Bula do Detimedac produzido pelo laboratorio Opem Representação Importadora Exportadora e Distribuidora Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
Dacarbazina
Pó liófilo injetável
200 mg
Opem Representação Importadora Exportadora e
Distribuidora Ltda
FORMAS FARMACÊUTICAS E APRESENTAÇÕES:
Embalagem com 10 frascos-ampola contendo 200 mg de dacarbazina.
USO INTRAVENOSO
USO ADULTO E PEDIÁTRICO ACIMA DE 2 ANOS DE IDADE
COMPOSIÇÃO:
Cada frasco-ampola de dacarbazina 200 mg contém:
dacarbazina............................................................................. 200 mg
excipientes* q.s.p..................................................................... 1 frasco-ampola
*Excipientes: ácido cítrico, manitol.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
dacarbazina é indicado no tratamento de melanoma maligno metastático. Além disto, dacarbazina é indicado na doença de Hodgkin,
como uma terapia de segunda linha, quando em combinação com outros agentes eficazes.
•MELANOMA MALIGNO:
A eficácia da dacarbazina no tratamento do melanoma metastático foi avaliada em vários estudos clínicos.
Segundo a revisão de Serrone e cols
1
, a monoterapia com dacarbazina determina uma taxa de resposta objetiva de aproximadamente 20%,
com uma duração de resposta mediana de 5 (cinco) a 6 (seis) meses e taxas de resposta completa de 5%.
No estudo de Middleton e cols.
2
, a dacarbazina na dose inicial de 250 mg/m
/dia durante 5 (cinco) dias a cada 21 (vinte e um) dias foi
administrada a 149 (cento e quarenta e nove) pacientes ≥ 18 (dezoito) anos de idade portadores de melanoma metastático avançado
cirurgicamente irresecável. Os pacientes deveriam ter doença mensurável e performance status (OMS) ≤ 2. Foram excluídos pacientes
que já haviam recebido tratamento prévio para doença metastática (exceto radioterapia local), ou que apresentavam metástases em
sistema nervoso central (SNC). Na população com intenção de tratamento (ITT), o tempo de sobrevida mediano foi de 6,4 meses e o
tempo de sobrevida livre de progressão mediano foi de 1,5 meses. Resposta completa (RC), parcial (RP) e estabilização da doença foram
observadas, respectivamente, em 2,7%, 9,4% e 15,8% dos pacientes tratados. Dentre os pacientes respondedores (RC e RP), o tempo de
sobrevida global mediano foi de 20 (vinte) meses.
Vários estudos avaliaram regimes de quimioterapia, ou bioquimioterapia, contendo dacarbazina. Legha e cols.
3
analisaram a atividade
antitumoral e a toxicidade do regime, contendo cisplatina (20 mg/m
/d por 4 (quatro) dias), vinblastina (1,6 mg/m
/d por 4 (quatro) dias)
e dacarbazina (800 mg/m
IV no dia 1 (um)) em combinação com interferon alfa (5 x 10
6
U/m
/d SC por 5 dias) e interleucina-2 (9 x 10
UI/m
/d IV por infusão contínua, por 4 (quatro) dias), repetidos a intervalos de 21 (vinte e um) dias, em 53 (cinquenta e três) pacientes
portadores de melanoma metastático com lesões mensuráveis, performance status (ECOG) ≤ 2 e sem metástases sintomáticas em SNC. A
resposta foi avaliada após dois ciclos, e os pacientes que responderam continuaram o tratamento até um total de seis ciclos. Onze
pacientes (21%) alcançaram RC e 23 (vinte e três) pacientes (43%) alcançaram RP, totalizando 64% de resposta objetiva global, a qual
teve duração mediana de 6,5 meses. Considerando-se todos os pacientes, o tempo mediano para progressão da doença foi de 5 (cinco)
meses e a sobrevida mediana foi de 11,8 meses.
Eton e cols.
4
realizaram um estudo clínico de fase III para comparar os efeitos da quimioterapia com cisplatina, na dose de 20 mg/m
, nos
dias 1- 4 e 22-25, vinblastina na dose de 2 mg/m
nos dias 1-4 e 22-25 e dacarbazina 800 mg/m
nos dias 1 e 22 (CVD), com aqueles da
bioquimioterapia sequencial, que consistia no regime CVD (com vinblastina na dose de 1,5 mg/m
) mais interleucina-2 administrada
como infusão contínua em 24 (vinte e quatro) horas, na dose de 9 MUI/m
, nos dias 5-8, 17-20 e 26-29 e interferon alfa-2b, na dose de 5
MU/m
SC, nos dias 5-9, 17-21 e 26-30. Cada curso de tratamento consistia de dois ciclos de 21 (vinte e um) dias de quimioterapia dados
em um período de 6 (seis) semanas. Os pacientes foram avaliados a cada 6 (seis) semanas e aqueles com evidência de redução tumoral
repetiam o tratamento. Dentre os 190 (cento e noventa) pacientes incluídos, 91 (noventa e um) foram avaliáveis para o regime de
bioquimioterapia e 92 (noventa e dois) para o regime de quimioterapia. As taxas de resposta foram de 48% para a bioquimioterapia e
25% para a quimioterapia (p=0,001), enquanto o tempo para progressão mediano foi de 4,9 e 2,4 meses, e a sobrevida mediana foi de
11,9 e 9,2 meses, respectivamente. Naqueles pacientes que apresentaram RC ou RP ao tratamento, a sobrevida mediana foi de 18,7 meses
no grupo que recebeu bioquimioterapia e 15,4 meses no grupo que recebeu quimioterapia.
Atkins e cols.
5
randomizaram 395 (trezentos e noventa e cinco) pacientes portadores de melanoma metastático progressivo com doença
mensurável e com performance status (ECOG) < 2 para receber o regime CVD (cisplatina 20 mg/m
/d nos dias 1-4; vinblastina 1,2
mg/m
/d nos dias 1-4; dacarbazina 800 mg/m
no dia 1; n=195) isoladamente, ou em combinação com interleucina-2 (9 MUI/m
nos dias
1-4) e interferon alfa-2b (5 MU/m
nos dias 1-5, 8, 10 e 12; n=200) a cada 21 (vinte e um) dias por um máximo de quatro ciclos. A
resposta tumoral foi avaliada após os ciclos 2 (dois) e 4 (quatro) e, a seguir, a cada 3 (três) meses. A taxa de resposta foi de 19,5% no
grupo que recebeu bioquimioterapia, e 13,8% no grupo CVD (p =0,140). A sobrevida livre de progressão mediana foi significativamente
mais longa com o regime de bioquimioterapia que com o regime CVD (4,8 versus 2,9 meses; p = 0,015), embora isso não tenha se
traduzido em vantagem na sobrevida global mediana (9,0 versus 8,7 meses), ou na porcentagem de pacientes vivos após 1 (um) ano (41%
versus 36,9%).
• DOENÇA DE HODGKIN:
A eficácia da dacarbazina, como parte do regime ABVD, foi avaliada em vários estudos clínicos, no tratamento da Doença de Hodgkin.
Duggan e cols
compararam o regime que alterna os esquemas MOPP (mecloretamina, vincristina, procarbazina e prednisona) e ABV
(MOPP/ABV) com o regime ABVD (doxorrubicina 25 mg/m
, bleomicina 10 mg/m
, vinblastina 6 mg/m
e dacarbazina 375 mg/m
nos
dias 1 e 15) isoladamente em portadores de Doença de Hodgkin avançada. Um total de 856 (oitocentos e cinquenta e seis) pacientes com
doença histologicamente confirmada nos estádios III2A, IIIB, ou IV, ou que haviam experimentado recidiva após radioterapia foram
randomizados para uma das duas modalidades de tratamento. As taxas de remissão completa (76% versus 80%), sobrevida livre de
falência em 5 (cinco) anos (63% versus 66%) e sobrevida global em 5 (cinco) anos (82% versus 81%) foram semelhantes entre os grupos
ABVD e MOPP/ABV, respectivamente. Uma vez que o regime MOPP/ABV foi associado com maior incidência de toxicidade aguda
pulmonar e hematológica (efeitos adversos de outras drogas antineoplásicas), síndrome mielodisplásica e leucemia, os autores concluíram
que o regime ABVD deveria ser considerado o regime padrão no tratamento da doença de Hodgkin avançada.
Straus e cols
7
tiveram como objetivo determinar se a combinação de quimioterapia e radioterapia (terapia combinada) era superior à
quimioterapia isoladamente em portadores de Doença de Hodgkin nos estádios IA, IB, IIA, IIB e IIIA sem massa tumoral. Os pacientes
foram randomizados para receber seis ciclos do regime ABVD a cada 28 (vinte e oito) dias isoladamente ou seguido de radioterapia
(3600 cGy). Dos 69 (sessenta e nove) pacientes avaliáveis em cada grupo, 94% alcançaram remissão completa. Em 60 (sessenta) meses, a
duração da remissão completa e sobrevida global no grupo de terapia combinada versus ABVD isoladamente foram 91% versus 87% e
97% versus 90%, respectivamente, não se evidenciando diferenças estatisticamente significativas entre as duas modalidades de
tratamento.
Bonadonna e cols
8
compararam o tratamento com quatro ciclos do regime ABVD seguido por irradiação nodal subtotal, ou por
radioterapia da área envolvida em 136 (cento e trinta e seis) pacientes, com doença de Hodgkin nos estádios IA, IB e IIA. Remissão
completa foi alcançada em 100% e 97% dos pacientes, e as taxas de sobrevida global foram de 96% e 94%, respectivamente. Os autores
concluíram que o regime ABVD seguido por radioterapia da área envolvida pode ser considerado uma modalidade de tratamento efetiva
e segura na Doença de Hodgkin inicial.
Engert e cols
9
compararam a terapia combinada (dois ciclos de ABVD seguidos por radioterapia estendida) com a radioterapia estendida
isoladamente em 650 (seiscentos e cinquenta) pacientes com Doença de Hodgkin recém-diagnosticada nos estádios IA a IIB. Após um
período de observação mediano de 87 (oitenta e sete) meses, não houve diferenças entre os dois grupos de tratamento, na taxa de RC
(95% e 94%, respectivamente) e na sobrevida global (92% e 94%, respectivamente); porém, houve mais recidivas nos pacientes tratados
apenas com radioterapia (22%) em relação aos que receberam terapia combinada (3%), o que demonstrou que esta última é mais eficaz
que a radioterapia isolada.
Os resultados do tratamento para Linfoma de Hodgkin em pediatria com esquemas quimioterápicos que incluem a dacarbazina tem se
mostrado animadores.
Weiner et al
10
conduziram um estudo randomizado empregando 8 ciclos de MOPP (mostarda nitrogenada, vincristina, procarbazina e
prednisona) e ABVD (doxorrubicina, bleomicina, vinblastina e dacarbazina), associado ou não a radioterapia em baixas doses, em 183
crianças e adolescentes com estadio IIB, IIIA2, IIIB e IV. A remissão completa foi obtida em 90% dos casos após o término dos oito
ciclos de quimioterapia. A sobrevida livre de eventos e a sobrevida global estimadas em 5 anos foi de 79% e 92%, respectivamente. A
sobrevida livre de eventos em 5 anos para o grupo que recebeu apenas quimioterapia foi de 79%, enquanto para aqueles que receberam
também radioterapia foi de 80%, sugerindo que, com o advento da quimioterapia MOPP-ABVD, a radioterapia em baixas doses não
melhora a SLE e a SG nesses pacientes.
Estudo retrospectivo brasileiro avaliou 69 crianças entre 2 e 18 anos (mediada de 11 anos) com doença de Hodgkin. Até 1996, a terapia
utilizada era adriamicina, bleomicina, vimblastina e dacarbazina / vincristina, procarbazina, prednisona e adriamicina (ABVD/OPPA).
Após 1996, a terapia utilizada foi ABVD. A sobrevida global com resposta completa foi de 94,2%, a SLE foi de 87% e a duração
mediana de seguimento de 82 meses (12-332 meses)
11.
A tabela abaixo compila os resultados do tratamento do linfoma de Hodgkin em pacientes pediátricos com esquemas utilizando
dacarbazina
12
.
Tabela: Resultados do tratamento do linfoma de Hodgkin em pacientes pediátricos com esquemas utilizando dacarbazina
Quimioterapia
Stanford
Radioterapia Estadio No.
Pacientes
Sobrevida
livre de
eventos
livre de doença
MOPP/3ABVD
Sim I-IV 57 96% - 93%
St. Jude
4-5 COP(P)/3-
4 ABVD
Sim II-IV 85 - 93% 93%
Pediatric Oncology Group
MOPP/4ABVD
Sim IIB, IIIA2,
IIIB-IV
80 80% - 87%
62 77% - 91%
Children’s Cancer Group
6 ABVD Sim III-IV 54 87% - 90%
12 ABVD Sim III-IV 64 87% - 89%
SFOP MDH-
82
4 ABVD Sim I-IIA 79 - 90% 92%
MOPP/2ABVD
Sim I-IIA 67 - 87%
Sim I-II 31 - 89%
Sim III 40 - 82%
Sim IV 21 - 62%
Adaptado de Hudson MM, Onciu M e Donaldson SD. Hodgkin Disease. Pizzo PA, Poplack DG, (edis.).
Principles and practice of pediatric oncology. Philadelphia: Lippincott-Raven Publishers; 2010 acesso on line.
•FARMACODINÂMICA
Embora o mecanismo de ação exato da dacarbazina seja desconhecido, existem três hipóteses prováveis:
1 - inibição da síntese de DNA pela ação como um análogo de purina;
2 - ação como um agente alquilante;
3 - interação com grupos SH.
• FARMACOCINÉTICA
Após administração intravenosa de dacarbazina, o volume de distribuição excede o conteúdo total de água corpórea, o que sugere a
localização em alguns tecidos corpóreos, provavelmente o fígado. A curva de desaparecimento no plasma é bifásica, com uma meia vida
inicial de 19 (dezenove) minutos e uma meia-vida terminal de 5 (cinco) horas. Em um paciente com disfunções hepática e renal, as
meias-vidas foram aumentadas para 55 (cinquenta e cinco) minutos e 7,2 horas, respectivamente.
A excreção cumulativa média de dacarbazina inalterada na urina é 40% da dose injetada em 6 (seis) horas. A dacarbazina está mais
sujeita à secreção tubular renal do que à filtração glomerular. Em concentrações terapêuticas, a dacarbazina não se liga apreciavelmente
às proteínas plasmáticas. No homem, a dacarbazina é amplamente degradada. Além da dacarbazina inalterada, 5-aminoimidazol-4-
carboxamida (AIC) é o maior metabólito da dacarbazina excretado na urina.
O uso deste medicamento é contraindicado em caso de hipersensibilidade conhecida à dacarbazina e/ou aos demais componentes da
formulação.
Este medicamento é contraindicado para menores de 2 anos de idade.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Informe imediatamente seu médico em
caso de suspeita de gravidez.
A depressão hematopoiética é a toxicidade mais comum com dacarbazina e envolve primariamente os leucócitos e plaquetas, embora
anemia possa ocorrer algumas vezes. Leucopenia e trombocitopenia podem ser suficientemente graves, para causar a morte. Uma
depressão da medula óssea requer cuidadosa monitorização das contagens de leucócitos, eritrócitos e plaquetas.
A toxicidade hematopoiética pode justificar uma suspensão temporária, ou interrupção da terapia com dacarbazina. Toxicidade hepática
acompanhada por trombose da veia hepática e necrose hepatocelular, resultando em morte foi relatada. A incidência de tais reações foi
baixa, aproximadamente 0,01% dos pacientes tratados. Esta toxicidade foi observada principalmente quando a dacarbazina foi
administrada concomitantemente com outras medicações antineoplásicas; entretanto, foi também relatada em alguns pacientes tratados
somente com dacarbazina. Pode ocorrer anafilaxia após administração de dacarbazina Hospitalização não é sempre necessária; porém,
exames laboratoriais adequados devem estar disponíveis. O extravasamento subcutâneo da medicação durante a administração I.V. pode
resultar em dano ao tecido e dor de forte intensidade. Dor local, sensação de ardência e irritação no local de injeção podem ser aliviados
por aplicação local de compressa quente.
A carcinogenicidade da dacarbazina foi estudada em ratos e camundongos. Lesões endocárdicas proliferativas, incluindo fibrocarcinomas
e sarcomas, foram induzidas pela dacarbazina em ratos. Em camundongos, a administração de dacarbazina resultou na ocorrência de
angiosarcomas do baço.
É recomendado que dacarbazina seja administrado sob supervisão de um médico qualificado com experiência, no uso de agentes
quimioterápicos. No tratamento de cada paciente, o médico deve estudar cuidadosamente a possibilidade de atingir o benefício
terapêutico contra o risco de toxicidade.
A dacarbazina demonstrou ser teratogênica em ratos quando administrada, em doses 20 (vinte) vezes a dose diária humana no 12º dia de
gestação. A dacarbazina quando administrada em doses 10 (dez) vezes superiores a humana em ratos machos (2 (duas) vezes por semana
por 9 (nove) semanas) não afetou a libido; contudo, as fêmeas acasaladas tiveram maior incidência de reabsorção que os controles. Em
coelhos, doses diárias de dacarbazina 7 (sete) vezes a dose diária humana administrada nos 6º - 15º dias de gestação resultaram em
anormalidade no esqueleto do feto. Não existiram estudos adequados e bem controlados em mulheres grávidas. A dacarbazina somente
deve ser usada durante a gravidez se o benefício justificar o risco potencial para o feto. Não se sabe se este fármaco é excretado no leite
humano. Devido a vários medicamentos serem excretados no leite humano e ao potencial para tumorigenicidade demonstrada pela
dacarbazina em estudos em animais, deve ser tomada uma decisão entre continuar a amamentação, ou descontinuação do fármaco,
levando-se em conta a importância da medicação para a mãe.
USO NA GRAVIDEZ
Categoria de risco D: O fármaco demonstrou evidências positivas de risco fetal humano; no entanto, os benefícios potenciais para a
mulher podem, eventualmente, justificar o risco, como por exemplo, em casos de doenças graves, ou que ameaçam a vida, e para as quais
não existam outros fármacos mais seguros.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas, sem orientação médica. Informe imediatamente seu médico em
caso de suspeita de gravidez.
EFEITOS SOB A CAPACIDADE DE DIRIGIR OU OPERAR MÁQUINAS
A dacarbazina pode influenciar a habilidade de dirigir ou operar máquinas devido a seus efeitos sobre o sistema nervoso central e por seu
Existem relatos de que a dacarbazina, bem como outros antineoplásicos, podem afetar o comportamento de vários fármacos, incluindo:
digoxina, anticoagulantes orais, fenitoína, suxametônio, diminuição de resposta a vacinas. A dacarbazina reduz os efeitos da levodopa.
Por meio de efeito sinérgico, a dacarbazina aumenta o risco de depressão da medula óssea, quando administrada concomitantemente com
paclitaxel, teniposídeo, topotecana e vinorelbina. Recomenda-se cautela quando dacarbazina for administrada com algum desses
medicamentos. A dacarbazina é metabolizada pelo citocromo P450 (CYP1A1, CYP1A2 e CYP2E1), o que deve ser levado em
consideração se outros fármacos metabolizados por essas enzimas hepáticas forem coadministrados. Também deve ser evitado o consumo
de erva de São João durante o tratamento com dacarbazina (pode causar fotossensibilidade).
Conservar o produto em temperatura entre 15ºC e 25ºC, protegido da luz e umidade.
Observar o prazo de validade no rótulo, que é de 36 meses após a data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Após preparo (reconstituição), o produto deve ser utilizado imediatamente.
Após aberto, descartar qualquer quantidade remanescente no frasco.
Características físicas: pó branco ou amarelo claro.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no
aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
O frasco-ampola de 200 mg deve ser reconstituído com 19,7 mL de água para injeção USP (volume final de 20 mL). A solução resultante
apresenta pH de 3 a 4 e contém dacarbazina na concentração de 10 mg/mL. A dose calculada da solução é retirada com uma seringa e
administrada somente por via intravenosa. A solução reconstituída pode ser diluída posteriormente, com 200 a 500 mL de soro glicosado
a 5% ou soro fisiológico 0,9% e administrada como uma infusão IV, durante um período de 30 (trinta) a 60 (sessenta) minutos. Infusões
rápidas podem causar irritação venosa. A concentração da solução de dacarbazina infundida não pode ser maior do que 10 mg/mL.
Procedimento para o manuseio adequado e utilização de fármacos antineoplásicos devem ser considerados. A solução de dacarbazina é
quimicamente incompatível com heparina, hidrocortisona e L-cisteína.
A dacarbazina não deve ser administrada por via oral, subcutânea, ou intramuscular, pois pode causar lesões e dor intensa nos locais de
aplicação.
A reconstituição e o manuseio da dacarbazina devem ser feitos por pessoal especializado na manipulação de fármacos antineoplásicos,
que deverão usar vestimenta apropriada, como aventais, gorros, máscaras e luvas descartáveis. Deverá ser designada uma área para
reconstituição (preferivelmente sob um sistema de fluxo laminar vertical) e a superfície de trabalho deverá ser protegida com papel
absorvente descartável. Todos os itens utilizados para reconstituição, administração ou limpeza deverão ser classificados de alto risco,
devendo ser colocados em sacolas fechadas e incinerados. Funcionárias grávidas deverão ser excluídas da manipulação com este fármaco.
Se houver contato do produto com a pele, lavar imediatamente com água e sabão. Se houver contato com membranas mucosas, lavar a
região com água.
POSOLOGIA
• MELANOMA MALIGNO:
A dosagem recomendada é de 2 a 4,5 mg/Kg/dia IV por 10 dias. O tratamento pode ser repetido em intervalos de 4 (quatro) semanas.
Uma dosagem recomendada alternativa é de 250 mg/m
2
dia IV por 5 (cinco) dias. O tratamento pode ser repetido a cada 3 (três) semanas.
• DOENÇA DE HODGKIN:
A dosagem recomendada de dacarbazina no tratamento da Doença de Hodgkin é 150 mg/m
por 5 (cinco) dias, em combinação com
outros fármacos eficazes. O tratamento pode ser repetido a cada 4 (quatro) semanas. Uma dosagem recomendada alternativa é de 375
mg/m
, em combinação com outras doses eficazes, nos dias 1e 15 do curso de tratamento. O tratamento deve ser repetido a cada 4
(quatro) semanas, contando a partir do dia 1 de tratamento.
POPULAÇÕES ESPECIAIS:
Em pacientes com insuficiência renal ou hepática leves, não é necessário ajuste de dose. Em pacientes com insuficiência renal e hepática
combinadas, a eliminação da dacarbazina é prolongada; no entanto, não há reduções de doses validadas.
USO EM PACIENTES IDOSOS:
dacarbazina pode ser usada por pessoas acima de 65 (sessenta e cinco) anos de idade desde que sejam observadas as precauções comuns
ao produto.
USO PEDIÁTRICO (ACIMA DE 2 (DOIS) ANOS DE IDADE):
A dosagem recomendada de dacarbazina no tratamento da Doença de Hodgkin na população pediátrica é de 375 mg/m
, em combinação
com outras doses eficazes, nos dias 1e 15 do curso de tratamento. O tratamento deve ser repetido a cada 4 (quatro) semanas, contando a
partir do dia 1 de tratamento.
As reações tóxicas mais frequentemente observadas são sintomas de anorexia, náusea e vômito. Mais de 90% dos pacientes são afetados
com as doses iniciais. Os vômitos persistem por 1 (um) – 12 (doze) horas e são atenuados com fenobarbital e/ou proclorperazina.
Raramente, em casos de náusea, ou vômito, houve necessidade de descontinuação da terapia. É muito rara a ocorrência de casos de
diarreia. Propõe-se a restrição ao paciente da ingestão de alimentos por 4 (quatro) – 6 (seis) horas, antes do tratamento. A rápida
tolerância a esses sintomas sugere que um mecanismo do SNC possa estar envolvido, e geralmente estes sintomas diminuem após o
primeiro, ou segundo dia. Alguns pacientes experimentam sintomas semelhantes à gripe, com febre a 39°C, mialgias e mal-estar. Estes
sintomas geralmente ocorrem após administração de uma dose única elevada; podem persistir por vários dias e podem acontecer com
tratamentos sucessivos. Alopécia, rubor facial e parestesia facial foram observados. Foram relatados poucos casos de anormalidades nos
testes de função renal (achado anormal de exame químico do sangue, não especificado), ou hepática em seres humanos, após a
administração de dacarbazina. Raramente, podem ocorrer reações de fotossensibilidade. Entretanto, estas anormalidades foram
constatadas mais frequentemente nos estudos em animais. Eritemas e exantema urticariforme foram observados com menor frequência,
após administração de dacarbazina.
Os efeitos adversos da dacarbazina são apresentados em ordem de gravidade decrescente na tabela abaixo:
FREQUÊNCIA DAS REAÇÕES ADVERSAS
Muito comuns
> 1/10 (> 10%)
Anorexia
Náuseas e vômitos
Comuns (frequentes)
> 1/100 e < 1/10 (> 1% e < 10%)
Anemia, leucopenia, trombocitopenia
Incomuns (infrequentes)
> 1/1.000 e < 1/100 (> 0,1% e < 1%)
Sintomas semelhantes a gripe (Febre com calafrios; Mialgia)
Alopecia
Hiperpigmentação
Fotosensibilidade
Raras
> 1/10.000 e < 1.000 (> 0,01% e < 0,1%)
Irritação no local da aplicação
Eritema, exantema, urticária
Reações anafiláticas
Insuficiência renal
Elevação das enzimas hepáticas
Necrose hepática devido à doença venooclusiva do fígado
Diarreia
Rubor facial
Pancitopenia (Hipoplasia medular)
Agranulocitose
Cefaleia
Diminuição da acuidade visual
Letargia
Convulsões
Parestesia cutânea facial
Muito raras
< 1/10.000 (< 0,01%)
-
Em casos de eventos adversos, notifique ao sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA, disponível em
www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.