Bula do Concepnor produzido pelo laboratorio Brainfarma Indústria Química e Farmacêutica S.a
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
CONCEPNOR®
(levonorgestrel + etinilestradiol)
Brainfarma Indústria Química e Farmacêutica S.A.
Comprimido revestido
0,15mg + 0,03mg
Concepnor®
- Comprimido Revestido - Bula para o profissional da saúde 1
I - IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO:
levonorgestrel
etinilestradiol
APRESENTAÇÃO
Embalagem com 21 comprimidos revestidos
VIA DE ADMINISTRAÇÃO: ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
Cada comprimido revestido contém:
levonorgestrel.............................................................................................................0,15mg
etinilestradiol..............................................................................................................0,03mg
excipientes q.s.p. ..........................................................................1 comprimido revestido
(povidona, lactose, amido, aminoglicolato de sódio, talco, estearato de magnésio, etilcelulose,
copovidona, hipromelose, macrogol, dióxido de titânio e corante amarelo sicovit 10)
- Comprimido Revestido - Bula para o profissional da saúde 2
II - INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE:
Concepnor®
está indicado como contraceptivo oral e para o controle de irregularidades menstruais.
Embora tendo eficácia bem estabelecida, há casos de gravidez em mulheres utilizando contraceptivos
orais.
2. RESULTADO DE EFICÁCIA
Os seguintes benefícios à saúde relacionados ao uso de contraceptivos orais combinados são confirmados
pelos estudos epidemiológicos com formulações de contraceptivos orais combinados utilizando
amplamente doses maiores que 35µg de etinilestradiol ou 50µg de mestranol:
Efeitos sobre a menstruação: melhora da regularidade do ciclo menstrual; diminuição da perda de
sangue e da incidência de anemia ferropriva; diminuição da incidência de dismenorreia.
Efeitos relacionados à inibição da ovulação: diminuição da incidência de cistos ovarianos funcionais;
diminuição da incidência de gravidez ectópica.
Outros benefícios não-contraceptivos: diminuição da incidência de fibroadenomas e de doença
fibrocística da mama; diminuição da incidência de doença inflamatória pélvica aguda; diminuição da
incidência de câncer endometrial; diminuição da incidência de câncer de ovário; diminuição da incidência
e gravidade de acne.
Concepnor®
é um contraceptivo oral que combina o componente estrogênico etinilestradiol e o
componente progestogênico levonorgestrel.
Farmacologia Clínica
Os contraceptivos orais combinados agem por supressão das gonadotrofinas. Embora o resultado primário
dessa ação seja a inibição da ovulação, outras alterações incluem mudanças no muco cervical (que
aumenta a dificuldade de entrada do esperma no útero) e no endométrio (que reduz a probabilidade de
implantação).
Quando corretamente e constantemente ingeridos, a taxa provável de falha dos contraceptivos orais
combinados é de 0,1% por ano, entretanto, a taxa de falha durante uso típico é de 5% por ano para todos
os tipos de contraceptivos orais. A eficácia da maioria dos métodos de contracepção depende da precisão
com que eles são usados. A falha do método é mais comum se ocorrer esquecimento da tomada de um ou
mais comprimido do contraceptivo.
Farmacocinética
O etinilestradiol e o levonorgestrel são rápida e quase completamente absorvidos no trato gastrintestinal.
O etinilestradiol é sujeito a considerável metabolismo inicial, com uma biodisponibilidade média de 40-
45%. O levonorgestrel não sofre metabolização inicial e é por isso completamente biodisponível. O
levonorgestrel, no plasma, liga-se à globulina fixadora dos hormônios sexuais (SHBG) e à albumina. O
etinilestradiol, contudo, liga-se apenas à albumina plasmática e acentua a capacidade fixadora da SHBG.
Após a administração oral, os níveis plasmáticos máximos de cada substância ocorrem dentro de 1 a 4
horas. A meia-vida de eliminação do etinilestradiol é de aproximadamente 25 horas. É primariamente
metabolizado por hidroxilação aromática, mas forma-se uma ampla variedade de metabólitos hidroxilados
e metilados, que estão presentes simultaneamente em estado livre e como conjugados glicuronídicos e
sulfatados. O etinilestradiol conjugado é excretado na bile e sujeito à recirculação êntero-hepática. Cerca
de 40% do fármaco é excretado na urina e 60% eliminado nas fezes.
A meia-vida de eliminação do levonorgestrel é de aproximadamente 24 horas. O fármaco é metabolizado
primariamente por redução do anel "A", seguida de glicuronização. Cerca de 60% do levonorgestrel é
excretado na urina e 40% eliminado nas fezes.
Os contraceptivos orais combinados não devem ser utilizados por mulheres que apresentem qualquer uma
das seguintes condições: trombose venosa profunda (história anterior ou atual), tromboembolismo
(história anterior ou atual), doença vascular cerebral ou coronariana arterial, valvulopatias trombogênicas,
distúrbios trombogênicos, trombofilias hereditárias ou adquiridas, cefaleia com sintomas neurológicos
focais tais como aura, diabetes com envolvimento vascular, hipertensão não-controlada, carcinoma da
mama conhecido ou suspeito ou outra neoplasia estrogênio-dependente conhecida ou suspeita, adenomas
ou carcinomas hepáticos, ou doença hepática ativa, desde que a função hepática não tenha retornado ao
normal, sangramento vaginal de etiologia a esclarecer, pancreatite associada a hipertrigliceridemia severa
Concepnor®
- Comprimido Revestido - Bula para o profissional da saúde 3
(historia anterior ou atual), gravidez confirmada ou suspeita, hipersensibilidade a qualquer um dos
componentes de Concepnor®
(levonorgestrel, etinilestradiol).
Gravidez - categoria de risco X
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas ou que possam ficar grávidas
durante o tratamento.
PRECAUÇÕES
1. Exame físico e acompanhamento
Antes do início do uso de contraceptivos orais combinados, devem ser realizado minucioso histórico
individual, histórico familiar e exames físicos incluindo determinação da pressão arterial. Exames das
mamas, fígado, extremidades e órgãos pélvicos também devem ser conduzidos. O Papanicolau deve ser
realizado se a paciente for sexualmente ativa ou se for indicado de alguma outra maneira.
Esses exames clínicos devem ser repetidos pelo menos anualmente durante o uso de contraceptivos orais
combinados.
O primeiro retorno deve ocorrer 3 meses após o contraceptivo oral combinado ser prescrito. A cada
consulta anual, os exames devem incluir os procedimentos realizados na consulta inicial, como descrito
anteriormente.
2. Efeitos sobre os carboidratos e lipídios
Relatou-se intolerância à glicose em usuárias de contraceptivos orais combinados. Por isso, pacientes com
intolerância à glicose ou diabetes mellitus devem ser acompanhadas criteriosamente enquanto estiverem
recebendo contraceptivos orais combinados. (veja Contraindicações).
Uma pequena parcela das usuárias de contraceptivos orais combinados pode apresentar alterações
lipídicas adversas. Métodos de controle da natalidade não-hormonais devem ser considerados em
mulheres com dislipidemias não-controladas. Hipertrigliceridemia persistente pode ocorrer em uma
pequena parcela das usuárias de contraceptivos orais combinados. Elevações de triglicérides plasmáticos
em usuárias de contraceptivos orais combinados podem resultar em pancreatite e outras complicações.
Relatou-se aumento dos níveis séricos de lipoproteínas de alta densidade (HDL-colesterol) com o uso de
estrogênios, enquanto que com progestogênios relatou-se diminuição dos níveis. Alguns progestogênios
podem aumentar os níveis de lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e tornar o controle das
hiperlipidemias mais difícil. O efeito resultante de um contraceptivo oral combinado depende do
equilíbrio atingido entre as doses de estrogênio e progestogênio e da natureza e quantidade absoluta dos
progestogênios utilizados no contraceptivo.
A dose dos dois hormônios deve ser levada em consideração na escolha de um contraceptivo oral
combinado.
Mulheres em tratamento para hiperlipidemias devem ser rigorosamente monitoradas se optarem pelo uso
de contraceptivos orais combinados.
3. Sangramento genital
Algumas mulheres podem não apresentar hemorragia por supressão durante o intervalo sem comprimidos
revestidos. Se o contraceptivo oral combinado não foi utilizado de acordo com as orientações antes da
ausência da primeira hemorragia por supressão ou se não ocorrerem duas hemorragias por supressão
consecutivas, deve-se interromper o uso e utilizar um método não-hormonal de controle da natalidade até
que a possibilidade de gravidez seja excluída.
Pode ocorrer sangramento de escape e spotting em mulheres em tratamento com contraceptivos orais
combinados, sobretudo nos primeiros três meses de uso. O tipo e a dose do progestogênio podem ser
importantes. Se esse tipo de sangramento persistir ou recorrer, as causas não-hormonais devem ser
consideradas e podem ser indicadas condutas diagnósticas adequadas para excluir a possibilidade de
gravidez, infecção, malignidades ou outras condições. Se essas condições forem excluídas, o uso contínuo
de contraceptivo oral combinado ou a mudança para outra formulação podem resolver o problema.
Algumas mulheres podem apresentar amenorreia pós-pílula (possivelmente com anovulação) ou
oligomenorreia, particularmente quando essas condições são preexistentes.
4. Depressão
Mulheres utilizando contraceptivos orais combinados com história de depressão devem ser observadas
criteriosamente e o medicamento deve ser suspenso se a depressão reaparecer em grau severo. As
pacientes que ficarem significantemente deprimidas durante o tratamento com contraceptivos orais
combinados devem interromper o uso do medicamento e utilizar um método de controle da natalidade
alternativo, na tentativa de determinar se o sintoma está relacionado ao medicamento.
5. Outras
Concepnor®
- Comprimido Revestido - Bula para o profissional da saúde 4
As pacientes devem ser informadas que este produto não protege contra infecção por HIV (AIDS) ou
outras doenças sexualmente transmissíveis.
Diarreia e/ou vômitos podem reduzir a absorção do hormônio, resultando na diminuição das
concentrações séricas (ver Orientação em caso de vômitos e Interações Medicamentosas).
Gravidez - categoria de risco X
Se ocorrer gravidez durante o tratamento com contraceptivo oral combinado, as próximas administrações
devem ser interrompidas. Não há evidências conclusivas de que o estrogênio e o progestogênio contidos
no contraceptivo oral combinado prejudicarão o desenvolvimento do bebê se houver concepção acidental
durante seu uso. (ver Contraindicações).
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas ou que possam ficar grávidas
durante o tratamento.
Lactação
Pequenas quantidades de contraceptivos esteroidais e/ou metabólitos foram identificados no leite materno
e poucos efeitos adversos foram relatados em lactentes, incluindo icterícia e aumento das mamas. A
lactação pode ser afetada pelos contraceptivos orais combinados, pois, contraceptivos orais combinados
podem reduzir a quantidade e alterar a composição do leite materno. Em geral, não deve ser recomendado
o uso de contraceptivos orais combinados até que a lactante tenha deixado totalmente de amamentar a
criança (ver Advertências).
ADVERTÊNCIAS
Fumar aumenta o risco de efeitos colaterais cardiovasculares sérios decorrentes do uso de
contraceptivos orais combinados. Este risco aumenta com a idade e com o consumo intenso (em
estudos epidemiológicos, fumar 15 ou mais cigarros por dia foi associado a risco significantemente
maior) e é bastante acentuado em mulheres com mais de 35 anos de idade. Mulheres que tomam
contraceptivos orais combinados devem ser firmemente aconselhadas a não fumar.
1. Tromboembolismo e trombose venosa e arterial
O uso de contraceptivos orais combinados está associado a aumento do risco de eventos tromboembólicos
e trombóticos venosos e arteriais.
A redução da exposição a estrogênios e progestogênios está em conformidade com os bons princípios da
terapêutica. Para qualquer combinação específica de estrogênio/progestogênio, a posologia prescrita deve
ser a que contenha a menor quantidade de estrogênio e progestogênio compatível com um baixo índice de
falhas e com as necessidades individuais de cada paciente.
A introdução do tratamento com contraceptivos orais combinados em novas usuárias deve ser feita com
formulações com menos de 50µg de estrogênio.
Tromboembolismo e trombose venosa
O uso de contraceptivos orais combinados aumenta o risco de eventos tromboembólicos e trombóticos
venosos.
Entre os eventos relatados estão trombose venosa profunda e embolia pulmonar.
O uso de qualquer contraceptivo oral combinado apresenta risco aumentado de eventos tromboembólicos
e trombóticos venosos em comparação a não-usuárias. O aumento do risco é maior durante o primeiro ano
em que uma mulher usa um contraceptivo oral combinado. Esse risco aumentado é menor do que o risco
de eventos tromboembólicos e trombóticos venosos associado à gravidez, estimado em 60 casos por
100.000 mulheres/anos.
O tromboembolismo venoso é fatal em 1 a 2% dos casos.
Estudos epidemiológicos têm demonstrado que a incidência de tromboembolismo venoso em usuárias de
contraceptivos orais de estrogênio de baixa concentração (<50mcg etinilestradiol) varia cerca de 20 a 40
casos por 100.000 mulheres/ano; esta estimativa de risco varia de acordo com o progestogênio. Isso se
compara com 5 a 10 casos por 100.000 mulheres/ano não usuárias.
O risco de eventos tromboembólicos e trombóticos venosos é ainda maior em mulheres com condições
predisponentes para tromboembolismo e trombose venosos. Deve-se ter cuidado ao prescrever
contraceptivos orais combinados nesses casos.
A seguir, exemplos de condições predisponentes para tromboembolismo e trombose venosos:
obesidade
cirurgia ou trauma com maior risco de trombose
parto recente ou aborto no segundo trimestre
imobilização prolongada
idade avançada
Outros fatores de risco, que representam contraindicações para o uso de contraceptivos orais combinados
estão apresentados no item Contraindicações.
- Comprimido Revestido - Bula para o profissional da saúde 5
Relatou-se aumento de 2 a 4 vezes do risco relativo de complicações tromboembólicas pós-operatórias
com o uso de contraceptivos orais combinados. O risco relativo de trombose venosa em mulheres
predispostas é 2 vezes maior do que nas que não apresentam essas condições. Se possível, os
contraceptivos orais combinados devem ser descontinuados:
nas 4 semanas anteriores e nas 2 semanas posteriores a cirurgia eletiva associada a aumento do risco
de trombose e
durante imobilização prolongada.
Como o pós-parto imediato está associado a aumento do risco de tromboembolismo, o tratamento com
contraceptivos orais combinados não deve começar antes do 28° dia após o parto ou aborto no segundo
trimestre.
Tromboembolismo e trombose arterial
arteriais.
Entre os eventos relatados estão infarto do miocárdio e acidentes vasculares cerebrais (AVC isquêmicos e
hemorrágicos, ataque isquêmico transitório). Para informações sobre trombose vascular retiniana ver item
2. Lesões oculares.
O risco de eventos tromboembólicos e trombóticos arteriais é ainda maior em mulheres com fatores de
risco subjacentes.
Deve-se ter cuidado ao prescrever contraceptivos orais combinados para mulheres com fatores de risco
para eventos tromboembólicos e trombóticos arteriais.
A seguir, exemplos de fatores de risco para eventos tromboembólicos e trombóticos arteriais: fumo,
hipertensão, hiperlipidemias, obesidade, idade avançada.
O risco de acidente vascular cerebral pode ser maior em usuárias de contraceptivo oral combinado que
sofrem de enxaqueca (particularmente enxaqueca com aura).
2. Lesões oculares
Houve relatos de casos de trombose vascular retiniana com o uso de contraceptivos orais combinados,
que podem resultar em perda total ou parcial da visão. Se houver sinais ou sintomas de alterações visuais,
início de proptose ou diplopia, papiledema ou lesões vasculares retinianas, deve-se interromper o uso dos
contraceptivos orais combinados e avaliar imediatamente a causa.
3. Pressão arterial
Relatou-se aumento da pressão arterial em mulheres em tratamento com contraceptivos orais combinados.
Em mulheres com hipertensão, histórico de hipertensão ou doenças relacionadas à hipertensão (incluindo
algumas doenças renais), pode ser preferível utilizar outro método de controle da natalidade. Se pacientes
hipertensas escolherem o tratamento com contraceptivos orais combinados, devem ser monitoradas
rigorosamente se ocorrer aumento significativo da pressão arterial, deve-se interromper o uso do
contraceptivo oral combinado.
Na maioria das pacientes, a pressão arterial volta ao valor basal com a interrupção da administração do
contraceptivo oral combinado e, aparentemente, não há diferença na ocorrência de hipertensão entre
mulheres que já usaram e as que nunca tomaram contraceptivos orais combinados.
O uso de contraceptivo oral combinado é contraindicado em mulheres com hipertensão não-controlada
(ver Contraindicações).
4. Carcinoma dos órgãos reprodutores
Carcinoma Cervical
O fator de risco mais importante para o câncer cervical é a persistente infecção por papiloma vírus
humano.
Alguns estudos sugerem que o uso de contraceptivo oral combinado pode estar associado a aumento do
risco de neoplasia cervical intra-epitelial ou câncer cervical invasivo em algumas populações de
mulheres. No entanto, ainda há controvérsia sobre o grau em que essas descobertas podem estar
relacionadas a diferenças de comportamento sexual e outros fatores. Nos casos de sangramento genital
anormal não-diagnosticado, estão indicadas medidas diagnósticas adequadas.
Câncer de mama
Os fatores de risco estabelecidos para o desenvolvimento do câncer de mama incluem aumento da idade,
histórico familiar, obesidade, nuliparidade e idade tardia para a primeira gravidez.
Uma metanálise de 54 estudos epidemiológicos relatou que o risco relativo (RR = 1,24) de diagnóstico de
câncer de mama foi ligeiramente maior em mulheres que utilizaram contraceptivos orais combinados do
que nas que nunca utilizaram. O aumento do risco desaparece gradualmente no transcorrer de 10 anos
- Comprimido Revestido - Bula para o profissional da saúde 6
após a interrupção do uso de contraceptivos orais combinados. Esses estudos não forneceram evidências
de relação causal. O padrão observado de aumento do risco de diagnóstico de câncer de mama pode ser
consequência da detecção mais precoce desse câncer em usuárias de contraceptivos orais combinados
(devido à monitorização clínica mais regular), dos efeitos biológicos dos contraceptivos orais combinados
ou da combinação de ambos. Como o câncer de mama é raro em mulheres com menos de 40 anos, o
número excedente de diagnósticos de câncer de mama em usuárias de contraceptivos orais combinados
atuais e recentes foi pequeno em relação ao risco de câncer de mama ao longo da vida. O câncer de mama
diagnosticado em mulheres que já utilizaram contraceptivos orais combinados tende a ser menos
avançado clinicamente que o diagnosticado em mulheres que nunca os utilizaram.
5. Neoplasia hepática/doença hepática
Os adenomas hepáticos, em casos muito raros, e os carcinomas hepatocelulares, em casos extremamente
raros, podem estar associados ao uso de contraceptivo oral combinado. Aparentemente, o risco aumenta
com o tempo de uso do contraceptivo oral combinado. A ruptura dos adenomas hepáticos pode causar
morte por hemorragia intra-abdominal. Mulheres com história de colestase relacionada ao contraceptivo
oral combinado, e as que desenvolveram colestase durante a gravidez são mais propensas a apresentar
essa condição com o uso de contraceptivo oral combinado. Essas pacientes que usam contraceptivo oral
combinado devem ser rigorosamente monitoradas, e o uso de contraceptivo oral combinado deve ser
interrompido se colestase recorrer.
Foi relatada lesão hepatocelular com o uso de contraceptivos orais combinados. A identificação precoce
da lesão hepatocelular associada ao uso de contraceptivo oral combinado pode reduzir a gravidade da
hepatotoxicidade quando o contraceptivo oral combinado é descontinuado. Se a lesão hepatocelular for
diagnosticada, a paciente deve interromper o uso do contraceptivo oral combinado, utilizar um método de
controle da natalidade nãohormonal e consultar seu médico.
Distúrbios agudos ou crônicos da função hepática podem necessitar de descontinuação do uso de
contraceptivos orais combinados até que a função hepática retorne ao normal.
6. Enxaqueca/Cefaleia
Início ou exacerbação de enxaqueca ou desenvolvimento de cefaléia com padrão novo que seja
recorrente, persistente ou grave exige a descontinuação do contraceptivo oral combinado e a avaliação da
causa.
7. Imune
Angioedema
Os estrogênios exógenos podem induzir ou exacerbar os sintomas de angioedema, particularmente em
mulheres com angioedema hereditário.
Este medicamento causa malformação ao bebê durante a gravidez.
INTERAÇÃO COM EXAMES LABORATORIAIS
O uso de contraceptivos orais combinados pode causar algumas alterações fisiológicas que podem se
refletir nos resultados de alguns exames laboratoriais, incluindo:
parâmetros bioquímicos da função hepática (incluindo a diminuição da bilirrubina e da fosfatase
alcalina), função tireoidiana (aumento dos níveis totais de T3 e T4 devido ao aumento da TBG
[globulina de ligação à tiroxina], diminuição da captação de T3 livre), função adrenal (aumento do
cortisol plasmático, aumento da globulina de ligação a cortisol, diminuição do sulfato de
deidroepiandrosterona [DHEAS]) e função renal (aumento da creatinina plasmática e depuração de
creatinina)
níveis plasmáticos de proteínas (carreadoras), como globulina de ligação a corticosteroide e frações
lipídicas/lipoproteicas
parâmetros do metabolismo de carboidratos
parâmetros de coagulação e fibrinólise
diminuição dos níveis séricos de folato
USO GERIÁTRICO
Interações entre etinilestradiol e outras substâncias podem diminuir ou aumentar as concentrações séricas
de etinilestradiol.
Concepnor®
- Comprimido Revestido - Bula para o profissional da saúde 7
Concentrações séricas mais baixas de etinilestradiol podem causar maior incidência de sangramento de
escape e irregularidades menstruais e, possivelmente, podem reduzir a eficácia do contraceptivo oral
combinado.
Durante o uso concomitante de produtos com etinilestradiol e substâncias que podem diminuir as
concentrações séricas de etinilestradiol, recomenda-se que um método anticoncepcional não-hormonal
(como preservativos e espermicida) seja utilizado além da ingestão regular de Concepnor®
. No caso de
uso prolongado dessas substâncias, os contraceptivos orais combinados não devem ser considerados os
contraceptivos primários.
Após a descontinuação das substâncias que podem diminuir as concentrações séricas de etinilestradiol,
recomenda-se o uso de um método anticoncepcional não-hormonal por, no mínimo, 7 dias. Aconselha-se
o uso prolongado do método alternativo após a descontinuação das substâncias que resultaram na indução
das enzimas microssomais hepáticas, levando a uma diminuição das concentrações séricas de
etinilestradiol. Às vezes, pode levar várias semanas até a indução enzimática desaparecer completamente,
dependendo da dose, duração do uso e taxa de eliminação da substância indutora.
A seguir, alguns exemplos das substâncias que podem diminuir as concentrações séricas de etinilestradiol:
Qualquer substância que reduza o tempo do trânsito gastrintestinal e, portanto, a absorção do
etinilestradiol.
Substâncias indutoras das enzimas microssomais hepáticas, como rifampicina, rifabutina,
barbitúricos, primidona, fenilbutazona, fenitoína, dexametasona, griseofulvina, topiramato, alguns
inibidores de protease, modafinil.
Hypericum perforatum, também conhecido como erva de São João, e ritonavir* (possivelmente por
indução das enzimas microssomais hepáticas).
Alguns antibióticos (por exemplo, ampicilina e outras penicilinas, tetraciclinas), por diminuição da
circulação êntero-hepática de estrogênios.
A seguir, alguns exemplos de substâncias que podem aumentar as concentrações séricas de etinilestradiol:
atorvastatina.
Inibidores competitivos de sulfatações na parede gastrintestinal, como o ácido ascórbico (vitamina C)
e o paracetamol (acetaminofeno).
Substâncias que inibem as isoenzimas 3A4 do citocromo P450, como indinavir, fluconazol e
troleandomicina.
A troleandomicina pode aumentar o risco de colestase intra-hepática durante a administração
concomitante com contraceptivos orais combinados.
O etinilestradiol pode interferir no metabolismo de outras drogas por inibição das enzimas microssomais
hepáticas ou indução da conjugação hepática da droga, sobretudo a glicuronização. Consequentemente, as
concentrações plasmáticas e teciduais podem aumentar (p. ex., ciclosporina, teofilina, corticosteroides) ou
diminuir (p. ex., lamotrigina).
Em pacientes tratados com a flunarizina, relatou-se que o uso de contraceptivos orais aumenta o risco de
galactorreia.
As bulas dos medicamentos concomitantes devem ser consultadas para identificar possíveis interações.
*Embora o ritonavir seja um inibidor do citocromo P450 3A4, demonstrou-se que esse tratamento
diminui as concentrações séricas de etinilestradiol (vide acima).
7. CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO
comprimidos revestidos deve ser conservado em temperatura ambiente (entre 15 e 30°C).
Proteger da luz e umidade.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
se apresenta como comprimido revestido circular, bicôncavo e amarelo.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
O blister de Concepnor®
contém 21 comprimidos revestidos. Os comprimidos devem ser tomados
seguindo a direção das setas marcadas no blister todos os dias e aproximadamente no mesmo horário.
Tomar um comprimido por dia por 21 dias consecutivos, seguido de um intervalo de 7 dias sem a ingestão
de comprimidos. A embalagem seguinte deve ser iniciada após o intervalo de 7 dias sem a ingestão de
comprimidos. Após 2-3 dias do último comprimido ter sido tomado, inicia-se, em geral, hemorragia por
supressão que pode não cessar antes do início da embalagem seguinte.
Concepnor®
- Comprimido Revestido - Bula para o profissional da saúde 8
Não iniciar ou continuar a o tratamento com Concepnor®
caso haja suspeita ou conhecimento de gravidez.
Como começar a tomar Concepnor®
Sem uso anterior de contraceptivo hormonal no mês anterior: o primeiro comprimido de Concepnor®
a
ser tomado no 1o
dia do ciclo menstrual natural (ou seja, o primeiro dia de sangramento menstrual). Pode-
se iniciar o tratamento com Concepnor®
entre o 2o
e o 7o
dia do ciclo menstrual, mas recomenda-se a
utilização de método contraceptivo não-hormonal (como preservativo e espermicida) nos primeiros 7 dias
de administração de Concepnor®
.
Quando se passa a usar Concepnor®
no lugar de outro contraceptivo oral: preferencialmente, deve-se
começar a tomar Concepnor®
no dia seguinte ao último comprimido ativo do contraceptivo oral
combinado anterior ter sido ingerido, mas não mais tarde do que no dia após o intervalo sem comprimidos
ou após a ingestão do último comprimido inativo do contraceptivo oral combinado anterior.
no lugar de outro método contraceptivo com apenas
progestogênio (minipílulas, implante, dispositivos intrauterinos [DIU], injetáveis): pode-se interromper
o uso da mini-pílula em qualquer dia e deve-se começar a tomar Concepnor®
no dia seguinte. Deve-se
iniciar o uso de Concepnor®
no mesmo dia da remoção do implante de progestogênio ou remoção do
DIU. O uso de Concepnor® deve ser iniciado na data em que a próxima injeção está programada.
Em cada uma dessas situações, a paciente deve ser orientada a utilizar outro método não-hormonal de
contracepção durante os 7 primeiros dias de administração de Concepnor®
Após aborto no primeiro trimestre: pode-se começar a tomar Concepnor®
imediatamente. Não são
necessários outros métodos contraceptivos.
Pós-parto: como o pós-parto imediato está associado a aumento do risco de tromboembolismo, o
tratamento com Concepnor®
não deve começar antes do 28o
dia após o parto em mulheres não-lactantes
ou após aborto no segundo trimestre. Deve-se orientar a paciente a utilizar outro método não-hormonal de
. Entretanto, se já tiver ocorrido
relação sexual, a possibilidade de gravidez antes do início da utilização de Concepnor®
deve ser
descartada ou deve-se esperar pelo primeiro período menstrual espontâneo (ver Precauções e
Advertências).
Conduta para quando a paciente esquecer de tomar Concepnor®
A proteção contraceptiva pode ser reduzida se a paciente esquecer de tomar algum comprimido de
e, particularmente, se o esquecimento ultrapassar o intervalo livre sem comprimidos.
Recomenda-se consultar seu médico.
Se a paciente esquecer de tomar um comprimido de Concepnor®
e lembrar dentro de até 12 horas da
dose usual, deve-se ingeri-la tão logo se lembre. Os comprimidos seguintes devem ser tomados no
horário habitual.
e lembrar mais de 12 horas após a
dose usual ou se tiverem sido esquecidas dois ou mais comprimidos, a proteção contraceptiva pode
estar reduzida. A última esquecida deve ser tomada tão logo se lembre, o que pode resultar na tomada
de dois comprimidos de uma única vez. Os comprimidos seguintes devem ser ingeridos no horário
habitual. Um método contraceptivo não-hormonal deve ser usado nos próximos 7 dias.
Se a paciente tomar o último comprimido ativa antes do fim do intervalo de 7 dias durante o qual o
uso de um método contraceptivo não-hormonal é necessário, a próxima embalagem deve ser iniciada
imediatamente; não deve haver intervalo sem comprimidos entre as embalagens. Isto previne um
intervalo prolongado entre os comprimidos, reduzindo, portanto, o risco de uma ovulação de escape.
É improvável que ocorra hemorragia por supressão até que todos os comprimidos da nova
embalagem sejam tomadas, embora a paciente possa apresentar spotting ou sangramento de escape
nos dias em que estiver ingerindo os comprimidos. Se a paciente não tiver hemorragia por supressão
após a ingestão de todos os comprimidos da nova embalagem, a possibilidade de gravidez deve ser
descartada antes de se retomar a ingestão dos comprimidos.
Orientação em caso de vômitos e/ou diarreia
No caso de vômito ou diarreia no período de 4 horas após a ingestão do comprimido, a absorção pode ser
incompleta.
Neste caso, as informações contidas no item Conduta para quando a paciente esquecer de tomar
são aplicáveis.
Proteção Contraceptiva Adicional:
Quando for necessária a utilização de proteção contraceptiva adicional, utilize métodos contraceptivos de
barreira (por exemplo: diafragma ou preservativo masculino). Não utilize os métodos da tabelinha ou da
temperatura como proteção contraceptiva adicional, pois os contraceptivos orais modificam as alterações
menstruais cíclicas, tais como as variações de temperatura e do muco cervical.
- Comprimido Revestido - Bula para o profissional da saúde 9
Este medicamento não pode ser partido, aberto ou mastigado.
As reações adversas estão relacionadas na tabela de acordo com sua frequência:
Muito Comum: > 10%
Comum: > 1% e < 10%
Incomum: > 0,1% e < 1%
Rara: > 0,01% e < 0,1%
Muito Rara: < 0,01%
O uso de contraceptivos orais combinados tem sido associado a aumento dos seguintes riscos:
Eventos tromboembólicos e trombóticos arteriais e venosos, incluindo infarto do miocárdio, acidente
vascular cerebral, ataque isquêmico transitório, trombose venosa e embolia pulmonar;
Neoplasia cervical intra-epitelial e câncer cervical;
Diagnóstico de câncer de mama;
Tumores hepáticos benignos (p. ex., hiperplasia nodular focal, adenoma hepático).
Ver também Precauções e Advertências.
Reação muito comum (ocorre em 10% dos pacientes que utilizam este medicamento): cefaleia, incluindo
enxaqueca, sangramento de escape/spotting.
Reação comum (ocorre ente 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medicamento): vaginite incluindo
candidíase; alterações de humor, incluindo depressão, alterações de libido, nervosismo, tontura, náuseas,
vômitos, dor abdominal, acne, dor, sensibilidade, aumento, secreção das mamas, dismenorreia, alteração
do fluxo menstrual, alteração da secreção e ectrópio cervical, amenorreia, retenção hídrica/edema
(inchaço), alterações de peso (ganho ou perda).
Reação incomum (ocorre ente 0,1% e 1% dos pacientes que utilizam este medicamento): alterações de
apetite (aumento ou diminuição), cólicas abdominais, distensão, erupções cutâneas, cloasma /melasma,
que pode persistir; hirsutismo, alopecia, aumento da pressão arterial, alterações nos níveis séricos de
lipídios, incluindo hipertrigliceridemia.
Reação rara (ocorre ente 0,01% e 0,1% dos pacientes que utilizam este medicamento): reações
anafiláticas/anafilactoides, incluindo casos muito raros de urticária, angioedema e reações graves com
sintomas respiratórios e circulatórios, intolerância à glicose, intolerância a lentes de contato, icterícia
colestática, eritema nodoso, nódulos subcutâneos vermelhos e dolorosos), diminuição dos níveis séricos
de folato***.
Reação muito rara (ocorre com menos de 0,01% dos pacientes que utilizam este medicamento):
carcinomas hepatocelulares, exacerbação do lúpus eritematoso sistêmico, exacerbação da porfiria,
exacerbação da coreia, neurite óptica*, trombose vascular retiniana, piora das varizes, pancreatite, colite
isquêmica, doença biliar, incluindo cálculos biliares**, eritema multiforme, síndrome urêmica hemolítica.
Reações adversas cuja frequência é desconhecida: doença inflamatória intestinal (Doença de Crohn, colite
ulcerativa), lesão hepatocelular.
* A neurite óptica pode resultar em perda parcial ou total da visão.
** Os contraceptivos orais combinados podem piorar doenças biliares preexistentes e podem acelerar o
desenvolvimento dessa doença em mulheres anteriormente assintomáticas.
*** Pode haver diminuição dos níveis séricos de folato com o tratamento com contraceptivo oral
combinado.
Isso pode ser clinicamente significativo se a mulher engravidar logo após descontinuar os contraceptivos
orais combinados.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária -
NOTIVISA, disponível em http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a
Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.