Bula do Deflazacorte produzido pelo laboratorio Germed Farmaceutica Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
deflazacorte
GERMED FARMACÊUTICA LTDA
comprimido
6mg e 30mg
“Medicamento Genérico, Lei nº 9.787, de 1999”.
APRESENTAÇÕES:
Comprimidos de 6 mg e 30 mg em embalagens contendo 10, 20, 30 e 60 comprimidos.
USO ORAL
USO ADULTO E PEDIÁTRICO
COMPOSIÇÃO
Cada comprimido de 6 mg contém:
deflazacorte ............................................................................................................................... 6 mg
excipientes q.s.p*.............................................................................................................1 comprimido
* Excipientes: celulose microcristalina, lactose monoidratada, amidoglicolato de sódio, amido, estearato de
magnésio, dióxido de silício.
Cada comprimido de 30 mg contém:
deflazacorte ............................................................................................................................... 30 mg
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE
Este medicamento é destinado ao tratamento de:
Doenças reumáticas: artrite reumatoide, artrite psoriásica, espondilite anquilosante, artrite gotosa aguda,
osteoartrite pós-traumática, sinovite por osteoartrite, bursite aguda e subaguda, tenossinovite aguda não
específica, epicondilite.
Doenças do tecido conjuntivo: lupus eritematoso sistêmico, dermatomiosite sistêmica (polimiosite), cardite
reumática aguda, polimialgia reumática, poliarterite nodosa, arterite temporal, granulomatose de Wegener.
Doenças dermatológicas: pênfigo, dermatite herpetiforme bolhosa, eritema multiforme grave (Síndrome
de Stevens- Johnson), dermatite esfoliativa, micose fungoide, psoríase grave, dermatite seborreica grave.
Estados alérgicos: controle de reações alérgicas graves ou incapacitantes que não respondem a drogas não
esteroidais, rinite alérgica sazonal ou perene, asma brônquica, dermatite de contato, dermatite atópica, doença do
soro, reações de hipersensibilidade a drogas.
Doenças respiratórias: sarcoidose, síndrome de Loeffler, pneumonia alérgica ou por aspiração, fibrose
pulmonar idiopática.
Doenças oculares: inflamação da córnea, uveíte posterior difusa, coroidite, oftalmia simpática, conjuntivite
alérgica, ceratite, coriorretinite, neurite óptica, irite, iridociclite e herpes zoster ocular.
Distúrbios hematológicos: púrpura trombocitopênica idiopática, trombocitopenia secundária, anemia hemolítica
autoimune, eritroblastopenia, anemia hipoplástica congênita (eritroide).
Doenças gastrintestinais: colite ulcerativa, enterite regional, hepatite crônica.
Doenças neoplásicas: leucemia, linfomas, mieloma múltiplo.
Doenças neurológicas: esclerose múltipla em exacerbação.
Doenças renais: síndrome nefrótica.
Doenças endócrinas: insuficiência suprarrenal primária ou secundária (a hidrocortisona ou cortisona são as
drogas de escolha; o deflazacorte, devido aos seus poucos efeitos mineralocorticoides, deve ser usado em
conjunto com um mineralocorticoide), hiperplasia suprarrenal congênita, tiroidite não supurativa.
Devido à propriedade protetora dos ossos, o deflazacorte pode ser a droga de escolha para pessoas que
necessitam de tratamento com glicocorticoides, especialmente aqueles que apresentam maior risco de
osteoporose. Seus reduzidos efeitos diabetogênicos tornam o deflazacorte o glicocorticoide sistêmico de escolha
em pacientes diabéticos e pré-diabéticos.
Quarenta (40) pacientes de faixa etária pediátrica apresentando síndrome nefrótica esteroide dependente foram
acompanhados por um período médio de 5,5 anos. Receberam o tratamento por 1 ano, com deflazacorte (n=20)
ou prednisona (n=20). O número de recidivas foi significativamente menor no grupo recebendo deflazacorte.
Após 1 ano, 12 pacientes com deflazacorte permaneceram em remissão, ao passo que 2 pacientes com
prednisona mantiveram a remissão. A velocidade de crescimento não foi diferente entre os 2 grupos. O conteúdo
mineral ósseo, avaliado por tomografia computadorizada de vértebras L1L2 reduziu-se após 1 ano em 6% no
grupo deflazacorte versus 12% no grupo prednisona. O aumento médio do peso corporal de +3.9 +/- 4.1kg foi
maior no grupo prednisona que no grupo deflazacorte +1.7 +/- 2.8kg (P = 0.06). Sintomas cushingóides
tenderam a ser menores após 12 meses no grupo deflazacorte. Em conclusão, o estudo mostra que deflazacorte
foi mais efetivo que a prednisona em limitar as recidivas em síndrome nefrótica esteroide dependente, e que os
sintomas cushingóides, ganho de peso, decréscimo do conteúdo mineral ósseo tendiam a ser menos intensos com
deflazacorte que com prednisona (Broyer et. al. 1997).
Deflazacorte é um medicamento com ação anti-inflamatória e imunossupressora. Estudos de curto (4 a 6
semanas) e longo prazo (13 a 52 semanas) têm mostrado deflazacorte como tão efetivo quanto a prednisona ou
metilprednisolona em pacientes com artrite reumatoide. A droga foi pelo menos tão efetiva quanto a prednisona
em crianças com artrite crônica juvenil, e também tem mostrado alguma eficácia no tratamento para a síndrome
nefrótica e outras complicações como Distrofia de Duchenne, lúpus eritematoso, uveíte e transplante. A
incidência geral de eventos adversos em pacientes recebendo deflazacorte (16.5%) é menor que a registrada nos
pacientes recebendo prednisona (20.5%) ou metilprednisolona (32.7%) e similar àquela dos pacientes com
betametasona (15.3%). Sintomas gastrintestinais são os mais frequentemente reportados em pacientes com
deflazacorte; outros eventos adversos associados às drogas incluem alterações nutricionais e metabólicas,
distúrbios do sistema nervoso central e periférico, e alterações psiquiátricas. Em geral o deflazacorte parece ter
menos efeito que a prednisona sobre parâmetros que possam ser associados com o desenvolvimento da
osteoporose induzida por corticoides. Também parece ter menos efeito negativo na taxa de crescimento das
crianças com doenças que requerem corticoterapia (Markham & Bryson 1995).
Desde que os corticoides começaram a representar uma importante ferramenta no tratamento das uveítes, foi
avaliada sua eficácia clínica e o possível aparecimento de efeitos colaterais de deflazacorte versus prednisona em
dosagens equivalentes. Em estudo aberto com seis pacientes com uveíte anterior aguda recorrente e/ou uveíte
anterior crônica utilizou-se deflazacorte ou prednisona como alternativa. Considerando-se os parâmetros
avaliados à admissão destes pacientes e durante o tratamento (eficácia clínica, parâmetros oftalmológicos e
ensaios hematológicos), houve completa remissão dos sinais clínicos e dos sintomas com ambos os tratamentos,
sem diferença estatisticamente significante entre os dois grupos estudados, encorajando posteriormente estudos
controlados com o uso de deflazacorte para o tratamento de uveíte (Cerqueti et. al. 1993).
Em estudo aberto prospectivo para avaliar a eficácia e tolerabilidade de deflazacorte em longo prazo em
pacientes com polimialgia reumática, a medicação foi utilizada na dose média inicial de 21.8mg/dia por um
período médio de 19 meses em 40 pacientes. Esta conduta mostrou melhora clínica e laboratorial significativas
em um mês após o início da terapia. Esta melhora persistiu por todo o período estudado, e os parâmetros
laboratoriais de tolerabilidade estudados não se alteraram durante o estudo. Efeitos colaterais leves a moderados
relacionados aos corticoides ocorreram em 57.9% dos pacientes. Demonstrou-se que o deflazacorte é efetivo no
tratamento da polimialgia reumática e seu perfil de segurança em longo prazo pode ser superior ao de outros
corticoides (Cimmino et. al. 1994).
Um estudo avaliou um caso de pênfigo vulgar (PV) em uma menina de 13 anos de idade, com padrões clínicos
de estomatite crônica. Os achados histológicos e imunológicos foram típicos do diagnóstico de PV, e bons
resultados terapêuticos foram obtidos com doses moderadas de deflazacorte 1 mg/kg/dia, pouco a pouco
reduzidas para 0.1 mg/kg em dias alternados. A paciente não apresentou efeitos colaterais significativos (Fimiani
et. al. 1991).
O uso prolongado de esteroides, particularmente a prednisona, é conhecido por induzir osteoporose, bem como
inibição do crescimento ósseo e atraso na consolidação de fraturas. O deflazacorte foi desenvolvido para reduzir
tais efeitos deletérios. Portanto, o estudo randomizado duplo cego envolveu 16 mulheres em pré-menopausa com
Artrite Reumatoide (AR), com idade média de 36.5 anos e duração média da doença de 29 meses. As pacientes
receberam cápsulas de deflazacorte ou prednisona, sendo instruídas a manterem adequada ingestão de cálcio. Os
testes laboratoriais enfatizaram a densidade mineral óssea na coluna lombar, colo femoral e triângulo de Ward,
além de todo o conteúdo mineral corpóreo. Sinovite persistente foi similar para as duas drogas, e os padrões
sugestivos de Síndrome de Cushing foram encontrados apenas no grupo de prednisona. A diferença quanto ao
conteúdo mineral corpóreo entre deflazacorte e prednisona falhou em encontrar significância estatística. No
grupo deflazacorte, a diferença entre o aumento não significante da densidade mineral óssea no colo femoral e o
significante decréscimo no grupo prednisona provou ser estatisticamente significante. A área do triângulo de
Ward foi a mais sensível às alterações da densidade óssea mineral em pacientes recebendo prednisona, com uma
diferença intergrupos altamente significativa (p 0.01). Acredita-se ser este o primeiro estudo sobre a osteoporose
induzida por corticoides, avaliado através das medidas do conteúdo mineral corpóreo em mulheres na pré-
menopausa com AR de curto prazo, mostrando que deflazacorte é uma alternativa promissora em casos severos o
bastante para exigirem terapia com esteroides (Messina et. al. 1992).
Este estudo duplo-cego avaliou o efeito protetor de deflazacorte na reação inflamatória que se segue ao teste de
provocação conjuntival alérgeno específico, em 24 pacientes sofrendo rinoconjuntivite por Parietaria judaica.
Após avaliação inicial os pacientes foram randomizados em 4 grupos de tratamento para receber deflazacorte 6,
30 ou 60 mg, uma vez ao dia ou placebo, por 3 dias, durante a estação com menos pólen. A avaliação clínica
(prurido, hiperemia, lacrimejamento e edema palpebral), citológica (número de células inflamatórias, i.e.,
neutrófilos, eosinófilos e linfócitos obtidos em raspado conjuntival) e avaliação imunocitoquímica de CD54
(expressão da molécula de adesão intercelular-1 [ICAM-1]) em células epiteliais foram realizadas no momento
basal, após 30 minutos (reação precoce) e após 6 e 24 horas (fase tardia), antes e após o tratamento. Nem a
natureza ou severidade dos eventos clínicos ou o número total de células inflamatórias mudou durante o
tratamento com deflazacorte. A severidade dos eventos clínicos, o número total de células inflamatórias e a
expressão de CD54 foram significativamente reduzidas pelo deflazacorte, 30 e 60 mg/dia comparados ao grupo
placebo.
O deflazacorte 6 mg/dia não demonstrou alteração clínica, celular ou imunocitoquímica significativas
comparadas ao grupo placebo. Este estudo demonstra que deflazacorte tem um alto efeito protetor sobre os
eventos clínicos e celulares, além de marcadamente reduzir a expressão conjuntival de CD54 no epitélio
conjuntivo (Ciprandi et. al. 1993).
Uma paciente com 11 anos de idade, sexo feminino com hepatite autoimmune interrompeu o uso de
prednisolona devido à toxicidade, e permaneceu em remissão clínica e bioquímica sob reposição com
deflazacorte associado ao ácido ursodeoxicólico. Uma biópsia realizada após 19 meses do tratamento com
deflazacorte e ácido ursodeoxicólico mostrou remissão histológica (Bae et. al. 2006).
O deflazacorte foi detectado, in vitro, como sendo duas vezes mais potente que prednisolona na inibição da
sobrevivência de eosinófilos (Mullol et. al. 1995).
Este autor sugeriu eficácia similar entre deflazacorte e prednisolona na melhora da função pulmonar e na
melhora clínica em asma moderada aguda em crianças (Gartner et. al. 1995).
O deflazacorte parece ser tão efetivo quanto a prednisolona em suas propriedades imunomodulatórias para o
tratamento da PTI nas suas formas aguda e crônica (Mazzucconi et. al. 1980).
REFERÊNCIAS
1 – BROYER, M.; et al. A controlled study of deflazacort in the treatment of idiopathic nephrotic syndrome.
Pediatr Nephrol. 1997 Aug; 11(4): 418-22.
2 – MARKHAM, A.; BRYSON, H.M. Deflazacort. A review of its pharmacological properties and therapeutic
efficacy. Drugs. 1995 Aug; 50(2): 317-33.
3 – CERQUETI, P.M.; et al. Deflazacort in the treatment of uveitis: a comparative study versus prednisone.
Allergol Immunopathol (Madr.). 1993 May-Jun; 21 (3): 107-10.
4 – CIMMINO, M.A.; et al. Long term treatment of polymyalgia rheumatica with deflazacort. Ann Rheum Dis.
1994; 53: 331-333.
5 – FIMIANI, M.; et al. Juvenile pemphigus vulgaris: efficacy of moderate doses of deflazacort. Pediatr
Dermatol. 1991 Sep; 8(3): 221-3.
6 – MESSINA, O.D.; et al. Effect of low doses of deflazacort vs prednisone on bone mineral content in
premenopausal rheumatoid arthritis. J Rheumatol. 1992 Oct; 19(10): 1520-6.
7 – CIPRANDI, G.; et al. Protective effects of deflazacort on allergen-specific conjunctival challenge. European
Journal of Clinical Pharmacology. 45 (1), S35-S41.
8 – BAE, S.H.; et al. Deflazacort for Type-1 Autoimmune Hepatitis in a Korean Girl. J Korean Med Sci. 2006
August; 21(4): 758–760.
9 – MULLOL J.; et al. Comparative study of the effects of different glucocorticosteroids on eosinophil survival
primed by cultured epithelial cell supernatants obtained from nasal mucosa and nasal polyps. Thorax. 1995; 50:
270-4.
10 – GARTNER, S.; et al. Comparative efficacy of oral deflazacort versus oral prednisolone in children with
moderate acute asthma. Ann Pediatr. 2004; 61: 207-12.
11 – MAZZUCCONI, M.G.; et al. Deflazacort in thrombocytopenia: A comparison with prednisone. Int J Clin
Pharmacol Ther Toxicol. 1980; 18: 538-42.
Farmacodinâmica
Os glicocorticoides possuem ação anti-inflamatória e imunossupressora.
Comparado à prednisona, em doses anti-inflamatórias equivalentes, deflazacorte proporciona:
• Menor inibição da absorção intestinal de cálcio e um menor aumento na sua excreção urinária.
• Redução significativamente menor no volume ósseo trabecular e conteúdo mineral ósseo.
• Reduzidos efeitos diabetogênicos em pessoas normais, indivíduos com histórico familiar de diabetes e
pacientes diabéticos.
Farmacocinética
Após a administração oral, deflazacorte é bem absorvido e imediatamente convertido pelas esterases plasmáticas
ao metabólito ativo, o qual alcança concentrações plasmáticas em 1,5 a 2 horas. Possui ligação proteica de 40% e
meia-vida plasmática de 1,1 a 1,9 horas. A eliminação ocorre principalmente pelos rins, sendo 70% da dose
administrada excretada pela urina e o restante pelas fezes.
Contraindicado em pacientes com hipersensibilidade ao deflazacorte ou a qualquer um dos componentes da
fórmula e pacientes que estejam recebendo imunização com vacinas vivas (possibilidade de disseminação de
vírus vivos e/ou falha na resposta das células de defesa).
Advertências
Em pacientes em tratamento com corticosteroides submetidos a estresse não usual, pode ser necessário aumentar
a dose de deflazacorte, antes, durante e a após a situação de stress.
Os corticosteroides podem mascarar alguns sinais de infecções e podem aparecer novas infecções durante seu
uso. Pacientes com infecções ativas (virais, bacterianas ou micóticas) devem ser cuidadosamente controlados.
A varicela é particularmente importante, pois pode ser fatal em pacientes imunodeprimidos. Pacientes que estão
sob tratamento com deflazacorte ou que receberam o medicamento ou outros esteroides nos últimos 3 meses
devem ser advertidos a evitar o contato com pacientes portadores de varicela ou herpes zoster. Em caso de
exposição a estas enfermidades, deve-se orientar o paciente a contatar o médico imediatamente. A
imunoglobulina para a Varicela/Zoster é necessária nestes pacientes dentro de 3-10 dias da exposição. Se o
diagnóstico de varicela for confirmado, cuidados especiais e tratamento urgente são necessários. O tratamento
com deflazacorte não deverá ser interrompido e pode ser necessário um aumento da dose.
O uso do medicamento em tuberculose ativa deve ser restrito àqueles casos de tuberculose fulminante ou
disseminada, nos quais deflazacorte é utilizado no controle da doença em conjunto com uma terapia
antituberculosa adequada.
Se deflazacorte for necessário para tratar outras condições em pacientes com tuberculose, ele deve ser utilizado
com terapia antituberculosa adequada.
O tratamento sistêmico com corticosteroides pode causar coriorretinopatia que pode causar distúrbios visuais
incluindo perda da visão. O uso prolongado de tratamento sistêmico com corticosteroides, mesmo em doses
baixas, pode causar coriorretinopatia.
O uso prolongado de glicocorticoides pode produzir catarata posterior subcapsular ou glaucoma. A terapia
prolongada pode aumentar a possibilidade de infecções oculares secundárias por fungos e vírus.
Tendinite e ruptura de tendão são efeitos conhecidos da classe dos glicocorticoides. O risco de tais reações pode
ser aumentado pela coadministração com quinolonas (vide Reações Adversas).
Precauções
A supressão da função hipotálamo-hipófise-adrenal induzida por glicocorticoides é dependente da dose e
duração do tratamento. O restabelecimento ocorre gradualmente após redução da dose e interrupção do
tratamento. Entretanto, uma relativa insuficiência pode persistir por alguns meses depois da suspensão do
tratamento; portanto, em qualquer situação estressante, o tratamento deve ser reinstituído.
Considerando que a secreção mineralocorticoide pode estar prejudicada, deve-se administrar concomitantemente
sais e/ou mineralocorticoides.
Uma rápida redução na dose de corticosteroides após tratamento prolongado pode levar à insuficiência adrenal
aguda que pode ser fatal (vide Reações Adversas). Após tratamento prolongado, a retirada dos glicocorticoides
pode resultar em sintomas da síndrome de retirada, incluindo febre, mialgia, artralgia e mal estar. Isso pode
ocorrer até em pacientes sem evidência de insuficiência adrenal.
O uso de deflazacorte requer cuidados especiais nas seguintes condições clínicas:
• Cardiomiopatias ou insuficiência cardíaca congestiva (devido ao aumento da retenção de água),
hipertensão, manifestações tromboembólicas (vide Reações Adversas). Os glicocorticoides podem causar
retenção de sal e água e aumento da excreção de potássio. Pode ser necessário adotar uma dieta com
suplementação de potássio e restrição de sal (vide Interações Medicamentosas e Reações Adversas).
• Gastrite ou esofagite, diverticulite, colite ulcerativa, anastomose intestinal recente, úlcera péptica ativa ou
latente.
• Diabetes mellitus, osteoporose, miastenia grave, insuficiência renal.
• Instabilidade emocional ou tendências psicóticas: reações adversas psiquiátricas graves podem ocorrer com
esteroides sistêmicos. A maioria das reações melhora após redução da dose ou descontinuação do medicamento,
embora tratamento específico possa ser necessário (vide Reações Adversas).
• Epilepsia.
• Hipotiroidismo, cirrose (condições que podem aumentar os efeitos dos glicocorticoides).
• Herpes simplex ocular devido à possível perfuração da córnea.
• O uso pediátrico prolongado pode suprimir o crescimento e o desenvolvimento.
Considerando que as complicações do tratamento com glicocorticoides são dependentes da dose e duração do
tratamento, deve-se definir a dose, duração do tratamento, bem como do tipo de terapia (diária ou intermitente)
baseado na relação risco/benefício para cada paciente.
As seguintes reações são efeitos conhecidos da classe dos glicocorticoides: menstruação irregular, leucocitose.
Gravidez e lactação
Não existem estudos de reprodução humana com glicocorticoides. Têm sido descritos efeitos teratogênicos em
animais por uso de glicocorticoides. O uso durante a gravidez ou lactação deve ser feito somente quando os
benefícios superarem os riscos potenciais de seu uso. Crianças cujas mães receberam glicocorticoides durante a
gravidez devem ser cuidadosamente observadas em relação a possíveis sinais de hipoadrenalismo. Os
glicocorticoides são excretados no leite materno e podem causar supressão do crescimento e hipoadrenalismo
nos lactentes, portanto, mães tratadas com glicocorticoides devem ser advertidas para que não amamentem.
Categoria de risco na gravidez: C. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem
Embora não tenham sido detectadas interações medicamentosas significativas durante as investigações clínicas,
deve-se tomar os mesmos cuidados que para outros glicocorticoides em relação a, por exemplo: diminuição dos
níveis de salicilato; aumento do risco de hipocalemia com o uso concomitante de: digitálicos, diuréticos,
agonistas beta-2 e xantinas (vide Precauções e Reações Adversas); medicamentos anticolinesterásicos;
substâncias que alteram o metabolismo dos glicocorticoides como: rifampicina, barbituratos, difenilhidantoína,
fenitoína, eritromicina e estrógenos (em pacientes recebendo estrógeno, a necessidade de corticosteroides pode
ser reduzida). Os corticoides podem alterar os efeitos dos anticoagulantes do tipo cumarínico. Relaxamento
prolongado após administração de relaxantes musculares não-despolarizantes (vide Reações Adversas –
Miopatia).
O deflazacorte deve ser mantido em temperatura ambiente (entre 15 e 30ºC), protegido da luz e da umidade.
Prazo de validade: 24 meses a partir da data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características do medicamento
O deflazacorte 6 mg é um comprimido na cor branca, circular e biconvexo.
O deflazacorte 30 mg é um comprimido na cor branca, circular e biconvexo.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Este medicamento não deve ser partido ou mastigado.
Tomar os comprimidos com líquido, por via oral.
A dose necessária é variável e deve ser individualizada de acordo com a doença a ser tratada e a resposta do
paciente.
Uso adulto:
Dose inicial: 6 a 90 mg/dia, dependendo da gravidade dos sintomas.
Uso em crianças:
0,22 a 1,65 mg/kg/dia ou em dias alternados.
Assim como para outros glicocorticoides, a suspensão do tratamento deve ser feita reduzindo-se gradualmente a
dose de deflazacorte.
Em doenças menos graves, doses mais baixas podem ser suficientes, enquanto que as graves podem requerer
doses maiores. A dose inicial deve ser mantida ou ajustada até a obtenção de uma resposta clínica satisfatória. Se
esta não ocorrer, o tratamento deve ser interrompido e substituído por outro. Depois de se alcançar uma resposta
inicial favorável, a dose de manutenção adequada deve ser determinada pela diminuição da dose inicial em
pequenas frações até alcançar a menor dose capaz de manter uma resposta clínica adequada.
Manutenção: os pacientes devem ser controlados cuidadosamente, identificando os sinais e sintomas que
possam indicar a necessidade de se ajustar a dose, incluindo alterações no quadro clínico resultante da remissão
ou exacerbação da doença, resposta individual à droga e efeitos do estresse (por ex.: cirurgia, infecção,
traumatismo). Durante o estresse, pode ser necessário aumentar temporariamente a dose.
Não há estudos dos efeitos de deflazacorte administrado por vias não recomendadas. Portanto, por segurança e
para garantir a eficácia deste medicamento, a administração deve ser somente por via oral.
As seguintes taxas de freqüência CIOMS são utilizadas, quando aplicável: Muito comum (≥ 10%); Comum (≥
1% e < 10%); Incomum (≥ 0,1% e < 1%); Raro (≥0,01% e < 0,1%); Muito raro (<0,01%); Desconhecido (não
pode ser estimado a partir dos dados disponíveis).
Os glicocorticoides causam reações adversas, as quais são relacionadas com a dose e duração do tratamento,
incluindo:
Distúrbios Endócrinos:
-Comum: aumento de peso.
-Incomum: supressão da função hipotalâmica-hipófise-adrenal, alterações corporais (distribuição cushingoide),
"cara de lua cheia", hirsutismo, amenorréia e Diabetes mellitus
Desconhecido: insuficiência adrenal aguda após descontinuação do tratamento (vide Precauções) e diminuição
do crescimento em crianças.
Distúrbios Oculares:
-Desconhecido: catarata posterior subcapsular, aumento da pressão intraocular, coriorretinopatia (vide
Advertências e Precauções).
Distúrbios Gastrintestinais:
-Incomum: dispepsia, ulceração péptica, hemorragia e náusea.
-Desconhecido: perfuração da úlcera péptica, pancreatite aguda, especialmente em crianças.
Distúrbios Gerais e condições no local da administração:
-Incomum: edema.
Distúrbios do Sistema Imunológico:
-Incomum: reações alérgicas.
Infecções e Infestações:
-Incomum: aumento da suscetibilidade às infecções.
Distúrbios de Metabolismo e Nutricionais:
-Incomum: alterações do equilíbrio hidroeletrolítico e hipocalemia quando coadministrado com agonistas beta-2
e xantinas (vide Precauções e Interações Medicamentosas).
Distúrbios Musculo-esqueléticos e do Tecido Conjuntivo:
-Incomum: perda de massa óssea (fraturas).
-Raro: perda de massa muscular.
-Desconhecido: osteonecrose avascular, miopatia (miopatia acuda pode ser precipitada por relaxantes musculares
não-despolarizantes), tendinite e ruptura de tendão quando coadministrado com quinolonas (vide Advertências).
Distúrbios do Sistema Nervoso:
-Incomum: cefaleia e vertigem.
-Desconhecido: pseudotumor cerebral em crianças.
Distúrbios Psiquiátricos:
-Incomum: distúrbios de sono, alteração de humor, depressão, nervosismo e confusão.
-Desconhecido: insônia, sonhos anormais, choro, distúrbio emocional, comportamento anormal, euforia,
inquietação, hipomania, ansiedade, agitação, neurose, desorientação, psicose e alucinação (vide Precauções).
Distúrbios da Pele e Tecido Subcutâneo:
-Incomum: acne e estria.
-Raro: fragilidade da pele.
-Desconhecido: afinamento da pele.
Distúrbios Vasculares:
-Raro: machucados.
-Desconhecido: tromboembolismo em particular em pacientes com condições de base associadas a tendência
trombótica aumentada (vide Precauções e Advertências).
Outras reações observadas foram balanço negativo de nitrogênio, hipertensão intracraniana, convulsões e atraso
no processo de cicatrização.
Têm-se evidenciado uma menor incidência de reações adversas a nível ósseo e do metabolismo dos carboidratos
com deflazacorte quando comparado a outros glicocorticoides.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária - NOTIVISA,
disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou
Municipal.
Sintomas
Relatos de superdose têm sido raros. Os relatos foram associados a sintomas consistentes com efeitos
farmacológicos exagerados da substância ativa e não resultaram em morte.
Conduta
Na superdose aguda, recomenda-se tratamento de suporte sintomático. A DL 50 oral é maior que 4000 mg/kg em
animais de laboratório.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.