Bula do Dacogen produzido pelo laboratorio Janssen-Cilag Farmacêutica Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
DACOGEN®
(decitabina)
Janssen-Cilag Farmacêutica Ltda.
pó liofilizado
50 mg
1
MODELO DE BULA DO PROFISSIONAL DE SAÚDE
IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
decitabina
APRESENTAÇÃO
Pó liofilizado para solução injetável intravenosa em frasco-ampola de uso único. Embalagem com 1 frasco-
ampola com 50 mg de decitabina.
USO INTRAVENOSO
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
Cada frasco-ampola de pó liofilizado contém 50 mg de decitabina.
Excipientes: fosfato de potássio monobásico, hidróxido de sódio.
Após reconstituição asséptica com 10 mL de água para injetáveis, cada mL do concentrado da solução contém 5
mg de decitabina.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
INDICAÇÕES
é indicado para:
o tratamento de pacientes adultos com síndromes mielodisplásicas (SMD), tratados e não tratados
previamente, SMD “de novo” e secundárias de todos os subtipos da classificação FAB (Franco-Americano-
Britânica) e grupos Intermediário-1, Intermediário-2 e de Alto Risco do Sistema de Escore Prognóstico
Internacional (IPSS).
o tratamento de pacientes adultos com leucemia mieloide aguda (LMA) “de novo” ou secundária, recém
diagnosticada, de acordo com a classificação da Organização Mundial de Saúde (OMS).
A eficácia de DACOGEN®
não foi completamente demonstrada em pacientes com idade inferior a 65 anos.
RESULTADOS DE EFICÁCIA
Estudos Clínicos em Síndromes Mielodisplásicas
Estudo de Fase 2 (DACO-020): Esquema posológico de 5 dias
Um estudo multicêntrico, aberto, de braço único (DACO-020) foi conduzido para avaliar a eficácia de
em pacientes com SMD com qualquer subtipo FAB. Neste estudo, 99 pacientes com escore
prognóstico IPSS Intermediário-1, Intermediário-2 ou de alto risco receberam DACOGEN®
no regime de 5 dias,
na dose de 20 mg/m2
diariamente por infusão intravenosa em 1 hora nos Dias 1 ao 5 a cada 4 semanas (1 ciclo).
Os resultados foram consistentes com os resultados do estudo de Fase 3 e resumidos na Tabela 1.
Tabela 1: Eficácia de DACOGEN®
no estudo de Fase 2 DACO-020
Parâmetro DACOGEN®
(n=99)
Taxa de Resposta Global (RC+mRC+RP) 33 (33%)
Remissão Completa (RC) 17 (17%)
Remissão Completa Medular (mRC) 16 (16%)
Taxa de Melhora Global (RC+mRC+RP+MH) 51 (52%)
RC = remissão completa; mRC = remissão completa medular; RP = remissão parcial; MH = melhora
hematológica.
Fonte: DACO-020 CSR.
2
Estudo de Fase 3 (D-0007): Esquema posológico de 3 dias
Um estudo multicêntrico, aberto, randomizado, controlado (D-0007) avaliou DACOGEN®
em 170 indivíduos
com SMD atendendo os critérios de classificação FAB e IPSS de alto risco, Intermediário-2 e Intermediário-1.
foi administrado no esquema de 3 dias, na dose de 15 mg/m2
, por infusão intravenosa contínua
durante 3 horas, repetida a cada 8 horas por 3 dias consecutivos a cada ciclo de 6 semanas.
No estudo clínico de Fase 3, remissões completas (RC) e parciais (RP) foram observadas em todos os subgrupos
do Sistema de Escore Prognóstico Internacional (IPSS). Entretanto, um efeito benéfico superior foi ainda mais
evidente nos subgrupos de pacientes classificados como Intermediário-2 (Int-2) e Alto Risco, veja Tabela 2.
Tabela 2: Eficácia por Subgrupo IPSS no estudo D-0007
Subgrupo IPSS
Cuidados de suporte
Taxa de resposta
global (RC + RP)
Tempo mediano
(dias) até LMA
ou óbito
Taxa de
resposta global (RC
+ RP)
Todos pacientes 15/89 (17%) 340 0/81 219
Int-2 e Alto Risco 11/61 (18%) 335 0/57 189
Int-2 7/38 (18%) 371 0/36 263
Alto Risco 4/23 (17%) 260 0/21 79
LMA = Leucemia Mieloide Aguda; RC = remissão completa; IPSS = Sistema de Escore Prognóstico
Internacional; Int-2 = Intermediário-2; RP = Remissão parcial.
Fonte: D-0007 CSR.
Estudos Clínicos em Leucemia Mieloide Aguda
O uso de DACOGEN®
foi avaliado em um estudo Fase 3, multicêntrico, randomizado, aberto (DACO-016) em
pacientes com LMA “de novo” ou secundária recém-diagnosticada, de acordo com a classificação da OMS.
(n=242) foi comparado à escolha do tratamento (n=243), que consistiu na escolha do paciente, com
o aconselhamento do médico, de apenas cuidado de suporte (n=28, 11,5%) ou 20 mg/m2
de citarabina por via
subcutânea uma vez ao dia por 10 dias consecutivos, repetida a cada 4 semanas (n=215, 88,5%). DACOGEN®
foi administrado como infusão intravenosa de uma hora, na dose de 20 mg/m2
uma vez ao dia, durante 5 dias
consecutivos, repetida a cada quatro semanas. A idade mediana para a população avaliada por intenção de
tratamento (ITT) foi de 73 anos (variação de 64 a a 91 anos). Trinta e seis por cento dos pacientes tinham
citogenética de risco desfavorável na linha de base. O restante dos pacientes tinha citogenética de risco
intermediário. O desfecho primário do estudo foi sobrevida global. O desfecho secundário foia taxa de remissão
completa, a qual foi avaliada por um especialista independente. A sobrevida livre de progressão e a sobrevida
livre de evento eram desfechos terciários.
A sobrevida global mediana na população avaliada por ITT foi de 7,7 meses em pacientes tratados com
comparada a 5,0 meses para os pacientes no braço “escolha do tratamento” [Razão de Risco
“Hazard Ratio” (HR) 0,85; IC 95%: 0,69, 1,04; p=0,1079]. A diferença não alcançou significância estatística; no
entanto, houve uma tendência para aumento da sobrevida com redução de 15% no risco de morte para pacientes
no braço de DACOGEN®
(Figura 1). Quando censurada para terapia subsequente com potencial para modificar a
doença (isto é, quimioterapia de indução ou agente hipometilante), a análise da sobrevida global mostrou redução
de 20% no risco de morte para os pacientes no braço de DACOGEN®
(HR = 0,80; IC 95%: 0,64, 0,99; p =
0,0437).
3
Figura 1: Sobrevida global (População Avaliada por Intenção de Tratamento)
Time (Months)
0 6 12 18 24 30 36
0
20
40
60
80
100
Overall Survival
(Study DACO-016, Intent-to-Treat Analysis Set)
PercentofSubjectsAlive
DACOGEN
Total TC
N
242
243
Death (%)
197 (81)
199 (82)
Median
7.7
5.0
95% CI
(6.2, 9.2)
(4.3, 6.3)
HR (95% CI): 0.85 (0.69, 1.04)
Logrank p-value: 0.1079
No. of Subjects at Risk
242 137 65 28 12 1 0
243 107 55 19 7 4 0
os.itt.s Wed Jan 12 17:56:26 2011
Em uma análise com dados adicionais maduros de um ano de sobrevida, o efeito de DACOGEN®
na sobrevida
global demonstrou melhora clinicamente significativa comparada ao braço “escolha do tratamento” (7,7 meses
versus 5,0 meses, respectivamente, HR= 0,82; IC 95%: 0,68, 0,99; valor-p nominal = 0,0373; Figura 2).
Total de escolha de
tratamento (ET)
Morte (%) Mediana
7,7
5,0
IC 95%
(6,2, 9,2)
(4,3, 6,3)
HR(IC 95%): 0,85 (0,69, 1,04)
Valor-p Logrank: 0,1079
Nº de pacientes em risco
Porcentagemdepacientesvivos
Total de ET
Tempo (meses)
4
Figura 2: Análise dos Dados Maduros de Sobrevida Global (População Avaliada por Intenção de
Tratamento)
0 6 12 18 24 30 36 42 48
219 (90)
227 (93)
HR (95% CI): 0.82 (0.68, 0.99)
Logrank p-value: 0.0373
242 137 78 50 28 11 2 0 0
243 107 68 35 20 10 4 2 0
Clinical Study Report Addendum, clinical cut-off of 29 October 2010. os.itt.ad.s Wed Jan 19 17:18:43 2011
Com base na análise inicial da população avaliada por ITT, foi alcançada diferença estatisticamente significativa
na taxa de remissão completa (RC+RCp) a favor dos pacientes no braço de DACOGEN®
, 17,8% (43/242),
comparada ao braço “escolha do tratamento”, 7,8% (19/243); 9,9% de diferença do tratamento (IC 95%: 4,07;
15,83), p=0,0011. O tempo mediano para a melhor resposta e a duração mediana da melhor resposta em pacientes
que obtiveram remissão completa ou remissão completa com recuperação incompleta de plaquetas (RCp) foram
4,3 meses e 8,3 meses, respectivamente. A sobrevida livre de progressão foi significantemente mais longa para os
pacientes no braço de DACOGEN®
, 3,7 meses (IC 95%: 2,7; 4,6), comparada aos pacientes no braço “escolha do
tratamento”, 2,1 meses (IC 95%: 1,9; 3,1); HR= 0,75; IC 95%: 0,62; 0,91; p = 0,0031. Estes resultados, assim
como outros desfechos, são mostrados na Tabela 3.
Morte (%) Mediana IC 95%
HR(IC 95%): 0,82 (0,68, 0,99)
Valor-p Logrank: 0,0373
5
Tabela 3: Outros Desfechos de Eficácia para o Estudo DACO-016 (População Avaliada por ITT)
Desfechos DACOGEN®
n=242
“Escolha do tratamento”
(grupo combinado)
n=243
Valor-p
RC+RCp 43 (17,8%) 19 (7,8%) 0,0011
OR = 2,5
(1,40; 4,78)b
RC 38 (15,7%) 18 (7,4%) --
SLEa
3,5
(2,5; 4,1)b
2,1
(1,9; 2,8)b
0,0025
HR = 0,75
(0,62; 0,90)b
SLPa
3,7
(2,7; 4,6)b
(1,9; 3,1)b
0,0031
(0,62; 0,91)b
RC = remissão completa; RCp = remissão completa com recuperação incompleta de plaquetas; SLE = sobrevida
livre de evento; SLP = sobrevida livre de progressão; OR = razão de chances (“odds ratio”); HR = razão de risco
-- = não avaliável
a
Informado como mediana de meses
b
Intervalos de confiança de 95%
A sobrevida global e as taxas de remissão completa nos subgrupos pré-especificados relacionados com a doença
(isto é, risco citogenético, escore do “Eastern Cooperative Oncology Group” [ECOG], idade, tipo de LMA e
contagem basal de blastos da medula óssea) foram consistentes com os resultados para a população global do
estudo.
como terapia inicial também foi avaliado em um estudo de Fase 2 aberto, de braço único
(DACO-017) em 55 pacientes com idade >60 anos com LMA de acordo com a classificação da OMS. O desfecho
primário era a taxa de remissão completa avaliada por revisão de especialista independente. O desfecho
secundário do estudo era a sobrevida global. DACOGEN®
foi administrado por infusão intravenosa de uma hora,
uma vez ao dia, por cinco dias consecutivos, repetida a cada quatro semanas. Na análise
por intenção de tratamento foi observada taxa de RC de 23,6% (IC 95%: 13,2% a 37%) em 13/55 pacientes
tratados com DACOGEN®
. O tempo mediano para a RC foi de 4,1 meses e a duração mediana da RC foi de 18,2
meses. A mediana da sobrevida global na população avaliada por intenção de tratamento foi de 7,6 meses (IC
95%: 5,7, 11,5).
Referências bibliográficas:
1. Saba HI (2005), Lubbert M, Wijermans PW. Response rates of Phase 2 and Phase 3 trials of decitabine
(DAC) in patients with myelodysplastic syndromes (MDS). Blood 2005;106:abs 2515.
2. Steensma DP (2009), Baer MR, Slack JL, et al. Multicenter study of decitabine administered daily for 5
days every 4 weeks to adults with myelodysplastic syndromes: The Alternative Dosing for Outpatient
Treatment (ADOPT) Trial. J Clin Onco 2009;23:3842-3848.
3. Kantarjian HM, O'Brien S, Shan J, Aribi A, Garcia-Manero G, Jabbour E, Ravandi F, Cortes J, Davisson J,
Issa JP. Update of the decitabine experience in higher risk myelodysplastic syndrome and analysis of
prognostic factors associated with outcome. Cancer. 2007 Jan 15;109(2):265-73.
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F, Estrov Z, Ferrajoli A, Wierda W, Shan J, Davis J, Giles F, Saba HI, Issa JP. Results of a randomized
study of 3 schedules of low-dose decitabine in higher-risk myelodysplastic syndrome and chronic
myelomonocytic leukemia. Blood. 2007 Jan 1;109(1):52-7.
5. Kantarjian H, Issa JP, Rosenfeld CS, Bennett JM, Albitar M, DiPersio J, Klimek V, Slack J, de Castro C,
Ravandi F, Helmer R 3rd, Shen L, Nimer SD, Leavitt R, Raza A, Saba H. Decitabine improves patient
6
outcomes in myelodysplastic syndromes: results of a phase III randomized study. Cancer. 2006 Apr
15;106(8):1794-803.
6. Cashen, Amanda F., Schiller, Gary J., O’Donnell, Margaret R., DiPersio, John F. Multicenter, Phase II
Study of Decitabine for the First-Line Treatment of Older Patients With Acute Myeloid Leukemia. Journal
of Clinical Oncology. 2010; 28(4):556-61.
7. Kantarjian, Hagop M., Thomas, Xavier G., Dmoszynska, Anna, Wierzbowska, Agnieszka et al.
Multicenter, Randomized, Open-Label, Phase III Trial of Decitabine Versus Patient Choice, With
Physician Advice, of Either Supportive Care or Low-Dose Cytarabine for the Treatment of Older Patients
With Newly Diagnosed Acute Myeloid Leukemia. Journal of Clinical Oncology. 2012; 30(21):2670-7.
CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS
Propriedades farmacodinâmicas
A decitabina (5-aza-2’-desoxicitidina) é um análogo do nucleosídeo citosina que inibe seletivamente as
metiltransferases do DNA em doses baixas, resultando em hipometilação do gene promotor que pode levar à
reativação de genes supressores de tumor, indução de diferenciação celular ou senescência celular, seguida de
morte programada da célula.
Em SMD, o tempo mediano para início de uma reposta clínica [Remissão Completa (RC) ou Remissão Parcial
(RP) ou melhora hematológica] observado durante estudos clínicos foi cerca de 1,2 a 1,7 meses. O tempo
mediano para alcançar a melhor resposta (RC ou RP) observado durante estudos clínicos foi mais longo, de 3,1 a
5,3 meses.
Em LMA, o tempo mediano para início da resposta clínica [remissão completa (RC), RC com recuperação
incompleta da contagem sanguínea (RCi) ou remissão parcial (RP)] observado durante o estudo clínico Fase 3 foi
de 3,7 meses. O tempo mediano para alcançar a melhor resposta [RC ou RC com recuperação incompleta de
plaquetas (RCp)] foi de 4,3 meses, conforme observado no mesmo estudo clínico.
Propriedades farmacocinéticas
Os parâmetros farmacocinéticos da decitabina na população foram obtidos a partir de 3 estudos clínicos [DACO-
017 (n=11), DACO-020 (n=11) e DACO-016 (n=23)], utilizando os esquemas posológicos de 5 dias (20 mg/m2
x
1 hora x 5 dias a cada 4 semanas) e um estudo, DACO-018 (n=12), utilizando o esquema posológico de 3 dias (15
mg/m2
x 3 horas a cada 8 horas x 3 dias a cada 6 semanas) em pacientes com SMD ou LMA. No esquema
posológico de 5 dias a farmacocinética da decitabina foi avaliada no quinto dia do primeiro ciclo de tratamento. A
dose total por ciclo foi de 100 mg/m2
. No esquema posológico de 3 dias, a farmacocinética da decitabina foi
avaliada após a primeira dose de cada dia de administração, no primeiro ciclo de tratamento. A dose total por
ciclo foi de 135 mg/m2
.
Distribuição:
A farmacocinética da decitabina após a administração por infusão intravenosa de 1 hora (esquema posológico de
5 dias) ou 3 horas (esquema posológico de 3 dias) foi descrita por um modelo linear de dois compartimentos,
caracterizado por eliminação rápida do medicamento do compartimento central e por distribuição relativamente
lenta do compartimento periférico. Para um paciente típico (70 kg de peso/1,73 m2
de área de superfície corpórea)
os parâmetros farmacocinéticos da decitabina estão listados na Tabela 4.
Tabela 4: Resumo da Análise da Farmacocinética da População para Pacientes Típicos
(esquema posológico de 5 dias e de 3 dias)
Esquema de 5 dias Esquema de 3 dias
Parâmetro Valor Estimado IC de 95% Valor Estimado IC de 95%
Cmáx (ng/mL) 107 88,5 – 129 42,3 35,2 – 50,6
AUCcum (ng.h/mL) 580 480 – 695 1161 972 – 1390
t1/2 (min) 68,2 54,2 – 79,6 67,5 53,6 – 78,8
Vdss (L) 116 84,1 – 153 49,6 34,9 – 65,5
CL (L/h) 298 249 – 359 201 168 – 241
7
AUC= área sob a curva da concentração plasmática-tempo; CL= depuração corporal total; Cmáx= concentração
máxima observada; t1/2= meia-vida de eliminação; Vdss= volume de distribuição médio no estado de equilíbrio.
A decitabina exibe farmacocinética linear e após infusão intravenosa, as concentrações no estado de equilíbrio
são atingidas dentro de 0,5 horas. Com base na simulação do modelo, os parâmetros farmacocinéticos foram
independentes do tempo (ou seja, não alteraram de ciclo para ciclo) e nenhum acúmulo foi observado com este
esquema posológico. A ligação da decitabina às proteínas plasmáticas é insignificante (<1%). O volume de
distribuição médio da decitabina no estado de equilíbrio (Vdss) em pacientes com câncer é elevado, indicando
distribuição do medicamento em tecidos periféricos. Não há evidências de uma correlação com fatores como
idade, depuração da creatinina, bilirrubina total ou doença.
Metabolismo: Intracelularmente a decitabina é ativada por fosforilação sequencial ao trifosfato correspondente
através de atividade de fosfoquinase, que é então incorporado pela DNA polimerase. Considerando os dados de
metabolismo in vitro, os resultados do estudo de balanço de massa em humanos indicaram que o sistema do
citocromo P450 não está envolvido no metabolismo da decitabina. A via metabólica primária provavelmente é
por desaminação através da citidina desaminase no fígado, rins, epitélio intestinal e sangue. Os resultados do
estudo de balanço de massa em humanos demonstraram que a decitabina inalterada no plasma representou
aproximadamente 2,4% da radioatividade total no plasma. A maioria dos metabólitos circulantes aparentemente
não possui atividade farmacológica.
A presença desses metabólitos na urina, a elevada depuração corporal total e a baixa excreção urinária do
fármaco inalterado pela urina (~4% da dose) indicam que a decitabina é consideravelmente metabolizada in vivo.
Além disso, os dados in vitro demonstram que a decitabina é um substrato fraco da P-gp.
Eliminação: A depuração plasmática média após a administração intravenosa em pacientes com câncer foi de
>200 L/h e a variabilidade interpacientes foi moderada (coeficiente de variação de aproximadamente 50%). A
excreção do fármaco inalterado parece ter um papel menor na eliminação da decitabina.
Os resultados do estudo de balanço de massa com 14
C-decitabina radioativa em pacientes com câncer
demonstraram que 90% da dose de decitabina administrada é excretada na urina (4% do medicamento
inalterado).
Informações adicionais em populações especiais
Os efeitos da insuficiência renal ou hepática, sexo, idade ou etnia nos parâmetros farmacocinéticos da decitabina
não foram formalmente estudados. As informações de parâmetros farmacocinéticos em populações especiais
foram derivadas de quatro estudos clínicos mencionados anteriormente.
Idosos
A análise farmacocinética da população demonstrou que os parâmetros farmacocinéticos da decitabina não são
dependentes da idade (faixa estudada de 40 a 87 anos; mediana de 70 anos).
Sexo
A análise farmacocinética da decitabina na população não demonstrou qualquer diferença clínica relevante entre
mulheres e homens.
Etnia
A população mais estudada foi a caucasiana. Entretanto, a análise dos parâmetros farmacocinéticos da decitabina
na população indicou que a etnia aparentemente não afeta a exposição à decitabina.
Insuficiência hepática
A farmacocinética da decitabina em pacientes com insuficiência hepática não foi formalmente estudada. Os
resultados do estudo de balanço de massa em humanos e experimentos in vitro mencionados anteriormente
indicaram que as enzimas CYP aparentemente não estão envolvidas no metabolismo da decitabina. Além disso,
os dados limitados da análise da farmacocinética da população indicaram que não há relação significativa dos
parâmetros farmacocinéticos com a concentração total de bilirrubina, apesar da ampla faixa dos níveis totais de
bilirrubina. Portanto, não é esperado que a exposição à decitabina seja afetada em pacientes com
comprometimento da função hepática.
8
Insuficiência renal
A farmacocinética da decitabina em pacientes com insuficiência renal não foi formalmente estudada. A análise da
farmacocinética da população sobre os dados limitados da decitabina indicaram que não há relação significativa
dos parâmetros farmacocinéticos com a depuração da creatinina normalizada, um indicador da função renal.
Portanto, não é esperado que a exposição à decitabina seja afetada em pacientes com comprometimento da função
renal.
CONTRAINDICAÇÕES
é contraindicado em pacientes com hipersensibilidade conhecida à decitabina ou a qualquer
componente da fórmula e durante a lactação.
ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES
Mielossupressão
A mielossupressão e suas complicações, incluindo infecções e sangramento, que ocorrem em pacientes com SMD
ou LMA, podem ser exacerbadas pelo tratamento com DACOGEN®
. A mielossupressão causada pelo
é reversível. Hemograma completo e contagem de plaquetas devem ser realizados regularmente,
quando indicados clinicamente e antes de cada ciclo de tratamento. Na presença de mielossupressão ou de suas
complicações, o tratamento com DACOGEN®
pode ser interrompido, a dose reduzida ou medidas de suporte
instituídas, como recomendado na posologia.
em pacientes com insuficiência hepática não foi estabelecido. Deve-se ter cuidado ao
administrar DACOGEN®
a pacientes com insuficiência hepática e os pacientes devem ser monitorados
cuidadosamente.
em pacientes com insuficiência renal grave não foi estudado. Recomenda-se cautela na
administração de DACOGEN®
em pacientes com insuficiência renal grave (depuração de creatinina <30
mL/min) e estes pacientes devem ser monitorados cuidadosamente.
Doença cardíaca
Pacientes com história de insuficiência cardíaca congestiva grave ou doença cardíaca clinicamente instável foram
excluídos dos estudos clínicos e, portanto, a segurança e eficácia de DACOGEN®
não foram estabelecidas para
estes pacientes.
e vacinação
Qualquer agente terapêutico mielossupressor anticâncer pode impactar na resposta da vacinação.
Os efeitos da decitabina na metilação do DNA permanece por pelo menos 2 semanas após a dose. Como existe
risco da interação durante este período, a aplicação de vacinas bacterianas atenuadas deve ocorrer após 2 semanas
ou mais a fim de minimizar tal risco.
Uso em homens
Os homens devem ser aconselhados a não conceber enquanto estiverem recebendo DACOGEN®
e nos 3 meses
seguintes ao término do tratamento. Devido à possibilidade de infertilidade como consequência do tratamento
com DACOGEN®
, os homens devem ser aconselhados a procurar orientação sobre conservação de esperma
antes de qualquer tratamento.
Pacientes idosos: do número total de pacientes tratados com DACOGEN®
em um estudo de Fase 3, 61 dos 83
pacientes tinham idade igual ou superior a 65 anos, e 21 dos 83 pacientes eram maiores de 75 anos. Nenhuma
diferença global, em segurança ou eficácia, foi observada entre estes pacientes e pacientes mais
jovens. Outros relatos de estudos clínicos também não identificaram diferenças de resposta entre pacientes mais
idosos e mais jovens, mas uma maior sensibilidade em alguns indivíduos mais idosos não pode ser descartada.
9
Efeitos na capacidade de dirigir veículos e operar máquinas
Não foram realizados estudos sobre os efeitos do DACOGEN®
na capacidade de dirigir ou usar máquinas. Os
pacientes devem ser alertados de que podem apresentar reações adversas durante o tratamento, tais como anemia,
fadiga e tontura. Portanto, recomenda-se cautela ao dirigir veículos ou operar máquinas.
Dados de segurança pré-clínica
Não foram realizados estudos formais de carcinogenicidade com a decitabina. As evidências da literatura indicam
que a decitabina possui potencial carcinogênico. Os dados disponíveis de estudos in vitro e in vivo fornecem
evidências suficientes que a decitabina possui potencial genotóxico. Dados da literatura também indicam que a
decitabina apresenta efeitos adversos em todos os aspectos do ciclo reprodutivo, incluindo fertilidade,
desenvolvimento embrio-fetal e desenvolvimento pós-natal.
Estudos de toxicidade de doses repetidas em múltiplos ciclos em ratos e coelhos indicaram que a toxicidade
principal foi mielossupressão, incluindo efeitos na medula óssea, que foi reversível com a descontinuação do
tratamento. Também foi observada toxicidade gastrintestinal e, em machos, atrofia testicular que não reverteu
durante os períodos de recuperação programados.
A administração da decitabina em ratos neonatos/jovens demonstrou um perfil geral de toxicidade comparável à
administração em ratos mais velhos. O desenvolvimento neurocomportamental e a capacidade reprodutiva não
foram afetados quando ratos neonatos/jovens foram tratados com níveis de doses que induzem a mielossupressão.
Gravidez (Categoria D) e lactação
Gravidez
Mulheres com potencial de engravidar devem ser aconselhadas a fazer uso de medidas contraceptivas eficazes e
evitar a gravidez enquanto estiverem sendo tratadas com DACOGEN®
. O período de tempo seguro para
engravidar após o tratamento com DACOGEN®
não é conhecido. Não existem dados suficientes sobre o uso de
em mulheres grávidas. Estudos demonstraram que a decitabina é teratogênica em camundongos e
ratos. O risco potencial em humanos é desconhecido. Baseando-se nos resultados dos estudos em animais e em
seu mecanismo de ação, DACOGEN®
não deve ser administrado durante a gravidez, a menos que estritamente
necessário. Se este medicamento for utilizado durante a gravidez, ou se uma mulher engravidar enquanto estiver
recebendo DACOGEN®
, a paciente deve ser avisada sobre o potencial dano ao feto. As pacientes em idade
reprodutiva devem ser aconselhadas para procurar orientação com relação à criopreservação de oócitos antes de
iniciar o tratamento com DACOGEN®
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Informe
imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez.
Lactação
Não é conhecido se a decitabina ou seus metabólitos são excretados no leite materno. DACOGEN®
é
contraindicado durante a lactação. Portanto, se o tratamento com DACOGEN®
for necessário, a amamentação
deve ser descontinuada.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
Nenhum estudo clínico formal sobre interações medicamentosas com decitabina foi conduzido.
Existe potencial para interação medicamentosa com outros agentes que também são ativados por fosforilação
sequencial (via atividades da fosfoquinase intracelular) e/ou metabolizados por enzimas envolvidas na inativação
da decitabina (por exemplo, citidina desaminase). Portanto, recomenda-se cautela se estes medicamentos forem
combinados com DACOGEN®
Efeitos de medicamentos coadministrados sobre a decitabina
Interações medicamentosas metabólicas mediadas por CYP450 não são esperadas já que o metabolismo da
decitabina não é mediado por este sistema, mas por desaminação oxidativa. O deslocamento da decitabina de sua
ligação às proteínas plasmáticas por medicamentos coadministrados é improvável, tendo em vista ser mínima a
ligação da decitabina às proteínas plasmáticas (<1%).
Dados in vitro indicam que a decitabina é um substrato de glicoproteína-P (P-gp) fraco e, portanto, não propensa
a interagir com inibidores de P-gp.
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Efeitos da decitabina sobre medicamentos coadministrados
Tendo em vista a sua baixa ligação às proteínas plasmáticas in vitro (<1%), é improvável que a decitabina
desloque fármacos coadministrados de suas ligações às proteínas plasmáticas. Estudos in vitro demonstraram que
a decitabina não inibe nem induz as enzimas CYP450 em mais do que 20 vezes a concentração plasmática
máxima (Cmáx) terapêutica observada. Assim, as interações medicamentosas metabólicas mediadas por CYP não
são esperadas e é improvável que ocorra interação com agentes metabolizados por estas vias. A decitabina se
mostrou um inibidor fraco do transporte mediado por P-gp in vitro e, portanto, não se supõe que afete o transporte
mediado por P-gp de fármacos coadministrados.
CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO
Conservar DACOGEN®
sob refrigeração (entre 2ºC e 8ºC).
Este medicamento tem validade de 36 meses a partir da data de sua fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Após reconstituição: quando não usada dentro de 15 minutos após a reconstituição, a solução deve ser preparada
usando fluidos de infusão frios (2°C a 8°C) e armazenada entre 2°C e 8°C por no máximo 4 horas até a
administração.
Após preparo, manter em temperatura entre 2ºC e 8ºC por até 4 horas.
Aspecto físico
é um pó liofilizado estéril de cor branca a quase branca. A solução reconstituída é clara a quase
incolor, livre de partículas estranhas.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
POSOLOGIA E MODO DE USAR
Modo de usar
deve ser administrado sob a supervisão de médicos com experiência no uso de agentes
quimioterápicos.
Devem ser adotados os procedimentos-padrões de manuseio de agentes antineoplásicos, bem como o uso de luvas
protetoras para evitar o contato da solução com a pele.
é administrado por infusão intravenosa. Não é necessário cateter venoso central.
Pré-medicação para a prevenção de náuseas e vômitos não é recomendada rotineiramente, mas pode ser
administrada se necessário.
deve ser reconstituído assepticamente com 10 mL de água para injetáveis. Após a reconstituição,
cada mL contém aproximadamente 5,0 mg de decitabina em pH entre 6,7 e 7,3.
Imediatamente após a reconstituição, a solução deve ser diluída com solução de cloreto de sódio a 0,9% injetável
ou solução de glicose a 5% injetável até uma concentração final do fármaco de 0,1 a 1,0 mg/mL.
Quando não usada dentro de 15 minutos após a reconstituição, a solução deve ser preparada usando fluidos de
infusão frios (2°C a 8°C) e armazenada entre 2°C e 8°C por no máximo 4 horas até a administração.
Qualquer produto não utilizado ou resíduo deve ser eliminado de acordo com os requerimentos locais.
não é um medicamento vesicante ou irritante. Se ocorrer extravasamento de DACOGEN®
, os
protocolos da Instituição para o manejo de medicamentos de administração intravenosa devem ser seguidos.
Incompatibilidades
Na ausência de estudos de compatibilidade, este medicamento não deve ser misturado com outros medicamentos.
não deve ser infundido com outros medicamentos através do mesmo acesso intravenoso.
Posologia
Há dois esquemas posológicos recomendados para a administração de DACOGEN®
: um esquema posológico de
5 dias para o tratamento da leucemia mieloide aguda e um esquema posológico de 3 dias ou 5 dias no tratamento
das síndromes mielodisplásicas. Para cada esquema, recomenda-se que os pacientes sejam tratados por no
11
mínimo 4 ciclos. Entretanto, a resposta pode levar mais do que 4 ciclos para ser obtida. Nos estudos Fase 3 em
leucemia mieloide aguda, o tempo mediano para resposta (remissão completa [RC] ou remissão completa com
recuperação incompleta das plaquetas [RCp]) foi de 4,3 meses. No estudo de Fase 2 em síndromes
mielodisplásicas, com o esquema posológico de 5 dias, o tempo mediano para resposta (remissão completa +
remissão parcial) foi 3,5 ciclos. No estudo de Fase 3 em síndromes mielodisplásicas, com esquema posológico de
3 dias, o tempo mediano para resposta foi de 3 ciclos de tratamento. O tratamento deve ser continuado enquanto
o paciente apresentar resposta, se beneficiar do tratamento ou exibir doença estável, isto é, na ausência de
progressão evidente.
Se após 4 ciclos os valores hematológicos do paciente (por exemplo, contagem de plaquetas ou contagem
absoluta de neutrófilos) não retornarem aos valores pré-tratamento ou se ocorrer progressão da doença (contagens
crescentes de blastos periféricos ou piora na contagem de blastos medulares), o paciente pode ser considerado um
não-respondedor e opções terapêuticas alternativas ao DACOGEN®
devem ser consideradas.
Esquema de Tratamento da Leucemia Mieloide Aguda
Em um ciclo de tratamento, DACOGEN®
é administrado na dose de 20 mg/m2
de superfície corporal, por
infusão intravenosa durante uma hora, repetida diariamente durante 5 dias consecutivos (isto é, um total de 5
doses por ciclo de tratamento). A dose total diária não deve exceder 20 mg/m2
e a dose total por ciclo de
tratamento não deve exceder 100 mg/m2
. O ciclo deve ser repetido a cada 4 semanas, dependendo da resposta
clínica do paciente e da toxicidade observada. Se uma dose for omitida, o tratamento deve ser retomado o mais
rapidamente possível. Este esquema posológico pode ser administrado em ambiente ambulatorial.
Esquema de Tratamento das Síndromes Mielodisplásicas
a) Esquema posológico de 3 dias
Em um único ciclo de tratamento, DACOGEN®
deve ser administrado numa dose fixa de 15 mg/m2
de superfície
corporal por infusão intravenosa, durante um período de 3 horas, a cada 8 horas, durante 3 dias consecutivos (ou
seja, um total de 9 doses por ciclo de tratamento). Este ciclo é repetido aproximadamente a cada 6 semanas,
dependendo da resposta clínica do paciente e da toxicidade observada. A dose total diária não deve ultrapassar 45
e a dose total por ciclo de tratamento não pode ultrapassar 135 mg/m2
. Se uma dose for omitida, o
tratamento deve ser retomado o mais rapidamente possível.
b) Esquema de dose modificada de 5 dias para paciente ambulatorial
A decitabina pode ser administrada em uma posologia de 20 mg/m2
com infusão IV de 1 hora, diariamente por 5
dias consecutivos (ou seja, um total de 5 doses por ciclo). A quantidade total por curso é de 100 mg/m2
. Não
haverá escalonamento de dose para a decitabina. Os ciclos serão administrados a cada 4 semanas.
A dose total diária não deverá exceder 20 mg/m2
e a dose total por ciclo de tratamento não deve exceder 100
Em alguns casos, a resposta à decitabina é somente observada após múltiplos cursos de tratamento. Portanto, para
maximizar a possibilidade de resposta ao tratamento, recomenda-se que os pacientes sejam tratados por um
mínimo de 4 ciclos. Entretanto, a remissão completa ou parcial pode levar mais de 4 ciclos. O tratamento pode
ser continuado enquanto o paciente se beneficiar, isto é, na ausência evidente de progressão da doença ou de
toxicidade intolerável.
Antes de cada dose de decitabina, o paciente poderá ser avaliado em relação a possíveis toxicidades que possam
ter ocorrido após as doses anteriores e que são pelo menos possivelmente relacionadas, na opinião do médico.
Todas as toxicidades estabelecidas previamente ou novas toxicidades observadas a qualquer momento podem ser
gerenciadas conforme descrito a seguir. Se uma dose for omitida, o tratamento deve ser retomado o mais
rapidamente possível.
Manejo da mielossupressão e complicações associadas
A mielossupressão e os eventos adversos relacionados à mielossupressão (trombocitopenia, anemia, neutropenia
e neutropenia febril) são comuns tanto em pacientes em tratamento como não tratados com SMD e LMA.
Complicações da mielossupressão incluem infecções e sangramentos. O tratamento deve ser modificado em
pacientes com mielossupressão e complicações associadas, conforme descrito a seguir:
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Leucemia mieloide aguda
O tratamento deve ser atrasado a critério médico se o paciente apresentar complicações associadas com a
mielossupressão, tais como as descritas a seguir:
- neutropenia febril (temperatura 38,5ºC e contagem absoluta de neutrófilos <1000/ mcL).
- infecção ativa de origem viral, bacteriana ou fúngica (isto é, exigindo anti-infecciosos intravenosos ou
tratamento amplo de suporte).
- hemorragia (gastrintestinal, genito-urinária, pulmonar, com plaquetas <25.000/mcL ou qualquer hemorragia do
sistema nervoso central).
O tratamento com DACOGEN®
pode ser retomado assim que estas condições apresentarem melhora ou se
estabilizarem com tratamento adequado (terapia anti-infecciosa, transfusões ou fatores de crescimento).
A redução da dose não é recomendada.
Síndrome mielodisplásica
a) Esquema posológico de 5 dias
A redução da dose não é recomendada nesta situação clínica para otimizar o benefício ao paciente. A dose deve
ser atrasada da seguinte forma:
a.1) Modificação da dose nos primeiros 3 ciclos
Durante os primeiros ciclos de tratamento, citopenias de Grau 3 e 4 são comuns e podem não representar
progressão da SMD. As citopenias pré-tratamento podem não melhorar até após o Ciclo 3.
Para os três primeiros ciclos, a fim de otimizar o benefício ao paciente na presença de neutropenia moderada
(contagem absoluta de neutrófilos <1000/mcL), devem ser feitas todas as tentativas para manter o tratamento com
a dose completa no intervalo padrão entre os ciclos. A profilaxia antimicrobiana concomitante, de acordo com as
diretrizes institucionais, deve ser administrada até a recuperação dos granulócitos para um valor acima de
500/mcL. O médico deve considerar, também, a necessidade da administração precoce de fatores de crescimento
durante este período, para a prevenção ou o tratamento de infecções em pacientes com SMD.
De forma similar, para otimizar o benefício para o paciente na presença de trombocitopenia moderada (contagem
de plaquetas <25.000/mcL), devem ser feitas todas as tentativas para manter o tratamento com a dose completa
no intervalo padrão entre os ciclos e com a administração concomitante de transfusão de plaquetas no caso de
eventos hemorrágicos.
a.2) Modificação da dose após o Ciclo 3
A dose de decitabina pode ser atrasada nos casos em que qualquer uma das seguintes toxicidades sejam
consideradas ao menos possivelmente relacionadas ao tratamento:
Complicações graves associadas à mielossupressão (infecções que não são resolvidas com tratamento
anti-infeccioso adequado, sangramento não resolvido com tratamento adequado);
Mielossupressão prolongada, definida como medula hipocelular (celularidade de 5% ou menos) sem
evidência de progressão da doença por 6 semanas ou mais após o início do ciclo de tratamento.
Se a recuperação (contagem absoluta de neutrófilos >1.000/mcL e plaquetas >50.000/mcL) necessitar de mais
de 8 semanas, o tratamento deve ser descontinuado e o paciente deve ser avaliado quanto à progressão da
doença (por aspirados de medula óssea) dentro de 7 dias após o término das 8 semanas. Para os pacientes que
receberam tratamento por pelo menos 6 ciclos e que continuaram a obter benefícios da terapia, um atraso
prolongado além de 8 semanas pode ser permitido, na ausência de progressão da doença, a critério do médico.
b) Esquema posológico de 3 dias
b.1) Modificação da dose nos primeiros 3 ciclos
Durante os primeiros ciclos de tratamento, citopenias de Graus 3 e 4 são comuns e podem não representar
Para os três primeiros ciclos, a fim de otimizar o benefício na presença de neutropenia moderada (contagem
absoluta de neutrófilos <1.000/mcL), devem ser feitas todas as tentativas para manter o tratamento com a dose
completa no intervalo padrão entre os ciclos. A profilaxia antimicrobiana concomitante, de acordo com as
diretrizes institucionais, pode ser administrada até a recuperação dos granulócitos para um valor acima de
500/mcL. O médico deve considerar também a necessidade da administração precoce de fatores de crescimento
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De forma semelhante, para otimizar o benefício para o paciente na presença de trombocitopenia moderada
(contagem de plaquetas <25.000/mcL), devem ser feitas todas as tentativas para manter o tratamento com a dose
completa no intervalo padrão entre os ciclos, com administração concomitante de transfusão de plaquetas no caso
de eventos hemorrágicos.
b.2) Modificação da dose após o Ciclo 3
Se a recuperação hematológica (contagem absoluta de neutrófilos >1.000/mcL e plaquetas >50.000/mcL) de
um ciclo de tratamento anterior com DACOGEN®
, com citopenia(s) persistente(s) sendo considerada(s)
relacionada(s) à administração do medicamento, necessitar de mais de 6 semanas, então, o próximo ciclo de
deve ser atrasado e a dose reduzida pelo algoritmo a seguir. Toda redução da dose que ocorrer
deve permanecer em efeito durante o tratamento, não devendo haver re-escalonamento da dose.
Recuperação exigindo mais de 6 semanas, mas menos de 8 semanas - a administração de DACOGEN®
deve
ser atrasada por até 2 semanas e a dose reduzida para 11 mg/m2
a cada 8 horas (33 mg/m2
/dia, 99
/ciclo) ao reiniciar o tratamento.
Recuperação exigindo mais de 8 semanas, mas menos de 10 semanas - a dose de DACOGEN®
deve ser
atrasada por até mais duas semanas e reduzida para 11 mg/m2
a cada 8 horas (ou seja, 33 mg/m2
/ciclo) ao reiniciar o tratamento e mantida nos ciclos subsequentes, conforme clinicamente indicado.
Recuperação exigindo mais de 10 semanas – o tratamento deve ser descontinuado e os pacientes devem ser
avaliados quanto à progressão da doença (por aspiração da medula óssea) dentro de 7 dias após o término das
10 semanas. Entretanto, para pacientes que foram tratados por pelo menos 6 ciclos e que continuam a se
beneficiar do tratamento, um atraso prolongado além das 10 semanas pode ser permitido, na ausência de
progressão, a critério do médico responsável pelo tratamento.
Populações Especiais
Pacientes pediátricos: a segurança e eficácia em pacientes pediátricos não foram estabelecidas.
Insuficiência hepática: não foram conduzidos estudos em pacientes com insuficiência hepática. A necessidade
de ajuste de dose em pacientes com insuficiência hepática não foi avaliada. Se ocorrer piora da função hepática,
os pacientes devem ser monitorados cuidadosamente.
Insuficiência renal: não foram conduzidos estudos em pacientes com insuficiência renal. No entanto, os dados
de estudos clínicos que incluíram pacientes com insuficiência leve a moderada não indicaram necessidade de
ajustar a dose. Pacientes com insuficiência renal grave foram excluídos destes estudos.
REAÇÕES ADVERSAS
As reações adversas mais importantes e frequentes, que ocorrem tanto no regime de 5 dias como de 3 dias, são
mielossupressão e aquelas que ocorrem em consequência da mielossupressão.
Dados de estudos clínicos
Ao longo desta seção são relatadas as reações adversas ao medicamento. As reações adversas são eventos
adversos que foram considerados potencialmente relacionados ao uso de DACOGEN®
, tendo como base a
avaliação abrangente das informações disponíveis de eventos adversos. Uma relação causal com DACOGEN®
não pode ser plenamente estabelecida em casos isolados. Além disso, devido ao fato dos estudos clínicos serem
conduzidos sob condições amplamente variáveis, as taxas de reações adversas observadas durante os estudos
clínicos de um medicamento não podem ser comparadas diretamente às taxas obtidas em estudos realizados com
outro medicamento e podem não refletir as taxas observadas durante a prática clínica.
Reações Adversas
A segurança de DACOGEN®
foi avaliada em 682 pacientes de estudos clínicos em LMA e SMD (D-0007,
DACO-016, DACO-017, DACO-020, EORTC-06011 e ID03-0180). Nestes estudos clínicos, DACOGEN®
foi
administrado seguindo os regimes de dose de 5 dias e 3 dias. As reações adversas relatadas durante esses estudos
clínicos estão descritas resumidamente na Tabela 5. As reações adversas estão listadas por categoria de
frequência. As categorias de frequência são definidas da seguinte forma: muito comum (≥1/10), comum (≥1/100
a <1/10) e incomum (≥1/1.000 a <1/100).
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Dentro de cada categoria de frequência, as reações adversas estão apresentadas em ordem decrescente de
gravidade:
Tabela 5: Reações Adversas Identificadas com DACOGEN®
Sistema de Classe de Órgão Frequência
(todos os
Graus)
Reação Adversa Frequência
Todos os
Grausa
(%)
Graus 3-4a
Infecções e infestações Muito comum pneumonia* 20 17
infecções do trato urinário* 10 4
outras infecções (todas as
infecções: virais, bacterianas,
fúngicas, incluindo fatais)b
62 35
Comum choque séptico* 3 2
sepse* 8 7
sinusite 5 1
Distúrbios linfáticos e do
sangue
Muito comum neutropenia febril* 29 27
neutropenia* 32 30
Trombocitopeniac*
35 33
anemia 33 20
leucopenia 14 12
Comum pancitopenia* 1 1
Distúrbios do sistema
imunológico
Comum hipersensibilidade, incluindo
reação anafiláticad
4 <1
nervoso
Muito comum cefaleia 20 1
Distúrbios respiratórios,
torácicos e do mediastino
Muito comum epistaxe 15 2
Distúrbios gastrintestinais Muito comum diarreia 31 2
vômito 19 1
estomatite 10 2
náusea 38 1
Distúrbios do tecido
subcutâneo e da pele
Incomum dermatose neutrofílica febril
aguda (síndrome de Sweet)
<1 <1
Distúrbios gerais e condições
no local da administração
Muito comum pirexia 40 6
Critério de Terminologia para Grau de Eventos Adversos adotado pelo “National Cancer Institute”;
Excluindo pneumonia, infecção do trato urinário, septicemia, choque sépico e sinusite;
c
Incluindo hemorragia relacionada à trombocitopenia, incluindo casos fatais;
Incluindo os termos preferidos hipersensibilidade, hipersensibilidade ao medicamento, reação anafilática, choque
anafilático, reação anafilactoide e choque anafilactoide;
* Inclui eventos adversos com desfecho fatal.
Descrição das reações adversas
Reações Adversas Hematológicas
As reações adversas hematológicas mais comumente relatadas associadas ao tratamento com DACOGEN®
incluem neutropenia febril, trombocitopenia, neutropenia, anemia e leucopenia.
Foram relatadas reações adversas graves relacionadas à infecções como choque séptico, sepse e pneumonia, em
pacientes tratados com DACOGEN®
Nos quadros de trombocitopenia grave, foram relatadas reações adversas relacionadas a sangramentos graves
como hemorragia no Sistema Nervoso Central (1%) e hemorragia gastrintestinal (2%).
15
Reações adversas hematológicas devem ser gerenciadas por monitoramento de rotina do hemograma completo e
tratamento de suporte, conforme necessário. Tratamentos de suporte incluem administração profilática de
antibióticos e/ou fator de crescimento como suporte (exemplo, G-CSF) para neutropenia e transfusões para
anemia ou trombocitopenia conforme as diretrizes institucionais. Para situações em que a administração de
decitabina deve ser atrasada, ver orientação descrita em “POSOLOGIA”.
Experiência pós-comercialização
Não foram identificadas reações adversas adicionais durante a análise do banco de dados de segurança pós-
comercialização.
Atenção: este produto é um medicamento que possui nova indicação terapêutica no país e, embora as
pesquisas tenham indicado eficácia e segurança aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado corretamente,
podem ocorrer eventos adversos imprevisíveis ou desconhecidos. Nesse caso, notifique os eventos adversos
pelo Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária - NOTIVISA, disponível em
www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
SUPERDOSE
Não há experiência direta de superdose humana e nenhum antídoto específico. Entretanto, dados de estudos
clínicos iniciais e publicados na literatura com doses 20 vezes maiores do que as atuais doses terapêuticas
relataram aumento da mielossupressão, incluindo neutropenia e trombocitopenia prolongadas. A toxicidade
provavelmente irá se manifestar como exacerbações de reações adversas, principalmente mielossupressão. O
tratamento da superdose deve ser de suporte.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.