

TV/FV sustentada

4,1%

1,2%

1,0%

0,7%

1,4%

0,3%

TV= TAQUICARDIA VENTRICULAR

FV= FIBRILAÇÃO VENTRICULAR

TVNS= TAQUICARDIA VENTRICULAR NÃO SUSTENTADA

CVP= CONTRAÇÃO VENTRICULAR PREMATURA

ASV= ARRITMIA SUPRAVENTRICULAR

De forma geral, a descontinuação em razão de eventos adversos intoleráveis foi necessária em

18% de todos os pacientes nos estudos de arritmia cardíaca. Os eventos adversos mais comuns

que levaram a uma descontinuação do cloridrato de sotalol foram: fadiga 4%, bradicardia (< 50

bpm) 3%, dispneia 3%, próarritmia 2%, astenia 2% e tonturas 2%.

cloridrato de sotalol_BU 01_VPS

Os eventos adversos a seguir são considerados relacionados à terapia, ocorrendo em 1% ou mais

dos pacientes tratados com cloridrato de sotalol:

Reações comuns (≥1/100 e < 1/10):

Cardiovascular: bradicardia, dispneia, dor no peito, palpitações, edema, anormalidades no

eletrocardiograma, hipotensão, pró-arritmia, síncope, insuficiência cardíaca, pré-síncope,

torsade de pointes.

Dermatológico: erupção cutânea.

Gastrointestinal: náuseas/vômitos, diarreia, dispepsia, dor abdominal e flatulência.

Músculo-esquelético: cãibras.

Nervoso/psiquiátrico: fadiga, tontura, astenia, delírio, cefaleia, distúrbios do sono, depressão,

parestesia, alterações do humor, ansiedade e disgeusia.

Urogenital: disfunção sexual.

Sentidos especiais: distúrbios visuais, anormalidades no paladar e distúrbios auditivos.

Orgânicos gerais: febre.

Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância

Sanitária-NOTIVISA, disponível em http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm,

ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.

Cuidado! Todas as informações contidas neste site têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.