Bula do Cloridrato de Vancomicina produzido pelo laboratorio Laboratório Teuto Brasileiro S/a
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
cloridrato de vancomicina
Pó liofilizado para solução injetável 500mg
MODELO DE BULA COM INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS
PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Medicamento genérico Lei nº 9.787, de 1999.
APRESENTAÇÕES
Embalagens contendo 1 e 50 frascos-ampola.
USO INTRAVENOSO
USO ADULTO E PEDIÁTRICO
COMPOSIÇÃO
Cada frasco-ampola contém:
cloridrato de vancomicina (equivalente a 500mg de vancomicina)............................512,6mg
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
A vancomicina é indicada para o tratamento de infecções graves causadas por cepas de
Staphylococcus aureus resistentes à meticilina (resistentes a betalactâmicos), mas
suscetíveis à vancomicina.
A vancomicina é indicada também para o tratamento de infecções causadas por outros
microrganismos Gram-positivos suscetíveis à vancomicina em pacientes alérgicos à
penicilina; pacientes que não podem receber ou não responderam a outras drogas, incluindo
penicilinas ou cefalosporinas, e para o tratamento de infecções graves causadas por
microrganismos suscetíveis à vancomicina e resistentes a outros antimicrobianos.
Sua efetividade tem sido demonstrada no tratamento de septicemia, infecções ósseas,
infecções do trato respiratório inferior e infecções na pele e estruturas da pele. Quando as
infecções e stafilocócicas são localizadas e purulentas, os antibióticos são usados como
auxiliares às medidas cirúrgicas apropriadas.
A vancomicina é eficaz no tratamento de endocardite estafilocócica. Sua efetividade
também tem sido demonstrada isolada ou combinada com um aminoglicosídeo no
tratamento de endocardite causada por estreptococos do grupo viridans ou Streptococcus
bovis. Para endocardite causada por enterococos (Enterococcus faecalis), a vancomicina é
eficaz somente em combinação com um aminoglicosídeo. A vancomicina é eficaz para o
tratamento da endocardite por difteroide.
Como profilaxia contra endocardite bacteriana, em pacientes alérgicos à penicilina, que têm
doença cardíaca congênita, doença reumática ou outra doença valvular adquirida, quando
são submetidos a procedimentos cirúrgicos do trato gastrintestinal ou geniturinário, a
vancomicina é o agente antibacteriano de primeira escolha, associada ou não à gentamicina.
A vancomicina é indicada como tratamento inicial quando se suspeita de estafilococo
resistente à meticilina; porém, tão logo os dados de suscetibilidade estejam disponíveis, o
tratamento deve ser ajustado de acordo.
A vancomicina tem sido usada com sucesso em combinação com rifampicina,
aminoglicosídeo ou ambos na endocardite precoce em prótese de válvula, causada por
Staphylococcus epidermidis ou por difteroides. Espécies para culturas bacteriológicas
devem ser obtidas para se isolar e identificar microrganismos responsáveis pela infecção e
determinar sua suscetibilidade à vancomicina.
Apesar da ausência de estudos clínicos controlados, a vancomicina intravenosa tem sido
sugerida pela Associação de Cardiologia Americana e Associação de Odontologia
Americana como profilaxia contra endocardite bacteriana em pacientes alérgicos à
penicilina, que têm doença cardíaca congênita, doença reumática ou outra doença valvular
adquirida, quando esses pacientes são submetidos a procedimentos dentários ou
procedimentos cirúrgicos do trato respiratório superior.
Referências Bibliográficas
1. National Committe for Clinical Laboratory Standards, Performance Standards for
Antimicrobial Disk Susceptibility Tests;Approved Standard-Seventh Edition. NCCLS
document M2-A7 (ISBN 1-56238-393-0). NCCLS, Wayne, PA 19087-1898, 2000.
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Society of Health-System Pharmacists.
3. Physicians Desk Reference, 55th Edition , 2001, Thompson PDR at Montvale, NJ
07645-1742.
4. Drug Information for the Health Care Professional – USP DI, 27 th Edition, 2007,
Thomson –Micromedex.
5. WINTER, M.E., Basic Clinical Pharmacokinetics, 4 th edition, Linppincott Williams &
Wilkins, p 451-455, 2003.
Descrição: a vancomicina é um antibiótico glicopeptídeo tricíclico, derivado de cepas de
Amycolatopsis orientalis (anteriormente conhecido como Nocardia orientalis). A
vancomicina é cromatograficamente purificada.
A fórmula molecular do cloridrato de vancomicina é C66H75Cl2N9O24.HCl e o peso
molecular é de aproximadamente 1486.
Farmacocinética:
Absorção: a vancomicina tem baixa absorção pelo trato gastrintestinal. Deve ser
administrada por infusão intravenosa para o tratamento de infecções sistêmicas.
A dose usual em um paciente adulto com função renal normal é de 1g (10 a 15mg/kg) a
cada 12 horas, administrada por infusão intravenosa durante no mínimo 60 minutos.
O regime de doses de vancomicina ideal é aquele em que a concentração plasmática de pico
(logo após infusão) seja menor que 40 a 50mcg/mL e a concentração de equilíbrio esteja
entre 5 a 15mcg/mL, já que a concentração inibitória mínima para bactérias suscetíveis é <
5mcg/mL. Concentrações plasmáticas de pico maiores que 50mcg/mL foram relacionadas a
ototoxicidade.
Distribuição: o volume de distribuição está entre 0,5 e 1L/kg, sendo 0,7L/kg o valor mais
utilizado em cálculos. A distribuição da vancomicina é complexa, pois ocorre o fenômeno
de redistribuição, que dificulta a medição da concentração plasmática de pico e sofre
influência de variáveis como, por exemplo, idade do indivíduo.
Após administração intravenosa de vancomicina, são encontradas concentrações inibitórias
nos líquidos pleural, pericárdico, ascítico e sinovial, assim como na urina, no líquido de
diálise peritoneal e também nos tecidos que circundam o átrio. A vancomicina não penetra
prontamente o líquido cerebroespinhal, a menos que as meninges estejam inflamadas.
Eliminação: a meia-vida plasmática média é de aproximadamente 6 horas (faixa de 4 a 11
horas) para pacientes com função renal normal, porém em pacientes com função renal
diminuída (oligúria ou anúria) a meia-vida plasmática é de aproximadamente 7 dias (faixa
de 6 a 10 dias). Portanto pacientes com função renal podem receber uma dose de
vancomicina a cada 8 a 12 horas, e pacientes com função renal diminuída devem receber
uma dose por semana.
A vancomicina é eliminada de 75-90% pela via renal por filtração glomerular, apenas cerca
de 5% da dose é metabolizada.
Uma pequena parte é eliminada na bile. O clearance da vancomicina é próximo ao
clearance da creatinina. A vancomicina é muito pouco eliminada por hemodiálise ou
diálise peritoneal, porém para pacientes que fazem diálise peritoneal ambulatorial contínua
essa perda é significante, sendo necessários acertos de doses, como administrar o
medicamento em uma frequência maior (geralmente a cada 3 a 5 dias) do que a realizada
em pacientes com doença renal em estágio terminal. O mesmo ocorre em pacientes que
fazem hemodiálise de alto fluxo ou de alta eficiência, que remove 17% da vancomicina.
Farmacodinâmica:
A vancomicina tem ação bactericida sobre microrganismos Gram-positivos. Sua ação
resulta principalmente da inibição da biossíntese da parede celular, da alteração da
permeabilidade da membrana citoplasmática e da síntese do RNA (ácido ribonucleico). Não
há resistência cruzada entre a vancomicina e outras classes de antibióticos.
Microbiologia:
A vancomicina tem demonstrado atividade in vitro e clínica contra a maioria das cepas dos
microrganismos listados abaixo, entretanto o principal uso é contra cepas de
Staphylococcus aureus resistentes à meticilina.
Gram-positivos aeróbicos:
Difteroides
Enterococos (Enterococcus faecalis)
Estafilococos, incluindo Staphylococcus aureus e Staphylococcus epidermidis (incluindo
cepas heterogêneas resistentes à meticilina)
Streptococcus bovis
Estreptococos do grupo viridans
A vancomicina tem demonstrado atividade in vitro contra os seguintes microrganismos,
porém sua significância clínica não foi estabelecida: Listeria monocytogenes; Streptococcus
pyogenes; Streptococcus pneumoniae (incluindo cepas resistentes à penicilina);
Streptococcus agalactiae; Actinomyces spp.; Lactobacillus spp e Bacillus sp.
A vancomicina não é ativa in vitro contra bacilos Gram-negativos, micobactéria ou fungo.
Sinergismo:
A combinação de vancomicina e um aminoglicosídeo apresenta ação sinérgica in vitro
contra muitas cepas de Staphylococcus aureus, estreptococos não enterococos do grupo D,
enterococos, Streptococcus sp. (grupo viridans).
Testes de Suscetibilidade
Técnicas de difusão:
O método Técnicas de Difusão, padronizado pelo Clinical and Laboratory Standards
Institute (CLSI), é recomendado para testar a suscetibilidade à vancomicina. Os resultados
dos testes de suscetibilidade, usando discos de 30mcg de vancomicina, devem ser
interpretados de acordo com os seguintes critérios:
Diâmetro do Halo (mm) Interpretação
≥ 12 Suscetível
10 a 11 Intermediário
≤ 9 Resistente
Um resultado “suscetível” indica que o patógeno provavelmente será inibido pelos níveis
sanguíneos normalmente alcançados. Um resultado “intermediário” sugere que o
microrganismo deve ser suscetível se for usada alta dose ou se a infecção estiver confinada
nos tecidos e líquidos onde altos níveis do antibiótico são atingidos. Um resultado
“resistente” indica que as concentrações alcançadas não serão suficientes para inibir o
microrganismo e outra terapia deve ser selecionada.
Cepas-Controle:
Procedimentos padronizados pelo Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI)
requerem o uso de microrganismos de controle laboratorial (cepas ATCC). Os discos de
30mcg de vancomicina devem produzir os seguintes halos de inibição:
Microrganismo Diâmetro do Halo (mm)
Staphylococcus aureus ATCC 25923 15 a 19
Técnicas de Diluição:
Usar o método de diluição (em caldo, ágar ou equivalente) padronizado pelo Clinical and
Laboratory Standards Institute (CLSI). Os valores de concentração inibitória mínima
(CIM) obtidos devem ser interpretados de acordo com os seguintes critérios:
CIM (mcg/mL) Interpretação
≤ 4 Suscetível
5 a 15 Intermediário
≥ 16 Resistente
Os procedimentos de diluição requerem também o uso de cepas de controle laboratorial
(cepas ATCC). A vancomicina padrão deve dar os seguintes valores de CIM.
Microrganismo CIM (mcg/mL)
Staphylococcus aureus ATCC29213 0,5 a 2
Enterococcus faecalis ATCC 29212 1 a 4
A vancomicina é contraindicada em pacientes com conhecida hipersensibilidade a esse
antibiótico ou a outro glicopeptídeo.
Reações Relacionadas com a Infusão: a administração intravenosa rápida (em poucos
minutos) pode provocar uma hipotensão exagerada, incluindo choque e, raramente, parada
cardíaca. Para diminuir a chance de reações relacionadas com a infusão rápida, a
vancomicina deve ser administrada em uma solução diluída a concentrações de no máximo
5mg/mL, a uma velocidade de no máximo 10mg/minuto. A infusão deve sempre ser feita
em pelo menos 60 minutos, mesmo quando doses menores de 500mg são administradas
(ver 8. POSOLOGIA E MODO DE USAR). Geralmente, essas reações cessam
prontamente ao interromper-se a infusão.
Ototoxicidade: tem ocorrido ototoxicidade, transitória ou permanente, em pacientes
recebendo vancomicina, sendo relatada na maioria das vezes em pacientes que receberam
doses excessivas, que tinham algum problema de perda de audição ou que estavam
recebendo terapia concomitante com outro agente ototóxico, tal como um aminoglicosídeo.
Pacientes com insuficiência renal podem apresentar uma elevação da concentração sérica
da vancomicina, aumentando o risco de ototoxicidade. Administrar vancomicina com
cautela para esses pacientes. Testes periódicos da função auditiva podem ser úteis para
monitorar o risco de ototoxicidade.
Nefrotoxicidade: as doses de vancomicina devem ser ajustadas em pacientes com
disfunção renal. Para monitorar o risco de nefrotoxicidade em pacientes com insuficiência
renal ou que estejam recebendo terapia concomitantemente com aminoglicosídeo, deve ser
feita uma monitorização contínua da função renal e cuidados especiais devem ser tomados
seguindo esquemas de doses apropriadas. (ver 8. POSOLOGIA E MODO DE USAR).
Colite Pseudomembranosa: tem sido reportada colite pseudomembranosa com
praticamente todos os antibióticos, incluindo vancomicina, podendo variar de leve a risco
de morte; portanto, é importante considerar esse diagnóstico em pacientes que desenvolvem
diarreia, associada com o uso de agentes antibacterianos. Tratamento com agentes
antibacterianos altera a flora normal do cólon e pode permitir o aumento do crescimento de
clostrídeos. Estudos indicam que a toxina produzida pelo Clostridium difficile é uma causa
primária de “colite associada a antibióticos”.
Os casos leves de colite pseudomembranosa respondem normalmente à interrupção da
droga. Em casos moderados a graves, as medidas devem incluir fluídos, eletrólitos,
suplementação proteica e tratamento com uma droga antibacteriana clinicamente efetiva
contra colite por Clostridium difficile.
Superinfecção: durante o tratamento, se ocorrer uma superinfecção devem ser tomadas
medidas apropriadas, não descartando a possibilidade de crescimento de microrganismos
resistentes.
Neutropenia: foi relatada neutropenia reversível em pacientes que estavam recebendo
vancomicina (ver 9. reações adversas). Pacientes que vão receber tratamento prolongado
com vancomicina ou que estejam recebendo concomitantemente drogas neutropênicas
devem ter uma monitorização periódica na contagem de leucócitos.
Irritação tecidual: a vancomicina é irritante ao tecido e só deve ser administrada via
infusão intravenosa. Se for administrada via intramuscular ou quando houver
extravasamento acidental poderá ocorrer dor, hipersensibilidade no local e até necrose.
Quando administrada via infusão intravenosa pode ocorrer dor, hipersensibilidade no local
e tromboflebite, cuja frequência e gravidade podem ser minimizadas administrando-se a
droga em concentrações de no máximo 5mg/mL e velocidade lenta, de no máximo
10mg/minuto, por sistema de rodízio dos locais de infusão, exceto nos casos em que a
administração se faça por cateter venoso central. A infusão deve sempre ser feita em pelo
menos 60 minutos, mesmo quando doses menores de 500mg são administradas (ver 8.
POSOLOGIA E MODO DE USAR).
Via intratecal: a segurança e eficácia da administração de vancomicina por via intratecal
não foram avaliadas.
Via intraperitoneal: relatos têm revelado que a administração de vancomicina por via
intraperitoneal, durante a diálise peritoneal contínua em ambulatório, resultou em uma
síndrome de peritonite química. Até o momento, esta síndrome tem variado de um dialisado
turvo a um dialisado turvo acompanhado por dor abdominal e febre em vários graus. Esta
síndrome parece ser de curta duração após a interrupção da vancomicina administrada por
via intraperitoneal.
Carcinogênese, Mutagênese e danos à Fertilidade: não foi demonstrado potencial
mutagênico da vancomicina em testes padrão de laboratório. Estudos de teratologia em
animais não revelaram evidência de dano ao feto devido à vancomicina.
Uso na Gravidez: categoria de risco C
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação
médica ou do cirurgião-dentista.
Não foram realizados estudos de reprodução animal com a vancomicina.
Em um estudo clínico controlado, os potenciais dos efeitos ototóxicos e nefrotóxicos da
vancomicina em crianças foram avaliados quando a droga foi administrada por via
intravenosa a mulheres grávidas, portadoras de infecções estafilocócicas graves,
complicadas por serem viciadas em drogas de abuso intravenosas. A vancomicina foi
encontrada no sangue do cordão umbilical. Não foi observada perda auditiva
neurossensorial ou nefrotoxicidade com a vancomicina. Uma criança cuja mãe recebeu
vancomicina no terceiro trimestre de gravidez apresentou perda auditiva de condução, não
atribuível à administração do produto. Devido ao número de pacientes tratados neste estudo
ser limitado e a vancomicina ter sido administrada somente no segundo e terceiro trimestres
de gravidez, não se sabe se a vancomicina causa dano fetal. Devido ao fato dos estudos de
reprodução em animais nem sempre predizerem a resposta em humano e ao fato da
segurança do uso de vancomicina em mulheres grávidas não ter sido estabelecida, a
vancomicina só deve ser administrada a mulheres grávidas se absolutamente necessário.
Uso na Lactação
A vancomicina é excretada no leite humano. Deve-se ter cuidado quando a vancomicina for
administrada a mulheres que estejam amamentando. Deve-se descontinuar a droga ou a
amamentação, considerando a importância da droga para a mãe.
Uso em Crianças
Em recém-nascidos prematuros e lactentes jovens é recomendável controlar a concentração
sérica de vancomicina.
Uso em Idosos
A diminuição natural na filtração glomerular com o aumento da ida de pode levar a uma
elevação da concentração sérica da vancomicina. Os esquemas de doses de vancomicina
Drogas nefrotóxicas e ototóxicas: o uso concomitante da vancomicina com outros agentes
nefrotóxicos e/ou ototóxicos, como colistina, estreptomicina, neomicina, canamicina,
tobramicina, gentamicina, amicacina, anfotericina B, bacitracina, cisplatina, paramomicina,
polimixina B, ciclosporina, ácido etacrínico, furosemida, bumetanida, capreomicina,
estreptozocina, carmustina, ácido acetilsalicílico ou outro salicilato, pode aumentar os
riscos de reações tóxicas nos ouvidos e nos rins. Ao utilizar vancomicina
concomitantemente com drogas ototóxicas pode ocorrer perda auditiva que pode progredir
para surdez, mesmo com a descontinuação da droga, sendo que a perda auditiva pode ser
reversível, mas geralmente é permanente. Nesses casos devem-se efetuar determinações
audiométricas. Os efeitos da toxicidade auditiva da vancomicina, como tinitus, tontura ou
vertigem, podem ser mascarados por anti-histamínicos, buclizina, ciclizina, meclizina,
fenotiazinas, tioxantenos, trimetobenzamida. Quando a utilização de vancomicina e
aminoglicosídeo for necessária, atentar para a possibilidade de reações adversas devido a
interação entre eles, podendo ser necessário verificações da função renal, da concentração
sérica, ajustes de dose ou utilização de outros antibióticos. (ver 8. POSOLOGIA E
MODO DE USAR - Incompatibilidades).
Agentes anestésicos e vecurônio: a utilização de vancomicina com agentes anestésicos
(ex.: tiopental, propofol, sulfentanila) e vecurônio pode causar hipotensão e aumentar a
depressão neuromuscular. O uso concomitante de vancomicina e agentes anestésicos tem
sido associado com a ocorrência de reações anafilactoides e a um aumento das reações
ligadas à infusão (ex.: hipotensão, rubor, eritema, urticária, prurido) (ver 9. REAÇÕES
ADVERSAS). Eritema e rubor semelhante ao que ocorre com a liberação de histamina têm
ocorrido em pacientes pediátricos recebendo vancomicina e agentes anestésicos
concomitantemente.
O risco de reações adversas relacionadas à infusão pode ser minimizado se a vancomicina
for administrada numa infusão lenta (velocidade de no máximo 10mg/minuto), antes da
indução da anestesia. A infusão deve sempre ser feita em pelo menos 60 minutos, mesmo
quando doses menores de 500mg são utilizadas (ver 8. POSOLOGIA E MODO DE
USAR).
Dexametasona: em estudos com animais verificou-se que a administração de vancomicina
e dexametasona causou uma diminuição da penetração da vancomicina no líquido
cérebroespinhal, portanto ao utilizar dexametasona como adjuvante no tratamento de
meningites bacterianas recomenda-se que seja administrada antes ou junto à primeira dose
de vancomicina.
ANTES DA RECONSTITUIÇÃO ESTE PRODUTO DEVE SER MANTIDO NO
CARTUCHO DE CARTOLINA, CONSERVADO EM TEMPERATURA AMBIENTE
(15 A 30°C). PROTEGER DA LUZ E UMIDADE.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Atenção: O número de lote e data de validade gravados no frasco-ampola podem se tornar
ilegíveis ou até serem perdidos caso a embalagem entre em contato com algum tipo de
solução alcoólica.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem
original.
Características físicas e organolépticas:
Aspecto do pó: pó de fluxo livre branco a quase branco, ou pardo a marrom.
Características da solução após reconstituição: solução límpida amarelada a levemente
marrom.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Posologia
ATENÇÃO: as doses são dadas em termos de vancomicina.
Adultos
A dose intravenosa usual é de 2g/dia divididos em: 500mg a cada 6 horas ou 1g a cada 12
horas.
Outros fatores tais como idade ou obesidade, podem requerer modificação na dose usual
diária.
-Pacientes com restrição de líquidos: a vancomicina deve ser administrada a uma
concentração de no máximo 10mg/mL e a uma velocidade de infusão de no máximo
10mg/minuto.
ATENÇÃO: concentrações acima de 5mg/mL aumentam o risco de reações relacionadas
com a infusão. Eventos relacionados com a infusão podem, entretanto, ocorrer a qualquer
velocidade ou concentração (ver 9. REAÇÕES ADVERSAS).
Endocardite (profilaxia):
Quando pacientes alérgicos à penicilina e que têm doença cardíaca congênita, doença
reumática ou outra doença valvular adquirida, são submetidos a procedimentos cirúrgicos
do trato gastrintestinal ou geniturinário, a dose usual é de 1g, administrado durante 2 horas.
O término da infusão deve ocorrer 30 minutos antes do início da cirurgia (respeitando-se o
tempo de infusão).
Dependendo do risco de infecção, a gentamicina pode ser associada, sendo administrada
por via intramuscular ou intravenosa, em local diferente, na dose de 1,5mg/kg de peso
corporal, não ultrapassando 120mg.
Adultos com função renal diminuída
-Dose Inicial: 15mg/kg de peso corporal.
-Dose de Manutenção: ajustar as doses de acordo com o clearance de creatinina como
indicado na Tabela 1.
Tabela 1: Adultos com função renal diminuída – Doses de Manutenção
Clearance de Creatinina (mL/min) Dose
> 80 500mg a cada 6 horas ou 1g a cada 12 horas
50 – 80 1g a cada 1 a 3 dias
10 – 50 1g a cada 3 a 7 dias
< 10 1g a cada 7 a 14 dias
Pacientes funcionalmente anéfricos: a tabela não é válida para tais pacientes. Para
pacientes funcionalmente anéfricos, uma dose inicial de 15mg/kg deve ser administrada
para alcança r prontamente as concentrações séricas terapêuticas. A dose necessária para
manter concentrações estáveis é de 1,9mg/kg/dia.
Em pacientes com diminuição acentuada da função renal, pode ser mais conveniente
administrar doses de manutenção de 250mg a 1g, uma vez a cada diversos dias ao invés de
doses diária s. Em caso de anúria, tem sido recomendada a dose de 1g a cada 7 a 10 dias.
Determinação do clearance de creatinina a partir da creatinina sérica:
Quando se conhece somente a concentração de creatinina sérica*, a seguinte fórmula
(baseada no sexo, peso e idade do paciente) pode ser usada para calcular o clearance de
creatinina, sendo que o clearance de creatinina neste caso é somente estimado (mL/min) e
deve ser medido imediatamente assim que possível.
Homem = Peso (kg) x (140 – idade em anos)
72 x Concentração sérica de creatinina (mg/100mL)
Mulher = 0,85 x o valor acima.
*ATENÇÃO:
A creatinina sérica deve representar um estado de equilíbrio da função renal. De outra
forma o valor estimado para o clearance de creatinina não é válido. O clearance calculado
a partir dessa fórmula acaba sendo superestimado em pacientes com as seguintes condições:
(1) caracterizados por diminuição da função renal, tais como choque, insuficiência cardíaca
grave ou oligúria;
(2) nos quais está ausente uma relação normal entre massa muscular e peso corporal total,
tais como em pacientes obesos ou naqueles com doença hepática, edema ou ascite;
(3) acompanhados por debilitação, má nutrição ou inatividade.
Idosos
Administrar as mesmas doses de Adultos.
Idosos têm maior chance de apresentar diminuição da função renal, pode ser necessário
reduzir as doses (ver Adultos com função renal diminuída).
Crianças
Crianças até 1 mês de idade:
Estes pacientes têm um maior volume de distribuição e a função renal incompletamente
desenvolvida, portanto as normas posológicas diferem das recomendadas para crianças
maiores de 1 mês de idade e adultos, devendo-se diminuir as doses intravenosas diárias.
-Primeira semana de vida: dose inicial de 15mg/kg de peso corporal, seguida de 10mg/kg
de peso corporal a cada 12 horas; cada dose deve ser administrada por um tempo de no
mínimo 60 minutos.
-Segunda semana até 1 mês de vida: dose inicial de 15mg/kg de peso corporal, seguida de
10mg/kg de peso corporal a cada 8 horas.
Crianças acima de 1 mês a 12 anos de idade:
A dose intravenosa usual é de 10mg/kg de peso corporal a cada 6 horas, ou 20mg/kg de
peso corporal a cada 12 horas.
Crianças com endocardite bacteriana:
A dose intravenosa usual é de 20mg/kg de peso corporal administrado durante 1 a 2 horas.
tempo de infusão de no mínimo 60 minutos).
ATENÇÃO: monitorar o paciente, principalmente aqueles com função renal diminuída e
idosos, realizando audiograma, exames de urina, função renal, hemograma, concentração
sérica de vancomicina. A concentração sérica de vancomicina pode ser determinada por
ensaio microbiológico, radioimunoensaio, imunoensaio com polarização fluorescente,
imunoensaio fluorescente ou cromatografia líquida de alta pressão.
Duração do tratamento
Como na terapia com antibióticos em geral, o tratamento com vancomicina deve ser
prolongado por um mínimo de 48 a 72 horas após abaixar a temperatura do paciente, ou
após a constatação da erradicação bacteriana.
Modo de Usar
INFUSÃO INTRAVENOSA
-A vancomicina deve ser administrada exclusivamente por Infusão Intravenosa (gota a gota
na veia) a uma velocidade de no máximo 10mg/minuto. A infusão deve sempre ser feita em
pelo menos 60 minutos, mesmo quando soluções mais diluídas ou doses menores de 500mg
são administradas. Diminui-se a possibilidade de tromboflebite usando soluções com
concentração de no máximo 5mg/mL e fazendo rotação nos locais de administração (a
menos que a administração se faça por cateter venoso central).
-Não administrar por via Intramuscular (pode haver necrose dos tecidos) e nem por via
Intravenosa Direta (ver 5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES).
ATENÇÃO:
-Frequentemente os hospitais reconstituem produtos injetáveis utilizando agulhas 40x12,
que aumentam a incidência de pequenos fragmentos de rolha serem levados para dentro do
frasco durante o procedimento. Agulhas 30x8 ou 25x8, embora dificultem o processo de
reconstituição, têm menor probabilidade de carregarem partículas de rolhas para dentro dos
frascos.
Deve-se, no entanto, sempre inspecionar visualmente os produtos antes da administração,
descartando-os se contiverem partículas.
-O produto preparado em capela de fluxo unidirecional (laminar) validado pode ser
armazenado pelos tempos descritos a seguir. Para produtos preparados fora desta condição,
recomenda-se o uso imediato.
Vancomicina 500mg - INFUSÃO INTRAVENOSA
Reconstituição
Diluente: Água para injetáveis. Volume: 10mL.
Após reconstituição, o produto tem volume final de aproximadamente 10,2mL e
concentração de aproximadamente 49mg/mL.
Aparência da solução reconstituída: solução límpida amarelada a levemente marrom.
Estabilidade após reconstituição:
Diluição
Diluente: Cloreto de Sódio 0,9%; Glicose 5% ou Solução de Ringer Lactato.
Volume: 100mL.
Após diluição, o produto tem concentração de aproximadamente 4,5mg/mL.
Tempo de infusão: 1 hora. Não ultrapassar 10mg/minuto.
Incompatibilidades:
A solução de vancomicina tem um pH baixo e pode provocar instabilidade química ou
física quando misturada com outros compostos (especialmente com soluções alcalinas).
A vancomicina tem demonstrado incompatibilidade com: albumina humana, aminofilina,
anfotericina B (complexo com colesteril sulfato), aztreonam, bivalirudina, cefazolina,
cefotaxima, cefotetano, cefoxitina, ceftazidima, ceftriaxona, cefuroxima, cloranfenicol
(succinato sódico), dimenidrinato, fusidato sódico, foscarnet, heparina sódica, idarrubicina,
metotrexato sódico, nafcilina sódica, omeprazol, pantoprazol sódico, piperacilina +
tazobactam, propofol, sargramostim, ticarcilina + clavulanato de potássio e varfarina.
A vancomicina não deve ser misturada com outros medicamentos.
Se clinicamente necessária a utilização concomitante de uma dessas drogas e vancomicina,
elas devem ser administradas separadamente (não misturá-las nos mesmo frasco ou na
mesma bolsa). Se estiver utilizando a técnica em Y, suspender temporariamente a
administração de um medicamento enquanto se administra o outro.
Reações relacionadas com a infusão: quando administrada via infusão intravenosa pode
ocorrer dor, hipersensibilidade no local e tromboflebite. Durante ou logo após uma infusão
rápida d e vancomicina, os pacientes podem desenvolver reações anafilactoides, incluindo
hipotensão, chiado, dispneia, urticária ou prurido, choque e parada cardíaca. Em uma
infusão rápida há liberação de histamina, situação que pode causar a Síndrome do Homem
Vermelho caracterizada por arrepios ou febre, desmaio, aceleração dos batimentos
cardíacos, quedas de pressão, coceira na pele, náusea ou vômito, erupção e vermelhidão na
parte superior do corpo. Essas reações são comuns quando a administração é rápida
(velocidade de infusão superior a 10mg/minuto) e geralmente desaparecem dentro de 20
minutos após término da infusão, mas podem persistir por várias horas.
As reações relacionadas com a infusão são raras se a vancomicina for administrada
corretamente: diluída a concentrações de no máximo 5mg/mL e infundidas na velocidade
de até 10mg/minuto. A infusão deve sempre ser feita em pelo menos 60 minutos, mesmo
quando doses menores de 500mg são administradas.
Nefrotoxicidade: raramente foram relatados danos renais, manifestados principalmente por
aumento nas concentrações de creatinina sérica ou do nitrogênio ureico sanguíneo em
pacientes que receberam altas doses de vancomicina. Foram relatados raros casos de nefrite
intersticial. A maioria desses relatos ocorreu em pacientes que receberam aminoglicosídeos
concomitantemente ou que tinham disfunção renal preexistente. Quando a vancomicina foi
interrompida, a uremia desapareceu na maioria dos pacientes.
Gastrintestinais: pode ocorrer colite pseudomembranosa durante ou após o tratamento
com vancomicina (ver 5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES). A colite
pseudomembranosa é caracterizada por dor e cólicas abdominais graves, abdômen sensível
ao toque, diarreia aquosa com ou sem sangue, febre.
A ocorrência de colite pseudomembranosa é rara.
Ototoxicidade: foram relatados diversos casos de perda de audição relacionada com o uso
de vancomicina. A maioria desses pacientes tinha disfunção renal, perda de audição
preexistente ou estava em tratamento concomitante com outras drogas ototóxicas.
Vertigem, tontura e tinitus foram relatados raramente.
Hematopoiese: têm sido reportados alguns casos de neutropenia reversível, geralmente
começando uma semana ou mais após o início da terapia com vancomicina ou após uma
dose total maior que 25 gramas. A neutropenia parece ser prontamente reversível quando a
vancomicina é interrompida. Trombocitopenia foi relatada raramente. Apesar de não ter
sido estabelecida uma relação causal, agranulocitose reversível (granulócitos menor que
500/mm3
) tem sido relatada raramente.
Pele e anexos: raramente foram observados casos de erupções cutâneas (incluindo
dermatite esfoliativa), reações de hipersensibilidade, prurido, Síndrome de Stevens-
Johnson, necrólise epidérmica tóxica, urticária e vasculite.
Outras: raramente foram relatados febre medicamentosa, náusea e calafrios. Foi relatada
peritonite química após administração intraperitoneal de vancomicina (ver 5.
ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES).
ATENÇÃO: suspeitar de ototoxicidade, nefrotoxicidade ou colite pseudomembranosa se,
após a descontinuação da vancomicina, ocorrer dor e cólicas abdominais graves, dor ou
sensibilidade abdominal, mudança na frequência e quantidade de urina, diarreia aquosa ou
grave (podendo ser sanguinolenta), dificuldade para respirar, sonolência, febre, sede
excessiva, perda do apetite, perda auditiva, náusea, vômito, zumbido ou barulho nos
ouvidos e fraqueza.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificação em Vigilância
Sanitária – NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm,
ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
Uma dose excessiva de vancomicina pode resultar em oligúria ou falência da função renal.
São necessários cuidados gerais de suporte com monitorização para eletrólitos, fluídos,
função auditiva, hematológica (principalmente plaquetas e contagem de glóbulos brancos),
função renal e vestibular.
A vancomicina é muito pouco removida do sangue por diálise. A hemofiltração e
hemoperfusão com resina polissulfônica têm resultado no aumento do clearance da
vancomicina.
Ao se defrontar com um caso de superdosagem, considerar a possibilidade de envolvimento
de drogas múltiplas, interação de drogas e eventual cinética inusitada da droga no paciente.
Em caso de intoxicação ligue para 0800-722-6001 se você precisar de mais orientações.