Bula do Condroflex produzido pelo laboratorio Zodiac Produtos Farmacêuticos S/a
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
CONDROFLEX®
sulfato de glicosamina + sulfato de
condroitina
Cápsula
500mg + 400mg
1
sulfato de glicosamina + sulfato sódico de condroitina
APRESENTAÇÕES
Condroflex 500mg + 400mg. Embalagem com 20, 40 ou 60 cápsulas.
USO ORAL. USO ADULTO.
COMPOSIÇÃO
Cada cápsula de CONDROFLEX®
contém 500mg de sulfato de glicosamina (equivalente a 628 mg de
sulfato sódico de glicosamina) e 400 mg de sulfato sódico de condroitina.
Excipientes: povidona K30, estearato de magnésio e álcool etílico (evapora durante a fabricação).
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
CONDROFLEX®
é indicado no tratamento de artrose ou osteoartrite primária e secundária e suas
manifestações.
Vários estudos clínicos avaliaram os efeitos do sulfato de glicosamina e do sulfato de condroitina nos
sintomas da osteoartrite1,2,3
. Estudos recentes têm sugerido que a glicosamina impede eficientemente a
progressão de longo prazo da osteoartrite1,2,3
. Uma meta-análise de 15 estudos placebo-controlados,
randomizados avaliou a eficácia estrutural e sintomática da glicosamina oral e condroitina na
osteoartrite de joelho, e demonstrou eficácia para a glicosamina no índice de estreitamento do espaço
aticular e no índice WOMAC (Western Ontario Macmaster University Osteoarthritis). Eficácias
semelhantes foram demonstradas para a condroitina e glicosamina no índice Lequesne (algo-funcional)
e escala analógica visual para dor e mobilidade. A degeneração da cartilagem articular foi mais lenta
com a administração diária em longo prazo da glicosamina oral na dose mínima de 1.500 mg durante
um período mínimo de três anos1
.
Por meio de um estudo randomizado, duplo-cego, placebo-controlado, 202 pacientes com osteoartrite
moderada do joelho foram tratados com 1.500 mg de sulfato de glicosamia ou placebo uma vez ao dia.
A glicosamina reduziu o estreitamento do espaço articular no fim de cada ano do estudo. No 3º ano do
estudo, os pacientes que receberam placebo tiveram um estreitamento de - 0,19 mm enquanto que os
pacientes que tomaram a glicosamina apresentaram um aumento discreto no espaço articular (+0,04
mm) (p=0,001 entre os grupos): Os sintomas foram avaliados pelos índices WOMAC e Lequesne, os
quais melhoraram 15% e 20% em relação ao basal com glicosamina (p<0,0001 e p=0,002,
respectivamente) comparado com o placebo2
2
Em outro estudo randomizado, duplo-cego, placebo-controlado, a administração por via oral de 1.500
mg de sulfato de glicosamina, uma vez ao dia, impediu significantemente as modificações estruturais da
articulação do joelho em indivíduos com osteoartrite por um período de três anos. O grupo placebo
(n=106) teve um estreitamento progressivo do espaço articular e uma perda média após três anos de
0,31 mm (95% de Intervalo de confiança (IC) -0,48 a -0,13). O grupo glicosamina (n=106) não
apresentou perda significante do espaço articular (- 0.06 mm (95% IC -0.22 a -0.09)). Os sintomas
avaliados pelos escores de WOMAC pioraram discretamente no grupo placebo, mas melhoraram 20% a
25% no grupo glicosamina. A diferença entre os escores de sintomas do grupo placebo e glicosamina foi
significante (p=0,016). Os escores da subescala WOMAC que mediram a dor e a função física foram
melhores significantemente com o grupo glicosamina comparado com o placebo (p=0.047 para a dor e
p=0.020 para a função física), mas somente modificações mínimas na rigidez articular foram notadas
entre os grupos3
O sulfato de glicosamina por via oral (500 mg três vezes ao dia) melhorou os sintomas da osteoartrite de
joelho comparado ao placebo em um estudo multicêntrico, randomizado, duplo-cego, placebo-
controlado de 4 semanas. A resposta, definida como uma diminuição de pelo menos 3 pontos no índice
Lequesne ocorreu em 55% dos pacientes que receberam glicosamina e 38% dos pacientes no grupo
placebo (p=0,014)4
Em um estudo com 286 pacientes com osteoartrite clinicamente evolutiva do quadril ou do joelho foi
avaliada a eficácia da associação de sulfato de glicosamina + sulfato de condroitina em comparação com
a administração individual de sulfato de glicosamina e sulfato de condroitina. Os pacientes tratados com
sulfato de condroitina apresentaram uma melhora clínica (rigidez após o repouso) de 30% (p<0,05), mas
45% inferior à associação de sulfato de glicosamina + sulfato de condroitina, já que esta evidenciou uma
melhora clínica de 54% depois de finalizar o tratamento de 12 semanas5
A administração de 800 mg de sulfato de condroitina, uma vez ao dia por dois anos para pacientes
(n=300) com osteoartrite de joelho, foi avaliada por meio de um estudo randomizado, duplo-cego,
placebo controlado. Os pacientes que receberam placebo tiveram um estreitamento progressivo do
espaço articular, com uma perda do espaço articular de 0,14 ± 0,61 mm após dois anos (p=0,001
comparado com o basal). Por outro lado, não houve nenhuma modificação na média na extensão do
espaço articular para os pacientes que receberam o sulfato de condroitina (0,00 ± 0,53 mm; p não
significativo comparado com o basal)6
Propriedades Farmacodinâmicas
Glicosamina
A glicosamina é uma molécula naturalmente presente no organismo humano como glicosamina 6-
fosfato e é o fator mais importante para a biossíntese de uma classe de compostos como glicolipídeos,
glicoproteínas, glicosaminoglicanos (denominados mucopolissacarídeos), hialuronatos e proteoglicanos.
Estas substâncias têm um papel na formação das superfícies articulares, tendões, ligamentos, tecido
sinovial, pele, ossos, unhas, válvulas cardíacas e secreção da mucosa do aparelho digestivo, aparelho
3
respiratório e trato urinário. Como a glicosamina estimula a síntese de proteoglicanos da cartilagem, ela
acaba inibindo a deterioração da cartilagem provocada pela osteoartrite e ajuda a manter um equilíbrio
entre os processos catabólicos e anabólicos da cartilagem7
.
Normalmente a chegada da glicosamina na articulação está assegurada pelo processo de
biotransformação da glicose. Na artrose ou osteoartrite tem sido observada ausência local de
glicosamina devido a uma diminuição da permeabilidade da cápsula articular e por alterações
enzimáticas nas células da membrana sinovial da cartilagem. Nestas situações propõe-se a entrada
exógena de sulfato de glicosamina. O sulfato de glicosamina é uma molécula pequena (peso molecular =
456,42) e uma substância pura obtida mediante síntese química, diferenciando-se assim de outras
substâncias farmacológicas que foram propostas para o tratamento de osteoartrite e que são
polissacarídeos de alto peso molecular, principalmente obtidos por extração.
O sulfato de glicosamina pode ser utilizado como suplemento das carências endógenas de glicosamina,
para produzir uma estimulação da biossíntese dos proteoglicanos, com o efeito de desenvolver uma ação
trófica nos sulcos articulares e para favorecer a fixação de enxofre na síntese do ácido
condrointinsulfúrico e a disposição normal de cálcio no tecido ósseo. A experiência clínica também
confirma a ótima tolerância de glicosamina devido a sua origem natural.
Uma ação anti-inflamatória de glicosamina também foi proposta em estudos farmacológicos, mas esta
ação não estaria relacionada com a inibição da ciclo-oxigenase8
Condroitina
A condroitina é a mais importante glicosaminoglicana nas articulações humanas e tecidos conectivos e
tem um papel importante na formação da cartilagem através da estimulação do metabolismo
condrocítico e síntese de colágeno e proteoglicana. Enzimas destrutivas tais como elastase de leucócitos
humanos e hialuronidase são inibidas pela condroitina. O sulfato de condroitina é um dos principais
componentes da cartilagem, caracterizado por sua capacidade para fixar água, função que permite
assegurar as propriedades funcionais e mecanismos elásticos da cartilagem. Nos processos artrósicos
degenerativos devido à ação das enzimas líticas observa-se uma perda do poder de reter água, uma
degeneração progressiva da cartilagem e uma deterioração do funcionamento articular. A administração
de condroitina produz um restabelecimento do equilíbrio das cartilagens articulares com a melhora ou
desaparecimento das dores articulares.
A condroitina pode bloquear a ação de enzimas líticas e melhorar o reparo da cartilagem estimulando a
síntese de proteoglicanas e elevando os níveis de ácido hialurônico. A condroitina pode exercer um leve
e direto efeito anti-inflamatório independente do mecanismo dos anti-inflamatórios não-esteroidais
(AINEs), tais como ibuprofeno e indometacina. Outros estudos sugerem que se uma quantidade
suficiente de condroitina for utilizada pela célula para produção de proteoglicanas, a síntese da matriz
poderia ocorrer e a cartilagem assim, seria regenerada.
Propriedades Farmacocinéticas
4
A glicosamina é rapidamente absorvida após administração oral e tem uma biodisponibilidade de 26%,
enquanto a administração intramuscular resulta em uma biodisponibilidade de 96%. Quando a
glicosamina foi administrada por via oral (250 mg), via intravenosa (i.v.) (400 mg) ou via intramuscular
(i.m.) (400 mg), as concentrações plasmáticas máximas (Cmax) foram de 31, 128 e 130 mol/L,
respectivamente. A Cmax foi atingida dentro de 8 horas a partir da administração intramuscular 17, 18
Em voluntários saudáveis, a meia-vida de eliminação (t½) da glicosamina (C14) administrada por via
i.m. teve um valor levemente menor, 57 horas, quando comparada com a administrada por via i.v. ou
oral (70 horas) 18
A incorporação à cartilagem articular é observada rapidamente após a administração tanto i.v. como oral
e persiste em quantidades notáveis a longo prazo. Outros órgãos que podem concentrar a glicosamina
são o fígado e os rins. A fração de glicosamina que não se emprega no processo de biossíntese (em torno
de 30%) é excretada na urina, e só uma pequena porção é excretada nas fezes17,19
A excreção fecal da radioatividade acumulada foi de menos de 1% de uma dose administrada i.v. ou
i.m.. Aproximadamente 11% da radioatividade da glicosamina oral foram excretadas nas fezes 24 a 72
horas após a administração por via oral. A excreção urinária da radioatividade foi mais alta após a
administração i.m.: 37% da dose administrada foram recuperadas na urina e fezes comparadas com 28%
e 21% da glicosamina i.v. e oral, respectivamente 17, 18
. Não existem dados disponíveis do perfil
farmacocinético da glicosamina em pacientes idosos com insuficiência hepática e renal 17
A condroitina, uma glicosaminoglicana, é uma molécula grande pouco absorvida quando administrada
oralmente - apenas 12%. Entretanto, em estudos em animais utilizando sulfato de condroitina
radiomarcado observou-se que mais de 70% do composto radioativo é absorvido após a administração
oral. A discrepância pode se dar no trato gastrointestinal: o sulfato de condroitina é submetido ao
metabolismo, resultando em componentes mais ativos e absorvíveis. Sua meia-vida é de 5-10 horas e
acumula-se no fluido sinovial e cartilagem. A eliminação renal representa aproximadamente 20% da
depuração de condroitina.
Estudos em humanos com sulfato de condroitina mostraram que após administração oral 13,2% do
fármaco é absorvido intacto, juntamente com polissacarídeos de alto e de baixo peso molecular,
resultantes da despolimerização e dessulfatação. Aproximadamente 10% e 20% da dose são absorvidas
como derivados de alto peso molecular e baixo peso molecular, respectivamente. Sua meia-vida é de 6,1
h e seu tmax de 3,2 h.9
CONDROFLEX®
é contraindicado em pacientes com hipersensibilidade à glicosamina, à condroitina ou
a qualquer outro componente da fórmula. Também é contraindicado durante a gravidez e lactação, e em
pacientes com fenilcetonúria ou com insuficiência renal severa.
Categoria de risco na gravidez: C. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres
grávidas sem orientação médica.
5
Recomenda-se cautela quanto ao uso de CONDROFLEX®
em pacientes com sintomas indicativos de
distúrbios gastrointestinais, história de úlcera gástrica ou intestinal, diabetes mellitus ou na constatação
de distúrbios do sistema hematopoiético ou da coagulação sanguínea, devido ao risco anticoagulante da
condroitina, bem como em portadores de insuficiência renal, hepática ou cardíaca.
Se ocorrer eventualmente ulceração péptica ou sangramento gastrointestinal em pacientes sob
tratamento, a medicação deverá ser suspensa imediatamente pelo médico.
Recomenda-se evitar a ingestão de bebidas alcoólicas, durante o tratamento com CONDROFLEX®
.
Este produto contém o corante amarelo de TARTRAZINA que pode causar reações de natureza
alérgica, entre as quais asma brônquica, especialmente em pessoas alérgicas ao ácido
acetilsalicílico.
Gravidez e lactação
Categoria de risco na gravidez: C
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica.
Devido à inexistência de dados do uso de CONDROFLEX®
durante a gravidez, não deve ser utilizado
nesta condição. Não existem informações sobre a passagem do medicamento para o leite materno, sendo
desaconselhado seu uso nesta condição e as lactantes sob tratamento não devem amamentar.
Mutagenicidade e Carcinogenicidade
Glicosamina
De acordo com estudos em animais suspeita-se que a glicosamina inibiu a replicação do DNA em
lifócitos humanos e de ratos.11, 12
Outros testes mutagênicos se mostraram positivos em linfócitos de
ratos.11
Não foram verificados efeitos teratogênicos em animais (camundongos e coelhos) após tratamento com
glicosamina.12
Condroitina
Em estudos pré-clínicos não foram observadas malformações (teratogenicidade) nos fetos de ratos e
coelhos que receberam administração de 0,1 a 1 g/kg de sulfato de condroitina diariamente. O sulfato de
A administração oral de sulfato de glicosamina pode favorecer a absorção gastrointestinal de
tetraciclinas e reduzir a de penicilina e cloranfenicol.
Não existe limitação para administração simultânea de analgésicos ou anti-inflamatórios esteroidais e
não-esteroidais.
6
O sulfato de glicosamina deve ser usado com cuidado em pacientes que usam diuréticos, pois podem
apresentar uma menor resposta e ser menos tolerantes ao sulfato de glicosamina.9
A condroitina pode potencializar a ação de anticoagulantes como a varfarina e aspirina, aumentando as
chances de sangramento.
CONDROFLEX®
deve ser conservado em temperatura ambiente (15º - 30ºC), protegido da luz e da
umidade.
tem validade de 24 meses a partir da data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características físicas e organolépticas
Granulado branco amarelado com pontos esverdeados contido em envelope de alumínio.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
CONDROFLEX®
deve ser administrado por via oral. O paciente deve adicionar o conteúdo do
medicamento em um copo com água, aguardar entre 2 e 5 minutos e só então mexer com o auxílio de
uma colher.
Posologia:
O paciente deve tomar 1 sachê por dia segundo indicação médica. A duração do tratamento fica a
critério do médico.
Caso haja esquecimento na tomada da dose diária, orientar o paciente a continuar o tratamento no dia
seguinte e a tomar apenas o conteúdo de um sachê por dia.
As reações adversas mais comuns são de origem gastrointestinal, de intensidade leve a moderada,
consistindo em desconforto gástrico, diarreia, náusea, prurido e cefaleia.
Também foram verificados edema periférico e taquicardia (reações incomuns),13,8
sonolência, insônia
(reações raras),13, 14, 15
dispepsia, vômito, dor abdominal, constipação, azia e anorexia (reações leves).13,
16, 14, 15, 17
7
Reações hematológicas: não foram observadas alterações clínicas significativas durante os estudos para
glicosamina e condroitina. Entretanto, o seu uso pode provocar erupções eritematosas do tipo alérgicas
(rash cutâneo). 13, 8, 15
.
Testes laboratoriais: não se observaram diferenças significativas nos valores médios nem nos dados
individuais das provas laboratoriais e constantes vitais.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária -
NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm ou para a Vigilância
Sanitária Estadual ou Municipal.
Não é conhecido antídoto específico para este produto. Em caso de superdose recomendam-se as
medidas de suporte clínico e tratamento sintomático.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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