Bula do Dermazine produzido pelo laboratorio Silvestre Labs Química e Farmacêutica Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
Dermazine®
Creme
Sulfadiazina de Prata 1%
BULA PROFISSIONAL DE SAÚDE
DERMAZINE®
(sulfadiazina de prata 1%)
APRESENTAÇÕES:
Creme contendo sulfadiazina de prata 1% em bisnaga plástica com 8 g, 15 g, 30 g, 50 g, 100 g e 120 g e
potes plásticos com 100 g ou 400 g.
USO EXTERNO
USO ADULTO
USO PEDIÁTRICO ACIMA DE 02 MESES
COMPOSIÇÃO:
Cada 1 g do creme contém:
Sulfadiazina de prata micronizada ...................................10,00 mg
Excipientes (álcool cetoestearílico, estearil éter, álcool oleílico etoxilado, metilparabeno, propilparabeno,
vaselina, propilenoglicol e água deionizada)
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE:
- Tratamento tópico de colpites específicas (vaginose bacteriana, candidíase e tricomoníase), e
inespecíficas; assim como coadjuvante no tratamento das cervicites1
.
- Como cicatrizante no pós-cautério do colo do útero, após biópsia do colo e da vulva, e no pós-operatório
de cirurgias vaginais, aplicado junto a tampões vaginais, ou diretamente na vagina com o auxílio do
aplicador.
- Como cicatrizante de úlceras e feridas vulvares.
Além da atividade antimicrobiana da sulfadiazina de prata contra agentes encontrados muitas vezes como
patógenos no trato genital inferior, como Candida albicans e Trichomonas vaginalis2
, as suas atividades
cicatrizantes têm sido descritas em diversos modelos, in vitro e in vivo.
Em 1992, Bishop e colaboradores3
associaram a eficácia desta droga a um favorecimento da replicação de
queratinócitos e a propriedades anti-inflamatórias da substância.
Posteriormente, Lansdown e colaboradores4
observaram cicatrização acelerada e liberação mais rápida de
crostas e debris em animais em que foi utilizada a sulfadiazina de prata. Estes autores correlacionam seus
achados a uma redução das fases inflamatória e de formação de tecido de granulação, além de maior
velocidade de reparação epidérmica.
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Kjolseth e colaboradores5
compararam os efeitos in vivo de seis agentes tópicos freqüentemente
utilizados em úlceras e demonstraram que a sulfadiazina de prata foi responsável pela taxa de
reepitelização mais rápida, além de ter sido um dos principais agentes promotor de neovascularização.
Numa revisão sistemática sobre agentes antimicrobianos utilizados no tratamento de feridas crônicas6
, a
sulfadiazina de prata foi uma das poucas substâncias citadas como comprovadamente úteis no tratamento
de lesões ulceradas de difícil resolução.
Mais recentemente, Ferrari e colaboradores (2002)1
verificaram a eficácia do uso vaginal da sulfadiazina
de prata no tratamento de vaginites específicas e inespecíficas.
A sulfadiazina de prata tem sua atividade, em espécies bacterianas, relacionada à interação do íon Prata
com a estrutura helicoidal do DNA microbiano - ocorre substituição do ionte Hidrogênio pela Prata na
ligação purínica e pirimidínica, com aumento dos espaços medidos em ângstrons das ligações da dupla
hélice (3,0 para 3,8 A)7
. Esta alteração é incompatível com a replicação celular8
.
Além disto, age sobre a membrana e parede celulares, promovendo o enfraquecimento destas, com
conseqüente rompimento da célula por efeito da pressão osmótica2,8
Nas espécies de Cândida seu mecanismo de ação é decorrente da reação com a enzima Fosfomanose
Isomerase, o que destrói irreversivelmente a parede deste fungo9
Diferente do nitrato de prata, a sulfadiazina de prata é bactericida2
e tem atividade antimicrobiana de
amplo espectro contra microorganismos Gram-positivos e Gram-negativos10
. Adicionalmente apresenta
ação antiviral (vírus Herpes simplex), provavelmente por inativação de vírus intracelulares11
. Além disto,
foram demonstradas propriedades antifúngicas9,12,13
e antiprotozoários (Trichomonas vaginalis) 2
Há dados bibliográficos suficientes para demonstrar que a sulfadiazina de prata possui ação sobre
bactérias comumente resistentes a outros agentes antimicrobianos tópicos e que o composto é superior à
Sulfadiazina pura2,7,14
, bem como ao Nitrato de Prata2
A fórmula do Gino Dermazine permite que ocorra um complexo medicamentoso de dissociação lenta, que
fornece um adequado reservatório de Prata disponível no local da aplicação2
Estudos de farmacocinética demonstram que os níveis séricos de Prata e de Sulfadiazina estão
relacionados com a extensão e espessura da ferida, e a quantidade de material aplicado, sendo que estes
níveis encontram-se muito abaixo dos considerados tóxicos2,15
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Exsudato ou sangue não interferem nas propriedades antimicrobianas e cicatrizantes do Gino Dermazine,
permitindo seu uso durante a menstruação.
Como a absorção da substância ativa é muito baixa, a distribuição tecidual foi mensurada após injeção
subcutânea de suspensão de sulfadiazina de prata, observando-se maior concentração no fígado e baço e
níveis relativamente baixos no cérebro16
. Como sugerido pelo padrão de distribuição da sulfadiazina de
prata, o componente Prata é excretado pela via hepatobiliar e a sulfadiazina por eliminação renal. Isto tem
sido confirmado por estudos em ratos que receberam doses subcutâneas de suspensão de sulfadiazina de
prata. A Prata é excretada principalmente nas fezes e a Sulfadiazina predominantemente na urina, sendo
que a eliminação da prata acontece numa taxa bem mais lenta do que a do componente Sulfadiazina2
Devido à possibilidade de desenvolvimento de Kernicterus no recém-nascido (impregnação de sais
biliares nos núcleos da base) descrito com o uso de sulfonamidas, o seu uso não é recomendado em
grávidas a termo. Por existirem poucos dados sobre a sua passagem para o leite materno, também não é
recomendado em mulheres que estejam amamentando.
Este medicamento não deve ser utilizado em mulheres grávidas sem orientação médica ou do
cirurgião-dentista.
Categoria C de risco na gravidez.
O uso do medicamento deve ser cuidadosamente observado em pacientes que apresentem
hipersensibilidade às sulfas e aos demais componentes da formulação17
.
Pode haver o escurecimento do creme junto à tampa do tubo. Isso se deve a oxidação dos sais de prata
quando expostos a luz.
USO EM IDOSOS, CRIANÇAS E OUTROS GRUPOS DE RISCO
Só fazer uso do medicamento sob orientação médica. Observar as precauções, contra-indicações,
advertências e só administrar a posologia prescrita pelo médico.
Este medicamento não deve ser utilizado em mulheres grávidas sem orientação médica ou do
cirurgião-dentista.
Este produto não deve ser usado concomitantemente com enzimas proteolíticas (p. ex., colagenase e
proteases)18
.
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É relatado na literatura médica um risco aumentado de leucopenia em pacientes em uso de cimetidina19
O produto deve ser mantido em temperatura ambiente (15°C - 30°C). Proteger da luz e umidade.
Este medicamento tem validade de 36 (trinta e seis meses) a partir da data de sua fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
O produto apresenta-se como um creme branco, sem odor.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Pode haver escurecimento do produto devido à oxidação dos sais de prata quando expostos à luz, não
comprometendo a segurança do produto.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
POSOLOGIA
- Colpites: uma aplicação diária (um aplicador cheio), de preferência à noite, durante 6 (seis) dias.
- Pós-cautério, pós-biópsia, pós-operatório em cirurgias vaginais: uma aplicação diária por 6 (seis) dias.
Recomenda-se que a primeira aplicação seja feita pelo próprio médico após o procedimento.
- Cicatrização de feridas e úlceras vulvares: uma a duas aplicações diárias, sem a utilização do aplicador,
diretamente sobre a ferida.
As aplicações não deverão ser interrompidas durante a menstruação. No caso de fluxo muito abundante, o
medicamento pode ser interrompido e recomeçado após a diminuição do sangramento. Caso a interrupção
da aplicação se estenda por mais de dois dias, recomenda-se reiniciar a série de seis aplicações.
Na vaginose bacteriana, tricomoníase e cervicites, pode ser necessário complementar o tratamento com
medicação sistêmica, conforme orientação do ginecologista, sendo recomendado o tratamento do
parceiro.
MODO DE USAR
- Após a remoção da tampa do tubo, adaptar firmemente o aplicador à sua ponta. Se necessário, utilizar
movimentos rotatórios para um melhor encaixe (fig. 1);
- Apertar a base do tubo em direção à rosca, forçando a entrada do creme no aplicador, até seu completo
enchimento (fig. 2);
- O êmbolo do aplicador deverá retrair (fig. 3 e 4);
- Com o aplicador cheio, desconectar o aplicador do tubo com um pequeno movimento de alavanca (fig.
5);
- Introduzir, cuidadosamente, o aplicador na vagina e empurrar lentamente o êmbolo até o final de seu
curso, ficando o creme depositado na vagina;
- Descartar o aplicador após o uso;
- Lavar bem as mãos antes e depois de utilizar o produto.
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Fig. 1
Fig. 4Fig. 3
Fig. 2
Fig. 5
A maioria das pessoas que fazem uso de Gino Dermazine não apresenta problemas relacionados a ele.
Porém, como acontece com todos os medicamentos, alguns pacientes podem ter reações indesejáveis.
Reação rara (ocorre entre 0,01% e 0,1% dos pacientes que utilizam este medicamento):
Foram relatados raros casos de leucopenia transitória em pacientes recebendo terapia com sulfadiazina de
prata. Em geral ocorrendo entre 3 a 4 dias do início do tratamento, com retorno aos níveis normais de 5 a
7 dias, mesmo com a manutenção da terapia14
.
Reação muito rara (ocorre em menos de 0,01% que utilizam este medicamento):
Há relato de um caso de argirose vaginal após o uso de sulfadiazina de prata vulvar por período de 10
(dez) anos20
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária –
NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária
Estadual ou Municipal.
A absorção sistêmica do medicamento é baixa. Adicionalmente, a superfície corporal em contato com o
creme é pequena (vagina, colo e vulva). Eventualmente, a utilização da sulfadiazina de prata em grandes
superfícies corporais pode levar a um aumento da concentração sérica da substância.
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Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
1. Ferrari R. et al. O Uso do Creme Ginecológico de Sulfadiazina de Prata 1% Micronizada no
Tratamento das Colpites. J Bras Doenças Sex Transm. 2002; v. 14; n. 5: p. 29-31.
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update. Drugs of today 1987; v. 23, n. 1: p. 21-30.
3. Bishop J.B. et al. A Prospective Randomized Evaluator-Blinded Trial of Two Potential Wound
Healing Agents for the Treatment of Venous Stasis Ulcers. Journal Vascular Surgery 1992; v. 16; n. 2:
p. 251-257.
4. Lansdown A.B.G. et al. Silver Aids Healing in the Sterile Skin Wound: Experimental Studies in the
Laboratory Rat. British Journal of Dermatology. 1997; v. 137: p. 728-735.
5. Kjolseth D. et al. Comparison of the Effects of Commonly Used Wound Agents on Epithelialization
and Neovascularization. Journal of the American College of Surgeons 1994; v. 179: p. 305-312.
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8. Coward J.E., Carr H.S. et al. Silver Sulfadiazine: Effect on the Growth and Ultrastructure of
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9. Wells, TNC. et al. Mechanism of Irreversible Inactivation of Phosphomannose Isomerases by Silver
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10. Wlodkowski T.J., Rosenkranz H.S. Antifungal Activity of Silver Sulphadiazine. The Lancet 1973;
v. 29: p. 739.
11. Carr H., Wlodkowski T.J. and Rosenkranz H.S. Silver Sulfadiazine: In Vitro Antibacterial Activity.
Antimicrobial Agents & Chemother 1973; v. 4, n. 5: p. 585-587.
12. Wlodkowski T.J. and Rosenkranz H.S. Broad Spectrum activity of Silver Sulfadiazine. Antimicrob
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13. Speck W.T., Rosenkranz H.S. Activity of Silver Sulphadiazine Against Dermatophytes. The Lancet
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15. Fox C.L. Topical Therapy and Development of Silver Sulfadiazine. Surg. Gynecol. Obstet. 1983;
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16. Sano F., Fujimori R., Takashima M. and Itokawa Y. Absorption, Excretion and Tissue Distribution
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18. Martindale. The Complete Drug Reference. Thirty-fourth edition. Pharmaceutical Press. P. 259.
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20. Thomas K., Sproston A.R.M. and Kingsland C.R. A Case of Vaginal Argyrosis: All that Glistens
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