Bula do Cloridrato de Verapamil produzido pelo laboratorio Laboratório Teuto Brasileiro S/a
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
cloridrato de verapamil
Comprimido revestido 80mg
MODELO DE BULA COM INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS
PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Medicamento genérico Lei nº 9.787, de 1999.
APRESENTAÇÕES
Embalagens contendo 30, 120, 150, 200, 300 e 500 comprimidos.
USO ORAL
USO ADULTO E PEDIÁTRICO
COMPOSIÇÃO
Cada comprimido contém:
cloridrato de verapamil....................................................................................................80mg
Excipiente q.s.p. ................................................................................................. 1comprimido
Excipientes: acetona, álcool etílico, álcool isopropílico, amido, corante amarelo de
tartrazina, dióxido de titânio, estearato de magnésio, copolímero do ácido metacrílico,
croscarmelose sódica, fosfato de cálcio dibásico, povidona, lactose monoidratada, macrogol
6000, dióxido de silício e talco.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Cloridrato de verapamil é destinado ao tratamento de:
1.Isquemia miocárdica:
a)isquemia silenciosa;
b)angina crônica estável (clássica angina de esforço);
c)angina de repouso: angina vasoespástica (variante de Prinzmetal) e angina instável.
2.Hipertensão arterial leve e moderada:
Para tratamento da hipertensão arterial leve e moderada, em monoterapia.
O cloridrato de verapamil tem a vantagem de poder ser usado em pacientes nos quais outros
medicamentos estão contraindicados ou não são bem tolerados, tais como nos portadores de
asma, diabetes mellitus, depressão, transtornos da função sexual, vasculopatia cerebral ou
periférica, doença coronariana, hiperlipidemias, hiperuricemia e senilidade. Atua na
redução dos níveis pressóricos na crise hipertensiva e na hipertensão refratária.
3. Profilaxia das taquicardias supraventriculares paroxísticas:
a) conversão rápida para o ritmo sinusal das taquicardias supraventriculares paroxísticas,
incluindo aquelas associadas a feixes de condução acessórios (Síndromes de Wolff-
Parkinson-White e Lown-Ganong-Levine). Quando possível, manobras vagais devem ser
tentadas antes da administração de medicações;
b) controle temporário da resposta ventricular rápida no "flutter" ou fibrilação atrial, exceto
quando associado com feixes de condução acessórios (Síndromes de Wolff-Parkinson-
White ou Lown-Ganong-Levine).
Um estudo clínico fase IV que envolveu 4247 pacientes com hipertensão leve, moderada ou
grave, teve como objetivo estudar a eficácia anti-hipertensiva e a tolerabilidade do
cloridrato de verapamil.
De acordo com o estudo, a monoterapia com cloridrato de verapamil normalizou a pressão
arterial diastólica (≤ 90mm Hg) em 90% dos pacientes com hipertensão leve, 70% com
hipertensão moderada e 61% com hipertensão grave. A tolerabilidade cardíaca e
extracardíaca com o cloridrato de verapamil foi boa e a média da frequência cardíaca foi
levemente reduzida e nenhum dos pacientes desenvolveu bloqueio atrioventricular de 2º ou
3º grau.1
Estudo duplo-cego de 6 semanas, 28 pacientes hipertensos estágios I-II foram
randomizados para verapamil 160mg 3x/dia ou nifedipina 20mg 2x/dia.
Verapamil reduziu PAD media significativamente mais que nifedipina, com efeitos
colaterais mais incidentes no grupo nifedipina que no grupo verapamil. Em conclusão,
verapamil tem uma eficácia anti-hipertensiva superior à nifedipina2
.
Evidências de vários estudos suportam que verapamil é um anti-hipertensivo eficaz e bem
tolerado para o tratamento de hipertensão leve a moderada e equivalente a outros agentes
como betabloqueadores, diuréticos e inibidores da enzima de conversão (iECA), sem
apresentar os efeitos colaterais mais incidentes destas medicações3
O efeito antianginoso de verapamil 120mg 3x/dia ao longo de 1 ano de tratamento foi
avaliado em 11 pacientes com angina de esforço induzida. A tolerância do teste de esforço
em bicicleta foi de 531,8 +/- 123.0kg/min no grupo placebo e 763,6 +/- 124,7kg/min no
grupo verapamil (p< 0,001), demonstrando a eficácia antianginosa do medicamento. Os
benefícios no tratamento a curto prazo são sustentados mesmo após 1 ano de tratamento4
Outro estudo duplo-cego, randomizado, placebo controlado avaliou a redução da frequência
de episódios anginosos, o consumo de nitroglicerina e a tolerância ao esforço em 26
pacientes com angina estável em uso de verapamil 480mg/dia.
Houve redução de 5,6 +/− 7,3 para 2,2 +/− 3,9 episódios de angina por semana (p < 0,001)
e redução no consumo de nitroglicerina de 3,4 +/− 4,9 para 1,2 +/− 2,5 comprimidos por
semana (p < 0,05) no grupo verapamil comparado com placebo.
O tempo de esforço aumentou de 6,4 +/− 2,1 minutos e foram observados menos episódios
de infradesnivelamento de segmento ST no pico do esforço (p < 0,05), sugerindo uma
favorável redistribuição do fluxo sanguíneo coronário para zona isquêmica5
Um estudo randomizado, duplo-cego, placebo controlado avaliou durante 4 meses a
efetividade e segurança de verapamil em 11 pacientes com episódios frequentes de
taquicardia paroxística supraventricular (TPSV). Os episódios de TPSV diminuíram
significativamente no grupo verapamil em relação ao placebo (p < 0,05), demonstrando que
verapamil oral é seguro e efetivo no tratamento à longo prazo de pacientes com taquicardia
paroxística supraventricular6
Referências Bibliográficas
1) Speders S, Sosna J, Schumacher A, et al. “Efficacy and safety of verapamil SR 240 mg
in essential hypertension: results of a multicentric phase IV study”: J. Cardiovasc.
Pharmacol. 1989; 13 suppl 4: S47-9.
2) Midtbo K, Hals O, Van der Meer J; et al. “Verapamil compared with nifedipine in the
treatment of essential hypertension”: Journal of Cardiovascular Pharmacology. 1982, vol.4,
suppl. 3, p.S363−S368.
3) McTavish D, Sorkin E; et al. “Verapamil. An updated review of its pharmacodynamic
and pharmacokinetic properties, and therapeutic use in hypertension”: Drugs. 1989, vol.38,
no.1, p. 19−76.
4) Zanolla L, Trevi GP, et al. “Long−term persistence of antianginal effect of oral
verapamil in chronic stable angina”. J Cardiovasc Pharmacol. 1984, vol. 6(3): 423-8.
5) Brodsky SJ, Cutler SS, et al. “Treatment of stable angina of effort with verapamil: a
double−blind, placebo−controlled randomized crossover study”. Circulation. 1982, vol. 66
(3): 569−74.
6) Mauritson DR, Winniford MD et al. “Oral verapamil for paroxysmal supraventricular
tachycardia: a long-term, doubleblind randomized trial”. Ann Intern Med. 1982; 96(4):409-
12.
Estudos pré-clínicos
Estudos de reprodução foram conduzidos em coelhos e ratos através de administração oral
de doses até 1,5 (15mg/Kg/dia) e 6 (60mg/Kg/dia) vezes a dose oral diária em humanos,
respectivamente, e não foi evidenciada teratogenicidade. Nos ratos, entretanto, o múltiplo
da dose humana foi embriocida, e retardou o desenvolvimento e crescimento fetal.
Provavelmente por causa dos efeitos adversos maternos refletidos em perda de ganho de
peso pelas ratas prenhas. Entretanto não foram realizados estudos em mulheres grávidas.
Este medicamento contém como princípio ativo o cloridrato de verapamil, que é um
inibidor do influxo de íons cálcio (bloqueador de canais lentos ou antagonista do íon
cálcio).
Farmacodinâmica
O cloridrato de verapamil bloqueia o influxo transmembrana de cálcio (e possivelmente de
sódio), para células musculares cardíacas e vasculares. Reduz a exigência de oxigênio do
miocárdio diretamente através da intervenção em processos metabólicos consumidores de
energia no músculo cardíaco, e indiretamente por redução da pós-carga.
O bloqueio dos canais de cálcio do músculo liso das artérias coronarianas aumenta a
perfusão miocárdica, mesmo em tecidos pós-estenose, e relaxa espasmos coronarianos.
A ação anti-hipertensiva do cloridrato de verapamil está baseada na redução da resistência
periférica, sem efeito rebote na frequência cardíaca. A pressão arterial normal não é afetada
de modo considerável.
A atividade elétrica através dos nodos sinoatrial e atrioventricular depende em grande parte
do influxo dos íons cálcio.
Através da inibição deste influxo, o verapamil reduz a condução através do nó
atrioventricular prolongando assim o período refratário. Esse efeito resulta na redução da
transmissão elétrica ventricular nos pacientes com flutter atrial e/ou fibrilação atrial com
rápida resposta ventricular. Interrompendo a reentrada no nó atrioventricular, verapamil
pode reestabelecer o ritmo sinusal normal em pacientes com taquicardia supraventricular
paroxistica, incluindo síndrome de Wolf-Parkinson-White.
Verapamil não produz efeito na condução do estímulo elétrico através dos feixes de
condução acessórios.
O cloridrato de verapamil possui efeito antiarrítmico bem definido, particularmente na
presença de arritmias supraventriculares. O cloridrato de verapamil atrasa a condução no nó
atrioventricular. O resultado, dependendo do tipo de arritmia, é a restauração do ritmo
sinusal e/ou normalização da frequência ventricular. Frequências cardíacas normais não são
afetadas ou sofrem pequena redução.
Farmacocinética
O cloridrato de verapamil é extensivamente metabolizado. O norverapamil é um dos 12
metabólitos identificados na urina que possui 10% a 20% da ação farmacológica e faz parte
de 6% da droga excretada na urina.
As concentrações de norverapamil e verapamil no estado estacionário após múltiplas doses
diárias alcançadas após 3 a 4 dias no plasma são similares.
Absorção: Mais de 90% da dose de cloridrato de verapamil é rapidamente absorvida pelo
intestino delgado. A disponibilidade sistêmica média do composto inalterado depois de
uma única dose oral é de aproximadamente 22%, devido a uma extensa metabolização
hepática de primeira passagem. A biodisponibilidade é aproximadamente duas vezes mais
alta com administrações repetidas. Os níveis plasmáticos de pico do cloridrato do verapamil
são alcançados uma a duas horas após a administração do comprimido revestido. O pico
plasmático de norverapamil é alcançado aproximadamente 1 hora após administração da
dose.
Distribuição: o verapamil é altamente distribuído através dos tecidos do corpo, o volume
de distribuição varia de 1,8 – 6,8L/Kg em pacientes saudáveis. A ligação de verapamil com
proteínas plasmáticas é de aproximadamente 90 %.
Metabolização: verapamil é altamente metabolizado. Estudos in vitro indicaram que o
fármaco é metabolizado pelo citocromo P 450 CYP3A4, CYP1A2, CYP2C8, CYP2C9,
CYP2C18.
Em homens saudáveis, administrado por via oral, o verapamil sofre extenso metabolismo
no fígado, sendo identificados 12 metabólicos, a maior parte deles só vestígios. Os
principais metabólitos foram identificados como diferentes produtos N e O dealquilados do
verapamil.
Desses metabólitos, apenas norverapamil possui algum efeito farmacológico,
aproximadamente 20 % do componente principal foi observado em estudos com cachorros.
Eliminação: a meia-vida de eliminação é de 3 a 7 horas. O cloridrato de verapamil e seus
metabólitos são eliminados principalmente por via renal. Somente 3 a 4% são eliminados
sob a forma inalterada. Cerca de 50% da dose é eliminada via renal em 24 horas e 70% em
cinco dias. Até 16% da dose é eliminada nas fezes. O clearence total de verapamil é tão
alto quanto o fluxo sanguíneo hepático, aproximadamente 1L/h/Kg (variação: 0,7 –
1,3L/h/Kg).
Populações Especiais
Pediátrico: informação limitada de pacientes pediátricos está disponível, a concentração
estacionária parece ser menor na população pediátrica após ingestão oral da dose, quando
comparado com a população adulta.
Idosos: a idade pode afetar a farmacocinética do verapamil dados a pacientes hipertensivos.
O tempo de meia-vida pode ser prolongado quando utilizado por pacientes idosos. O efeito
anti-hipertensivo do verapamil não tem relação com a idade.
Insuficiência Renal: a função renal não tem efeito sobre a farmacocinética de verapamil
conforme demonstrado em estudos comparativos em pacientes com insuficiência renal
avançada e pacientes saudáveis. Apesar disso, recomenda-se administração cautelosa de
verapamil em pacientes com insuficiência renal. O verapamil e norverapamil não são
significativamente removidos por hemodiálise.
Insuficiência hepática: a meia-vida de verapamil é prolongada em pacientes com alteração
da função hepatica com menor clearance e maior volume de distribuição. O uso de
verapamil nessa população deve ser usada com cuidado.
O cloridrato de verapamil é contraindicado para o uso por pessoas com
hipersensibilidade ao cloridrato de verapamil ou a outros componentes da fórmula do
medicamento.
Cloridrato de verapamil também é contraindicado em casos de:
-choque cardiogênico;
-bloqueio AV (atrioventricular) de segundo ou terceiro graus (exceto em pacientes com
marca-passo artificial em funcionamento);
-síndrome do nódulo sinusal (exceto em pacientes com marca-passo artificial em
funcionamento);
-insuficiência cardíaca com redução da fração de ejeção menor que 35% e/ou pressão
pulmonar acima de 20mm Hg (a não ser que secundário para taquicardia supraventricular
sensível ao tratamento com verapamil);
-flutter ou fibrilação atrial na presença de feixes de condução acessórios (ou seja; síndrome
de Wolff-Parkinson- White e Lown-Ganong-Levine). Estes pacientes correm risco de
desenvolver taquicardia, incluindo fibrilação ventricular se cloridrato de verapamil for
administrado.
Infarto Agudo do Miocárdio
Usar com cautela nos casos de infarto agudo do miocárdio complicados por bradicardia,
hipotensão acentuada ou disfunção ventricular esquerda.
Bloqueio AV/ Bloqueio AV de primeiro grau/ Bradicardia/ Assistolia
O cloridrato de verapamil age sobre os nódulos de AV e SA e prolonga o tempo de
condução átrio ventircular. Utilizar com cautela no desenvolvimento de bloqueio AV de
segundo ou terceiro grau. Nos casos de bloqueio do ramo unifascicular, bifascicular ou
trifascicular há a necessidade de descontinuação do tratamento com cloridrato de verapamil
e, se necessário, implementar um tratamento adequado.
O cloridrato de verapamil age sobre os nódulos AV e SA e raramente permite a evolução de
bloqueio AV para segundo ou terceiro grau, bradicardia e em casos extremos, assistolia.
Isso é mais provável de ocorrer em pacientes com doença do nó sinusal, que é mais comum
em pacientes idosos. Em pacientes que não possuem essa doença, assistolia é geralmente de
curta duração (alguns segundos ou menos) com retorno espontâneo do ritmo normal. Se o
retorno não ocorrer rapidamente, deve ser iniciado tratamento adequado.
Insuficiência cardíaca
Pacientes com insuficiência cardíaca com fração de ejeção maior que 35 % devem ser
compensados antes do início do tratamento com cloridrato de verapamil.
Antiarrítmicos, betabloqueadores
Potencialização mútua de efeitos cardiovasculares (grau superior bloqueio AV, grau
superior de frequência cardíaca indução de insuficiência cardíaca e hipotensão
potencializada).
Bradicardia assintomatica (36 batidas/minuto) com uso de marcapasso atrial (wandering
atrial pacemaker) foram observados em um paciente recebendo concomitantemente colírio
de timolol (bloqueador beta adrenergico) e cloridrato de verapamil oral.
Digoxina
Se verapamil for administrado concomitantemente com digoxina, reduzir a dose de
digoxina. Ver item Interações Medicamentosas.
Doença nas quais a transmissão neuromuscular é afetada
O cloridrato de verapamil deve ser utilizado com cautela em pacientes com doenças nas
quais a transmissão neuromuscular é afetada (miastenia grave, Síndrome de Eaton-
Lambert, distrofia muscular de Duchenne avançada).
Inibidores da HMG-CoA Redutase (estatinas)
Ver item Interações Medicamentosas
Cuidados e advertências para populações especiais
Uso em idosos: as doses de cloridrato de verapamil devem ser individualizadas, pois
pacientes idosos apresentam uma resposta acentuada ao verapamil.
Uso pediátrico: deve-se ter bastante cautela ao administrar cloridrato de verapamil a este
grupo de pacientes.
Uso em pacientes com insuficiência hepática: o verapamil deve ser usado com cuidado
em pacientes com função do fígado alterada. Nestes casos deve-se ajustar muito
cuidadosamente a dose e começar com doses menores (ver Posologia).
Uso em pacientes com comprometimento da função renal: estudos robustos
comparativos demonstraram que o comprometimento da função renal não tem efeito sobre
a farmacocinética do cloridrato de verapamil em pacientes no estágio final da insuficiência
renal. Entretanto, alguns casos reportados sugerem que o cloridrato de verapamil deve ser
usado com cautela e com acompanhamento cuidadoso de pacientes com comprometimento
da função renal. O cloridrato de verapamil não pode ser removido por hemodiálise.
Uso na gravidez: não há dados adequados do uso de cloridrato de verapamil em mulheres
durante a gravidez. Estudos em animais não indicaram efeitos danosos direta ou
indiretamente com respeito a toxicidade reprodutiva. Como estudos de reprodução feitos
com animais não preveem sempre a resposta em humanos, só se deve administrar cloridrato
de verapamil na gravidez quando existir uma indicação absolutamente necessária.
O cloridrato de verapamil atravessa a barreira placentária e pode ser medido no cordão
umbilical.
Lactante: o cloridrato de verapamil é excretado no leite humano. Dados limitados para
administração oral têm mostrado que a dose relativa do verapamil no lactante é baixa (0,1 –
1% da dose oral da mãe) e que o uso de verapamil pode ser compatível com a
amamentação. Mas devido ao potencial de sérias reações adversas em lactentes, o
verapamil deve ser usado durante a lactação somente se for essencial para bem-estar da
mãe.
Categoria de risco: C
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação
médica ou do cirurgião-dentista.
Efeitos na habilidade de dirigir e usar máquinas: Devido ao seu efeito anti-hipertensivo
e dependendo da resposta individual, o cloridrato do verapamil pode afetar a habilidade de
reação a ponto de prejudicar a habilidade de dirigir um veículo, de operar máquinas ou de
trabalhar sob circunstâncias perigosas. Isso se aplica, principalmente, quando se inicia o
tratamento, quando a dose é aumentada, quando há migração de outra terapia
medicamentosa ou quando álcool é consumido concomitantemente. Verapamil pode
aumentar o nível de álcool no sangue e retardar sua eliminação, com isso, os efeitos do
Estudos metabólicos in vitro indicam que o verapamil é metabolizado pelo citocromo P450,
CYP3A4, CYP1A2, CYP2C8, CYP2C9 e CYP2C18. Verapamil mostrou ser um inibidor
das enzimas CYP3A4 e P-glicoproteínas (P-gp). Interações clinicamente significantes
foram relatadas com os inibidores de CYP3A4, com elevação de níveis plasmáticos do
verapamil, enquanto os indutores de CYP3A4 causaram redução dos níveis plasmáticos do
verapamil. Portanto, os pacientes devem ser monitorados quanto às interações
medicamentosas.
A tabela a seguir fornece uma lista de possíveis interações medicamentosas por motivos
farmacocinéticos:
Potenciais interações medicamentosas associadas ao verapamil
Fármaco
concomitante
Efeito potencial Comentário
Alfa Bloqueadores
prazosina Aumenta a Cmax da prazosina (~40%),
sem efeito na meia-vida.
Terazosina Aumenta AUC (~24%) e Cmax
(~25%) da terazosina
Efeito aditivo hipotensivo
Antiarrítmicos
flecainida Efeito mínimo sobre a depuração
plasmática da flecainida (<~10%);
nenhum efeito sobre a depuração
plasmática do verapamil
Ver item Advertências e
Precauções.
quinidina Diminui depuração da quinidina oral
(~35%)
Hipotensão.
Edema pulmonar pode
ocorrer em pacientes com
cardiomiopatia hipertrófica
obstrutiva.
Antiasmáticos
teofilina Diminui clearence oral e sistêmico
em cerca de 20%
A redução do clearence foi
menor nos tabagistas
(~11%)
Anticonvulsivantes/ Antiepiléticos
carbamazepina Aumenta AUC da carbamazepina
(~46%) em pacientes com epilepsia
parcial refratária
Aumento nos níveis de
carbamazepina. Podem
ocorrer efeitos colaterais
relativos a carbamazepina,
como diplopia, cefaleia,
ataxia ou tontura.
fenitoína Diminui concentração de verapamil
no plasma
---
Antidepressivo
imipramina Aumenta AUC da imipramina
(~15%)
Nenhum efeito no nível do
metabólito ativo,
desipramina
Antidiabéticos
glibenclamida Aumenta Cmax (~28%), AUC (~26%)
da glibenclamida
Antigotosos
colchicina Aumenta AUC (~2 vezes) e Cmax
(~1,3 vezes)
Reduz a dose de colchicina.
Ver bula de colchicina.
Anti-infecciosos
claritromicina Possível aumento nos níveis de
verapamil
eritromicina Possível aumento dos níveis de
rifampicina Diminui AUC (~97%), Cmax (~94%) e
biodisponibilidade oral (~92%) do
verapamil.
o efeito hipotensor do
verapamil pode ser
reduzido.
telitromicina Possível aumento dos níveis de
Antineoplásicos
doxorrubicina Aumenta AUC (104%) e Cmax (61%)
da doxorrubicina com a administração
oral de verapamil.
Em pacientes com
carcinoma pulmonar de
células pequenas.
Barbitúricos
fenobarbital Aumenta a depuração do verapamil
oral (~5 vezes)
Benzodiazepínicos e outros ansiolíticos
buspirona Aumenta AUC e Cmax da buspirona
em 3-4 vezes
midazolam Aumenta AUC (~3 vezes) e Cmax (~2
vezes) do midazolam
Betabloqueadores
metoprolol Aumenta AUC (~32.5%) e Cmax
(~41%) do metoprolol em pacientes
com angina.
propranolol Aumenta AUC (65%) e Cmax. (94%)
de propranolol em pacientes com
angina.
Precauções
Glicosídeos Cardíacos
digitoxina Diminui depuração total (~27%) e
depuração extrarrenal (~29%) da
digitoxina
digoxina Indivíduos saudáveis: aumenta Cmax
da digoxina em ~ 44%, aumenta C12h
da digoxina (~53%), Css da digoxina
Reduzir a dose de digoxina.
em ~44%, e aumenta AUC da
digoxina em ~50%
Antagonista de Receptor H2
cimetidina Aumenta AUC de R-(25%) e S-(40%)
verapamil, com correspondente
diminuição da depuração de R- e S-
Imunológicos
ciclosporina Aumenta AUC, Css, Cmax de
ciclosporina em ~45%
everolimus Everolimus: Aumento AUC (~3,5
vezes) e Cmax (~2,3 vezes)
Verapamil: Aumento C residual (~2,3
vezes)
Determinação da
concentração e ajuste da
dose de everolimus pode ser
necessária
sirolimus Aumenta AUC (~2,2 vezes; S –
verapamil aumenta AUC (~1,5 vezes)
dose de sirolimus pode ser
tacrolimus Possível aumento do nível de
tacrolimus
Agentes redutores de lípides
atorvastatina Possível aumento dos níveis de
atorvastatina
Aumenta AUC -(~43%) de verapamil
lovastatina Possível aumento dos níveis de
lovastatina
Aumenta AUC (~ 63%) e Cmax
(~32%) de verapamil
sinvastatina Aumenta AUC (~2,6 vezes), Cmax
(~4,6 vezes) de sinvastatina
Segue adiante informação
adicional
Agonistas do receptor de serotonina
Almotriptana Aumenta AUC (~20%) e Cmax
(~24%) de almotriptana
Uricosúricos
sulfinpirazona Aumenta a depuração do verapamil
oral (~3 vezes) e diminui
biodisponibilidade (~60%)
verapamil pode ser reduzido
Outros
suco de grapefruit Aumenta AUC de R-(~49%) e S-
(~37%) verapamil
Aumenta Cmax de R-(~75%) e S-
(~51%) verapamil
Meia vida de eliminação e
depuração renal não
afetadas. Suco de grapefruit
não deve ser ingerido junto
com verapamil.
erva de São João
(Hypericum
Diminui AUC de R-(~78%) e S-
(~80%) verapamil, com
perforatum) correspondente redução da Cmax
Outras interações medicamentosas e informações adicionais
Anti-hipertensivos, diuréticos, vasodilatadores: potencialização do efeito hipotensor.
Agentes antivirais anti-HIV: devido ao potencial inibitório metabólico de alguns dos
agentes antivirais anti-HIV, tais como o ritonavir, as concentrações plasmáticas do
verapamil podem aumentar. Deve-se ter cuidado ou a dose do verapamil deve ser
diminuída.
Lítio: foi relatado aumento da neurotoxicidade durante uso concomitante de cloridrato de
verapamil e lítio, com e sem aumentos nas concentrações séricas de lítio. Entretanto, o uso
de cloridrato de verapamil em pacientes em tratamento crônico com lítio estável, resultou
na redução dos níveis séricos de lítio. Pacientes recebendo as duas drogas devem ser
acompanhados com cuidado.
Bloqueadores neuromusculares: dados clínicos e estudos em animais são sugestivos que
cloridrato de verapamil pode potencializar a atividade de bloqueadores neuromusculares.
Pode ser necessário reduzir a dose de cloridrato de verapamil e/ou do agente bloqueador
quando utilizados concomitantemente.
Ácido acetilsalicílico: tendência de sangramento aumentada.
Etanol (álcool): elevação dos níveis plasmáticos do etanol.
Inibidores da HMG Co-A Redutase (“estatinas”): o tratamento com inibidores da HMG
Co-A redutase (por exemplo, sinvastatina, atorvastatina ou lovastatina) em pacientes que
estão fazendo uso de verapamil deve ser iniciado na menor dose possível e ser aumentada
gradualmente. Se o verapamil for administrado a pacientes que já fazem uso de um inibidor
de HMG Co-A redutase (por exemplo, sinvastatina, atorvastatina ou lovastatina), deve-se
considerar uma redução na dose da estatina e reajustar a dose de acordo com as
concentrações de colesterol no sangue.
Fluvastatina, pravastatina e rosuvastatina: não são metabolizadas por CYP3A4;
portanto, a probabilidade de interagirem com o verapamil é menor.
DURANTE O CONSUMO ESTE PRODUTO DEVE SER MANTIDO NO CARTUCHO
DE CARTOLINA, CONSERVADO EM TEMPERATURA AMBIENTE (15 A 30°C).
PROTEGER DA LUZ E UMIDADE.
Este medicamento tem validade de 24 meses a partir da data de sua fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem
original.
Características físicas: Comprimido revestido circular de cor amarela.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
As doses de cloridrato de verapamil devem ser ajustadas individualmente de acordo com a
gravidade da doença e administradas de preferência com a alimentação ou logo após. Os
comprimidos devem ser deglutidos com um pouco de água, sem serem mastigados.
A dose do medicamento deve ser ajustada individualmente de acordo com a gravidade da
doença. A experiência clínica mostra que a dose média para todas as indicações varia de
240mg a 360mg.
A dose máxima diária não deve exceder 480mg para tratamentos longos, apesar de que uma
dose superior a esta pode ser usada para tratamentos curtos.
Não existe limitação de duração do tratamento.
O cloridrato de verapamil não deve ser descontinuado abruptamente em tratamentos longos,
sendo recomendada uma redução gradual de dose.
Em pacientes com disfunção hepática, o metabolismo da droga pode ser retardado ou
diminuído dependendo da gravidade da lesão do fígado, podendo potencializar ou
prolongar os efeitos do cloridrato de verapamil. Portanto, um ajuste de dose faz-se
necessário em pacientes com disfunção hepática, com doses reduzidas para início do
tratamento.
Pacientes com disfunção renal: Vide item Advertências e Precauções.
Adultos e adolescentes com peso maior que 50kg
Isquemia miocárdica, taquicardias supraventriculares paroxísticas, flutter atrial e fibrilação
atrial:
120mg a 480mg divididos em 3 ou 4 doses.
Hipertensão:
120mg a 480mg divididos em 3 doses.
Crianças (somente para distúrbios do ritmo cardíaco):
Até 6 anos: 80mg a 120mg divididos em 2 a 3 doses.
De 6 a 14 anos: 80mg a 360mg divididos em 2 a 4 doses.
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
Reações adversas foram relatadas durante estudos clínicos fase IV e durante o período de
pós-comercialização do cloridrato de verapamil.
As frequencias de reações adversas são definidas como: muito comum (≥ 1/10); comum (≥
1/100 a < 1/10); incomum (≥ 1/1000 a < 1/100); rara (≥ 1/10.000 a < 1/1.000); muito rara (
< 1/10.000); reação desconhecida ( não pode ser estimada pela informação disponível).
As reações adversas mais comuns relatadas foram: dor de cabeça, tontura, distúrbios
gastrintestinais (náusea, constipação e dor abdominal), bradicardia, taquicardia, palpitações,
hipotensão, rubor, edema periférico e fadiga.
Seguem as reações adversas relatadas, listadas abaixo por sistema do organismo:
Sistemas Comum Incomum Rara Desconhecida
Sistema
imunológico
--- --- --- Hipersensibilidade
Sistema nervoso Cefaleia e
tontura.
--- Parestesia
e tremor.
Reação
extrapiramidal;
paralisia1
(tetraparesia) e
convulsões.
Alterações
psiquiátricas
--- --- Sonolência ---
Alterações do --- --- Zumbido Vertigem
ouvido e do
labirinto
Sistema vascular Hipotensão,
rubor.
--- --- ---
cardíacas
Bradicardia Palpitações,
taquicardia.
--- Bloqueio
atrioventricular
(primeiro, segundo e
terceiro grau),
bradicardia
sinusal, falência
cardíaca,
assistolia.
Respiratório --- --- --- Broncoespasmo
gastrintestinal
Constipação,
náusea.
Dor
abdominal
Vômitos Desconforto
abdominal,
hiperplasia gengival
(inchaço da gengiva),
íleo (paralisia
intestinal).
Alterações na pele e
tecidos subcutâneos
--- --- Hiper-hidrose
(suor
excessivo)
Angioedema,
síndrome de Stevens-
Johnson, eritema
multiforme, erupção
cutânea
maculopapular,
alopecia (queda de
cabelo), urticária
(coceira), púrpura e
prurido.
musculoesquelético
--- --- --- Fraqueza muscular,
mialgia (dores
musculares em
qualquer parte do
corpo) e artralgia
(dores nas
articulações).
Sistema reprodutor
e mama
--- --- --- Disfunção erétil
(impotência),
ginecomastia
(crescimento das
mamas nos homens)
e galactorreia
(produção de leite
fora do período pós-
parto ou de lactação).
Condições gerais Edema Fadiga --- ---
periférico
Em Investigação --- --- --- Aumento de
prolactina plasmática
e aumento de
enzimas hepáticas.
1
Houve um único relato pós-comercialização de paralisia (tetraparesia) associada ao uso
concomitante de verapamil e colchicina. Esta paralisia provavelmente foi causada pela
colchicina que cruzou a barreira hematoencefálica devido à inibição da CYP3A4 e P-gp
pelo verapamil.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância
Sanitária – NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm,
ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
Sintomas
A superdosagem com verapamil pode causar hipotensão, bradicardia até bloqueio
atrioventricular de alto grau e parada sinusal, hiperglicemia, estupor e acidose metabólica.
Fatalidades já ocorreram como resultado de superdosagem.
Tratamento
O tratamento de uma superdosagem de verapamil deve ser principalmente de suporte e
individualizada, embora a administração parenteral de cálcio, um estimulante beta-
adrenérgico e irrigação gastrintestinal tenham sido utilizados como tratamento da
superdosagem. Tratamentos de superdosagem de cloridrato de verapamil com hipotensão
significativa ou bloqueio AV (atrioventricular) em alto grau deve ser tratado com agentes
vasopressores ou estimulantes cardíacos respectivamente.
Assistolia deve ser tratada com meios usuais, incluindo estimulação beta adrenérgica (ex.
cloridrato de isoproterenol), outros agentes vasopressores ou ressuscitação cardiopulmonar.
Devido ao potencial de absorção retardado do produto, os pacientes podem precisar de
observação e hospitalização por até 48 horas.
O cloridrato de verapamil não pode ser removido por hemodiálise.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 422 6001, se você precisar de mais orientações.