Bula do Dexacobal produzido pelo laboratorio União Química Farmacêutica Nacional S/a
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
DEXACOBAL®
(cianocobalamina + cloridrato de tiamina +
cloridrato de piridoxina + acetato de
dexametasona)
União Química Farmacêutica Nacional S.A
Solução injetável
2.500 mcg/mL + 50 mg/mL + 50 mg/mL + 4 mg/mL
cianocobalamina + cloridrato de tiamina + cloridrato de piridoxina + acetato de dexametasona
IDENTIFICAÇÃO DO PRODUTO
FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO
Solução injetável: embalagem contendo 3 ampolas A (2 mL) e 3 ampolas B (1 mL).
VIA INTRAMUSCULAR
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO:
Cada ampola A (2 mL) contém:
cianocobalamina (vitamina B12) ...............................................................................................................
cloridrato de tiamina (vitamina B1) ...........................................................................................................
cloridrato de piridoxina (vitamina B6) ......................................................................................................
5.000 mcg
100 mg
Veículo: cloridrato de procaína, álcool benzílico, ácido clorídrico, hidróxido de sódio, cloreto de benzalcônio e água para injetáveis.
Cada ampola B (1 mL) contém:
acetato de dexametasona ............................................................................................................................ 4 mg
Veículo: cloreto de benzalcônio, polissorbato 80, cloreto de sódio, álcool benzílico, carmelose sódica e água para injetáveis.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
DEXACOBAL é indicado no tratamento dos sintomas da neurite, pois possui ação antineurítica, combatendo a inflamação e a dor.
Sabe-se que as ocorrências de dores resultam de deficiência de vitaminas. Estudos demonstram que um efeito analgésico pode ser
proporcionado apenas com vitamina B1 (tiamina), vitamina B6 (piridoxina) e vitamina B12 (cianocobalamina), particularmente
quando as três são administradas após combinação 1
. Estudos indicam que altas doses de vitaminas B1, B6 e B12, em combinação ou
isoladas, podem aliviar a dor aguda e potencializar a analgesia ocasionada por analgésicos não opioides, como dipirona 1
. Efeitos
terapêuticos são observados em dores neuropáticas e de origem musculoesquelética. Além disso, demonstrou-se que o complexo B
aumenta beneficamente o efeito do diclofenaco em dores agudas nas costas, assim diminuindo a duração do tratamento e a dose diária
de diclofenaco 1
. A efetividade do complexo B em diminuir a dor crônica ainda não foi estabelecida 1
.
A degeneração subaguda da coluna dorsal é uma manifestação clínica de deficiência de vitamina B12, que é observada com frequência
rara. Um estudo realizado pelo serviço de neurologia pela Universidade do Chile analisou a retrospectiva de 11 pacientes
hospitalizados num hospital público em Santiago, entre março 2001 e fevereiro 2003. Todos tiveram mielopatia de mais de três
semanas de evolução com níveis de vitamina B12 no soro menor que 200 pg/mL. O principal sintoma era a presença de parestesias.
Todos receberam vitamina B12 intramuscular em doses em 1.000 a 10.000 UI/dia. A disfunção do esfíncter e propriocepção foram os
primeiros sintomas a apresentar melhora. Portanto, evidências clínicas demonstram que o uso de doses de 5.000 mcg de
cianocobalamina é seguro e eficaz em patologias neurológicas e síndrome de má absorção 2
Referências Bibliográficas
1. H. Göbel, Kiel, T.Graf-Baumann, Teningen, M.Zenz, Bochum Analgesia e ação potencializadora da analgesia do complexo B. 1998
2. Jorge Nogales-Gaete, Paula Jimenez P, Pia Garcia F, David Saez M, et al. mielopatia por déficit de vitamina B12: caracterizacion
clinica de 11 casos. Ver. Méd, Chile; 2004.
- acetato de dexametasona
A dexametasona é um corticoide sintético, com potente ação anti-inflamatória capaz de inibir tanto os fenômenos iniciais da
inflamação (edema, deposição de fibrina, dilatação capilar, migração de leucócitos para a área inflamada e atividade fagocítica),
quanto os tardios (proliferação capilar, proliferação fibroblástica, deposição de colágeno e cicatrização).
A ação anti-inflamatória da dexametasona, como a dos demais corticoides, parece fundamentar-se principalmente em sua capacidade
de inibir a mobilização de neutrófilos e macrófagos para a área afetada. Os corticoides inibem a síntese da enzima responsável pela
formação da fibrinolisina, substância que facilita a entrada de leucócitos na área de inflamação.
Os corticoides induzem a síntese de uma proteína inibidora da fosfolipase A2, com consequente redução na liberação de ácido
araquidônico a partir de fosfolipídios. Em decorrência, há diminuição na formação de prostaglandinas, leucotrienos e tromboxano,
substâncias importantes para a quimiotaxia e o processo inflamatório. A potência anti-inflamatória relativa da dexametasona é cerca de
25 vezes superior à da hidrocortisona. Sua meia-vida biológica é longa, cerca de 36 a 72 horas, o que permite seu emprego em
intervalos de dois a três dias. Antagonizando as reações inflamatórias, a dexametasona proporciona rápido alívio da dor em processos
de origem reumática ou traumática.
- vitamina B1
A tiamina é essencial para o metabolismo dos hidratos de carbono. Funciona como coenzima nas reações de descarboxilação oxidativa
do ácido pirúvico até acetil-coenzima A, ponte entre a glicólise anaeróbica e o ciclo do ácido cítrico, necessária para a síntese de
proteínas e lipídios, assim como do neurotransmissor acetilcolina. Funciona também como coenzima na descarboxilação oxidativa do
2-oxoglutarato até succinato no ciclo do ácido cítrico.
A tiamina age, ainda, como coenzima da transcetolase, que desempenha importante papel no ciclo da pentose fosfato. Esse ciclo
representa uma via metabólica adicional à glicólise, pata a utilização da glicose. É uma importante fonte de energia para diversos
processos metabólicos, especialmente os de oxirredução nas mitocôndrias.
- vitamina B6
A piridoxina, convertida no organismo em fosfato de piridoxal, atua como coenzima de cerca de 60 enzimas, relacionadas, em sua
maioria, com o metabolismo de proteínas e aminoácidos.
Desempenha importante papel na síntese de neurotransmissores como a noradrenalina, dopamina, serotonina, GABA e histamina.
Participa de reações de degradação de aminoácidos em que um dos produtos finais é a acetil-coenzima A, necessária à produção de
energia e à síntese de proteínas, lipídios e acetilcolina.
O fosfato de piridoxal atua como coenzima na primeira etapa da síntese de esfingosina, substância que ocupa posição chave no
metabolismo dos esfingolipídios, componentes essenciais nas membranas celulares e das bainhas de mielina. Uma vez que os
esfingolipídios tem renovação metabólica muito rápida, a preservação da integridade estrutural e funcional do sistema nervoso requer
síntese constante de esfingosina, dependente de vitamina B6.
O fosfato de piridoxal também age como coenzima da lisil-oxidase, enzima que induz o entrelaçamento das fibrilas de colágeno,
originando tecido conjuntivo elástico e resistente.
- vitamina B12
A cianocobalamina participa do metabolismo lipídico, glicídico e protéico e da produção de energia pelas células. É necessária às
reações de transmetilação, tais como, a formação da metionina a partir da homocisteína, da serina a partir da glicina e a síntese de
colina a partir da metionina. Também toma parte na formação de bases pirimidínicas e no metabolismo de purina, além de estar
envolvida na síntese do desoxirribosídio do ácido nucléico.
Favorece a regeneração de formas ativas de folato e a entrada do metilfolato nos eritrócitos.
A vitamina B12 é essencial para o crescimento normal, para a hematopoese, para a produção de células epiteliais e para a manutenção
da bainha de mielina no sistema nervoso. Ela é necessária sempre que há reprodução celular e, consequentemente, ocorre síntese de
ácido nucléico.
Doses elevadas de vitaminas B1, B6 e B12, segundo numerosos relatos, exercem efeito antálgico em casos de neuropatias dolorosas,
além de favorecerem a regeneração das fibras nervosas lesadas.
Combinando a ação anti-inflamatória da dexametasona com as ações neuroregeneradora e antálgica das vitaminas B1, B6 e B12,
DEXACOBAL permite alívio rápido da inflamação e da dor em processos reumáticos e traumáticos.
DEXACOBAL está contraindicado em pacientes com reconhecida hipersensibilidade à tiamina e à procaína. Por não estar plenamente
estabelecida a segurança de seu uso durante a gestação, DEXACOBAL não deve ser usado por mulheres grávidas. O uso é também
contraindicado para pacientes com história de úlcera péptica, hipertensão arterial, diabetes, insuficiência cardíaca, bloqueio
auriculoventricular, bradicardia e infecção micótica sistêmica ou hipersensibilidade a qualquer um dos excipientes.
Este medicamento é contraindicado em crianças de qualquer faixa etária.
DEXACOBAL deve ser utilizado somente por via intramuscular.
O potente corticoide dexametasona, presente na fórmula do DEXACOBAL pode ocasionar diferentes reações adversas. Isso, porém,
ocorre quando se utilizam doses elevadas desta substância e/ou tempo de tratamento prolongado. As reações desagradáveis incluem:
hipertensão arterial, edema generalizado, em especial do rosto (“cara de lua”), hiperglicemia, retardo na cicatrização de feridas,
ativação ou piora de úlceras pépticas (podendo chegar a sangramento), alterações em ossos e inibição do funcionamento das glândulas
hipófise e suprarrenais.
Durante o tratamento com DEXACOBAL, pessoas alérgicas ao anestésico procaína e à vitamina B1 poderão apresentar vermelhidão e
coceira na pele, mal estar geral, dificuldade de respirar, tontura e sensação de desmaio.
Podem ocorrer dor e irritação no local das injeções.
DEXACOBAL só excepcionalmente deve ser empregado em pacientes com processos infecciosos bacterianos ou viróticos.
O mesmo cuidado deve ser adotado em relação a pacientes com osteoporose. Em pacientes hipotireoideos ou com cirrose hepática
pode haver efeito aumentado do corticoide.
Pacientes com problemas psiquiátricos podem ter seus sintomas exacerbados pelo uso de corticoides.
Durante o tratamento com DEXACOBAL os pacientes não devem ser submetidos a vacinas imunizantes.
Uso em idosos
Os pacientes idosos são mais sensíveis ao desenvolvimento de hipertensão e osteopatias. Devem, portanto, utilizar a menor posologia
capaz de produzir os efeitos terapêuticos desejados, pelo menor tempo possível.
Uso em crianças
Recomenda-se monitorização uma vez que a terapia crônica pode resultar em supressão do crescimento e do desenvolvimento.
Possível aumento da gravidade da catapora e do sarampo em crianças recebendo doses imunossupressoras.
Gravidez e Lactação
DEXACOBAL não deve ser utilizado por mulheres durante a gravidez e lactação.
A dexametasona é eliminada pelo leite materno e pode provocar efeitos indesejados no lactente. Assim sendo, mulheres em uso de
DEXACOBAL não devem amamentar durante o tratamento.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
DEXACOBAL não deve ser administrado a pacientes parkinsonianos em uso de levodopa isolada, pois a vitamina B6 reduz o efeito
terapêutico daquela droga. Isso parece não ocorrer quando a levodopa está associada a inibidores da descarboxilase.
Produtos contendo salicilatos, colchicina, aminoglicosídios, cloranfenicol, anticonvulsivantes, assim como suplementos de potássio,
podem diminuir a absorção intestinal da vitamina B12.
A difenilidantoína, o fenobarbital, a efedrina e a rifampicina reduzem os níveis plasmáticos da dexametasona.
O uso concomitante de salicilatos e anti-inflamatórios pode aumentar a ação ulcerogênica da dexametasona.
O uso simultâneo de diuréticos e dexametasona resulta em excreção aumentada de potássio.
Durante o tratamento com dexametasona deve-se controlar com frequência o tempo de protrombina em pacientes em uso de
anticoagulantes cumarínicos, pois a resposta a esses agentes é inibida.
Embora não confirmados, existem também relatos de potencialização da ação dos cumarínicos.
Alterações nos exames laboratoriais
A contagem de linfócitos, basófilos, eosinófilos e monócitos pode estar diminuída. A concentração sérica de cálcio pode estar baixa e
as de colesterol e lipídios podem estar altas.
Interações com alimentos
Durante o tratamento deve ser evitado o consumo de álcool.
Não há outras restrições específicas quanto à ingestão concomitante com alimentos e bebidas uma vez que a forma de administração é
injetável intramuscular.
Manter o produto em sua embalagem original e conservar em temperatura ambiente (entre 15° e 30°C);
O prazo de validade é de 24 meses a partir da data de fabricação (vide cartucho).
Após aberto, utilizar imediatamente.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Aspecto físico (ampola A): líquido límpido, avermelhado, isento de partículas estranhas.
Aspecto físico (ampola B): suspensão branca, homogênea.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Posologia
Uma injeção a cada dois ou três dias. Na maioria dos casos são suficientes três injeções. Outros esquemas posológicos podem ser
adotados a critério médico.
Modo de usar
No momento da aplicação, aspira-se, para uma seringa com capacidade mínima de 3 mL, o conteúdo da uma ampola A e o de uma
ampola B. Injetar a mistura lentamente por via intramuscular profunda, de preferência nas nádegas. Sempre que possível, as injeções
devem ser aplicadas pela manhã, para acompanhar o ritmo circadiano de produção endógeno dos corticoesteroides.
As ampolas, uma vez abertas, devem ser imediatamente usadas.
Não guardar ampolas já abertas para posterior aplicação.
A dexametasona pode ocasionar reações adversas próprias dos corticoides, tais como:
- alterações no metabolismo hidrossalino: retenção de água/sódio, edema, caliurese aumentada, hipocalemia.
- alterações cardiovasculares: hipertensão, insuficiência cardíaca.
- alterações no metabolismo lipídico: hiperglicemia, glicosúria, hiperfagia, hiperlipidemia.
- alterações ósseas: mobilização do cálcio e fósforo ósseos, osteoporose, necrose avascular de ossos, retardo do crescimento em
crianças.
- exacerbação de úlceras pépticas, com possibilidade de sangramento e perfuração.
- risco aumentado de infecções e mascaramento de infecções.
- retardo na cicatrização.
- alterações hematológicas: leucopenia e tromboembolismo.
- alterações oftalmológicas: aumento da pressão intraocular, glaucoma, catarata.
- exacerbação de problemas psiquiátricos já existentes: alterações depressivas ou maníacas de humor, reações deliroides.
- hipercorticismo exógeno: síndrome de Cushing, com obesidade central, facies cushingoide (“cara de lua”), acne, hirsutismo, estrias,
equimoses, miopatia etc.
- hipocortisolismo endógeno: por inibição da hipófise e da suprarrenal, com insuficiente reação ao stress.
As reações adversas são quase sempre decorrentes do uso de elevadas doses de corticoides e/ou tempo de tratamento prolongado.
Como o tratamento com DEXACOBAL é feito em tempo curto e com doses baixas, não se deve esperar ocorrência de efeitos
colaterais significativos.
A inibição das suprarrenais e da hipófise é minimizada pela administração dos corticoides em dose única, pela manhã, ocasião em que
ocorre o pico máximo de secreção endógeno de corticoesteroide.
É aconselhável, em caso de tratamento prolongado e/ou com altas doses, evitar interrupção brusca do tratamento, procedendo-se à
redução gradativa da posologia.
Em pessoas sensíveis à procaína ou à tiamina, a injeção de DEXACOBAL pode desencadear eritema, prurido, náuseas, vômitos ou
reações anafiláticas. Existem relatos, muito raros, de reações alérgicas à própria dexametasona.
A injeção de DEXACOBAL pode provocar dor e irritação no local de aplicação.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA, disponível em
http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.