Bula do Cloridrato de Vancomicina para o Profissional

Bula do Cloridrato de Vancomicina produzido pelo laboratorio Laboratório Teuto Brasileiro S/a
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento

O conteúdo abaixo foi extraído automaticamente da bula original disponibilizada no portal da ANVISA.

Bula do Cloridrato de Vancomicina
Laboratório Teuto Brasileiro S/a - Profissional

Download
BULA COMPLETA DO CLORIDRATO DE VANCOMICINA PARA O PROFISSIONAL

cloridrato de vancomicina

Pó liofilizado para solução injetável 500mg

MODELO DE BULA COM INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS

PROFISSIONAIS DE SAÚDE

Medicamento genérico Lei nº 9.787, de 1999.

APRESENTAÇÕES

Embalagens contendo 1 e 50 frascos-ampola.

USO INTRAVENOSO

USO ADULTO E PEDIÁTRICO

COMPOSIÇÃO

Cada frasco-ampola contém:

cloridrato de vancomicina (equivalente a 500mg de vancomicina)............................512,6mg

INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

1. INDICAÇÕES

A vancomicina é indicada para o tratamento de infecções graves causadas por cepas de

Staphylococcus aureus resistentes à meticilina (resistentes a betalactâmicos), mas

suscetíveis à vancomicina.

A vancomicina é indicada também para o tratamento de infecções causadas por outros

microrganismos Gram-positivos suscetíveis à vancomicina em pacientes alérgicos à

penicilina; pacientes que não podem receber ou não responderam a outras drogas, incluindo

penicilinas ou cefalosporinas, e para o tratamento de infecções graves causadas por

microrganismos suscetíveis à vancomicina e resistentes a outros antimicrobianos.

Sua efetividade tem sido demonstrada no tratamento de septicemia, infecções ósseas,

infecções do trato respiratório inferior e infecções na pele e estruturas da pele. Quando as

infecções e stafilocócicas são localizadas e purulentas, os antibióticos são usados como

auxiliares às medidas cirúrgicas apropriadas.

A vancomicina é eficaz no tratamento de endocardite estafilocócica. Sua efetividade

também tem sido demonstrada isolada ou combinada com um aminoglicosídeo no

tratamento de endocardite causada por estreptococos do grupo viridans ou Streptococcus

bovis. Para endocardite causada por enterococos (Enterococcus faecalis), a vancomicina é

eficaz somente em combinação com um aminoglicosídeo. A vancomicina é eficaz para o

tratamento da endocardite por difteroide.

Como profilaxia contra endocardite bacteriana, em pacientes alérgicos à penicilina, que têm

doença cardíaca congênita, doença reumática ou outra doença valvular adquirida, quando

são submetidos a procedimentos cirúrgicos do trato gastrintestinal ou geniturinário, a

vancomicina é o agente antibacteriano de primeira escolha, associada ou não à gentamicina.

A vancomicina é indicada como tratamento inicial quando se suspeita de estafilococo

resistente à meticilina; porém, tão logo os dados de suscetibilidade estejam disponíveis, o

tratamento deve ser ajustado de acordo.

2. RESULTADOS DE EFICÁCIA

A vancomicina tem sido usada com sucesso em combinação com rifampicina,

aminoglicosídeo ou ambos na endocardite precoce em prótese de válvula, causada por

Staphylococcus epidermidis ou por difteroides. Espécies para culturas bacteriológicas

devem ser obtidas para se isolar e identificar microrganismos responsáveis pela infecção e

determinar sua suscetibilidade à vancomicina.

Apesar da ausência de estudos clínicos controlados, a vancomicina intravenosa tem sido

sugerida pela Associação de Cardiologia Americana e Associação de Odontologia

Americana como profilaxia contra endocardite bacteriana em pacientes alérgicos à

penicilina, que têm doença cardíaca congênita, doença reumática ou outra doença valvular

adquirida, quando esses pacientes são submetidos a procedimentos dentários ou

procedimentos cirúrgicos do trato respiratório superior.

Referências Bibliográficas

1. National Committe for Clinical Laboratory Standards, Performance Standards for

Antimicrobial Disk Susceptibility Tests;Approved Standard-Seventh Edition. NCCLS

document M2-A7 (ISBN 1-56238-393-0). NCCLS, Wayne, PA 19087-1898, 2000.

2. Handbook on Injectable Drugs, 17th Edition, 2013, Lawrence A.Trissel, American

Society of Health-System Pharmacists.

3. Physicians Desk Reference, 55th Edition , 2001, Thompson PDR at Montvale, NJ

07645-1742.

4. Drug Information for the Health Care Professional – USP DI, 27 th Edition, 2007,

Thomson –Micromedex.

5. WINTER, M.E., Basic Clinical Pharmacokinetics, 4 th edition, Linppincott Williams &

Wilkins, p 451-455, 2003.

3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS

Descrição: a vancomicina é um antibiótico glicopeptídeo tricíclico, derivado de cepas de

Amycolatopsis orientalis (anteriormente conhecido como Nocardia orientalis). A

vancomicina é cromatograficamente purificada.

A fórmula molecular do cloridrato de vancomicina é C66H75Cl2N9O24.HCl e o peso

molecular é de aproximadamente 1486.

Farmacocinética:

Absorção: a vancomicina tem baixa absorção pelo trato gastrintestinal. Deve ser

administrada por infusão intravenosa para o tratamento de infecções sistêmicas.

A dose usual em um paciente adulto com função renal normal é de 1g (10 a 15mg/kg) a

cada 12 horas, administrada por infusão intravenosa durante no mínimo 60 minutos.

O regime de doses de vancomicina ideal é aquele em que a concentração plasmática de pico

(logo após infusão) seja menor que 40 a 50mcg/mL e a concentração de equilíbrio esteja

entre 5 a 15mcg/mL, já que a concentração inibitória mínima para bactérias suscetíveis é <

5mcg/mL. Concentrações plasmáticas de pico maiores que 50mcg/mL foram relacionadas a

ototoxicidade.

Distribuição: o volume de distribuição está entre 0,5 e 1L/kg, sendo 0,7L/kg o valor mais

utilizado em cálculos. A distribuição da vancomicina é complexa, pois ocorre o fenômeno

de redistribuição, que dificulta a medição da concentração plasmática de pico e sofre

influência de variáveis como, por exemplo, idade do indivíduo.

Após administração intravenosa de vancomicina, são encontradas concentrações inibitórias

nos líquidos pleural, pericárdico, ascítico e sinovial, assim como na urina, no líquido de

diálise peritoneal e também nos tecidos que circundam o átrio. A vancomicina não penetra

prontamente o líquido cerebroespinhal, a menos que as meninges estejam inflamadas.

Eliminação: a meia-vida plasmática média é de aproximadamente 6 horas (faixa de 4 a 11

horas) para pacientes com função renal normal, porém em pacientes com função renal

diminuída (oligúria ou anúria) a meia-vida plasmática é de aproximadamente 7 dias (faixa

de 6 a 10 dias). Portanto pacientes com função renal podem receber uma dose de

vancomicina a cada 8 a 12 horas, e pacientes com função renal diminuída devem receber

uma dose por semana.

A vancomicina é eliminada de 75-90% pela via renal por filtração glomerular, apenas cerca

de 5% da dose é metabolizada.

Uma pequena parte é eliminada na bile. O clearance da vancomicina é próximo ao

clearance da creatinina. A vancomicina é muito pouco eliminada por hemodiálise ou

diálise peritoneal, porém para pacientes que fazem diálise peritoneal ambulatorial contínua

essa perda é significante, sendo necessários acertos de doses, como administrar o

medicamento em uma frequência maior (geralmente a cada 3 a 5 dias) do que a realizada

em pacientes com doença renal em estágio terminal. O mesmo ocorre em pacientes que

fazem hemodiálise de alto fluxo ou de alta eficiência, que remove 17% da vancomicina.

Farmacodinâmica:

A vancomicina tem ação bactericida sobre microrganismos Gram-positivos. Sua ação

resulta principalmente da inibição da biossíntese da parede celular, da alteração da

permeabilidade da membrana citoplasmática e da síntese do RNA (ácido ribonucleico). Não

há resistência cruzada entre a vancomicina e outras classes de antibióticos.

Microbiologia:

A vancomicina tem demonstrado atividade in vitro e clínica contra a maioria das cepas dos

microrganismos listados abaixo, entretanto o principal uso é contra cepas de

Staphylococcus aureus resistentes à meticilina.

Gram-positivos aeróbicos:

Difteroides

Enterococos (Enterococcus faecalis)

Estafilococos, incluindo Staphylococcus aureus e Staphylococcus epidermidis (incluindo

cepas heterogêneas resistentes à meticilina)

Streptococcus bovis

Estreptococos do grupo viridans

A vancomicina tem demonstrado atividade in vitro contra os seguintes microrganismos,

porém sua significância clínica não foi estabelecida: Listeria monocytogenes; Streptococcus

pyogenes; Streptococcus pneumoniae (incluindo cepas resistentes à penicilina);

Streptococcus agalactiae; Actinomyces spp.; Lactobacillus spp e Bacillus sp.

A vancomicina não é ativa in vitro contra bacilos Gram-negativos, micobactéria ou fungo.

Sinergismo:

A combinação de vancomicina e um aminoglicosídeo apresenta ação sinérgica in vitro

contra muitas cepas de Staphylococcus aureus, estreptococos não enterococos do grupo D,

enterococos, Streptococcus sp. (grupo viridans).

Testes de Suscetibilidade

Técnicas de difusão:

O método Técnicas de Difusão, padronizado pelo Clinical and Laboratory Standards

Institute (CLSI), é recomendado para testar a suscetibilidade à vancomicina. Os resultados

dos testes de suscetibilidade, usando discos de 30mcg de vancomicina, devem ser

interpretados de acordo com os seguintes critérios:

Diâmetro do Halo (mm) Interpretação

≥ 12 Suscetível

10 a 11 Intermediário

≤ 9 Resistente

Um resultado “suscetível” indica que o patógeno provavelmente será inibido pelos níveis

sanguíneos normalmente alcançados. Um resultado “intermediário” sugere que o

microrganismo deve ser suscetível se for usada alta dose ou se a infecção estiver confinada

nos tecidos e líquidos onde altos níveis do antibiótico são atingidos. Um resultado

“resistente” indica que as concentrações alcançadas não serão suficientes para inibir o

microrganismo e outra terapia deve ser selecionada.

Cepas-Controle:

Procedimentos padronizados pelo Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI)

requerem o uso de microrganismos de controle laboratorial (cepas ATCC). Os discos de

30mcg de vancomicina devem produzir os seguintes halos de inibição:

Microrganismo Diâmetro do Halo (mm)

Staphylococcus aureus ATCC 25923 15 a 19

Técnicas de Diluição:

Usar o método de diluição (em caldo, ágar ou equivalente) padronizado pelo Clinical and

Laboratory Standards Institute (CLSI). Os valores de concentração inibitória mínima

(CIM) obtidos devem ser interpretados de acordo com os seguintes critérios:

CIM (mcg/mL) Interpretação

≤ 4 Suscetível

5 a 15 Intermediário

≥ 16 Resistente

Os procedimentos de diluição requerem também o uso de cepas de controle laboratorial

(cepas ATCC). A vancomicina padrão deve dar os seguintes valores de CIM.

Microrganismo CIM (mcg/mL)

Staphylococcus aureus ATCC29213 0,5 a 2

Enterococcus faecalis ATCC 29212 1 a 4

4. CONTRAINDICAÇÕES

A vancomicina é contraindicada em pacientes com conhecida hipersensibilidade a esse

antibiótico ou a outro glicopeptídeo.

5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES

Reações Relacionadas com a Infusão: a administração intravenosa rápida (em poucos

minutos) pode provocar uma hipotensão exagerada, incluindo choque e, raramente, parada

cardíaca. Para diminuir a chance de reações relacionadas com a infusão rápida, a

vancomicina deve ser administrada em uma solução diluída a concentrações de no máximo

5mg/mL, a uma velocidade de no máximo 10mg/minuto. A infusão deve sempre ser feita

em pelo menos 60 minutos, mesmo quando doses menores de 500mg são administradas

(ver 8. POSOLOGIA E MODO DE USAR). Geralmente, essas reações cessam

prontamente ao interromper-se a infusão.

Ototoxicidade: tem ocorrido ototoxicidade, transitória ou permanente, em pacientes

recebendo vancomicina, sendo relatada na maioria das vezes em pacientes que receberam

doses excessivas, que tinham algum problema de perda de audição ou que estavam

recebendo terapia concomitante com outro agente ototóxico, tal como um aminoglicosídeo.

Pacientes com insuficiência renal podem apresentar uma elevação da concentração sérica

da vancomicina, aumentando o risco de ototoxicidade. Administrar vancomicina com

cautela para esses pacientes. Testes periódicos da função auditiva podem ser úteis para

monitorar o risco de ototoxicidade.

Nefrotoxicidade: as doses de vancomicina devem ser ajustadas em pacientes com

disfunção renal. Para monitorar o risco de nefrotoxicidade em pacientes com insuficiência

renal ou que estejam recebendo terapia concomitantemente com aminoglicosídeo, deve ser

feita uma monitorização contínua da função renal e cuidados especiais devem ser tomados

seguindo esquemas de doses apropriadas. (ver 8. POSOLOGIA E MODO DE USAR).

Colite Pseudomembranosa: tem sido reportada colite pseudomembranosa com

praticamente todos os antibióticos, incluindo vancomicina, podendo variar de leve a risco

de morte; portanto, é importante considerar esse diagnóstico em pacientes que desenvolvem

diarreia, associada com o uso de agentes antibacterianos. Tratamento com agentes

antibacterianos altera a flora normal do cólon e pode permitir o aumento do crescimento de

clostrídeos. Estudos indicam que a toxina produzida pelo Clostridium difficile é uma causa

primária de “colite associada a antibióticos”.

Os casos leves de colite pseudomembranosa respondem normalmente à interrupção da

droga. Em casos moderados a graves, as medidas devem incluir fluídos, eletrólitos,

suplementação proteica e tratamento com uma droga antibacteriana clinicamente efetiva

contra colite por Clostridium difficile.

Superinfecção: durante o tratamento, se ocorrer uma superinfecção devem ser tomadas

medidas apropriadas, não descartando a possibilidade de crescimento de microrganismos

resistentes.

Neutropenia: foi relatada neutropenia reversível em pacientes que estavam recebendo

vancomicina (ver 9. reações adversas). Pacientes que vão receber tratamento prolongado

com vancomicina ou que estejam recebendo concomitantemente drogas neutropênicas

devem ter uma monitorização periódica na contagem de leucócitos.

Irritação tecidual: a vancomicina é irritante ao tecido e só deve ser administrada via

infusão intravenosa. Se for administrada via intramuscular ou quando houver

extravasamento acidental poderá ocorrer dor, hipersensibilidade no local e até necrose.

Quando administrada via infusão intravenosa pode ocorrer dor, hipersensibilidade no local

e tromboflebite, cuja frequência e gravidade podem ser minimizadas administrando-se a

droga em concentrações de no máximo 5mg/mL e velocidade lenta, de no máximo

10mg/minuto, por sistema de rodízio dos locais de infusão, exceto nos casos em que a

administração se faça por cateter venoso central. A infusão deve sempre ser feita em pelo

menos 60 minutos, mesmo quando doses menores de 500mg são administradas (ver 8.

POSOLOGIA E MODO DE USAR).

Via intratecal: a segurança e eficácia da administração de vancomicina por via intratecal

não foram avaliadas.

Via intraperitoneal: relatos têm revelado que a administração de vancomicina por via

intraperitoneal, durante a diálise peritoneal contínua em ambulatório, resultou em uma

síndrome de peritonite química. Até o momento, esta síndrome tem variado de um dialisado

turvo a um dialisado turvo acompanhado por dor abdominal e febre em vários graus. Esta

síndrome parece ser de curta duração após a interrupção da vancomicina administrada por

via intraperitoneal.

Carcinogênese, Mutagênese e danos à Fertilidade: não foi demonstrado potencial

mutagênico da vancomicina em testes padrão de laboratório. Estudos de teratologia em

animais não revelaram evidência de dano ao feto devido à vancomicina.

Uso na Gravidez: categoria de risco C

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação

médica ou do cirurgião-dentista.

Não foram realizados estudos de reprodução animal com a vancomicina.

Em um estudo clínico controlado, os potenciais dos efeitos ototóxicos e nefrotóxicos da

vancomicina em crianças foram avaliados quando a droga foi administrada por via

intravenosa a mulheres grávidas, portadoras de infecções estafilocócicas graves,

complicadas por serem viciadas em drogas de abuso intravenosas. A vancomicina foi

encontrada no sangue do cordão umbilical. Não foi observada perda auditiva

neurossensorial ou nefrotoxicidade com a vancomicina. Uma criança cuja mãe recebeu

vancomicina no terceiro trimestre de gravidez apresentou perda auditiva de condução, não

atribuível à administração do produto. Devido ao número de pacientes tratados neste estudo

ser limitado e a vancomicina ter sido administrada somente no segundo e terceiro trimestres

de gravidez, não se sabe se a vancomicina causa dano fetal. Devido ao fato dos estudos de

reprodução em animais nem sempre predizerem a resposta em humano e ao fato da

segurança do uso de vancomicina em mulheres grávidas não ter sido estabelecida, a

vancomicina só deve ser administrada a mulheres grávidas se absolutamente necessário.

Uso na Lactação

A vancomicina é excretada no leite humano. Deve-se ter cuidado quando a vancomicina for

administrada a mulheres que estejam amamentando. Deve-se descontinuar a droga ou a

amamentação, considerando a importância da droga para a mãe.

Uso em Crianças

Em recém-nascidos prematuros e lactentes jovens é recomendável controlar a concentração

sérica de vancomicina.

Uso em Idosos

A diminuição natural na filtração glomerular com o aumento da ida de pode levar a uma

elevação da concentração sérica da vancomicina. Os esquemas de doses de vancomicina

6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

Drogas nefrotóxicas e ototóxicas: o uso concomitante da vancomicina com outros agentes

nefrotóxicos e/ou ototóxicos, como colistina, estreptomicina, neomicina, canamicina,

tobramicina, gentamicina, amicacina, anfotericina B, bacitracina, cisplatina, paramomicina,

polimixina B, ciclosporina, ácido etacrínico, furosemida, bumetanida, capreomicina,

estreptozocina, carmustina, ácido acetilsalicílico ou outro salicilato, pode aumentar os

riscos de reações tóxicas nos ouvidos e nos rins. Ao utilizar vancomicina

concomitantemente com drogas ototóxicas pode ocorrer perda auditiva que pode progredir

para surdez, mesmo com a descontinuação da droga, sendo que a perda auditiva pode ser

reversível, mas geralmente é permanente. Nesses casos devem-se efetuar determinações

audiométricas. Os efeitos da toxicidade auditiva da vancomicina, como tinitus, tontura ou

vertigem, podem ser mascarados por anti-histamínicos, buclizina, ciclizina, meclizina,

fenotiazinas, tioxantenos, trimetobenzamida. Quando a utilização de vancomicina e

aminoglicosídeo for necessária, atentar para a possibilidade de reações adversas devido a

interação entre eles, podendo ser necessário verificações da função renal, da concentração

sérica, ajustes de dose ou utilização de outros antibióticos. (ver 8. POSOLOGIA E

MODO DE USAR - Incompatibilidades).

Agentes anestésicos e vecurônio: a utilização de vancomicina com agentes anestésicos

(ex.: tiopental, propofol, sulfentanila) e vecurônio pode causar hipotensão e aumentar a

depressão neuromuscular. O uso concomitante de vancomicina e agentes anestésicos tem

sido associado com a ocorrência de reações anafilactoides e a um aumento das reações

ligadas à infusão (ex.: hipotensão, rubor, eritema, urticária, prurido) (ver 9. REAÇÕES

ADVERSAS). Eritema e rubor semelhante ao que ocorre com a liberação de histamina têm

ocorrido em pacientes pediátricos recebendo vancomicina e agentes anestésicos

concomitantemente.

O risco de reações adversas relacionadas à infusão pode ser minimizado se a vancomicina

for administrada numa infusão lenta (velocidade de no máximo 10mg/minuto), antes da

indução da anestesia. A infusão deve sempre ser feita em pelo menos 60 minutos, mesmo

quando doses menores de 500mg são utilizadas (ver 8. POSOLOGIA E MODO DE

USAR).

Dexametasona: em estudos com animais verificou-se que a administração de vancomicina

e dexametasona causou uma diminuição da penetração da vancomicina no líquido

cérebroespinhal, portanto ao utilizar dexametasona como adjuvante no tratamento de

meningites bacterianas recomenda-se que seja administrada antes ou junto à primeira dose

de vancomicina.

7. CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO

ANTES DA RECONSTITUIÇÃO ESTE PRODUTO DEVE SER MANTIDO NO

CARTUCHO DE CARTOLINA, CONSERVADO EM TEMPERATURA AMBIENTE

(15 A 30°C). PROTEGER DA LUZ E UMIDADE.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Atenção: O número de lote e data de validade gravados no frasco-ampola podem se tornar

ilegíveis ou até serem perdidos caso a embalagem entre em contato com algum tipo de

solução alcoólica.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem

original.

Características físicas e organolépticas:

Aspecto do pó: pó de fluxo livre branco a quase branco, ou pardo a marrom.

Características da solução após reconstituição: solução límpida amarelada a levemente

marrom.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

8. POSOLOGIA E MODO DE USAR

Posologia

ATENÇÃO: as doses são dadas em termos de vancomicina.

Adultos

A dose intravenosa usual é de 2g/dia divididos em: 500mg a cada 6 horas ou 1g a cada 12

horas.

Outros fatores tais como idade ou obesidade, podem requerer modificação na dose usual

diária.

-Pacientes com restrição de líquidos: a vancomicina deve ser administrada a uma

concentração de no máximo 10mg/mL e a uma velocidade de infusão de no máximo

10mg/minuto.

ATENÇÃO: concentrações acima de 5mg/mL aumentam o risco de reações relacionadas

com a infusão. Eventos relacionados com a infusão podem, entretanto, ocorrer a qualquer

velocidade ou concentração (ver 9. REAÇÕES ADVERSAS).

Endocardite (profilaxia):

Quando pacientes alérgicos à penicilina e que têm doença cardíaca congênita, doença

reumática ou outra doença valvular adquirida, são submetidos a procedimentos cirúrgicos

do trato gastrintestinal ou geniturinário, a dose usual é de 1g, administrado durante 2 horas.

O término da infusão deve ocorrer 30 minutos antes do início da cirurgia (respeitando-se o

tempo de infusão).

Dependendo do risco de infecção, a gentamicina pode ser associada, sendo administrada

por via intramuscular ou intravenosa, em local diferente, na dose de 1,5mg/kg de peso

corporal, não ultrapassando 120mg.

Adultos com função renal diminuída

-Dose Inicial: 15mg/kg de peso corporal.

-Dose de Manutenção: ajustar as doses de acordo com o clearance de creatinina como

indicado na Tabela 1.

Tabela 1: Adultos com função renal diminuída – Doses de Manutenção

Clearance de Creatinina (mL/min) Dose

> 80 500mg a cada 6 horas ou 1g a cada 12 horas

50 – 80 1g a cada 1 a 3 dias

10 – 50 1g a cada 3 a 7 dias

< 10 1g a cada 7 a 14 dias

Pacientes funcionalmente anéfricos: a tabela não é válida para tais pacientes. Para

pacientes funcionalmente anéfricos, uma dose inicial de 15mg/kg deve ser administrada

para alcança r prontamente as concentrações séricas terapêuticas. A dose necessária para

manter concentrações estáveis é de 1,9mg/kg/dia.

Em pacientes com diminuição acentuada da função renal, pode ser mais conveniente

administrar doses de manutenção de 250mg a 1g, uma vez a cada diversos dias ao invés de

doses diária s. Em caso de anúria, tem sido recomendada a dose de 1g a cada 7 a 10 dias.

Determinação do clearance de creatinina a partir da creatinina sérica:

Quando se conhece somente a concentração de creatinina sérica*, a seguinte fórmula

(baseada no sexo, peso e idade do paciente) pode ser usada para calcular o clearance de

creatinina, sendo que o clearance de creatinina neste caso é somente estimado (mL/min) e

deve ser medido imediatamente assim que possível.

Homem = Peso (kg) x (140 – idade em anos)

72 x Concentração sérica de creatinina (mg/100mL)

Mulher = 0,85 x o valor acima.

*ATENÇÃO:

A creatinina sérica deve representar um estado de equilíbrio da função renal. De outra

forma o valor estimado para o clearance de creatinina não é válido. O clearance calculado

a partir dessa fórmula acaba sendo superestimado em pacientes com as seguintes condições:

(1) caracterizados por diminuição da função renal, tais como choque, insuficiência cardíaca

grave ou oligúria;

(2) nos quais está ausente uma relação normal entre massa muscular e peso corporal total,

tais como em pacientes obesos ou naqueles com doença hepática, edema ou ascite;

(3) acompanhados por debilitação, má nutrição ou inatividade.

Idosos

Administrar as mesmas doses de Adultos.

Idosos têm maior chance de apresentar diminuição da função renal, pode ser necessário

reduzir as doses (ver Adultos com função renal diminuída).

Crianças

Crianças até 1 mês de idade:

Estes pacientes têm um maior volume de distribuição e a função renal incompletamente

desenvolvida, portanto as normas posológicas diferem das recomendadas para crianças

maiores de 1 mês de idade e adultos, devendo-se diminuir as doses intravenosas diárias.

-Primeira semana de vida: dose inicial de 15mg/kg de peso corporal, seguida de 10mg/kg

de peso corporal a cada 12 horas; cada dose deve ser administrada por um tempo de no

mínimo 60 minutos.

-Segunda semana até 1 mês de vida: dose inicial de 15mg/kg de peso corporal, seguida de

10mg/kg de peso corporal a cada 8 horas.

Crianças acima de 1 mês a 12 anos de idade:

A dose intravenosa usual é de 10mg/kg de peso corporal a cada 6 horas, ou 20mg/kg de

peso corporal a cada 12 horas.

Crianças com endocardite bacteriana:

A dose intravenosa usual é de 20mg/kg de peso corporal administrado durante 1 a 2 horas.

tempo de infusão de no mínimo 60 minutos).

ATENÇÃO: monitorar o paciente, principalmente aqueles com função renal diminuída e

idosos, realizando audiograma, exames de urina, função renal, hemograma, concentração

sérica de vancomicina. A concentração sérica de vancomicina pode ser determinada por

ensaio microbiológico, radioimunoensaio, imunoensaio com polarização fluorescente,

imunoensaio fluorescente ou cromatografia líquida de alta pressão.

Duração do tratamento

Como na terapia com antibióticos em geral, o tratamento com vancomicina deve ser

prolongado por um mínimo de 48 a 72 horas após abaixar a temperatura do paciente, ou

após a constatação da erradicação bacteriana.

Modo de Usar

INFUSÃO INTRAVENOSA

-A vancomicina deve ser administrada exclusivamente por Infusão Intravenosa (gota a gota

na veia) a uma velocidade de no máximo 10mg/minuto. A infusão deve sempre ser feita em

pelo menos 60 minutos, mesmo quando soluções mais diluídas ou doses menores de 500mg

são administradas. Diminui-se a possibilidade de tromboflebite usando soluções com

concentração de no máximo 5mg/mL e fazendo rotação nos locais de administração (a

menos que a administração se faça por cateter venoso central).

-Não administrar por via Intramuscular (pode haver necrose dos tecidos) e nem por via

Intravenosa Direta (ver 5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES).

ATENÇÃO:

-Frequentemente os hospitais reconstituem produtos injetáveis utilizando agulhas 40x12,

que aumentam a incidência de pequenos fragmentos de rolha serem levados para dentro do

frasco durante o procedimento. Agulhas 30x8 ou 25x8, embora dificultem o processo de

reconstituição, têm menor probabilidade de carregarem partículas de rolhas para dentro dos

frascos.

Deve-se, no entanto, sempre inspecionar visualmente os produtos antes da administração,

descartando-os se contiverem partículas.

-O produto preparado em capela de fluxo unidirecional (laminar) validado pode ser

armazenado pelos tempos descritos a seguir. Para produtos preparados fora desta condição,

recomenda-se o uso imediato.

Vancomicina 500mg - INFUSÃO INTRAVENOSA

Reconstituição

Diluente: Água para injetáveis. Volume: 10mL.

Após reconstituição, o produto tem volume final de aproximadamente 10,2mL e

concentração de aproximadamente 49mg/mL.

Aparência da solução reconstituída: solução límpida amarelada a levemente marrom.

Estabilidade após reconstituição:

Diluição

Diluente: Cloreto de Sódio 0,9%; Glicose 5% ou Solução de Ringer Lactato.

Volume: 100mL.

Após diluição, o produto tem concentração de aproximadamente 4,5mg/mL.

Tempo de infusão: 1 hora. Não ultrapassar 10mg/minuto.

Incompatibilidades:

A solução de vancomicina tem um pH baixo e pode provocar instabilidade química ou

física quando misturada com outros compostos (especialmente com soluções alcalinas).

A vancomicina tem demonstrado incompatibilidade com: albumina humana, aminofilina,

anfotericina B (complexo com colesteril sulfato), aztreonam, bivalirudina, cefazolina,

cefotaxima, cefotetano, cefoxitina, ceftazidima, ceftriaxona, cefuroxima, cloranfenicol

(succinato sódico), dimenidrinato, fusidato sódico, foscarnet, heparina sódica, idarrubicina,

metotrexato sódico, nafcilina sódica, omeprazol, pantoprazol sódico, piperacilina +

tazobactam, propofol, sargramostim, ticarcilina + clavulanato de potássio e varfarina.

A vancomicina não deve ser misturada com outros medicamentos.

Se clinicamente necessária a utilização concomitante de uma dessas drogas e vancomicina,

elas devem ser administradas separadamente (não misturá-las nos mesmo frasco ou na

mesma bolsa). Se estiver utilizando a técnica em Y, suspender temporariamente a

administração de um medicamento enquanto se administra o outro.

9. REAÇÕES ADVERSAS

Reações relacionadas com a infusão: quando administrada via infusão intravenosa pode

ocorrer dor, hipersensibilidade no local e tromboflebite. Durante ou logo após uma infusão

rápida d e vancomicina, os pacientes podem desenvolver reações anafilactoides, incluindo

hipotensão, chiado, dispneia, urticária ou prurido, choque e parada cardíaca. Em uma

infusão rápida há liberação de histamina, situação que pode causar a Síndrome do Homem

Vermelho caracterizada por arrepios ou febre, desmaio, aceleração dos batimentos

cardíacos, quedas de pressão, coceira na pele, náusea ou vômito, erupção e vermelhidão na

parte superior do corpo. Essas reações são comuns quando a administração é rápida

(velocidade de infusão superior a 10mg/minuto) e geralmente desaparecem dentro de 20

minutos após término da infusão, mas podem persistir por várias horas.

As reações relacionadas com a infusão são raras se a vancomicina for administrada

corretamente: diluída a concentrações de no máximo 5mg/mL e infundidas na velocidade

de até 10mg/minuto. A infusão deve sempre ser feita em pelo menos 60 minutos, mesmo

quando doses menores de 500mg são administradas.

Nefrotoxicidade: raramente foram relatados danos renais, manifestados principalmente por

aumento nas concentrações de creatinina sérica ou do nitrogênio ureico sanguíneo em

pacientes que receberam altas doses de vancomicina. Foram relatados raros casos de nefrite

intersticial. A maioria desses relatos ocorreu em pacientes que receberam aminoglicosídeos

concomitantemente ou que tinham disfunção renal preexistente. Quando a vancomicina foi

interrompida, a uremia desapareceu na maioria dos pacientes.

Gastrintestinais: pode ocorrer colite pseudomembranosa durante ou após o tratamento

com vancomicina (ver 5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES). A colite

pseudomembranosa é caracterizada por dor e cólicas abdominais graves, abdômen sensível

ao toque, diarreia aquosa com ou sem sangue, febre.

A ocorrência de colite pseudomembranosa é rara.

Ototoxicidade: foram relatados diversos casos de perda de audição relacionada com o uso

de vancomicina. A maioria desses pacientes tinha disfunção renal, perda de audição

preexistente ou estava em tratamento concomitante com outras drogas ototóxicas.

Vertigem, tontura e tinitus foram relatados raramente.

Hematopoiese: têm sido reportados alguns casos de neutropenia reversível, geralmente

começando uma semana ou mais após o início da terapia com vancomicina ou após uma

dose total maior que 25 gramas. A neutropenia parece ser prontamente reversível quando a

vancomicina é interrompida. Trombocitopenia foi relatada raramente. Apesar de não ter

sido estabelecida uma relação causal, agranulocitose reversível (granulócitos menor que

500/mm3

) tem sido relatada raramente.

Pele e anexos: raramente foram observados casos de erupções cutâneas (incluindo

dermatite esfoliativa), reações de hipersensibilidade, prurido, Síndrome de Stevens-

Johnson, necrólise epidérmica tóxica, urticária e vasculite.

Outras: raramente foram relatados febre medicamentosa, náusea e calafrios. Foi relatada

peritonite química após administração intraperitoneal de vancomicina (ver 5.

ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES).

ATENÇÃO: suspeitar de ototoxicidade, nefrotoxicidade ou colite pseudomembranosa se,

após a descontinuação da vancomicina, ocorrer dor e cólicas abdominais graves, dor ou

sensibilidade abdominal, mudança na frequência e quantidade de urina, diarreia aquosa ou

grave (podendo ser sanguinolenta), dificuldade para respirar, sonolência, febre, sede

excessiva, perda do apetite, perda auditiva, náusea, vômito, zumbido ou barulho nos

ouvidos e fraqueza.

Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificação em Vigilância

Sanitária – NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm,

ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.

10. SUPERDOSE

Uma dose excessiva de vancomicina pode resultar em oligúria ou falência da função renal.

São necessários cuidados gerais de suporte com monitorização para eletrólitos, fluídos,

função auditiva, hematológica (principalmente plaquetas e contagem de glóbulos brancos),

função renal e vestibular.

A vancomicina é muito pouco removida do sangue por diálise. A hemofiltração e

hemoperfusão com resina polissulfônica têm resultado no aumento do clearance da

vancomicina.

Ao se defrontar com um caso de superdosagem, considerar a possibilidade de envolvimento

de drogas múltiplas, interação de drogas e eventual cinética inusitada da droga no paciente.

Em caso de intoxicação ligue para 0800-722-6001 se você precisar de mais orientações.

Cuidado! Todas as informações contidas neste site têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.