Bula do Cloridrato de Verapamil produzido pelo laboratorio Sandoz do Brasil Indústria Farmacêutica Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
cloridrato de verapamil
Sandoz do Brasil Ind. Farm. Ltda.
comprimidos revestidos
80 mg
Verapamil 80 mg – VPS 01
I) IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
Medicamento genérico Lei nº 9.787, de 1999
APRESENTAÇÕES
cloridrato de verapamil 80 mg comprimido revestido. Embalagem contendo 30 comprimidos revestidos.
USO ORAL
USO ADULTO E PEDIÁTRICO
COMPOSIÇÃO
Cada comprimido de revestido de 80 mg contém:
cloridrato de verapamil............................................................................................................................................. 80 mg
excipientes q.s.p. ......................................................................................................................... 1 comprimido revestido
(lactose, amido, povidona, celulose microcristalina, amidoglicolato de sódio, dióxido de silício, estearato de magnésio,
hipromelose, hiprolose, macrogol e dióxido de titânio)
II) INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
O cloridrato de verapamil é destinado ao tratamento de:
1.Isquemia miocárdica:
a) isquemia silenciosa;
b) angina crônica estável (clássica angina de esforço);
c) angina de repouso: angina vasoespástica (variante de Prinzmetal) e angina instável.
2. Hipertensão arterial leve e moderada:
Para tratamento da hipertensão arterial leve e moderada, em monoterapia.
O cloridrato de verapamil tem a vantagem de poder ser usado em pacientes nos quais outros medicamentos estão
contraindicados ou não são bem tolerados, tais como nos portadores de asma, diabetes mellitus, depressão, transtornos da
função sexual, vasculopatia cerebral ou periférica, doença coronariana, hiperlipidemias, hiperuricemia e senilidade. Atua na
redução dos níveis pressóricos na crise hipertensiva e na hipertensão refratária.
3. Profilaxia das taquicardias supraventriculares paroxísticas:
a) conversão rápida para o ritmo sinusal das taquicardias supraventriculares paroxísticas, incluindo aquelas associadas a
feixes de condução acessórios (Síndromes de Wolff-Parkinson-White e Lown-Ganong-Levine). Quando possível, manobras
vagais devem ser tentadas antes da administração de medicações; b) controle temporário da resposta ventricular rápida no
"flutter" ou fibrilação atrial, exceto quando associado com feixes de condução acessórios (Síndromes de Wolff-Parkinson-
White ou Lown-Ganong-Levine).
Um estudo clínico fase IV que envolveu 4247 pacientes com hipertensão leve, moderada ou grave, teve como objetivo
estudar a eficácia anti-hipertensiva e a tolerabilidade do cloridrato de verapamil.
De acordo com o estudo, a monoterapia com cloridrato de verapamil normalizou a pressão arterial diastólica (< 90 mm Hg)
em 90% dos pacientes com hipertensão leve, 70% com hipertensão moderada e 61% com hipertensão grave. A tolerabilidade
cardíaca e extracardíaca com o cloridrato de verapamil foi boa e a média da frequência cardíaca foi levemente reduzida e
nenhum dos pacientes desenvolveu bloqueio atrioventricular de 2º ou 3º grau 1.
Estudo duplo-cego de 6 semanas,28 pacientes hipertensos estágios I-II foram randomizados para verapamil 160 mg 3x/dia
ou nifedipina 20 mg 2x/dia.
Verapamil 80 mg – VPS 01
Verapamil reduziu PAD media significativamente mais que nifedipina, com efeitos colaterais mais incidentes no grupo
nifedipina que no grupo verapamil. Em conclusão, verapamil tem uma eficácia antihipertensiva superior à nifedipina 2.
Evidências de vários estudos suportam que verapamil é um antihipertensivo eficaz e bem tolerado para o tratamento de
hipertensão leve a moderada e equivalente a outros agentes como betabloqueadores, diuréticos e inibidores da enzima de
conversão (iECA), sem apresentar os efeitos colaterais mais incidentes destas medicações 3.
O efeito antianginoso de verapamil 120 mg 3x/dia ao longo de 1 ano de tratamento foi avaliado em 11 pacientes com angina
de esforço induzida. A tolerância do teste de esforço em bicicleta foi de 531,8 +/- 123.0 kg/min no grupo placebo e 763,6 +/-
124,7 kg/min no grupo verapamil (p< 0,001), demonstrando a eficácia antianginosa do medicamento. Os benefícios no
tratamento a curto prazo são sustentados mesmo após 1 ano de tratamento4.
Outro estudo duplo-cego, randomizado, placebo controlado avaliou a redução da frequência de episódios anginosos, o
consumo de nitroglicerina e a tolerância ao esforço em 26 pacientes com angina estável em uso de verapamil 480 mg/dia.
Houve redução de 5,6 +/− 7,3 para 2,2 +/− 3,9 episódios de angina por semana (p < 0,001) e redução no consumo de
nitroglicerina de 3,4 +/− 4,9 para 1,2 +/− 2,5 comprimidos por semana (p < 0,05) no grupo verapamil comparado com
placebo.
O tempo de esforço aumentou de 6,4 +/− 2,1 minutos e foram observados menos episódios de infradesnivelamento de
segmento ST no pico do esforço (p < 0,05), sugerindo uma favorável redistribuição do fluxo sanguíneo coronário para zona
isquêmica5.
Um estudo randomizado, duplo-cego, placebo controlado avaliou durante 4 meses a efetividade e segurança de verapamil
em 11 pacientes com episódios frequentes de taquicardia paroxística supraventricular (TPSV). Os episódios de TPSV
diminuíram significativamente no grupo verapamil em relação ao placebo (p < 0,05), demonstrando que verapamil oral é
seguro e efetivo no tratamento à longo prazo de pacientes com taquicardia paroxística supraventricular6.
Referências Bibliográficas
1) Speders S, Sosna J, Schumacher A, et al. “Efficacy and safety of verapamil SR 240 mg in essential hypertension: results
of a multicentric phase IV study”: J. Cardiovasc. Pharmacol. 1989; 13 suppl 4: S47-9.
2) Midtbo K, Hals O, Van der Meer J; et al. “Verapamil compared with nifedipine in the treatment of essential
hypertension”: Journal of Cardiovascular Pharmacology. 1982, vol.4, suppl. 3, p.S363−S368.
3) McTavish D, Sorkin E; et al. “Verapamil. An updated review of its pharmacodynamic and pharmacokinetic properties,
and therapeutic use in hypertension”: Drugs. 1989, vol.38, no.1, p. 19−76.
4) Zanolla L, Trevi GP, et al. “Long−term persistence of antianginal effect of oral verapamil in chronic stable angina”. J
Cardiovasc Pharmacol. 1984, vol. 6(3): 423-8.
5) Brodsky SJ, Cutler SS, et al. “Treatment of stable angina of effort with verapamil: a double−blind, placebo−controlled
randomized crossover study”. Circulation. 1982, vol. 66 (3): 569−74.
6) Mauritson DR, Winniford MD et al. “Oral verapamil for paroxysmal supraventricular tachycardia: a long-term,
doubleblind randomized trial”. Ann Intern Med. 1982; 96(4):409-12.
Estudos pré-clínicos
Estudos de reprodução foram conduzidos em coelhos e ratos através de administração oral de doses até 1,5 (15 mg/Kg/dia) e
6 (60 mg/Kg/dia) vezes a dose oral diária em humanos, respectivamente, e não foi evidenciada teratogenicidade. Nos ratos,
entretanto, o múltiplo da dose humana foi embriocida, e retardou o desenvolvimento e crescimento fetal. Provavelmente por
causa dos efeitos adversos maternos refletidos em perda de ganho de peso pelas ratas prenhas. Entretanto não foram
realizados estudos em mulheres grávidas.
O cloridrato de verapamil contém como princípio ativo o cloridrato de verapamil, que é um inibidor do influxo de íons
cálcio (bloqueador de canais lentos ou antagonista do íon cálcio).
Farmacodinâmica
O cloridrato de verapamil bloqueia o influxo transmembrana de cálcio (e possivelmente de sódio), para células musculares
cardíacas e vasculares. Reduz a exigência de oxigênio do miocárdio diretamente através da intervenção em processos
metabólicos consumidores de energia no músculo cardíaco, e indiretamente por redução da pós-carga.
O bloqueio dos canais de cálcio do músculo liso das artérias coronarianas aumenta a perfusão miocárdica, mesmo em tecidos
pós-estenose, e relaxa espasmos coronarianos.
Verapamil 80 mg – VPS 01
A ação anti-hipertensiva do cloridrato de verapamil está baseada na redução da resistência periférica, sem efeito rebote na
freqüência cardíaca. A pressão arterial normal não é afetada de modo considerável.
A atividade elétrica através dos nodos sinoatrial e atrioventricular depende em grande parte do influxo dos íons cálcio.
Através da inibição deste influxo, o verapamil reduz a condução através do nó atrioventricular prolongando assim o período
refratário. Esse efeito resulta na redução da transmissão elétrica ventricular nos pacientes com flutter atrial e/ou fibrilação
atrial com rápida resposta ventricular. Interrompendo a reentrada no nó atriventricular, verapamil pode reestabelecer o ritmo
sinusal normal em pacientes com taquicardia supraventricular paroxistica, incluindo síndrome de Wolf-Parkinson-White.
Verapamil não produz efeito na condução do estímulo elétrico através dos feixes de condução acessórios.
O cloridrato de verapamil possui efeito antiarrítmico bem definido, particularmente na presença de arritmias
supraventriculares. O cloridrato de verapamil atrasa a condução no nó atrioventricular. O resultado, dependendo do tipo de
arritmia, é a restauração do ritmo sinusal e/ou normalização da freqüência ventricular. Frequências cardíacas normais não
são afetadas ou sofrem pequena redução.
Farmacocinética
O cloridrato de verapamil é extensivamente metabolizado. O norverapamil é um dos 12 metabólitos identificados na urina
que possui 10% a 20% da ação farmacológica e faz parte de 6% da droga excretada na urina.
As concentrações de norverapamil e verapamil no estado estacionário após múltiplas doses diárias alcançadas após 3 a 4 dias
no plasma são similares.
Absorção: Mais de 90% da dose de cloridrato de verapamil é rapidamente absorvida pelo intestino delgado. A
disponibilidade sistêmica média do composto inalterado depois de uma única dose oral é de aproximadamente 22%, devido
a uma extensa metabolização hepática de primeira passagem. A biodisponibilidade é aproximadamente duas vezes mais alta
com administrações repetidas. Os níveis plasmáticos de pico do cloridrato do verapamil são alcançados uma a duas horas
após a administração do comprimido revestido. O pico plasmático de norverapamil é alcançado aproximadamente 1 hora
após administração da dose.
Distribuição: o verapamil é altamente distribuido através dos tecidos do corpo, o volume de distribuição varia de 1,8 – 6,8
L/Kg em pacientes saudáveis. A ligação de verapamil com proteínas plasmáticas é de aproximadamente 90 %.
Metabolização: verapamil é altamente metabolizado. Estudos in vitro indicaram que o fármaco é metabolizado pelo
citocromo P 450 CYP3A4, CYP1A2, CYP2C8, CYP2C9, CYP2C18.
Em homens saudáveis, administrado por via oral, o verapamil sofre extenso metabolismo no fígado, sendo identificados 12
metabolitos, a maior parte deles só vestígios. Os principais metabólitos foram identificados como diferentes produtos N e O
dealquilados do verapamil.
Desses metabólitos, apenas norverapamil possui algum efeito farmacológico, aproximadamente 20 % do componente
principal foi observado em estudos com cachorros.
Eliminação: a meia-vida de eliminação é de 3 a 7 horas. O cloridrato de verapamil e seus metabólitos são eliminados
principalmente por via renal. Somente 3 a 4% são eliminados sob a forma inalterada. Cerca de 50% da dose é eliminada via
renal em 24 horas e 70% em cinco dias. Até 16% da dose é eliminada nas fezes. O clearence total de verapamil é tão alto
quanto o fluxo sanguíneo hepático, aproximadamente 1 L/h/Kg (variação: 0,7 – 1,3 L/h/Kg).
Populações Especiais
Pediátrico: informação limitada de pacientes pediátricos está disponível, a concentração estacionária parece ser menor na
população pediátrica após ingestão oral da dose, quando comparado com a população adulta.
Idosos: a idade pode afetar a farmacocinética do verapamil dados a pacientes hipertensivos. O tempo de meia-vida pode ser
prolongado quando utilizado por pacientes idosos. O efeito antihipertensivo do verapamil não tem relação com a idade.
Insuficiência Renal: a função renal não tem efeito sobre a farmacocinética de verapamil conforme demonstrado em estudos
comparativos em pacientes com insuficiência renal avançada e pacientes saudáveis. Apesar disso, recomenda-se
administração cautelosa de verapamil em pacientes com insuficiência renal. O verapamil e norverapamil não são
significativamente removidos por hemodiálise.
Insuficiência hepatica: a meia-vida de verapamil é prolongada em pacientes com alteração da função hepatica com menor
clearance e maior volume de distribuição. O uso de verapamil nessa população deve ser usada com cuidado.
O cloridrato de verapamil é contraindicado para o uso por pessoas com hipersensibilidade ao
cloridrato de verapamil ou a outros componentes da fórmula do medicamento.
Verapamil 80 mg – VPS 01
O cloridrato de verapamil também é contraindicado em casos de:
choque cardiogênico;
bloqueio AV (atrioventricular) de segundo ou terceiro graus (exceto em pacientes com marca-passo artificial em
funcionamento);
síndrome do nódulo sinusal (exceto em pacientes com marca-passo artificial em funcionamento);
insuficiência cardíaca com redução da fração de ejeção menor que 35 % e/ ou pressão pulmonar acima de 20
mm Hg ( a não ser que secundário para taquicardia supraventricular sensível ao tratamento com verapamil);
flutter ou fibrilação atrial na presença de feixes de condução acessórios (ou seja; síndrome de Wolff-Parkinson-
White e Lown-Ganong-Levine). Estes pacientes correm risco de desenvolver taquicardia, incluindo fibrilação
ventricular se cloridrato de verapamil for administrado.
Infarto Agudo do Miocárdio
Usar com cautela nos casos de infarto agudo do miocárdio complicados por bradicardia, hipotensão acentuada ou disfunção
ventricular esquerda.
Bloqueio AV/ Bloqueio AV de primeiro grau/ Bradicardia/ Assistolia
O cloridrato de verapamil age sobre os nódulos de AV e SA e prolonga o tempo de condução átrio ventircular. Utilizar
com cautela no desenvolvimento de bloqueio AV de segundo ou terceiro grau. Nos casos de bloqueio do ramo unifascicular,
bifascicular ou trifascicular há a necessidade de descontinuação do tratamento com cloridrato de verapamil e, se necessário,
implementar um tratamento adequado.
O cloridrato de verapamil age sobre os nódulos AV e SA e raramente permite a evolução de bloqueio AV para segundo ou
terceiro grau, bradicardia e em casos extremos, assistolia. Isso é mais provável de ocorrer em pacientes com doença do nó
sinusal, que é mais comum em pacientes idosos. Em pacientes que não possuem essa doença, assistolia é geralmente de curta
duração (alguns segundos ou menos) com retorno expontâneo do ritmo normal. Se o retorno não ocorrer rapidamente, deve
ser iniciado tratamento adequado.
Insuficiência cardíaca
Pacientes com insuficiência cardíaca com fração de ejeção maior que 35 % devem ser compensados antes do início do
tratamento com cloridrato de verapamil.
Antiarrítmicos, betabloqueadores
Potencialização mútua de efeitos cardiovasculares (grau superior bloqueio AV, grau superior de frequência cardíaca indução
de insuficiência cardíaca e hipotensão potencializada).
Bradicardia assintomatica (36 batidas/minuto) com uso de marcapasso atrial (wandering atrial pacemaker) foram
observados em um paciente recebendo concomitantemente colírio de timolol (bloqueador beta adrenergico) e cloridrato de
verapamil oral.
Digoxina
Se verapamil for administrado concomitantemente com digoxina, reduzir a dose de digoxina. Ver item Interações
Medicamentosas.
Doença nas quais a transmissão neuromuscular é afetada
O cloridrato de verapamil deve ser utilizado com cautela em pacientes com doenças nas quais a transmissão
neuromuscular é afetada (miastenia grave, Síndrome de Eaton-Lambert, distrofia muscular de Duchenne avançada).
Inibidores da HMG-CoA Redutase (estatinas)
Ver item Interações Medicamentosas
Cuidados e advertências para populações especiais
Uso em idosos: as doses de cloridrato de verapamil devem ser individualizadas, pois pacientes idosos apresentam uma
resposta acentuada ao verapamil.
Uso pediátrico: deve-se ter bastante cautela ao administrar cloridrato de verapamil a este grupo de pacientes.
Uso em pacientes com insuficiência hepática: o verapamil deve ser usado com cuidado em pacientes com função do
fígado alterada. Nestes casos deve-se ajustar muito cuidadosamente a dose e começar com doses menores (ver Posologia).
Verapamil 80 mg – VPS 01
Uso em pacientes com comprometimento da função renal: estudos robustos comparativos demonstraram que o
comprometimento da função renal não tem efeito sobre a farmacocinética do cloridrato de verapamil em pacientes no estágio
final da insuficiência renal. Entretanto, alguns casos reportados sugerem que o cloridrato de verapamil deve ser usado com
cautela e com acompanhamento cuidadoso de pacientes com comprometimento da função renal. O cloridrato de verapamil
não pode ser removido por hemodiálise.
Uso na gravidez: não há dados adequados do uso de cloridrato de verapamil em mulheres durante a gravidez. Estudos em
animais não indicaram efeitos danosos direta ou indiretamente com respeito a toxicidade reprodutiva. Como estudos de
reprodução feitos com animais não preveem sempre a resposta em humanos, só se deve administrar cloridrato de verapamil
na gravidez quando existir uma indicação absolutamente necessária.
O cloridrato de verapamil atravessa a barreira placentária e pode ser medido no cordão umbilical.
Lactante: o cloridrato de verapamil é excretado no leite humano. Dados limitados para administração oral têm mostrado que
a dose relativa do verapamil no lactante é baixa (0,1 – 1% da dose oral da mãe) e que o uso de verapamil pode ser
compatível com a amamentação. Mas devido ao potencial de sérias reações adversas em lactentes, o verapamil deve ser
usado durante a lactação somente se for essencial para bem-estar da mãe.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Categoria de risco: C
Efeitos na habilidade de dirigir e usar máquinas: Devido ao seu efeito anti-hipertensivo e dependendo da resposta
individual, o cloridrato do verapamil pode afetar a habilidade de reação a ponto de prejudicar a habilidade de dirigir um
veículo, de operar máquinas ou de trabalhar sob circunstâncias perigosas. Isso se aplica, principalmente, quando se inicia o
tratamento, quando a dose é aumentada, quando há migração de outra terapia medicamentosa ou quando álcool é consumido
concomitantemente. Verapamil pode aumentar o nível de álcool no sangue e retardar sua eliminação, com isso, os efeitos do
Estudos metabólicos in vitro indicam que o verapamil é metabolizado pelo citocromo P450, CYP3A4, CYP1A2, CYP2C8,
CYP2C9 e CYP2C18. Verapamil mostrou ser um inibidor das enzimas CYP3A4 e P-glicoproteínas (P-gp). Interações
clinicamente significantes foram relatadas com os inibidores de CYP3A4, com elevação de níveis plasmáticos do verapamil,
enquanto os indutores de CYP3A4 causaram redução dos níveis plasmáticos do verapamil. Portanto, os pacientes devem ser
monitorados quanto às interações medicamentosas.
A tabela a seguir fornece uma lista de possíveis interações medicamentosas por motivos farmacocinéticos:
Potenciais interações medicamentosas associadas ao verapamil
Fármaco concomitante Efeito potencial Comentário
Alfa Bloqueadores
prazosina Aumenta a Cmax da prazosina
(~40%), sem efeito na meia-vida
Efeito aditivo hipotensivo
Terazosina Aumenta AUC (~24%) e Cmax
(~25%) da terazosina
Antiarrítmicos
flecainida Efeito mínimo sobre a depuração
plasmática da flecainida (<~10%);
nenhum efeito sobre a depuração
plasmática do verapamil
Ver item Advertências e Precauções.
quinidina Diminui depuração da quinidina oral
(~35%)
Hipotensão.
Edema pulmonar pode ocorrer em
pacientes com cardiomiopatia
hipertrófica obstrutiva.
Antiasmáticos
teofilina Diminui clearence oral e sistêmico
em cerca de 20%
A redução do clearence foi menor
nos tabagistas (~11%)
Anticonvulsivantes/ Antiepiléticos
carbamazepina Aumenta AUC da carbamazepina Aumento nos níveis de
Verapamil 80 mg – VPS 01
(~46%) em pacientes com epilepsia
parcial refratária
carbamazepina. Podem ocorrer
efeitos colaterais relativos a
carbamazepina, como diplopia,
cefaléia, ataxia ou tontura.
fenitoína Diminui concentração de verapamil
no plasma
---
Antidepressivo
imipramina Aumenta AUC da imipramina
(~15%)
Nenhum efeito no nível do
metabólito ativo, desipramina
Antidiabéticos
glibenclamida Aumenta Cmax (~28%), AUC
(~26%) da glibenclamida
Antigotosos
colchicina Aumenta AUC (~2 vezes) e Cmax
(~1,3 vezes)
Reduz a dose de colchicina. Ver bula
de colchicina.
Antiinfecciosos
claritromicina Possível aumento nos níveis de
verapamil
eritromicina Possível aumento dos níveis de
rifampicina Diminui AUC (~97%), Cmax (~94%)
e biodisponibilidade oral (~92%) do
o efeito hipotensor do verapamil pode
ser reduzido.
telitromicina Possível aumento dos níveis de
Antineoplásicos
doxorrubicina Aumenta AUC (104%) e Cmax
(61%) da doxorrubicina com a
administração oral de verapamil
Em pacientes com carcinoma
pulmonar de células pequenas
Barbitúricos Aumenta a depuração do verapamil
oral (~5 vezes)
fenobarbital
Benzodiazepínicos e outros ansiolíticos
buspirona Aumenta AUC e Cmax da buspirona
em 3-4 vezes
midazolam Aumenta AUC (~3 vezes) e Cmax
(~2 vezes) do midazolam
Betabloqueadores
metoprolol Aumenta AUC (~32.5%) e Cmax
(~41%) do metoprolol em pacientes
com angina
Ver item Advertências e Precauções
propranolol Aumenta AUC (65%) e Cmax. (94%)
de propranolol em pacientes com
angina
Glicosídeos Cardíacos
digitoxina Diminui depuração total (~27%) e
depuração extra-renal (~29%) da
digitoxina
digoxina Indivíduos saudáveis: aumenta Cmax
da digoxina em ~ 44%, aumenta
C12h da digoxina (~53%), Css da
digoxina em ~44%, e aumenta AUC
da digoxina em ~50%
Reduzir a dose de digoxina.
Outras interações medicamentosas e informações adicionais
Anti-hipertensivos, diuréticos, vasodilatadores: potencialização do efeito hipotensor.
Agentes antivirais anti-HIV: devido ao potencial inibitório metabólico de alguns dos agentes antivirais anti-HIV, tais como
o ritonavir, as concentrações plasmáticas do verapamil podem aumentar. Deve-se ter cuidado ou a dose do verapamil deve
ser diminuída.
Lítio: foi relatado aumento da neurotoxicidade durante uso concomitante de cloridrato de verapamil e lítio, com e sem
aumentos nas concentrações séricas de lítio. Entretanto, o uso de cloridrato de verapamil em pacientes em tratamento
crônico com lítio estável, resultou na redução dos níveis sericos de lítio. Pacientes recebendo as duas drogas devem ser
acompanhados com cuidado.
Bloqueadores neuromusculares: dados clínicos e estudos em animais são sugestivos que cloridrato de verapamil pode
potencializar a atividade de bloqueadores neuromusculares. Pode ser necessário reduzir a dose de cloridrato de verapamil
e/ou do agente bloqueador quando utilizados concomitantemente.
Ácido acetilsalicílico: tendência de sangramento aumentada.
Etanol (álcool): elevação dos níveis plasmáticos do etanol.
Inibidores da HMG Co-A Redutase (“estatinas”): o tratamento com inibidores da HMG Co-A redutase (por exemplo,
sinvastatina, atorvastatina ou lovastatina) em pacientes que estão fazendo uso de verapamil deve ser iniciado na menor dose
possível e ser aumentada gradualmente. Se o verapamil for administrado a pacientes que já fazem uso de um inibidor de
HMG Co-A redutase (por exemplo, sinvastatina, atorvastatina ou lovastatina), deve-se considerar uma redução na dose da
estatina e reajustar a dose de acordo com as concentrações de colesterol no sangue.
Fluvastatina, pravastatina e rosuvastatina: não são metabolizadas por CYP3A4; portanto, a probabilidade de interagirem
com o verapamil é menor.
O cloridrato de verapamil deve ser mantido em sua embalagem original e conservado em temperatura ambiente (entre
15ºC e 30°C), protegido da luz e da umidade.
O cloridrato de verapamil 120 mg comprimido revestido, se armazenado nas condições indicadas, o medicamento se
manterá próprio para consumo pelo prazo de validade de 24 meses.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características físicas do produto
cloridrato de verapamil 120 mg AP: comprimido revestido bege, circular, biconvexo, e com vinco em uma das faces.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
As doses de O cloridrato de verapamil devem ser ajustadas individualmente de acordo com a gravidade da doença e
administradas de preferência com a alimentação ou logo após. Os comprimidos devem ser deglutidos com um pouco de
água, sem serem mastigados.
A dose do medicamento deve ser ajustada individualmente de acordo com a gravidade da doença. A experiência clínica
mostra que a dose média para todas as indicações varia de 240 mg a 360 mg.
A dose máxima diária não deve exceder 480 mg para tratamentos longos, apesar de que uma dose superior a esta pode ser
usada para tratamentos curtos.
Não existe limitação de duração do tratamento.
O cloridrato de verapamil não deve ser descontinuado abruptamente em tratamentos longos, sendo recomendada uma
redução gradual de dose.
Em pacientes com disfunção hepática, o metabolismo da droga pode ser retardado ou diminuído dependendo da gravidade
da lesão do fígado, podendo potencializar ou prolongar os efeitos do cloridrato de verapamil. Portanto, um ajuste de dose
faz-se necessário em pacientes com disfunção hepática, com doses reduzidas para início do tratamento.
Pacientes com disfução renal: Vide item Advertências e Precauções.
Adultos e adolescentes com peso maior que 50 kg
Isquemia miocárdica, taquicardias supraventriculares paroxísticas, flutter atrial e fibrilação atrial:
120 mg a 480 mg divididos em 3 ou 4 doses.
Hipertensão:
120 mg a 480 mg divididos em 3 doses.
Verapamil 80 mg – VPS 01
Crianças (somente para distúrbios do ritmo cardíaco):
Até 6 anos: 80 mg a 120 mg divididos em 2 a 3 doses.
De 6 a 14 anos: 80 mg a 360 mg divididos em 2 a 4 doses.
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
Reações adversas foram relatadas durante estudos clínicos fase IV e durante o período de pós-comercialização de cloridrato
de verapamil.
As frequências de reações adversas são definidas como: muito comum (≥ 1/10); comum (≥ 1/100 a < 1/10); incomum (≥
1/1000 a < 1/100); rara (≥ 1/10.000 a < 1/1.000); muito rara ( < 1/10.000); reação desconhecida ( não pode ser estimada pela
informação disponível).
As reações adversas mais comuns relatadas foram: dor de cabeça, tontura, disturbios gastrintestinais (nausea, constipação e
dor abdominal), bradicardia, taquicardia, palpitações, hipotensão, rubor, edema periférico e fadiga.
Seguem as reações adversas relatadas, listadas abaixo por sistema do organismo:
Sistemas Comum Incomum Rara Desconhecida
Sistema imunológico --- --- --- Hipersensibilidade
Sistema nervoso Cefaleia, tontura, --- Parestesia,
tremor
Reação
extrapiramidal;
paralisia1
(tetraparesia),
convulsões.
Alterações
psiquiatricas
--- --- Sonolência ---
Alterações do ouvido e
do labirinto
--- --- Zumbido Vertigem,
Sistema vascular Hipotensão, rubor. --- --- --
Alterações cardíacas Bradicardia Palpitações,
taquicardia
--- Bloqueio
atrioventricular
(primeiro, segundo e
terceiro
grau), bradicardia
sinusal,
falência cardíaca,
assistolia.
Respiratório --- --- --- Broncoespasmo
Sistema
gastrintestinal
Constipação, náusea Dor abdominal Vômitos Desconforto
abdominal,
hiperplasia gengival,
íleo
¹Houve um único relato pós-comercialização de paralisia (tetraparesia) associada ao uso concomitante de verapamil e
colchicina. Esta paralisia provavelmente foi causada pela colchicina que cruzou a barreira hematoencefálica devido à
inibição da CYP3A4 e P-gp pelo verapamil.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA,
disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou
Municipal.